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Capítulo 4

Amora

Aperto o travesseiro contra o meu rosto pela milésima vez tentando conter os meus grunhidos e gritos de felicidades. Eu não podia acreditar. Eu havia feito a minha primeira exposição!

Meus pés se agitam sobre a cama e eu jogo os travesseiros para o lado me permitindo apreciar e aproveitar a sensação desse momento. Eu sonhei com isso por tantas vezes, mas acho que no fundo, nem eu acreditava que realmente um dia poderia dar certo.

Quantos artistas realmente conseguem ter seu trabalho reconhecido aos 25 anos? Se formos pegar as histórias de Van Gogh e Monet...bom, nem sei porque estou pensando neles, eu jamais poderia me comparar com artistas desse nível.

De qualquer forma haviam poucas mulheres em destaque nesse ramo, mas eu acreditava fielmente que um dia, eu poderia ter meu trabalho reconhecido.

Não foi fácil para mim crescer em um lar conturbado, com meus pais que gritaram um com o outro durante toda a minha infância e esperaram com que eu fizesse 15 anos para enfim, se separarem. Dá para imaginar que eu não tive exatamente, uma festa de debutante muito feliz.

Minha mãe desde então me criara com a força que podia, já que no fim das contas meu pai acabou se casando novamente e me esquecendo por seus filhos novos.

Dona Juliana sempre fora muito rígida comigo desde então, querendo que eu ingressasse em uma faculdade que desse o retorno financeiro necessário para que eu não passasse pelas mesmas dificuldades que ela passou.

Por isso, passei 3 anos da minha vida me matando em um cursinho para tentar entrar em uma faculdade que eu não queria, e mais 2 tentando sobreviver na faculdade de medicina até perceber que eu não poderia viver uma vida de mentira.

Quanto eu tranquei o curso no quarto semestre, minha família quase me explodiu. Quem era a maluca que largava um curso de medicina para se tornar artista plástica?

Ao que parece, eu. Pela primeira vez, minha prima Alyssa deixou de ser a ovelha negra da família por ter escolhido fazer letras, e eu passei a ser a nova inútil da geração dos Monteiro.

Só me restava, segundo eles, ter que escolher uma das pontes de São Paulo para me estabelecer e vender meus quadros na rua, ou a minha arte na praia.

Respiro profundamente, tentando afastar meus pensamentos do passado que não precisavam estragar o meu momento de agora. Hoje havia sido um dia perfeito! Bom, talvez não tão perfeito assim...Argh!

Aquele homem tinha que ter estragado uma parte da minha noite quase perfeita. Quase por causa dele. Como se não bastasse dizer que o meu quadro era a coisa mais feia que ele já tinha visto, ele ainda me olha e dá em cima de mim como se eu fosse um pedaço de carne em promoção no açougue?

Eu detestava esse tipo de homem. Como ele conseguia acordar todos os dias e amaciar seu ego achando que era a última Coca-Cola do pedaço? Eu nem gosto de Coca-Cola. Faz mal para a saúde.

Aquele homem com certeza também deve fazer mal, para a saúde mental de qualquer mulher. Sorrio lembrando do tapa que dei em seu rosto, pensando que pelo menos eu fiz a minha boa ação do dia.

Em meio a todos os conflitos dos meus neurônios que insistiam em me dizer que eu sempre deveria me afastar desse tipo de cara, eu me questiono intrigada: porque aquele cafajeste tinha que ser tão cheiroso?

O aroma do perfume amadeirado daquele homem não saía da minha memória olfativa, e eu quis seriamente me repreender por isso várias e várias vezes. Como se não bastasse, o imbecil ainda possuía os olhos verdes mais atraentes que eu já tinha visto.

E aquele sotaque? Ah, pare de pensar besteiras, Amora. Ele não é, nem de longe, a definição de um cara certo para você. Eu já tive o meu cara certo, e talvez agora eu estaria destinada a permanecer sozinha.

Sou arrancada de meus pensamentos quando escuto o toque Never Gonna Be Alone estridente do meu celular. Eu amava a banda Nickelback, mas só agora percebo o quanto era ridículo eu ter escolhido justamente essa música para o toque principal.

Quanta ironia! Eu vivia sozinha.

-Alô? -digo rápido sem me ater ao nome na tela.

-Prima? Ah, que bom que consegui falar com você. -diz uma voz fina e eu rapidamente reconheço o timbre da fala de Alyssa. Sem dúvidas, mesmo tendo ficado alguns bons anos afastadas quando ela foi fazer intercâmbio fora, a nossa amizade permanecia a mesma.

-Que saudade que estava de conversar com você Lys. -digo e sorrio, cruzando as pernas sentada na cama. -Quase não consegui conversar com você ontem na exposição, me perdoe, estava tudo uma loucura e...

-Pare com isso Mora, eu sei o quanto você estava ocupada. Eu que estou te ligando para te pedir desculpas de novo por ter ido embora cedo. A sof estava chorando muito e eu tive que vir embora com ela para ver se ela melhorava.

-Ah Lys, eu entendo. Como está a minha bonequinha? Ela está melhor?

-Está sim prima, obrigada por perguntar. Eu achava que era cólica, mas no final foi apenas sono mesmo.

-Ah, fico mais tranquila em ouvir isso. Eu nem acredito que você já tem 3 filhos aos 29 e eu aqui aos 25 morando em um apartamento sozinha com meu urso Ted. -digo e ouço ela gargalhar do outro lado da ligação.

-Ah Mora, você ainda tem o Ted? Meu Deus, a gente amava brincar com esse ursinho quando éramos crianças.

-Algumas coisas nunca mudam.

-Tudo tem seu tempo minha prima, e cada um tem a sua história. Você passou muitos anos tentando se recuperar de tudo que aconteceu, e agora está preparando a sua própria carreira. A exposição de hoje foi apenas o primeiro passo para isso, eu tenho certeza que você conseguirá juntar o dinheiro suficiente para abrir a sua própria galeria.

-Deus te ouça Lys. -digo e respiro fundo, me jogando na cama novamente.

-Ele já ouviu, tanto que por isso eu estou aqui te ligando. -ela diz e ouço um timbre animado.

-Ah meu Deus, o que foi?

-Eu tenho uma proposta para você. Bom, na verdade, eu ainda não estou muito segura disso, mas o Landon me convenceu e eu só posso aceitar se você gostar da ideia.

-Sou toda ouvidos.

-Você ainda acha que tem jeito como babá? -ela pergunta com uma voz insegura e eu começo a sorrir pela ligação.

-Claro Lys, essas coisas a gente nunca esquece, ainda mais depois de ter trabalhado grande parte da minha adolescência olhando os filhos dos vizinhos.

-Nossa eu lembro. Não sei como você aguentava aquele filho de Patrícia que botou fogo no colchão e enfiou o dedo no liquidificador.

-Nem me fale prima, tempos difíceis. -suspiro levando a mão na testa.

-Então, eu queria te perguntar se você estaria disposta a olhar meus filhos por uma semana. Landon me chamou para uma viagem de comemoração de 5 anos de casados, e eu não confiaria em deixar minhas crianças com mais ninguém. Você sabe, papai está cuidando de Helena que está com virose, a mãe de Landon está em lua de mel, a irmã dele ainda não tem juízo e as minhas amigas não sabem nem o que é uma fralda de bebê. -ela diz e eu sinto que ela estava ansiosa.

-Mas é claro que eu aceito Lys, você mais do que ninguém merece esses dias de descanso.

-Eu irei te pagar...

-Não, pode parar. Eu jamais te cobraria.- a interrompo e ouço ela respirar fundo.

-Por favor Mora, eu só aceito com essa condição. O dinheiro vai te ajudar na poupança para a compra da galeria, e eu mais do que ninguém quer que você tenha o seu maior sonho realizado.

-Mesmo assim Lys, não precisa...

-Eu insisto, e se você ainda não aceitar eu deposito na sua conta sem você saber.

-Você nem tem o número da minha conta. -revido surpresa.

-Essa coisa de sermos teimosas em relação a dinheiro tá no sangue da família, não é? -Alyssa diz e rimos juntas, pensando no quão isso era verdade.

-Ah prima, eu nem sei o que te dizer...

-Eu que não sei o que te dizer. -ela me interrompe. -Olha, mas fica tranquila que eu não vou deixar todo o trabalho pesado para você. Maria vai te ajudar com o que for preciso, e eu estou com um amigo meu morando aqui em casa que vai te auxiliar a olhar as crianças.

-Tudo bem Lys, sem problema. Que dia você viaja?

-Daqui dois dias, pela manhã. Desculpa ser tão em cima da hora, se você não fosse aceitar eu cancelaria, foi porque Landon só achou voo nesse dia e...

-Prima, para, respira. -digo e ouço ela sorrir, respirando aos poucos. A ansiedade de Alyssa não morria nunca.

-Pronto, respirei. -ela diz rápido. Claro que ela não tinha respirado. -Então, se tiver como você vir depois de amanhã mesmo...no caso seria melhor se você trouxesse as suas coisas para cá. Seu apartamento fica muito longe, e seria trabalhoso para você se locomover todos os dias. Eu já preparei seu quarto e você fica a vontade para trazer as suas coisas, inclusive, sabe que tem passe livre para trazer também os seus materiais de pintura. Eu não quero de forma alguma que isso atrapalhe o seu trabalho.

-Tudo bem Lys, daqui dois dias estarei aí. Não se preocupe com nada. Lembra do lema da família que tio Luís repetia para nós duas desde pequena? Não importa o que aconteça...

-...nós sempre enfrentaremos tudo juntos. -ela completa e ouço ela sorrir.

-Eu sempre estarei aqui para te ajudar prima. Nós somos família.

-Sempre.

-Sempre. Até mais Lys.

-Até Mora, muito obrigada. -ela diz e eu desligo, sentindo uma sensação boa no peito.

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