Capítulo 8
- O que você disse Camily? - Frank pergunta de olhos arregalados.
- Eu disse que estou grávida. - Repito.
- Mas... como...
- Tenho certeza que não preciso explicar como não é? Você melhor do que ninguém sabe.
Ele passa as mãos pelo rosto que perdeu a cor com o nervosismo, e então pergunta:
- Seu namorado é o pai ou sou eu?
- Tem certeza que está me fazendo essa pergunta? - Retruco surpresa. - Eu não sei você, mas enquanto estávamos namorando eu sempre fui fiel.
- Me desculpe. - Ele abaixa a cabeça.
- Estou namorando há uma semana, e estamos usando essa oportunidade para nos conhecermos melhor. Ainda não tive a oportunidade de ser mais íntima do meu homem, e mesmo que tivesse seria impossível estar grávida de três meses não é?
Eu fiquei com tanta raiva por Frank ter voltado com sua ex, que acabei mentindo sobre também estar em um relacionamento.
Eu queria provar para ele de alguma forma que também segui em frente, mesmo que seja idiotice da minha parte.
Eu não preciso provar nada para ninguém, e muito menos para ele, mas agora é tarde demais para voltar atrás.
- Eu sou o pai. - Frank parece afirmar a si mesmo.
- Sim, você é o pai.
- Eu sou o pai. - Ele repete novamente.
- Eu sei que está em choque Frank, e eu fiquei da mesma forma que você quando eu descobri, mas agora eu estou feliz. - Sorrio abertamente. - Estamos separados, mas isso não quer dizer que não podemos ser bons pais.
Posso dizer por mim mesma que jamais iria proibir Frank de participar da vida do seu filho. Se eu fosse uma pessoa mesquinha e vingativa, poderia usar essa oportunidade para feri-lo, mas eu nunca seria capaz de fazer algo tão baixo e cruel.
- Eu não sei se vai querer fazer parte da vida do seu filho, ou vai apenas fingir que eu não disse nada, então pense com cuidado o que realmente deseja.
- Eu não preciso pensar Camy. - Ele balança a cabeça em negação. - É óbvio que serei um pai presente.
- Fico feliz por saber disso. - Sorrio abertamente.
Com toda certeza não será nada fácil, mas podemos fazer nossas vidas de pais separados dar certo pelo bem do nosso filho.
- Eu vou embora agora. - Empurro a cadeira e me levanto da mesa.
- Espere!
Frank se levanta também, em seguida caminha até ficar de frente para mim.
- Acho que devemos nos casar. - Ele fala de repente.
- Está louco? - O desconhecido também se levanta rapidamente. - Você não vai roubar minha namorada.
Sou pega de surpresa quando ele pega minha mão e me puxa para seu lado, e continua a segurando enquanto Frank nos encara.
- É melhor você ficar de fora. - Frank aponta o dedo em sua direção.
- Pode ter certeza que não deixarei você roubá-la de mim, então não perca seu tempo tentando.
- Eu vou fingir que não ouvi isso Frank. - Falo.
- Mas...
- Você tem uma namorada e eu tenho meu namorado, e o mais importante é que eu não te amo, então é melhor esquecer essa ideia louca de nos casarmos. - O corto.
- Me esqueceu rápido não foi? - Ele pergunta com sarcasmo.
- O que você disse? - Pergunto incrédula. - Você me fez perder anos da minha vida te amando, e depois de terminarmos achou que eu iria ficar sofrendo ou me iludindo achando que voltaria para mim? Eu segui minha vida, e você não tem nenhum direito de reclamar quando também seguiu com a sua.
Com toda certeza estou mentindo, pois não o esqueci merda nenhuma, mas ele é muito egoísta por estar bravo por eu dizer que já o esqueci.
Ele voltou com sua ex-noiva duas semana depois que terminamos e nem se importou com meus sentimentos. Havíamos terminado, e ele poderia fazer o que quiser da sua vida, mas precisava ser tão recente?
Começo a desconfiar que talvez Frank já estava junto com a ex e comigo ao mesmo tempo. Posso estar pensando demais, mas também posso estar certa ao pensar dessa forma.
- Eu espero que não toque nesse assunto novamente, caso contrário me fará perder o resto de respeito que tenho por você. - Falo.
- Camy...
- Tenha uma boa noite Frank. - O corto.
Ainda temos muito para conversar, mas se formos fazer isso agora eu posso acabar falando coisas desagradáveis, então é melhor eu me acalmar primeiro.
- Vamos querida? - O desconhecido sorri abertamente.
- Vamos. - Retribuo o sorriso.
Começamos a caminhar lado a lado para fora da Pizzaria, deixando Frank sozinho.
Assim que estou a uma distância segura solto a mão do homem, e então me sento em um banco debaixo de uma árvore.
- Me desculpe por envolvê-lo na bagunça que está minha vida. - Peço.
- Não precisa se preocupar. - Ele se senta ao meu lado. - Na verdade eu amei participar desse teatro.
- Um trágico teatro não é?
- Não posso mentir e dizer que sua vida não é complicada, mas eu já vi piores. - Ele sorri de canto.
- Obrigada por fingir ser meu namorado. - Agradeço. - Eu sei que fui infantil, mas quando eu percebi a merda já estava feita.
- Sou seu falso namorado e eu nem ao menos sei seu nome.
- Me chamo Camily, muito prazer. - Lhe ofereço a mão em cumprimento.
- O prazer é todo meu. - Ele retribui o aperto de mão. - Me chamo Clark.
Se fosse em outro momento talvez eu ficaria encantada com sua beleza máscula, mas nesse momento tudo o que me interessa é meu filho e esquecer Frank.
- Eu não sei você, mas eu estou com fome. - Passo a mão por minha barriga.
- Eu também estou, pois minha namorada não me deixou comer nada.
- Sou uma péssima namorada não sou? - Sorrio abertamente.
- Tenho certeza que não, mas precisa alimentar seu namorado de vez em quando.
Clark pega minha mão e se levanta em seguida, e começa a caminhar me puxando lentamente.
- O que está fazendo? - Pergunto.
- Vou alimentá-la. - Clark fala.
- Que namorado mais prestativo. - Sorrio abertamente. - Estou tocada.
- Posso ser ainda melhor.
- Por que eu não te conheci antes? - Começo a rir.
- Sou um homem difícil de achar.
Minha noite estava horrível, mas por incrível que pareça Clark está me fazendo esquecer meus problemas.
Eu sei que amanhã terei ainda mais problemas, então irei aproveitar enquanto eu estiver ao seu lado, porque provavelmente jamais nos encontraremos novamente.
Se eu fosse Clark estaria correndo para o mais longe possível de mim, mas ele está sendo tão atencioso que estou surpresa.
🌻
- Obrigada pela noite incrível. - Agradeço a Clark. - Me fez esquecer meus problemas.
- Quando encontro alguém triste tenho o hábito de tentar melhorar seu humor mesmo que seja apenas um pouquinho. - Ele fala.
- Um homem de grande coração.
- Estou longe disso. - Ele nega com a cabeça.
Não conheço Clark, mas eu tenho a sensação de que ele é realmente alguém com um bom coração, caso contrário não teria me ajudado ou tentado fazer eu me divertir à noite toda.
- Já está tarde. - Olho para o relógio sobre meu pulso. - Minha amiga deve estar preocupada, então eu preciso ir.
- Tenha cuidado ao dirigir até sua casa. - Clark fala.
- Obrigada. - Agradeço.
Clark abre à porta do carro para mim, então me sento no banco, em seguida coloco o cinto de segurança e então ele fecha à porta.
Abro o vidro do carro quando Clark bate com o dedo nele, então ele me pergunta:
- Deveríamos trocar nossos números de telefone?
- Não. - Nego com a cabeça. - Se algum dia eu encontrá-lo por acaso, poderemos fazer isso.
- Estarei torcendo para que isso aconteça. - Ele sorri abertamente.
Clark me encara de um jeito estranho, o que faz meu coração palpitar do nada.
- Por incrível que pareça eu também. - Assumo.
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