- Acho que devemos nos casar.

Frank me olha esperando por minha reação, mas tudo o que eu penso nesse momento é que ele está louco.

- Como assim se casar? - Pergunto. - Acabamos de começar a namorar novamente.

- Espere um segundo.

Ele se levanta e começa a caminhar em direção ao seu quarto, e eu o observo ainda incrédula com o que acabei de ouvir.

Frank aparece depois de alguns segundos, se ajoelha em minha frente e pega a minha mão.

Se antes eu fiquei em choque porque ele disse que devemos nos casar, agora estou extremamente surpresa quando ele coloca um anel de noivado no meu dedo.

- O que está fazendo? - Pergunto.

- Comprei esse anel quando ia te propor casamento, mas acabei não lhe dando ele por causa dos problemas que surgiram. - Frank fala. - Venho carregando ele comigo há algum tempo, na esperança de que iria me aceitar de volta algum dia.

- Eu não sei o que dizer. - Confesso.

- Eu estava lhe dando espaço até sua raiva de mim passar, e eu estava disposto a correr atrás de você até me perdoar. - Frank sorri fraco. - Fiquei surpreso quando me propôs namoro, mas eu acho que devemos dar um passo maior.

- Seria muito precipitado não?

Frank beija minha mão, em seguida se levanta e se senta ao meu lado.

- Eu tenho certeza absoluta que te amo e quero passar o resto da minha vida ao seu lado. Eu não tenho nenhuma dúvida quanto a se casar com você Camy, mas se você não estiver pronta eu lhe entendo. Estou disposto a esperar o tempo que você quiser.

- Faria isso por mim? - Pergunto.

- Sim. - Frank confirma com a cabeça.

Olho para o anel em meu dedo, enquanto me pergunto se estou preparada para me casar. Eu tenho certeza que o amo, como também tenho certeza que quero passar o resto da minha vida ao seu lado, mas não estaríamos nos precipitando ao casarmos tão de repente?

- Eu deveria fazer algo muito melhor para te pedir em casamento, mas eu não queria esperar mais para te dar esse anel. - Frank fala.

- Você sabe que eu não me importo com pedidos extravagantes rodeados de pessoas. - Sorrio de canto. - Você não poderia ter feito uma escolha melhor ao me pedir em casamento apenas estando nós dois juntos.

- Eu deveria ter te levado em um jantar romântico...

- Eu gosto de coisas simples Frank. - O corto.

Nunca fui uma mulher que sonha em ser pedida em casamento com platéia ou em lugares chiques. Frank me propôs casamento com simplicidade, mas eu gostei mesmo estando com receio.

Não tenho nenhuma dúvida quanto o meu amor por ele, só não acho que devemos fazer nada precipitado. Temos a vida toda pela frente, então é melhor fazermos tudo com muita calma.

- Quando estiver pronta me dê um sinal.

- Você sabe que eu te amo não sabe? - Pergunto.

- Eu sei. - Frank sorri abertamente.

Ele se abaixa e beija a minha barriga demoradamente.

- Estão com fome? - Frank pergunta.

- Não. - Digo. - Almocei na casa do meu irmão antes de vir.

- Devemos marcar um dia para sabermos o sexo do bebê.

- Também acho. - Passo a mão por seus cabelos. - Não vejo a hora de saber se é uma mocinha ou um rapazinho.

- Vai ser uma garota.

- Como tem tanta certeza? - Pergunto rindo.

- Minha intuição quase nunca falha.

- Pode falhar dessa vez. - Falo.

Me deito e coloco a cabeça sobre o colo do Frank, mas no mesmo instante preciso me levantar.

- Por que se levantou? - Frank pergunta.

- Preciso ir ao banheiro.

- Isso me fez lembrar de algo. - Ele começa a rir.

- O quê? - Pergunto.

- Nosso primeiro encontro.

Antes que Frank fala mais alguma coisa eu fujo para o banheiro, enquanto escuto ele rindo alto.

Como eu pude esquecer do nosso primeiro encontro caótico? Alguém no mundo passou por um momento tão constrangedor como eu? Ou eu fui a única sem sorte?

Entro no banheiro rindo quando me lembro a cara que Frank fez quando eu peidei quando ele ia me beijar. Enquanto ele segurava o riso eu queria me enfiar em um buraco qualquer e nunca mais sair.

Dar diarréia em um dia tão importante é muita falta de sorte, e acabar soltando um pum antes do beijo é ainda mais constrangedor.

Eu fiquei dias me escondendo do Frank e sem atender as suas ligações, e se não fosse ele aparecer no meu apartamento provavelmente estaria fungindo até hoje.

Depois de fazer as minhas necessidades eu volto para a sala, e encontro Frank deitado no sofá.

- Cagou rápido demais. - Ele diz quando me vê.

- Eu fui fazer xixi. - Reviro os olhos.

Depois da gravidez não estou tendo muito controle sobre a minha bexiga, por isso aumentou e muito a minha ida ao banheiro. 

- Deite-se ao meu lado minha cagona.

- Pare com isso. - Começo a rir.

Me deito ao lado do Frank, e ele me puxa para mais perto de si e abraça com força.

- Você faz ideia de como estava podre no nosso encontro? - Frank gargalha alto. - O fedor veio direto para o meu nariz.

- Quer me matar de vergonha? - Tapo meu rosto com a mão.

- Minha cagona fica linda quando está corada. - Frank tira minha mão do meu rosto.

- Idiota. - Lhe dou um tapinha no peito.

Frank pega a minha mão, a leva aos lábios e a beija.

- Fui ao banheiro e não lavei minha mão. - Gargalho alto.

- Não ligo. - Ele diz com despreocupação.

- Sem graça. - Reviro os olhos.

Minha boca começa a salivar de repente, então me levanto rapidamente.

- O que foi? - Frank pergunta com preocupação.

- Acho que vou...

Antes que eu termine de dizer algo começo a fazer ânsia de vômito, e então corro rapidamente em direção ao banheiro.

Frank segura meus cabelos e passa a mão por minhas costas enquanto eu vomito todo meu almoço.

- Está se sentindo melhor? - Frank pergunta quando me levanto.

- Sim.

Dou um passo em direção a pia, abro a torneira e lavo meu rosto e minha boca.

Fazia dias que eu não vomitava, por isso acabei comendo demais. A comida da Lya estava ótima, e acabei esquecendo que meu estômago não está suportando tanta comida.

- Vem aqui. - Frank fala.

Assim que me aproximo dele Frank começa a enxugar meu rosto com cuidado, e eu fecho os olhos me deixando ser cuidada por ele.

- Quer tomar um banho? - Frank pergunta. - Preparo a banheira no meu quarto para você.

- Não trouxe nenhuma roupa.

- Eu tenho alguns pares de roupas da minha ex-namorada aqui. - Ele sorri de canto.

- Que ex-namorada Frank?! - Finjo irritação.

- Ela foi minha namorada por um tempo, mas depois de anos juntos ela me largou, mas como nos amamos muito estamos juntos novamente. - Ele coloca uma mexa do meu cabelo atrás da orelha. - Agora ela não é mais a minha namorada, e sim a minha noiva.

- Você deve ser um homem de muita sorte.

- Pode ter certeza que eu sou. - Ele beija meu rosto.

Frank pega a minha mão e então saímos do banheiro. Começamos a caminhar em direção ao seu quarto, e assim que o adentramos Frank fala:

- Deite-se enquanto eu arrumo a banheira para você.

- Vai acabar me deixando mal acostumada desse jeito. - Digo me deitando.

Frank senta na beirada da cama, beija a minha barriga e diz:

- O papai já volta minha pequena. Cuide bem da mamãe ok?

Logo em seguida Frank beija minha testa, se levanta e começa a caminhar em direção ao banheiro.

- Eu te amo. - Falo.

Ele para e se vira em minha direção com um sorriso largo nos lábios e diz:

- Eu também te amo.

Frank entra no banheiro enquanto eu fico com um sorriso bobo nos lábios, feliz da vida pelo que estou vivendo no momento.

- Fiz a coisa certa ao dar mais uma chance ao seu pai não foi meu amor? - Passo a mão por minha barriga.

Pego um travesseiro e o abraço, e fecho os olhos enquanto bocejo alto. A cada segundo que se passa me sinto cada vez mais sonolenta, e acabo adormecendo tendo certeza absoluta que não irei me arrepender da escolha que fiz.