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– Nosso pai não está disposto a dar a benção a você. – Crusher declara.
Dou um murro na mesa. Estou muito estressado! Nada do que eu planejei para esse contrato está saindo bem.
Primeiramente, minha família, ou melhor, meu pai não está colaborando em nada, implicando até com a língua que minha "noiva" fala. Ele é um grande cretino hipócrita! Até parece que foi eu quem casou com três estrangeiras diferentes, uma de cada canto do mundo. Por que eu não posso ter uma esposa brasileira? Babaca! O pior desse joguinho todo é que meu pai não se importa em me dizer nada cara, tem que ficar mandando recadinhos pelo filho "prefeirido". Porra, ele está no andar debaixo!
Além disso, não estou conseguindo me controlar, eu a beijei faz três dias. Babi está despertando sentimentos em mim que eu nem sei dizer. E isso não é bom, não mesmo, porque eu posso me envolver com qualquer mulher que eu quiser, menos com aquela que eu fiz o contrato. Mas por que o proibido sempre é melhor?
– Você precisa se acalmar e pensar direito. – Crusher diz, atraindo minha atenção – As vezes você deixa sua raiva te dominar e acaba fazendo merda.
Não digo nada a respeito do que ele expõe sobre mim, porque sei que é verdade.
– Quer dizer que meu irmão mais novo está tentando me dar conselhos? – Digo ácido, arrancando uma risada de Crusher.
– Alguém tem que ser o sensato da família. – Ele levanta os ombros sarcasticamente.
– Eu preciso bater em algumas coisas pra extravasar minha frustação. Talvez eu comece por você.
– Rá! Você acha que pode me bater?
– Tenho certeza.
Embora eu tenha o desafiado, Crusher não aceita minha proposta, pois sabe que eu realmente estou a ponto de quebrar alguém ao meio. Apenas vai embora, com o seu sorriso típico. Depois disso, jogo uma toalha envolta do pescoço e saio do meu quarto em direção ao andar debaixo, para a academia que eu tenho em casa. Lá tem um saco de pancada que estou doido para acabar com ele.
Durante todo o caminho, lembro-me daquele beijo, tão bom, mas tão perigoso. Eu preciso me afastar da Babi, caso contrário, vou deixar esses sentimentos me dominarem e estragarei todo o meu plano. Não posso estar movido pelos sentimentos se planejo uma vingança...
[...]
É o dia seguinte e eu resolvo ir novamente para a academia, dessa vez, logo cedo. A noite foi longa, tentando lidar com toda a raiva e frustação não dissipadas no meu espancamento do saco de pancada.
Na noite anterior, tive aquela discussão desnecessária com o Crusher. Ele insiste em dizer que eu não vou ganhar a bênção do meu pai para o meu casamento, mas estou convicto que vou conseguir, afinal, não há nada que eu não consiga.
Penso na Babi. Não foi uma péssima escolha fazer o contrato com ela, pelo contrário, a imagem que eu construí dela para o meu pai é boa, e ainda posso contar com o fato que, na realidade, não é interesseira e isso conta muito. Corre menos riscos de ela estragar tudo quando eu me casar com ela e assumir o posto de Dom da nossa Máfia. Com certeza, vai aceitar o divórcio facilmente.
Agora noto que já fazem quatro dias desde que eu a vi pela ultima vez, desde... o nosso beijo. Será que ela é tão perigosa assim que eu mal posso chegar perto dela? Meus hormônios começam a se agitar com a excitação. Na verdade, acho que posso extravasar minha frustação de outra forma... Com ela.
– É melhor você ficar quieto. – Falo comigo mesmo, batendo a toalha no meio das minhas pernas e olhando lá para baixo – Ela não é pro seu bico.
Quando eu entro na academia, vejo a dona dos meus pensamentos, como se eu tivesse a invocado pela mente. Babi está fazendo exercícios no aparelho que treina pernas e está bem concentrada, nem repara que eu cheguei. Vejo que ela usa um conjunto de cropped e legue pretos, seu corpo está todo desenhado por essa roupa.... Ela para por um momento e refaz o rabo de cavalo de um jeito sensual. Balanço a cabeça para espantar os pensamentos pervertidos.
– Oi, Babi. – Digo, chegando mais perto dela.
Babi se vira para me ver. Está toda vermelha e suada. Pelo visto resolveu continuar com o "treinamento" sem mim. Ela está mesmo determinada a se defender sozinha.
– E aí. – Ela responde – Veio treinar?
– É. – Coço meu pescoço – Sabe como é, tenho que manter o físico.
Babi abre a boca em um "aaah" silencioso e volta a treinar, ignorando-me completamente. Eu poderia falar para ela sobre o que está acontecendo, mas acho que isso a faria ficar ainda mais surtada.
Faço exercícios por mais de uma hora; a Babi também. Ela não conversa comigo, na verdade, com pouco tempo da minha chegada, ela colocou música no fone de ouvido. Eu não sou burro, sei que ela está com raiva. Fico me perguntando o que eu fiz para que ela esteja agindo assim. Será que é por que não a ajudei nos treinos nos últimos dias? Mas ela está indo tão bem, nem precisa mais de acompanhamento.
– Babi, você est... – Ela não me deixa terminar a pergunta, apenas se levanta e vai embora.
[...]
O comportamento estranho da Babi, mais cedo, me impele a sair do meu quarto e ir ver com meus próprios olhos o desdobramento de sua raiva.
Hoje, decido jantar com todos, ao invés de sair para algum barzinho ou restaurante caro. Bak inventa toda essa palhaçada de refeições em família, como se nós fossemos realmente uma. Não sei como eles podem manter esse falso papel todos os dias, sem pestanejar.
Desço para a sala de jantar e todos já estão lá, menos eu. GS está em pé, atrás de sua prima, cumprimento-o com um aceno de cabeça. Não há espaço para que eu me sente ao lado de Babi; de um lado está Bak e do outro Samantha. Um ponta me vem, incomodando-me. Sento na cabeceira da cama, infelizmente, bem longe deles. Droga!
Os olhos de Babi me olhando rapidamente vejo um reflexo de um descaso ali. Seu sorriso cínico parece me dizer que vai fazer questão de me ignorar.
Noto que Babi conversa com meu primo. Na verdade, ela está tentando falar em italiano e ele, tentando entender. Em certo momento do jantar, Bak toca na sua mão, demorando-se, e a Babi não. Mas o que diabos tá acontecendo aqui? Não sei porque ela está praticando conversação com ele, que só sabe falar italiano, vai dificultar o aprendizado dela. Sou seu noivo, quem tem que ajuda-la sou eu!
Babi tá diferente, alguma coisa no olhar me passa a mensagem de agressividade! Eu não estou entendendo nada. E, para o meu azar, meu pai percebe isso. Olho-o e percebo que esconde um sorriso debochado por trás da taça de vinho. Ele me olha brevemente, como alguém que está se deliciando com uma luta de UFC.
O jantar finalmente acaba, vou tentar me aproximar dela. Bak leva Samantha para o seu quarto e Babi, sai a passos apressados. Levanto-me rapidamente a fim de alcança-la, mas GS acaba ficando no meu caminho.
– A senhora Babi pediu que não fosse incomodada hoje. – Ele diz, barrando-me na saída da sala de jantar.
– O que, mais que p... – Resmungo baixo – Me deixe passar, preciso ver minha noiva.
– Não posso, Coringa. Ela quer ficar sozinha. – O sorriso de GS me faz querer faze-lo engolir os dentes.
– Quem vocês pensam que são?
Percebo que falo isso alto demais. Os funcionários que estão recolhendo as coisas da mesa acabam ouvindo e nos olham curiosos. Felizmente, meu pai e Crusher já saíram da sala.
– Não vai querer acabar com seu teatrinho. – GS diz, sarcástico.
Empurro-o com as mãos. Estou cansado dessa palhaçada. Caminho rápido no encalço da Babi, mas já é tarde demais. Vejo de soslaio a minha noiva entrar no seu quarto e fechar a porta atrás de si.
[...]
Mais um capítulo da maratona pra vocês babays! Gostaram?
DEIXE SEU VOTINHOOO!
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