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Alô?

– Alô, é o Coringa? – Falo, com minha voz tremendo de nervosismo.

Arrependo-me por ter ligado. O que está passando pela minha cabeça, meu Deus? E se esse cara me pedir coisas terríveis em troca de um favor? Se ele me emprestar o dinheiro e, bom, não aceitar que eu o devolva em espécie? E se ele pedir outra coisa em troca? Duzentos mil reais não é pouca coisa. Quanto vale tudo isso? Uma vida? O que uma pobre como eu pode oferecer a um rico que já tem tudo?

Quem tá falando? Como conseguiu meu número? – Coringa fala, desconfiado. Eu também desconfiaria de um número desconhecido, sendo eu uma ricaça.

– Sou Bárbara, a garota que te pediu ajuda em um acidente aqui no morro do Alemão. Você me passou seu número, lembra?

Bárbara? – Ele diz parecendo estar em dúvida – Bárbara... Ahhh, me lembrei. A princesa bonitinha que é menor que um anão de jardim.

Se eu não estivesse tão desesperada para resolver o problema do GS eu teria desligado na cara dele. Odeio quando menosprezam meu tamanho, fere meu orgulho. Sou muito mais que estatura. Porém agora não se trata sobre mim e sim do meu primo. Não é hora para orgulhos desnecessários.

– Essa mesma. – Digo, rangendo os dentes.

Quer dizer então que você já pensou em uma forma de me pagar o favor que te fiz?

Droga, eu tinha me esquecido disso. Quem está devendo um favor sou eu. Eu não achei que ele estava falando sério quando falou que preciso retribuir o que ele fez por mim naquele sábado, mas pelo visto estava enganada. Talvez, o Coringa nunca vai aceitar me ajudar.

Mas eu preciso tentar. Minha mãe me diz que não há nada que uma mulher não queira que ela não consiga. Vou usar todas as minhas fichas, porque afinal, o Coringa é minha ultima chance.

– Mais ou menos. – Respondo.

Como assim, Babi? – Coringa pergunta e eu consigo ouvir uma risada dele do outro lado do telefone.

Eu não o conheço; minha ficha cai. Não posso criar empatia pelo seu bom humor falando comigo ao telefone, pois não o conheço. Desde que me lembro, nem mesmo o seu sobrenome eu sei. A verdade é que sou uma louca por recorrer a um completo estranho.

No entanto, como ele pode ter empatia pela minha situação? Posso mesmo confiar nele? Para que eu consiga fazê-lo me emprestar os duzentos mil reais, devo contar a verdade, porque, afinal, não é como se fossem dois reais! Eu posso comprar um carro com isso ou uma casa relativamente boa no morro, posso até mesmo comprar uma vida... E se ele for um rico certinho? Talvez não, essa laia é bandida em sua maioria. Mas nada o impede de ferrar com a gente; ele pode colocar o GS na cadeia, em minutos, por ser de uma facção criminosa.

Mesmo com isso, vou contra minha razão. É tudo ou nada. Eu corro muito mais risco me expondo ao PH do que ao Coringa. É correr ou morrer.

– Você pode me encontrar em algum lugar? Prefiro te explicar pessoalmente.

Tudo bem então. – Ele fala, com um ar muito animado na voz.

Surpreendo-me. Pensei que ele seria mais resistente com relação ao meu pedido. Não é como se eu fosse uma amiga dele que estava convidando-o para um chá. Talvez isso me dê brechas para desconfiar das suas intenções, mas não estou em posição de julgamento, pois eu quero usá-lo como válvula de escape.

– Qual lugar fica melhor para você? – Pergunto, olhando meu relógio de pulso. São quase onze horas da manhã, ele deve ir almoçar a qualquer momento. Esses executivos tem disso.

Você pode me encontrar no restaurante Boulevard daqui uma hora?

– Claro. – Respondo com um sorriso amarelo.

Combinado, então!

Ele não espera minha resposta, apenas desliga. Acho que ele pressentiu que estou inclinada a desistir disso. Sinto uma sensação ácida subir da minha barriga até a boca. Estou ardendo em nervosismo.

Olho a tela do celular por alguns minutos, mostrando a ligação recém-feita e sinto vontade de chorar. Pela primeira vez no dia eu me permito sofrer. Coringa é meu tiro de misericórdia. E se nada der certo? Será que eu posso fugir? E a minha família? Vamos todos fugir? Um lágrima escapole. Permito-me desabar só por alguns momentos. Em breve me refaço e, então, irei ao encontro da minha esperança.

[...]

Demoro muito mais do que eu havia imaginado para chegar ao restaurante Boulevard. O almofadinha escolheu um lugar muito longe do morro, na zona sul do Rio. Levei quase duas horas para chegar. A primeira coisa que noto, logo do lado de fora, é a arquitetura grega do lugar. Colunas de mármore talhado sustentam o teto, adornado com lustres caros. É de dia, por isso eles estão desligados, mas não deixam de ter sua beleza.

À entrada, um homem gordo e de smoking recebe quem chega. Ele me olha de cima a baixo, com um ar de desprezo e pergunta meu nome, talvez apenas para não deixar de ser "educado". Sinto que estou em um cenário de livros de época. Ele encontra meu nome em um tablet e me leva a mesa reservada para mim, que talvez está no nome de Coringa. Enquanto ando pelo saguão – cheio de mesas com toalhas finíssimas e louças que cintilam com o brilho do sol – noto que recebo olhares curiosos.

Não tive tempo nem de passar em casa para trocar de roupa e agora percebo o quanto estou vestida inapropriada. Minha saia jeans curta e minha camiseta com estampa dos personagens de Stranger Things é um look super-casual que pouco combina com o ar sofisticado e caro do lugar. Remexo meu cabelo, inquieta.

Sinto-me ainda mais deslocada quando vejo o almofadinha todo arrumado, com um terno preto, relógio caro e um lenço branco no bolso. Ele complementa o ar superior com o cabelo penteado igual a um jogador de futebol europeu. Só não dou meia volta, agora, e saio correndo, porque seria o ápice da vergonha.

O recepcionista rechonchudo indica a mesa para mim e sai sem dizer nada. Engulo em seco. Posso sentir todo o meu corpo tremer. Sem perceber, encolho os ombros quando Coringa me espreita.

– Boa tarde, ragazza. – Ele diz, com um sorriso grande e sedutor.

Meus lábios, antes comprimidos, agora se descolam. Os ricos são mesmo esnobes. A primeira coisa que esse mauricinho faz, ao me ver, é me xingar? Ele acha que eu sou quem?

– Do que você me chamou? – Pergunto, alterando um pouco a voz.

No entanto, Coringa não se sente ameaçado, pelo contrário, ele ri abertamente e cruza as mãos sobre a mesa. Me dou conta de que ainda estou em pé, talvez seja porque estou travando uma batalha interior entre me sentar ou ir embora.

Ragazza é "moça" em italiano. – Ele explica, com certa tranquilidade.

– Você fala italiano? – Pergunto, intrigada.

– Não só falo como também sou italiano, não sabia? – Ele solta uma risada.

– Conta outra. – Falo sarcástica.

– É sério. Acredite se quiser. Sou italiano, só vim ao Brasil a trabalho.

– E por que você não tem sotaque? – Pergunto cruzando os braços.

– Porque eu visito muito o Brasil e adquiri fluência.

Balanço a cabeça negativamente. Eu não acredito que estou prestes a fazer um acordo com um mentiroso. Vai dar errado, eu sabia! Por que ele inventa coisas tão simples assim?

– Você não vai sentar, ragazza? – Pergunta, capturando novamente minha atenção – Daqui a pouco as pessoas vão pensar que você é um poste instalado no meio do salão.

– Que pensem. – Retruco, resmungando.

– Por favor, ragazza, sente-se, eu insisto!

Ele se levanta, abotoando o botão do meio de seu paletó. Em seguida puxa a cadeira para que eu sente e espera que eu ceda ao seu pedido. Após eu vencer minha relutância e me acomodar no assento fofo e macio, ele volta ao seu lugar.

– Sei que foi você que me convidou para esta... Conversa – Ele parece procurar a palavra certa – mas não se preocupe, o almoço é por minha conta.

Odeio o seu esnobismo. Coringa sabe de onde eu venho e sabe, mesmo que superficialmente, quem sou, afinal, nos encontramos em um morro! Mesmo que ele estivesse em uma periferia, é notório que não fazia parte dela, mas eu, era bem perceptível. E esse simples fato me faz perceber que sou objeto de gozação para esse engomadinho.

De repente, tenho a mesma sensação de insignificância quando nos encontramos pela primeira vez naquele hospital, ao vê-lo me entregar o meu celular surrado.

– Então, o que você tem a me dizer? – Ele retoma a fala, com um olhar curioso.

Tomo fôlego algumas vezes antes de criar coragem para falar. Ainda não confio nele e tenho medo do resultado que essa "conversa" pode me gerar.

– Eu quero te propor algo, na verdade. – Começo dizendo.

– Como assim? Você não ia me pagar? Que história é essa de propor algo? – Ele interrompe.

– Eu preciso de ajuda, Coringa.

Calo-me por um momento para poder observar a sua reação ante o que eu acabei de falar. Ele apenas arqueia as sobrancelhas.

– Você falando meu nome é tão sexy... – Coringa diz, malicioso.

Não tenho reação. Apenas engulo em seco e aperto minhas mãos, guardadas junto ao meu corpo, embaixo da mesa.

– Prossiga. – Ordena, com um estalo de dedos.

– Eu sei que você é muito rico – sinto-me estranhamente ousada – e que eu já tenho certa... ligação com você. Eu já deveria te pagar mesmo, então porque não aumentar a dívida?

– O que você quer, Babi? – Ele cruza os braços.

– Bom... Eu quero que você faça um acordo comigo.

– Que tipo de acordo?

– Se você me emprestar um dinheiro eu faço o que você quiser, qualquer coisa mesmo, pelo tempo que você quiser, sem nenhuma restrição.

Ele pensa um pouco, desviando o olhar de mim para o teto. Depois desencosta da cadeira e apoia os cotovelos na mesa cruzando as mãos. Só então me atento para sua fisionomia. Ele parece muito mais bonito que antes e isso me deixa desconcertada. Estar perto dele agita tudo dentro de mim.

– Que proposta tentadora. – Ele diz com um olhar oblíquo e libertino – Mas me diga Babi, quais são os motivos para você me propor algo assim?

É aí que eu sinto medo. Será que eu devo contar a ele ou invento uma mentira? Mas o que eu posso dizer que pode convencê-lo a fechar esse acordo comigo? Eu devo comprometer a situação de GS? E o PH, será que Coringa sabe da existência dele? Nunca havia me passado pela cabeça que os motivos que levaram um jovem rico – talvez milionário – ao morro do Alemão seja nada mais que uma visita ao dono de tráfico.

– Deixa só eu adivinhar. – Ele diz ante o meu silêncio – Você está devendo algum traficante?

Nitidamente Coringa disse isso brincando, sem se dar conta de que foi certeiro no palpite. E é por isso que estou mortificada, sem conseguir ao menos tentar desmentir a verdade nua e crua que acabou de ser descortinada. E ele percebe isso, pois desfaz o sorriso e seus lábios viram uma linha reta.

– Me conte. – Coringa ordena, sério.

Conto tudo, desde a festa até o momento que liguei para ele. Coringa ouve calado, sem nem ao mesmo mover um músculo do rosto. Ao fim do meu discurso, ele descruza os braços e apoia os cotovelos na borda da mesa.

– E quanto você deve?

– Uns 200 mil. – Respondo, abaixando minha cabeça.

O Coringa fica alguns segundos sem falar nada, parecendo que está processando as informações na cabeça. Sinto-me envergonhada. Agora pouco eu estava questionando sobre a índole deste homem sem perceber que a minha própria está manchada. Sou eu que devo um traficante e foi eu quem condenei toda a minha família à morte.

– É muita grana. – Ele diz – Mas sorte sua que eu já tenho a troca perfeita pra você.

Prendo a respiração. Não acredito que esse cara vai aceitar fazer um acordo comigo! Estou surpresa e ao mesmo tempo nervosa, não sei o que ele vai querer de mim. E se Coringa quiser me usar para coisas erradas? Engulo a saliva e espero sua fala. Resolvo encara-lo e percebo que seus olhos me espreitam como uma presa. Parece que está a ponto de me devorar e essa mudança repentina de expressão me deixa ansiosa.

– Eu te dou esse dinheiro na sua mão ainda hoje se quiser, mas em troca... – Ele fez uma pausa dramática só para me assustar – Quero que você seja minha noiva.

[...]

Chegamos em uma parte ótima do livro! Espero que vocês gostem!

Não esqueça de deixar seu votinho! Beijos e até o próximo capítulo 😘

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