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Capítulo 8 - Stay With Me

Alice fitou as flores sobre o balcão do caixa, o aroma delicado preenchia suas narinas. Pegou o cartão entre as rosas e o abriu. Um riso bobo lhe surgiu nos lábios ao ler as palavras de Miguel.

"For a long time the lights of my heart remained dim. You arrived like a ray of sunshine, lighting up my world. My heart beats again and I'm running, Alice. I'm running towards you, hold me tight."

Ela apertou o cartão junto ao peito e pegou o celular do bolso, deu graças a Deus por terem criado o Google tradutor. Mas, antes de começar a digitar as palavras para serem traduzidas, fez sinal para que Gabi viesse até ela.

– Pegue as flores e coloque em um jarro. Acho que tem um lá na minha cozinha. Pode colocar o jarro ao lado do caixa, por favor. – Deu as instruções para a funcionária.

– Foi o Miguel quem enviou? – Gabi perguntou, enquanto afundava o nariz no meio das rosas. – Isso é tão romântico.

– Foi ele sim. Não são lindas?

– Hmmm, nunca pensei que um dia iria te ver recebendo flores, ainda mais de um cara tão lindo como ele. – Disse a funcionária, com um riso bobo.

– Que horror, não vai dizer que me acha muito feia pra ele. – Alice se fez de ofendida.

– Claro que não, Alice. Eu te conheço a vida inteira e nunca te vi ter tempo pra ficar flertando. Foram tão raras as vezes que te vi se interessar por alguém, que já estava convencida de que você se tornaria uma solteirona.

– Tá louca, Gabi? Eu não tenho nem 25 anos e você já decretou que vou morrer solteira. Tá amarrado. – Ela deu três batidinhas na madeira da mesa. No fundo, ela queria mesmo era ter alguém que a amasse e cuidasse dela.

– Qualquer um que te conheça como eu, pensa o mesmo. Você vive pra livraria, Alice, mora em cima dela, passa os dias e noites aqui e até os finais de semana são enfiados aqui dentro.

– Faço todo isso pra pagar as contas. E aqui é a minha casa – Ela aponta para o centro da livraria. – Minha vida inteira está aqui dentro, sei a história de cada mancha que tem no chão, conheço cada pedacinho do Literachá como a palma da minha mão. Aliás, conheço melhor do que a minha palma.

O Literachá era muito mais do que uma simples livraria, era sua própria vida. Ela viu sua mãe escolher o local de cada estante, planejar cada pedacinho do local. Viu também sua mãe definhar com o câncer. Nunca vai se esquecer do dia que a encontrou caída no depósito, do desespero e do medo que sentiu. Balançou a cabeça na tentativa de afastar a lembrança e votou a sorrir.

– Vai logo buscar o jarro pra colocar as minhas rosas. Depois falamos sobre isso.

– Nunca se esqueça de que eu só digo verdades, Alice. – Gabi se levantou, contornou a mesa onde elas estavam e subiu as escadas que devam acesso para o apartamento na parte de cima.

Ela pegou o celular pra usar o Google tradutor, mas ele começou a tocar e o nome Miguel acendeu na tela. Sentiu o as atidas do coração ficarem mais fortes e uma ligeira sensação de calor pelo corpo. Mesmo por telefone, ele era capaz de fazê-la se sentir como uma adolescente com o primeiro amor.

– Oi. – Ela disse, atendendo a ligação.

– Oi, o que você está fazendo de bom? – Ele perguntou.

Ela quis com todas as forças responder "pensando em você", mas se conteve. – Organizando as contas do mês. E você? – Ela relaxou os músculos na cadeira.

– Pensando em você, é claro. – Ele riu, ela riu também.

– Se ficar pensando em mim no horário de trabalho, vão te demitir por baixa produtividade. – Alice zombou. Era engraçado como ele despertava um lado brincalhão nela. Era como se ele lhe desse azas para voar, ele fazia ela se sentir livre.

– Pra minha sorte, é meio difícil que minha mãe me demita. Mas se isso acontecer, eu vou pedir emprego pra você. Posso ser seu lavador de copos oficial, olha que maravilha.

– Se você for depender do salário que eu vou te pagar, já fique sabendo que provavelmente irá morrer de fome, ou a justiça do trabalho vai me processar por trabalho escravo.

– Meu Deus, a situação está tão ruim assim? – Ele perguntou preocupado.

Ela olhou para os documentos na sua mesa e para as anotações feitas no Livro Caixa, onde qualquer um, mesmo que não entendesse nada de finanças, veria que a situação estava muito ruim.

– Nada que não possa piorar. – Ela suspirou e deu de ombros, sabendo que se piorasse, teria que aceitar vender o local. Verdade seja dita, era um milagre que o Literachá ainda estivesse em funcionamento. Alguns fornecedores aceitavam dar pequenos descontos em nome dos anos de parceria, mas mesmo assim, o caixa estava no vermelho e ao que tudo indicava, seria necessário usar parte do dinheiro da poupança para manter a livrara nos próximos 2 meses.

– Já te falei que a melhor opção pra você é a venda, mas já sei que isso não é o que você quer. Você sabe que pode pedir minha ajuda, não é? Alice, eu falo sério, te ajudo com o que você precisar.

– Não se preocupe. No final tudo vai dar certo. Aguarde e verá. – Disse desanimada.

– Espero que pelo menos as flores tenham te alegrado um pouco. – Miguel, tentou mudar de assunto.

– Ah, elas são maravilhosas, obrigada. Mas você me sacaneou com o cartão. – Fez voz de ofendida, ao pronunciar as últimas palavras e ele gargalhou do outro lado.

– Eu ia mandar em coreano, mas você provavelmente não conseguiria traduzir. – respondeu. – A não ser que usasse um tradutor. E, mesmo assim, seria difícil para você escrever os caracteres do hangul.

– Era o que estava pretendendo fazer quando você me ligou. – Respondeu, constrangida por ainda não ter traduzido.

– Não traduziu até agora? Não acredito.

– Que tal você me dizer o que está escrito? – Ela pediu.

– Não. – Ele gargalhou. – Você terá que fazer isso sozinha.

– Que maldade, Miguel. – respondeu, olhando Gabi aparecer com o jarro e arrumar as flores dentro dele.

– Pra não me achar tão cruel, almoça comigo amanhã? Prometo que vou me redimir.

Alice demorou alguns segundos para formular sua resposta. Não que ela precisasse pensar se iria almoçar com ele, mas amanhã não seria um dia qualquer. É o único dia do ano em que ela tem vontade de ter um casulo e se esconder lá dentro. Um dia em que suas feridas se abrem e ela sangra. Chora ao ponto de sentir suas pernas perderem as forças. E esse é um momento que ela não gostaria de compartilhar com Miguel.

– Amanhã eu tenho um compromisso muito importante, desculpe. – Se sentiu culpada pela resposta, mas era preciso. – Que tal depois de amanhã?

–Tudo bem, vou te levar em um lugar que descobri essa semana. Tenho certeza de que você irá gostar.

– Vou aguardar ansiosa. – Respondeu.

– Então até depois de amanhã, Alice.

– Até, Miguel. – Respondeu, querendo fazer o momento durar para sempre.

– Alice!

– Oi, Miguel. – Ela sorriu.

– O cartão.

– Vou ler agora. – Respondeu, fitando o cartão sobre a mesa.

Ele desligou.

Fitou o celular por alguns instantes, se sentia feliz por ter Miguel em sua vida. O sentimento que nutria por ele era tão novo, mas fazia-a sentir medo. Como pode alguém ser capaz de fazer com que ela se sinta tão bem, quando tudo está desmoronando? De onde ele veio? Do céu? Seria um anjo enviado pela entidade divina?

A terceira tentativa de traduzir a mensagem do cartão também não deu certo. Quando ela começou a digitar a palavras, Gabi a chamou.

– Você tem visita. – Gabi lhe disse e sumiu para o almoxarifado.

Alice reconheceu a silhueta que se sentou na cadeira à sua frente.

– Você não cansa de vir aqui, Bruno? – Perguntou, colocando o celular no bolso.

– Não, eu gosto de te ver. – Sua voz soou irônica.

– O mesmo babaca de sempre.

– Babaca? Você já conseguiu me ofender com palavras piores. – Retrucou.

– Que sorte a sua, hoje acordei de bom humor.

– Bom humor? Com esses números aqui? – ele pegou o Livro Caixa na mão. – Se esses números negativos te deixam de bom humor, nem quero saber como seria se fossem números positivos.

– Não é da sua conta se meus números são negativos ou positivos. Se não veio comprar algum livro, nem tomar alguma bebida, por favor, já pode sair pela mesma porta que você entrou.

– Não seja por isso, quero um chá gelado de hortelã. – Ele tentou sorrir, mas ela simplesmente o ignorou, levantou e foi em direção ao balcão.

Ele a seguiu.

– Mel? – Ela perguntou.

– Duas colheres. – Respondeu pegando alguns documentos de dentro de uma pasta. – Refiz a sua proposta.

– Não quero saber. – Ela colocou xarope de hortelã em uma coqueteleira.

– Não estou pedindo a resposta agora. Só quero que veja e analise. – Ele colocou o envelope parto sobre o balcão.

– Não vou nem me dar ao trabalho de olhar, Bruno. – Ela olocou as duas colheres de mel na coqueteleira e começou balança-la.

– Todos os morados já venderam. Agora só falta você. Larga de ser orgulhosa, poxa. Vende, pega a porra do dinheiro e vai ser feliz.

– Bruno, pela milionésima vez. Não quero vender. – Colocou o liquido dentro de um copo grande e o tampou, colocando um canudo e entregando pra ele.

– Olhando aqueles números ali. – Ele apontou para onde estava o Livro Caixa. – Não é uma questão de querer vender, agora já virou uma necessidade e você sabe muito bem que eu estou certo. – Ele pegou o copo das mãos dela.

Era difícil admitir, mas ele estava certo.

– Eu posso pedir um empréstimo. – Tentou argumentar.

– Mais um? Você não está pagando nenhum dos empréstimos que fez nesses últimos anos, como espera conseguir outro? – Ele lhe entrega o cartão de crédito e ela finaliza o pagamento do chá.

– Vou dar um jeito. – Devolveu o cartão pra ele.

– Bem, não vim aqui pra discutir com você. Vou deixar a proposta aqui e você olha se quiser. Eu no seu lugar iria pelo menos olhar.

Ele se levanta, empurra o envelope para perto dela e caminha em direção à porta. Antes de sair, vira pra ela.

– Alice. – ele chama.

– O que foi agora. – Ela bufa zangada.

– Sobre amanhã, não se culpe. Não foi culpa sua. – Ele saiu antes que ela pudesse responder.

Não foi culpa dela, de fato não foi. Mas culpa é algo que se sente e não se controla. Sentiu quando as lágrimas começaram a embaçar sua visão.

– O que aquele idiota fez agora? – Perguntou Gabi surgindo pela porta do almoxarifado.

– Por incrível que pareça desta vez ele não fez nada. – Ela enxugou as lágrimas. – Fique aqui pra mim, preciso fazer umas coisas lá em cima.

– Não se preocupe chefinha. Não é como se a livraria estivesse lotada, pode deixar que eu me viro aqui.

– Obrigada, eu já volto.

Alice subiu as escadas correndo, abriu a porta do apartamento e marchou em direção ao quarto. Jogou-se na cama, afundando a cabeça no travesseiro.

– Ahhh, vida cruel. Querido Deus, se existe uma próxima vida, por favor, não me deixe existir nela, já chega de sofrer.

O cartão! Ela se lembrou do cartão. Virou de bruços, levou uma mão no bolso, pegando o celular e o cartão, digitou as palavras em inglês no Google Tradutor e leu as doces palavras de Miguel.

"Durante muito tempo, as luzes do meu coração permaneceram escuras. Você chegou como um raio de sol, iluminando meu mundo. Meu coração bate de novo e estou correndo, Alice. Estou correndo em sua direção, me abrace apertado".

Primeiro ela riu. Depois se empertigou. Riu outra vez, desta vez de forma bem larga. Sacudiu as pernas na cama. Olhou para o teto e suspirou.

– Querido Deus, retiro o que falei anteriormente. Se existe uma próxima vida, por favor, me deixe conhecer o Miguel outra vez.

Miguel ainda não sabe, mas é ele o raio de sol na vida de Alice. É o coração dela que está batendo outra vez e é ela quem precisa ser abraçada para não cair.


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