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Capítulo 7 - Picture In My Head

Há quem diga que existe uma linha tênue entre o amor e o ódio. Há Também quem diga que o amor tem o poder de curar as feridas mais profundas da alma. Bruno nunca soube qual destas correntes deveria seguir, apesar de sempre ter se perguntado qual o real motivo para esse tipo de discussão. A única certeza que tinha na vida era o tamanho do seu amor por Alice.

Há alguns anos atrás, quando estavam os dois vivendo o auge da adolescência, nunca se esqueceu do dia em que seus olhos cruzaram-se se pela primeira vez. Era o início do ano letivo, ambos estudavam na mesma classe do segundo ano do ensino médio. Alice havia sido contemplada com uma bolsa integral de estudos, detalhe que ela escondeu por muito tempo, uma vez que os bolsistas sofriam com preconceito por parte dos alunos abastados.

No dia que se conheceram, Bruno tinha sido deixado na porta do colégio pelo motorista de sua mãe, ela nunca teve tempo para comparecer a qualquer evento ou data importante da vida escolar do filho, contudo, sempre cobrou boas notas. Para Shin-hye, seu filho tinha que ter excelentes notas para que Carlos Roberto o enxergasse e parasse de compará-lo ao filho que morava no exterior.

Bruno caminhava em direção aos amigos que estavam sentados no pátio, quando notou um rosto novo caminhando em sua direção. Diferentemente das outras meninas, que usavam uniformes recém-comprados, esta que vinha em sua direção usava claramente o uniforme de segunda mão. A menina foi rapidamente notada por sua rodinha de amigos que não mediram esforços para humilhá-la.

– Ei moça do brechó. – Gritou Ricardo, melhor amigo de Bruno. – Aqui não é museu não.

O apelido pejorativo se tornou permanente para o longo do ano, a moça abaixou a cabeça e passou por Bruno, secando uma lágrima que brotava em seus olhos. Ele ficou imóvel. Normalmente, esse era tipo de comentário que ele faria, sendo o "líder" do grupo, era quase seu dever, ser arrogante e petulante, mas algo na novata o fez perder totalmente a vontade de agir como um imbecil.

Naquele mesmo dia, na primeira aula, a aluna nova se apresentou como Alice e se sentou em uma carteira em frente à de Bruno. Os cabelos castanhos dela ficavam sobre parte da mesa dele, fazendo-o sentir uma vontade descontrolada de tocá-lo. Deu graças a Deus quando o alarme do intervalo tocou. Saiu em disparado de sua carteira, trombando no livro de Alice, que estava na beirada da mesa dela. O livro assim como o caderno, caiu á duas carteiras de distância. Em choque, Bruno não os pegou, envergonhado e querendo desaparecer da face da terra, passou por cima deles e seguiu para o pátio.

– Idiota! – Alice gritou, mas ele nem se deu ao trabalho de retrucar. Ela juntou material do chão e se encolheu na carteira.

Algumas semanas depois, as coisas não melhoraram nem um pouco. Ricardo e os demais continuavam a importuná-la. Bruno permanecia calado, consentindo com o bullying constante. Ela era a única pessoa com quem ele mesmo não implicava.

Já haviam se passado três meses desde o início das aulas, quando um dos bolsistas estava voltando da biblioteca. Ele caminhava segurando alguns livros de matemática, quando sentiu alguém dar três tapinhas nas suas costas e empurrá-lo contra a parede.

– Vocês não se cansam de viver de caridade? – Bruno perguntou de forma sarcástica ao bolsista, que arregalou os olhos e se arrependeu de ter saído de dentro da biblioteca.

– Me deixa em paz. – Disse o pobre garoto, tentando se desvencilhar das mãos de Bruno.

– Gente como você me dá nojo. – Respondeu, jogando os livros do garoto no chão.

– Ei! – Alguém gritou. Bruno levou um milésimo de segundo para reconhecer a doçura daquela voz. Soltou o rapaz que estava encurralado na parede e se virou para Alice, que o fitava furiosa.

– Quer ficar no lugar dele? – Bruno indagou.

– Vê se cresce Bruno. – respondeu, pegando os livros do garoto do chão – Vamos, Gustavo. – Ela segurou o garoto pelo braço e o puxou para outra direção.

Bruno odiou o fato de que ela o viu encurralando alguém. – Merda! – gritou, dando um chute na lixeira, que estava ao lado do bebedouro do corredor.

Depois daquele dia, Bruno evitou olhá-la nos olhos, mudou de carteira e passou a sentar-se no fundo da sala, já que o impulso de pegar os cabelos dela já estava deixando ele louco. Ele tinha 16 anos. Era quase impossível controlar seus instintos.

Certo dia, disse para Shin-hye que iria fazer um trabalho na casa de um amigo de escola e que não seria necessário que enviasse o motorista para lhe buscar. Esperou pacientemente pelo fim da aula e seguiu Alice. Viu quando ela virou a esquina e entrou em uma livraria colorida. Ficou um tempo esperando para que ela saísse o que não ocorreu. Ele esperou por mais de meia hora e nada dela aparecer. Já era noite quando ele se cansou e foi para casa. Se arrependeu de ter voltado, já que naquela noite ficou sabendo que seu irmão estava no Brasil, o que estava deixando Shin-hye à beira da loucura.

Saber que Miguel estava no Brasil lhe causou dor de cabeça. Desde o dia em que se mudou para a casa de Carlos Roberto, ele era obrigado a conviver com os surtos de sua mãe e a constante pressão de ser o filho perfeito para seu padrasto. Mas naquela noite, quando sua mãe lhe contou que Miguel estava com o pai em um hotel, Bruno sentiu o mundo inteiro girar. Shin-hye, que lhe forçava a estudar horas a fio toda noite e concordar com tudo o que Carlos Roberto lhes dizia, passou a noite inteira bebendo. Foi ele quem encontrou a mãe dormindo no carpete da sala com uma garrafa de whisky ao seu lado e suas roupas cheias de vômito.

– Maldita seja essa família. – Esbravejou enquanto limpava sua mãe e a ajudava a ir para o quarto.

O único momento em que não se perdia nos pensamentos de sua família conturbada era quando via o sorriso de Alice, mesmo sendo de longe. Ela era um balsamo. Por uma semana ele a seguiu. Até que em um sábado ele ficou inquieto, tomado por um desejo enlouquecedor de vê-la, foi até livraria respirou fundo e entrou no local aonde ela sempre ia aos finais de tarde. Sentir o seu coração parar quando viu o sorriso de Alice no balcão, ela ria olhando para o livro em suas mãos.

–Seja bem-vindo. – Ela disse, fechando o livro e virando em direção a Bruno. Seu sorriso desapareceu quando notou que era ele. –Ah, é você. Em que posso lhe ajudar ?

– Hum. Vim comprar o livro para minha mãe. – Foi a única desculpa que ele foi capaz de arranjar.

Alice o fitou por um instante, incrédula ao notar que ainda não havia notado como ele era bonito. Ele estava vestido uma gola polo branca e um jeans azul, bem diferente do universo escolar a qual ela estava acostumada a vê-lo.

– Que tipo de gênero ela prefere? – Perguntou.

– Romance. –Respondeu, se dando conta de que não fazia a menor ideia de qual era o gênero de leitura de sua mãe. Ele nem tinha certeza de que ela gostava de ler ou não.

– Por aqui. – Ela disse, saindo de trás do balcão e contornando a parte central da livraria. Ele a seguiu, até que Alice apontou para a prateleira de madeira onde ficavam os romances estrangeiros.

– Você pode escolher qualquer livro desta instante aqui. Naquela outra ali – Apontou para uma prateleira azul marinho. – Estão os romances nacionais. Os preços ficam na parte de trás. – Pegou um livro da estante e mostrou o preço para Bruno.

– Obrigado. – Agradeceu, pegando um livro e lendo a sinopse.

– Não há de quê – Ela respondeu.

Alice voltou para o balcão, onde um cliente chegou para pedir um café.

Desde aquele dia a rotina de Bruno mudou completamente, durante a semana ele era arrogante e dono da razão, mas evitava Alice a todo custo na escola. Contudo, aos sábados quando não havia ninguém para julgá-lo, ia até a livraria com a desculpa de que sua mãe precisava de um livro novo, outras vezes simplesmente dizia que queria um café.

Ice Americano. – pediu para Alice no balcão.

Ela já não o olhava com desconfiança, tratava-o da mesma forma como os demais clientes do local. Mas na escola o evitava, assim como ele fazia com ela.

Lice! – Uma senhora de aparência frágil com um lenço na cabeça apareceu de repente, vindo da parte de trás de livraria.

–Oi, mãe. – Ela respondeu, colocando o café sobre a mesa de Bruno.

– Vou ao hospital, por favor, feche tudo às 18 horas. – Disse a senhora.

– A senhora está bem? – Ela quis saber.

– Não se preocupe. Não é nada que você deva se preocupar, é só aquela falta de ar que voltou novamente. – A senhora sorriu, mas Bruno foi capaz de perceber que o sorriso era forçado.

– Pode deixar que eu tranco tudo, mãe vai com Deus. – ela respondeu.

Sua mãe lhe deu um beijo na testa e saiu. Alice enxugou uma lágrima e virou de costas para Bruno.

– Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou, levantando-se e colocando uma mão no ombro dela. O contato dos dedos dele no ombro dela fez seu coração disparar e ele foi tomado por uma súbita vontade de protegê-la

– Câncer. A minha mãe tem câncer. Ela finge que está bem, mas eu sei que ela está ficando cada dia pior.

Bruno sentiu uma estranha necessidade de abraçá-lo, mas se conteve.

– Ela não faz tratamento? – Indagou a ela, que tentava conter algumas lágrimas que insistia em brotar em seus olhos. – Sinto muito Alice. – Ele deslizou a mão que estava no ombro dela. – Tem algo que eu possa fazer?

–Infelizmente não. A não ser que você seja capaz de fazer um milagre. – Ela sorrio, mas de forma triste.

– Não cheguei a esse ponto de evolução humana.

– Que pena você seria muito útil. – Ambos riram.

Agora, anos depois. Bruno olha as notas promissórias em suas mãos e se dá conta de que a vida toda ele esteve no limite do amor e do ódio.

– Faça como de costume. – Disse, entregando as promissórias para a sua secretária. – Peça os recibos, não se esqueça deles, por favor.

– Sim senhor. – Ela respondeu saindo o mais rápido possível deixando-o sozinho

Ele fitou os documentos em sua mesa. Estava pronto para ir novamente ao Literachá. Estava disposto a melhorar o valor de sua proposta da compra da propriedade. Desta vez ele tinha certeza de que ela não negaria. Os dados estavam lançados e as cartas seriam dadas. O jogo estava prestes a começar.


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