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Capítulo 12 - Alone Again


Maldito telefone, tinha que tocar justamente agora?

– Alô. – Diz Miguel, irritado, enquanto Alice atravessa a rua correndo. Ele estende a mão na inútil tentativa de fazê-la parar.

– Miguel. – É sua mãe, do outro lado da linha. – Preciso que você volte com urgência. – Diz ela.

– Mãe, estou no meio de algo importante. – Ele pensa em desligar, mas as palavras de sua mãe o impedem de ter qualquer outra reação que não seja ouvir tudo o que ela tem para falar.

– Seu avô sofreu um acidente e está em coma. – Miguel escuta com atenção. – Preciso que venha o mais rápido que puder.

Dos muitos valores de Miguel, um deles era a sua lealdade pela sua linhagem. Seu avô, Wang Dae, o patriarca de sua família coreana, era sem sombra de dúvidas um exemplo a ser seguido. O problema era a fortuna, que é cobiçada por familiares distantes e acionistas da empresa de telecomunicações. Miguel sabia que não teria como ignorar o pedido de sua mãe e agora, mais do que nunca, ele precisava honrar o sangue que corre em suas veias.

– Preciso de dois dias, omma. – Disse ele, caminhando em direção ao próprio carro e sentindo o peso da responsabilidade cair sobre os seus ombros. Uma desgraça nunca vem só, ela sempre vem trazendo um secretário a tira colo.

– Tudo bem, filho. Mas ao invés de vir pra casa, embarque direto para Seul. – Diz ela. – Estarei embarcando amanhã de manhã.

Ele se despede da mãe e entra no carro, ligando o automóvel e dirigindo em direção ao Literachá. O caminho, que não é longe, desta vez parece mais distante do que normalmente é. Talvez seja o desespero pela reconciliação e o medo de perdê-la, mas suas mãos estão trêmulas e ele está visivelmente nervoso.

Estaciona na primeira vaga que encontra, desce do carro e corre em direção à Livraria, topando Gabi pelo caminho e a ignorando completamente. Miguel corre entre as estantes enfileiradas, mas Alice não está nos corredores.

– Cadê ela? – Pergunta para Gabi, que observa tudo sem dizer nada. Ela já havia notado que algo estava errado só por ver como Alice chegou há alguns minutos atrás.

– Ela subiu, Miguel. – Respondeu, colocando alguns livros sobre o balcão. – Ela parecia bem irritada.

Ele então vai até a porta de acesso as escadas e tenta abri-la. Mas ela está trancada por dentro.

– Alice! – Ele grita. – Abre a porta, por favor. – Ele começa a bater desesperadamente na madeira.

Nenhum único ruído ecoa do outro lado da porta, apenas o silencio fantasmagórico, um arrepio sobe pela espinha de Miguel. Ah, Alice, abre essa porta, por favor. Sua mente não para de implorar e sua voz continua chamando por ela.

– Alice, me deixe explicar. – É quase um choramingo. Ele estava perdendo a mulher que ele ama? É o velho ditado, a mentira tem perna curta.

– Não sei o que você fez, mas se ela trancou a porta. – Gabi dá de ombros. – Ela não vai abrir Miguel. Melhor dar um tempo e esperar ela se acalmar.

Tempo, exatamente o que Miguel não tem no momento. Ele pega o celular e liga pra ela, mas a ligação vai direto para caixa de mensagem. O desespero começa a percorrer o corpo dele.

– Miguel, não adianta. Ela não vai te atender. – Gabi conhece Alice o suficiente pra saber que, somente depois de chorar e espernear, sua raiva passa e ela volta ao juízo perfeito.

– Por favor, pede pra ela me ligar. – Fala cabisbaixo e sai da livraria, dando uma ultima olhada pra trás.

O coração dói, amar é difícil demais e Miguel desconhece essa sensação que está deixando-o tão desconfortável. Foi para o trabalho, fazendo tudo de forma automática, recebendo fornecedores e fazendo alguns ajustes para deixar a empresa preparada para sua viagem, mas sem nunca tirar os olhos do celular. Porém, ele não tocou nenhuma vez.

O relógio na parede marca 16 horas, ele pega o celular e liga para o pai. Precisa contar que está indo para Seul e que não sabe quando irá voltar.

– Como assim? – A voz de Carlos Alberto ecoou do celular para os tímpanos de Miguel, que fecha os olhos ao imaginar a expressão de indignação do pai. – Agora que finalmente resolvi te dar uma oportunidade para fazer parte da empresa, você vai correr pra ajudar a sua mãe?

Ouvir essas palavras faz algo se quebrar dentro de Miguel. Em um único dia, ele teve nas mãos tudo o que desejou em sua vida, e em seguida, foi-lhe arrancado tudo de uma vez. A mulher que ele ama e o respeito de seu pai. Ele ficará sozinho outra vez?

Appa. – Diz ele. – Eu preciso resolver as questões da empresa do meu Aboji.

– Eu realmente pensei que poderia contar com você desta vez, Miguel. – Carlos Alberto tem a voz grave e firme. – Mas você continua o mesmo mimado e egocêntrico de sempre. – Miguel sente o coração dar uma batida lenta. – Bruno continua sendo a melhor opção para gerir a minha empresa.

– Pai. – Diz ele em português. – Eu nunca disse que queria a sua empresa. – Mentiu, tentando manter um resquício de orgulho. – Nunca te pedi nada. Acho que já deixei isso bem claro, quando disse que não queria saber do seu desafio de tentar comprar o terreno para a construção do balcão. – Ele sente todo o ódio que nutriu ao longo dos anos percorrer em suas veias. – Nunca te pedi nada, Appa.

Nunca pediu nada, que não fosse o mínimo de amor. Aquele tipo de amor que seu pai lhe dava quando eles ainda eram uma família. Não o amor que supostamente passou a existir depois que ele foi embora com sua mãe.

– Que bom que nunca pediu, Miguel. – Responde o pai. – Vamos encerrar essa conversa por aqui. Tenho mais o que fazer.

A ligação foi encerrada e o silêncio pairou no ar. Miguel se recostou em sua poltrona e encarou o retrato de sua mãe sobre a mesa. Seu cabelo preto pendia sobre os ombros, os olhos vivos e sem pálpebras duplas estava semi serrados por estarem em um rosto que esbanjava um sorriso. Sentiu saudade de casa, do colo de sua mãe e de suas palavras de consolo.

Pegou o celular e discou o número de sua mãe, mas a ligação foi direto para a caixa postal. Tentou ligar para Alice, mas também sem sucesso. Talvez fosse melhor assim, dar um fim a tudo o que tentou criar no Brasil, fugir é sempre a melhor solução, principalmente quando se tem tudo quebrado em milhares de pedaços. Para Alice, talvez seja melhor que não tenha dado certo para os dois, assim, ela não teria que lidar com os seus problemas familiares, ela merecia muito mais do que isso. Quanto ao Bruno, que ele fique com a empresa, já que para Carlos Alberto, ele sempre foi a melhor opção.

Olhou para o relógio e notou que já estava quase no final de expediente de sua secretária. Levantou-se e dando passos largos, foi até a recepção.

– Poderia me fazer à gentileza de verificar se tem voo para Seul amanhã de manhã? – Perguntou para Fabiana, sua secretária.

– Desculpe, mas a sua mãe já me avisou que marcou seu voo para depois de amanhã. – Disse ela. – Não precisa se preocupar que já resolvemos tudo.

– Não. – Disse ele, com o tom de voz um pouco mais alto do que o esperado. – Tente remarcar pra amanhã.

– Sim, Senhor. – Respondeu, pegando o telefone e ligando para o aeroporto.

– Estou indo pra casa. Avise-me se conseguir. – Disse ele, indo em direção à posta.

– Ok. – Respondeu ela, com a mão cobrindo o microfone do telefone.

Miguel sai do escritório e vai para casa. No caminho, passa devagar em frente ao Literachá, com a pequena esperança de ver Alice uma ultima vez antes de ir para Seul. Mas para completar a sua falta de sorte, não viu ninguém. Seu celular vibra no bolso, quando ele o pega, nota que é uma mensagem de Fabiana com os dados do seu voo remarcado. Miguel joga o celular no banco do carro e acelera, virando a esquina e seguindo até o seu apartamento. Sobre as escadas correndo, entra pela sala e segue para a sacada do prédio, onde ele se senta no chão e deixa o sentimento reprimido, fluir como água. De qualquer forma, amor foi algo que ele não recebeu, abomina estar sentindo que o mundo está ruindo aos seus pés, ele odeia saber que tem que agir como se nada estivesse acontecendo, seu coração dói e ele está sozinho novamente.

Então, ele chora de raiva do pai, de amor por Alice, por inveja de Bruno, de preocupação com seu avô e pelo simples fato de querer ter uma vida normal, assim como as outras pessoas que ele sempre observa no seu dia a dia. Amar é difícil, viver em meio ao caos é pior ainda. Mas o caos está no mundo, na vida... Ou no próprio coração de Miguel?

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