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Capítulo 1 - Across The Ocean



Miguel tivera uma noite insone. Sua viagem de retorno ao Brasil havia durado 32 horas, com três conexões e mais 6 horas na espera de sua bagagem, que havia sido extraviada. Sentado no saguão do hotel, lembrou–se da única vez que esteve no Brasil para visitar seu pai, há seis anos. Suas lembranças dos poucos dias que estivera com seu pai não são as melhores, o velho e rancoroso Carlos Roberto deixou bem claro que tinha mais consideração por Bruno, seu enteado, do que por Miguel, que havia ido para os EUA quando tinha 5 anos. Com o divórcio dos pais, sua Mãe o levara para o exterior, onde abriu uma empresa de representação e por lá se estabeleceram com uma vida tranquila e confortável.

Olhando para as portas giratórias da recepção, lembrou–se da frase que seu pai lhe dissera seis anos atrás, naquele mesmo lugar.

– Miguel, você não deveria ter vindo. Teria sido muito mais fácil se você nunca tivesse retornado. – Dissera Carlos Roberto, enquanto dava–lhe as costas e seguia para o estacionamento. Fazendo Miguel chorar escondido. Ele havia esperado por quatorze anos para reencontrar seu pai, na esperança de que ele lhe pedisse para ficar no Brasil, mas tudo o que encontrou foi o desprezo e a certeza de que para Carlos Roberto, seu único filho era o enteado Bruno.

Agora, cinco anos depois, ele retorna ao Brasil como Diretor da V & J Representação, principal filial da empresa de sua mãe, que vem sofrendo com a crise que atingiu as empresas de representações com contratos de exportações. Formado em Gestão Empresarial Com Ênfase no Comércio Exterior, sua mãe confiou a ele o trabalho de reestabelecer as estruturas da filial.

O relógio do saguão marcava 18h45min, ele estava demasiadamente cansado, mas com toda agitação das ultimas horas, sentia–se inquieto. Resolveu dar uma volta pela cidade e tentar se acalmar, seria bom respirar os ares dos quais estaria fazendo parte por um longo tempo. Pegou seu smartphone, conectou os fones e deu play em sua playlist, fazendo Across The Oceans pulsar em seus ouvidos.

https://youtu.be/DDEc4N-x_DI

... Search across the oceans

For who you are been lost for too long

Searching for a secret

In coming home we find we have what we need...

Imerso em seus pensamentos, Miguel não percebeu que um incidente aconteceria em poucos segundos. Ao virar à esquina, fora atingido em cheio pelo corpo de alguém que vinha correndo, fazendo com que Miguel caísse por cima daquela pessoa.

Por alguns instantes o mundo parou, Miguel deu–se conta de que havia caído sobre uma pequena jovem de cabelos curtos, seus olhos se prenderam aos dela, fazendo com que ele engolisse em seco e seu coração bater acelerado, como uma turbina de um avião, ele estremeceu.

– Hey, você não olha por onde anda? – Gritou a moça debatendo–se, presa sob ele.

I'm sorry. Oh, me desculpe – Dissera ele, enquanto levantava envergonhado. Dando graças a Deus por ninguém ter visto aquela cena.

– Era só o que me faltava. Esses estrangeiros pensam que são superiores. – ela resmungou baixinho, levantando–se e batendo as mãos pelo corpo na tentativa de limpar–se.

– Perdão, o que disse? – Miguel não havia entendido o que ela acabara de resmungar. Estava envergonhado, acabara de chegar ao Brasil e já estava se metendo em confusão, o que de certa forma o vez achar graça da situação.

– Nada não. Estou muito atrasada... Preciso ir... – E ela saiu correndo, deixando Miguel para trás.

Que mulher estranha, pensou ainda estarrecido com a situação. Riu por alguns instantes e prosseguiu com sua caminhada solitária.

Horas depois, de volta ao hotel, revisou sua agenda, pensou sobre o almoço que teria com seu pai no dia seguinte, sentia–se nervoso. Não era um nervoso de ansiedade, era de raiva e um pouco de decepção.

Seja o que Deus quiser...

Na manhã seguinte, seu corpo sentia o cansaço da viagem, os ombros latejavam por causa do impacto contra o corpo da pequena jovem na noite anterior. Respirou fundo e levantou–se vagarosamente, indo até seu nécessaire pegar um relaxante muscular. Depois, de banho tomado, vestiu uma calça jeans e uma camisa social azul clara, com as mangas dobradas até quase a altura dos cotovelos.

O café da manhã foi servido em seu quarto às 07h15min, comeu apenas uma fatia de pão e uma xícara de café sem açúcar, herdara os mesmos costumes de sua mãe.

– Um café forte e uma fatia de pão, isso basta para uma manhã produtiva. – Lembrou–se da frase de sua mãe.

Dez minutos depois já estava no taxi a caminho da filial, aproveitou o tempo que gastaria no trajeto para revisar alguns documentos, separando os que julgava serem os urgentes dos que poderiam ser revisados mais tarde. Notou que alguns lançamentos nas planilhas não condiziam com os documentos que sua mãe lhe mostrara há alguns dias.

Chegando em seu novo local de trabalho, fora recepcionado pela secretária, que muito sorridente, logo foi se apresentando.

– Oi, sou a Fabiana, sua secretária. – Ela estendeu a mão para cumprimentá–lo, que educadamente retribuiu apertando sua mão em resposta. – Tudo bem se eu falar em português ou prefere em inglês? – perguntou ela, ficando confusa com o idioma.

– Em português, por favor. Eu entendo bem, não se preocupe. – Ele sorriu, tentando ser gentil. Uma das coisas que sentia falta enquanto estava nos EUA era ter pessoas falando em português, e agora que estava em seu país natal, não iria perder essa oportunidade.

A manhã passou de maneira rápida, Fabiana lhe apresentou aos demais funcionários e mostrou–lhe o funcionamento de todos os setores da empresa. Deixando–o surpreso com o tamanho das instalações e como toda aquela estrutura estava dando um gasto desnecessário, já que boa parte dela não estava sendo usada por causa da diminuição das contratações.

O telefone da sala de Miguel tocou, era Fabiana lhe avisando que o motorista enviado por Calor Roberto estava aguardando–o. Estranhou, já que não havia solicitado o motorista, mas como cavalo dado não se olha os dentes...

A fúria é um negócio complicado de se explicar, primeiro vem o susto, depois a raiva e por ultimo, uma vontade absurda de gritar. Miguel estava estarrecido, não era seu pai quem o esperava no restaurante, e sim Bruno, que exibia um largo sorriso nos lábios. Sua vontade era de dar meia volta e sair daquele lugar, mas como poderia fazer isso, se tinha jurado não se deixar abater pelas intrigas de Bruno?

– Ora, vejam só. Miguel, como você mudou desde a última vez que nos vimos. – Riu sarcasticamente – Você finalmente se parece com um homem de verdade, irmãozinho.

– Sarcástico como sempre, não é Bruno. – Miguel reprimia a raiva que crescia em seu interior. – Cadê o meu pai?

– Ele teve que cuidar de um assunto que surgiu ontem à noite e não teve como vir almoçar com você, por isso me enviou representando–o. – Fez um gesto com as mãos, indicando para Miguel que ele deveria se sentar.

Durante o almoço, Bruno fizera questão de mostrar para Miguel que era ele quem gerenciava a maior parte dos assuntos da empresa de Carlos Roberto. Miguel sabia que essa era a maneira que Bruno tinha de deixar claro que outro galo não iria ciscar em seu terreiro, mesmo sabendo que o verdadeiro dono do terreiro era outro, o próprio Miguel.

Nosso pai deseja comprar os imóveis daquela quadra que fica nos fundos do depósito principal, mas alguns moradores se recusam a nos vender. – Bruno fizera questão de destacar o "nosso". – Uma das moradoras é a que mais está nos dando trabalho, deixando bem claro que nenhum dinheiro vai fazê–la deixar aquele local.

– Ninguém se mantem com esse pensamento quando se trata de valores muito altos. – Miguel retrucou, enfiando um pedaço de cenoura na boca.

– Você diz isso por que não conhece a figura. – Já oferecemos R$ 500.000,00 para que ela nos venda a propriedade, mas ela diz que nenhuma moeda paga o valor sentimental que existe naquele lugar. Uma pequena livraria, que não tem muitos clientes, passa mais tempo vazia do que com pessoas comprando. O que poderia ter de tão especial naquele lugar? Nada, não consigo imaginar nada. – Bruno parecia estar falando mais consigo mesmo do que com Miguel, que também não estava muito interessado na conversa.

Terminado o almoço, Miguel preparava–se para chamar um taxi, quando Bruno lhe ofereceu os serviços do motorista.

– Não precisa, tenho que ir até a imobiliária do tio Augusto, pode deixar que eu chamarei um taxi. – Miguel estendeu a mão como sinal de despedida.

– Olha só, que coincidência! Estou indo para o mesmo bairro da imobiliária, tenho que levar outra proposta para os moradores das propriedades que te falei, ficam no mesmo bairro.

"Shit!" Que grande merda – Pensou Miguel, agora não haveria desculpa para não aceitar a carona.

Quem observava os dois, poderia jurar que realmente eram irmãos, não pela semelhança, mas pela maneira como Bruno sorria para Miguel, que tentava de todas as formas não cair nas indiretas que recebia do enteado de seu pai. O que nosso querido protagonista não sabia, é que sua vida regrada, saudável e tranquila, estava para ter uma mudança radical.


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MIGUEL

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