10:Sera que as coisas podem piorar mais?
ZENON
Já fazia exatos 15 minutos que a sala estava em silêncio. Por algum motivo que desconheço, Saphira estava pensando na proposta do meu pai.
Ela estava tão indignada com esse absurdo quanto eu. Não entendo por que não bate o pé e diz de uma vez que não vai aceitar essa loucura. Não posso e não quero ela trabalhando junto comigo. E o porquê disso?
Assim que Amélia chegou, notei que ela não gostou da Saphira. Ela está implicando o tempo todo com a pirralha. Quando chamou Saphira de criança fiquei com muita raiva. Apenas eu posso chamar ela de criança ou de pirralha. É minha pirralha! Porra! Terei que conversar com Amélia, ela não pode confundir as coisas.
Minha reação com o insulto da Amélia foi defender a Saphira e quando vi que Geórgios também a defendeu e ela retribuiu com um sorriso lindo pra ele e não pra mim, fiquei puto. Nessa hora percebi que não poderei levá-la pra cama como pretendia. E assim desisti.
A coisa é mais séria do que imaginava! Eu devo ter algum problema mental. Não posso acreditar... Fiquei com vontade de socar a cara do meu amigo. Me senti ofendido quando a mãe de Saphira idolatrou Geórgios, como o genro perfeito para ela. Eu também já tinha ficado na casa deles e eles também me conheciam. Por que eu não posso ser genro deles? Geórgios tinha a mesma idade que eu. O que o tornava mais especial do que eu? Talvez o fato que você foi um idiota com a filha deles?, minha consciência insiste em me lembrar de quão idiota sou.
Me orgulhei quando meu pai disse que eu também era um bom partido para Saphira e, por alguns segundos, me permiti aceitar essa porra de sentimento que tenho abafado desde o primeiro dia que a vi.
Mas Saphira logo fez questão de acabar com esses pensamentos dizendo que ela tinha direito de escolher o cara perfeito para ela e ele não estava naquela sala. Fiquei feliz, pois isso significava que Geórgios não era o cara, mas também significava que não era eu. Ela me odeia e diferente de mim, o beijo para
ela não significou nada.
Fiquei estranho depois que beijei-a há algumas horas. Está difícil de segurar esse turbilhão de sentimentos. É algo desconhecido pra mim. Ela desperta em mim coisas que nunca senti. No mesmo tempo que quero fodê-la até ela perder os sentidos, também quero me afastar dela. Algo me diz que estarei perdido se experimentar desse anjo do pecado. Mais fodido do que já estou.
Pensando em afastá-la de mim, acabei estourando quando meu pai falou desse acordo que ele fez com o senhor Kanisck.
Fui pra cima dela. Falei coisas que não queria dizer e acabei ouvindo o que não queria. E que saber? Suas palavras doeram mais do que eu poderia imaginar.
Desde esse momento estou calado sem falar nada, mas tenho que tomar uma atitude. Tenho que fazer algo. Não posso ficar muito tempo perto dela, ela tem que negar esse pedido de seu Frederick, se não estarei perdido.
Porque se ela... em algumas horas na minha casa, eu já agarrei e beijei sem pensar, imagina passar dias, horas e minutos trabalhando ao seu lado sentindo seu cheiro olhando pra quela boca carnuda! Porra! Não quero nem pensar, se não terei que tomar outro banho.Então coloquei a máscara que uso há anos para me afastar desse sentimento e chamo sua atenção.
— Pirralha, responda logo. Tenho uma namorada a minha espera na sala — falo pra ela despertar e ela me olha como se quisesse me matar. Mas em fim responde.
— Sim, papai. Aceitarei por você. Mas tenho algumas exigências.
— Era só que faltava. Quer acabar com minha vida e ainda faz exigência.
— Zenon... — Ela respira fundo e fecha os olhos como se estivesse a procura de controle e continua: — Eu não sei porque pensa que estou aqui pra acabar com sua vida. Mas vamos deixar algumas coisas claras aqui: estou aceitando pelo meu pai. Tenho meus motivos para isso. Minhas exigências são simples. Trabalho no meu ponto de vista e é uma coisa muito séria, então eu exijo respeito. Se tenho a mesma porcentagem das sociedade, não quero ser diminuída. E senhor Enzo... — vira-se e olha para meu pai. — Cada desenho que eu fizer, quero que passe por sua mão e de meu pai também. Mesmo eu assumindo esse cargo, quero que meu pai esteja consciente do que está acontecendo. Também quero poder contar com a ajuda de Geórgios como meu assessor. Irei precisar de um.
— Geórgios é meu assessor! — digo indignado. Uma porra que irei deixar ele ser assessor dela. Ela me ignora por completo e continua.
— Apenas até minha Amiga Alice chegar aqui. Ela virá em um mês. Só mais uma cois, pai... Não tenho experiência, então precisarei de ajuda. Gostaria que vocês dois que tem mais experiência me auxilie, e não Zenon. E eu exijo respeito da parte do Zenon. Não sou mais criança e espero ser tratada como sua sócia,já que é isso que os senhores querem, e não como uma criança — ela fala com autoridade.
— Exigências aceitas — disse meu pai, que se virou para mim e disse: — Filho, Saphira tem toda razão. Não dá para ficar num ambiente onde as pessoas não nos respeitam. Então te peço que a partir de hoje respeite Saphira e pare de implicar com essa mulher. Porque é isso que ela é.
Já estava perdendo o controle antes, imagina agora que meu pai está do lado dela. Ele sempre esteve do meu lado, sempre me defendeu de tudo. Então essa pirralha chega, e ele a defende. Ela está acabando comigo, destruindo todas as barreiras que construí. É muito errado o que sinto. Preciso me afastar urgentemente. Mas talvez se eu fizer o que estão me pedindo e tratar ela bem, essa obsessão por essa pirralha passe, afinal, isso é só obsessão certo? Então tratando ela bem, irei tirar essa cisma da minha cabeça, já que tratando mal não adianta... É isso, irei tentar!
— Está bem, pai. Irei tentar. Mas vou logo avisando que não tenho paciência com criança.
Já sei que isso não vai prestar, mas se é isso que ela quer, é isso que ela vai ter. Saphira Stolk não tá facilitando, então criança... Não reclame depois!
— Ótimo! Hoje é segunda-feira, e sabendo que chegou de viagem ontem, tire essa semana pra conhecer a cidade. Semana que vem te espero na empresa para te auxiliar e te explicar tudo, senhorita Stolk. Tudo bem para você? — meu pai pergunta.
— Sim, senhor! — Ela diz e sinto uma tristeza em seu olhar. Sei que ela não gosta de mim, mas não é pra tanto... ou é? Porra estou ferrado.
— Seu Enzo, se o senhor não se importa, agora que já me disse o que queria eu gostaria de ir pra casa. Preciso descansar. Vamos papai?
— Sim, filha, eu também estou cansado — Seu Frederick parecia estar mais que cansado, parecia estar com dor.
Meu pai foi em direção ao seu amigo apertou sua mão, e logo abraçou Saphira com carinho e deu um beijo em sua testa. E sussurrou algo em seu ouvido.
Ela já estava saindo do escritório quando pedi para que esperasse.
— Será que posso falar contigo um minuto? — falei surpreendendo todos na sala.
— Claro — Ela disse receosa. Meu pai e seu Frederick saíram da sala nos deixando sozinhos.
Mas antes de sair meu pai disse:
— Não briguem, por favor. Vocês são dois adultos e tem um império para comandar juntos. Se comportem e não se matem.
— Farei isso, pai — o tranquilizei.
Eles saíram da sala logo depois.
— Bom, já saíram. O que você quer, senhor? — ela disse num tom de deboche.
— Saphira, pode me chamar de Zenon. Não quero brigar, ok? Meu pai tem razão. Somos adultos, e por isso quer, lhe pedir desculpas. — Disse e ela não esboçou nenhuma reação. Ficou me encarando por alguns minutos até que respondeu.
— Está me pedindo desculpas exatamente pelo quê? Por te sido um idiota com uma criança? Ou por ter sido um imbecil quando me beijou? Ou está se desculpando pelas grosserias de sua namorada, Zenon? — Saphira diz muito irritada.
— Saphira... — respiro fundo. — Estou tentando ter uma relação amigável, pois essa imprensa é tudo pra mim. E se eu tenho que dividir isso com uma criança, tudo bem, posso sobreviver. Apenas colabore. Estou te pedindo desculpas por tudo.
— Até pelo beijo? — ela pergunta e noto que ficou vermelha. Linda, Simplesmente linda.
— Sim, me desculpe. Não sei o que me deu. Foi um erro e não acontecerá novamente, prometo — digo tentando amenizar a tensão que se encontra na sala. E esperei ela me xingar e me dar outro tapa mas ela não o faz. Pareceu aliviada com o que eu disse. Nem se importou que eu dissesse que fora um erro.
— Tudo bem... — suspirou. — Vai ser melhor mantermos a paz mundial para o bem de todos — enfim responde.
— Sim... — Estendi a mão e perguntei, receoso: — Amigos?
Ela deu uma gargalhada gostosa, que fez meu corpo todo reagir .E tudo que eu queria agora era poder beijar sua boca macia novamente, mas o motivo real de eu aceitar esse momento pacÍfico, foi pra tentar de alguma forma me livrar dessa obsessão. Tenho que ser forte.
— Preste atenção, Zenon. Eu não sou sua amiga e nunca seria amiga de um cara como você. Se irei te aturar, é pelo meu pai e nada mais. Então não confunda as coisas. Teremos apenas relação de negócios e nada mais. Amigo pra mim é Alice, minha amiga e irmã, ou o Geórgios que mesmo com a diferença de idade, sempre me tratou bem. O máximo que posso suportar de você é essa sociedade maluca que meu pai e o seu inventaram. Irei fazer o que me pediram. E farei o meu melhor, Zenon, para que durante o trabalho possamos nos dar bem na medida do possível. Agora, fora da empresa não me peça pra fingir que gosto de você porque eu não sou hipócrita. Estamos entendido, senhor?
— Tudo bem, pirralha — respondi e ela sai da sala, me deixando frustado.
Não estava dando certo...
Estava tentando me dar bem com ela, e a negativa dela só me instigava mais. Eu preciso acabar com essa agonia. Essa pirralha vai me matar. Ela disse que quer Geórgios como assessor. E eu nem pude negar.
Respira Zenon, respira. E aceitar sua realidade que é:
Me apaixonei por uma criança. Fui covarde o suficiente, e fiz ela me odiar. Hoje por minha covardia, agora essa é uma mulher linda, inteligente e fora do meu alcance. Para piorar minha situação, meu melhor amigo é o genro dos sonhos dos pais dela. E isso me deixa puto! Ela parece gostar dele, e se já não fosse pouco, me enfiei em uma mentira que terei que sustentar por seis meses. E pra acabar com toda essa merda, fiz a burrada de beijá-la, assinando meu atestado de ruína. Ainda posso sentir seus lábios nos meus
Estou totalmente ferrado. Será que as coisas poderiam ficar piores?
— Zenon podemos conversar? — Amelia perguntou, entrando no escritório.
Ela está com uma cara nada boa.
É acho, que pode piorar...
Capitulo revisado por:MaitePott
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Iria postar só semana que vem.Mas como amo muito vocês.
Lembrando que ele ainda está confuso,mas próximo capítulo,ele volta ao normal(Quer dizer mais o menos)🙊🙊🙊🙊🙊.beijinhos suas lindas!
Dedico esse capitulo a cinthiamaria94. Pra ti sonhar com o grego essa madrugada.
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