Capítulo 30
A festa na casa dos amigos do batalhão foi muito boa, depois de uma tarde regada a churrasco e gargalhadas pelas lembranças de histórias hilárias, resolveu voltar para seu quarto no hotel. André surpreendeu a todos pela sua mudança, seu semblante tranqüilo, dispensando as ofertas de bebida alcoólica e o flerte de algumas mulheres interessadas. Sempre sorridente, sem sombras de ódio e revolta pelos traumas do passado.
Saindo do banheiro de bermuda com uma toalha nos ombros secando os cabelos, pegou o celular, pensando no cheiro dos cabelos da namorada. Lá se foram três semanas desde que partiu, esperava em Deus que Ana Carla não desistisse do relacionamento deles. O que poderia sim acontecer, por insegurança ou mentiras. Enquanto mantivessem o foco na oração, ninguém abalaria a base do namoro deles. Está base é Cristo, claro!
Discou o número, e esperou ansioso, deitado na cama. Pensou, em quando teria sentido tamanha expectativa para ouvir a voz de uma mulher.
- Amor? - A voz dela cansada, com um toque de alegria, saudando André foi ouvida do outro lado da linha.
- Boa noite, morena. Estava dormindo? - Perguntou olhando o relógio de pulso na cabeceira da cama. Oito em ponto!
- Não, é só preguiça, mesmo. Eu esperava sua ligação.
- Eu disse que ligava.
- Eu sei... É a ansiedade... Estou com saudades.
- Eu também, amor. Mas, quando eu voltar prometo compensar você, por cada dia que ficamos longe um do outro.
- Vou cobrar cada palavra, rapaz.
Ele riu feliz com a forma pacífica, que sua amada vinha lidando, com o afastamento dos dois.
- Não se esqueça de fazer minha torta de limão, quando eu chegar.
- Amor, não quero que você perca seu... Porte atlético.
Andre gargalhou com o comentário atrevido dela. Ana Carla não queria que ele engordasse?
- Sem chances disso acontecer, meu bem. Já disse, sou um falso magro. Como de tudo e não ganho um grama a mais. - Ele fez uma pausa escolhendo as palavras. - Agora, eu espero que a senhorita, não esteja fazendo dieta.
- O quê? Eu... Não? - Ana Carla não conseguiu disfarçar, sua surpresa a denunciou. Sim, estava de dieta. E, não... Não... Iria admitir isso nem morta! - Eu estou ansiosa, com a organização da festa na rua, que faremos no próximo mês... Você longe, e tudo mais...
- Paciência, meu amor. Logo estaremos juntos.
Eles ficaram no telefone por mais de uma hora, Pedro também quis falar com o tio, e futuro pai. Os três juntos parecia tão perfeito, ainda que André estivesse distante, sua presença agora era essencial. Ambos sentiam o aperto causado pela distância, a falta do toque das mãos numa simples caminhada, o cheiro do shampoo dela ou o olhar carinhoso dele para seu filho, quando os dois brincavam. Ou o simples fato de saber, que a pessoa amada, esta no quarto ao lado. Detalhes, capazes de fazer uma pessoa realmente feliz.
Andre adormeceu com o pensamento em Ana Carla, perguntando a Deus, como em pouquíssimo tempo, ela se tornara extremamente importante em sua vida. Seu único desejo, era voltar para ela, o mais rápido possível.
Para isso acontecer, ele dependia da boa cooperação, da loira do quarto ao lado.
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Só Deus sabe, o quanto esta sendo difícil esperar!
Todo dia esperava ouvir a voz de André, pela casa do avô ou chegando na padaria a tarte faminto. Cheio de beijos e saudades. Fazendo Ana Carla rir das piadas maú contadas dele, mas ela ria por causa do amor que sentia, e não do ridículo da situação.
Mesmo nas pequenas coisas, sentia falta dele. E, quando não suportava mais, perguntava para Deus, por que precisava se apaixonar de novo? Sua vida era perfeita!...
Mentira! Ele, respondia.
Andre era sua metade, e pronto! Esperava por ele, ainda que não o soubesse. Não dependia dele, mas precisava tê - lo por perto, saber que ele estava ao seu lado, mudou seu ponto de vista de como a vida deveria ser vivida.
Ana Carla, deixou Pedro dormir com ela, pela terceira vez, naquela semana. Observando ele dormir, sua respiração calma, o semblante suave da paz no rosto.
Viu o filho franzir a testa para o sonho, depois voltar a paz. Lembrou, que a única preocupação do menino era, quanto a volta do tio. Incapaz de mentir a si mesma, admitiu que essa também era a sua preocupação.
- Também quero ele de volta, meu amor.
Logo após orar. Foi dormir exausta, pois o dia não fora dos mais fáceis.
Com todo seu coração orava a Deus pedindo paciência, para não desistir do seu futuro. Abriu - se para uma nova vida ao lado de um homem incrível, tudo que precisava era confiar em Deus, e em André. Afinal, ele prometeu voltar para junto dela.
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Dentro da vã da polícia federal no estacionamento do banco no centro do Rio de Janeiro, o detetive Solares e Martins comemoraram o êxito da visita ao cofre particular que Valéria alugara. Após ser convencida por Andre, a entregar o conteúdo à polícia federal, ela aceitou com muita relutância. Na delegacia a encontrariam, onde prestaria um novo depoimento, mais detalhado com os documentos guardados no cofre do banco. O Coiote, estava preso em São Paulo, faltando poucos meses para o julgamento.
Valéria sairia do hotel com André num carro, escoltada por uma viatura à paisana. Tudo muito seguro e sigiloso, ainda não havia a necessidade da empresa ser alarmada.
Os detetives chegaram na delegacia, com a certeza de que os dois já os esperava. Porém, os dois haviam atrasado em meia hora.
- Porcaria! - Solares apoiou o peso do corpo no batente da porta da sala do parceiro. - Eu disse, para eles saírem cedo.
- Cara, deixa de ser mala. Eles não podem dar alarde, além do que meia hora de atraso é normal. Já viu o trânsito desta cidade?
Ele deu de ombros com desdém.
- Liga pro seu amigo, André.
- Ciúmes? Sabe que só tenho olhos pra você. - Brincou, batendo os cílios desconjuntado.
- Palhaço! Vou pegar café.
- O meu sem açúcar, querido.
Solares saiu com uma carranca de dar medo em muito homem velho. Mas, não em seu parceiro Martins, que o conhecia muito bem para saber que era só a casca, por dentro havia um coração gigante. Até mesmo entre os dois, foi custoso formar uma relação de confiança no trabalho. Mas, após doze anos, pode se dizer que são bons amigos e parceiros leais.
No celular pela terceira vez seguida, a chamada fora desviada para a caixa postal. Incomum, André sempre atendia na primeira discagem.
Martins foi até o parceiro, ocupado entre o café e o telefone.
- Andre não esta atendendo.
- Nenhum dos dois detetives de apoio estão atendendo também.
Não foi preciso uma palavra, partiram rumo a porta.
- Chave do carro?
- Tá na mão! - Pegou as chaves do bolso.
Descendo o elevador em questão de minutos estavam dentro do carro em frente a delegacia. O celular de Martins tocou.
- Pelo amor de Deus? Me ajuda...
- Valéria? Calma, o que aconteceu? - Pela voz desesperada dela, soube que algo de muito terrível acontecia, com tudo, buscava não atrair mais pânico ao seus sentidos. Ouviu tiros e gritos.
- Fomos cercados por três carros... logo depois de sair do hotel... Ah... André! - Vidros se quebraram.
- Uma emboscada! Vamos...
Arrancando com o carro, descendo a rua chegando a avenida. O sinal ficou vermelho.
- A ligação caiu. - Martins pegou a arma checando o pente de balas.
- Cara, Andre é desenrolado. Sabe se virar numa situação dessas.
Verdade, os policiais do Rio de Janeiro, em sua maioria, tinham esperiência nesse tipo de situação.
Mesmo assim, orou, coisa que não fazia havia muito tempo, pedindo a Deus que eles pudessem chegar a tempo.
Pareceu que seu parceiro, Solares ouviu seus pensamentos, por que acelerou o carro. Ultrapassando um carro após o outro, contando os segundos.
Só um milagre, poderia fazê - los chegar à tempo...
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