Cada dia juntos fazia sentimento crescer no coração de ambos. Todos na cidade de Cachoeiras comentavam que a morena estava mais vistosa. Com os olhos cheios de um brilho especial. E claro, ninguém negava que André fosse o responsável pelo brilho. De fato, Ana Carla não escondia sua felicidade.

Os dias passados entrega total ao trabalho como distração estavam fundados. Deus lhe dera muito mais. Uma pessoa para dividir o fardo do dia - a - dia. Andre ajudava a buscar Pedro na escola, enquanto trabalha com seu Tonico, colocava o menino para fazer o dever de casa. Ana Carla chegava em casa e encontrava a janta pronta para servir.

- Nossa! Quero ver se quando casar vai ser assim. - Ela brincou com ele na última noite em que ele preparou carne assada e purê de batatas, para o jantar.

- Está me pedindo em casamento? - Sorriu abraçando - a com carinho.

- Não foi...

- Sim, quando nos casarmos será assim, sempre que eu puder fazer, claro. - Dito isto deu - lhe uma piscadela do geito que ele fazia charmoso, para vê - la envergonhada. Ele sempre fazia isso com ela, por que gostava do seu olhar tímido, mas que correspondia os seus sentimentos intensos.

Para quem ama os dias são sempre bons, até mesmo os mais difíceis, são contornáveis. Sendo o amor o bom tempero dos relacionamentos, não tem como dar errado, no final o resultado é uma cota a mais de amor. Sim, ele é multiplicável quando bem nutrido pelo respeito, lealdade, amizade...

Tudo isso era evidente em André, seu amigo falecido, não cansava de exaltar suas qualidades em vida. Dizia, que lhe faltava apenas ser mais firme, em sua decisão de servir a Deus. E Estevão completava, que ao fazê - lo seria uma grande virada. O amor entre os dois era notável a qualquer leigo, chegando ao ponto de André ter um problemas sério de confiança em Deus, e a partir deste ponto ir buscar solução com as próprias mãos, para o que julgava ser uma injustiça divina.

Hoje não havia nem sombra do homem abatido e problemático do passado, só restava o homem forte e paciente forjado no amor de Deus.

O casal estava sempre junto. Alguns na cidade sentiam uma pontada de inveja e outros maú diziam, por preconceito. A verdade é que, sendo André um homem branco de olhos claros e Ana Carla uma mulher negra, despertam certos sentimentos contrários. Dos quais provêm de indivíduos ignorantes. Pessoas que não vêm com os olhos do amor Cristão.

Em suma o amor deles estava em um nivel mais elevado, por isso conseguiam transpor cada barreira que surgia diante os dois. Um amor vindo da alma, que o Espírito Santo os conduzia em mansidão. Era uma questão de ter fé em Deus e na sua vontade de Deus.

Que é boa, perfeita e agradável.