Capítulo 21
Oieeee!!! Gente linda de Jesus! Como vocês estão? Sério? Nossa vocês são maravilhosos! Viram que troquei de capa? Pois é, agradecimentos especiais a kells2Carvalho,
💞 sua linda! Um beijo. 😘
Leiam, curtam, votem e comentem.
Assim vocês me incentivam!
😘 Beijo 😘
Na terceira aula do dia André ainda tinha fôlego para mais, porém decidiu que após a ultima aula iria ajudar seu Tonico a levantar as cercas da horta. Quanto mais tarefas ele tivesse menos pensaria em besteira para fazer.
Os alunos de Jonas eram muito disciplinados, com atenção nos pequenos detalhes. A primeira turma da manhã era dos novatos, a segunda dos intermediários terminando o dia com os mais avançados. Jonas era um bom professor os alunos o amavam tanto que contavam os dias para a sua volta.
Terminada a aula André pensou se não deveria passar na padaria e levar para casa uma tortilha de limão feita por Ana Carla, sua favorita. Na verdade foi sua primeira prova do talento dela na cozinha. Gostaria de dizer a ela que tinha saudades do som da sua voz, do seu jeito... Melhor nem tentar. Melhor manter uma boa distância, se era isso o que Ana Carla queria era o que teria.
As crianças se despediram de André e foram uma a uma encontrar com seus pais felizes contando sobre a aula com o novo professor de judo. Algumas mães solteiras vinham falar com ele com segundas intenções, as quais André logo tirava suas ilusões sutilmente.
Decidiu fazer mais uma hora de exercícios localizados antes de ir. Já estava quase acabando a série de abdominais quando ouviu passos no pátio. Reconheceu ela pelo perfume.
- Andre?
- Eu saberia que era você de olhos fechados. - Respondeu entre um e outro abdominal.
- Por que? - Ana Carla tinha uma expressão satisfeita no belo rosto moreno, foi bom saber de tal fato.
- Seu perfume me marcou. - Parou o exercício e a olhou ainda deitado. - Desculpa.
- Porque? - Parecia realmente confusa.
- Você deixou claro que não esta interessada, e eu aqui...
- Por favor, André... Sobre isso eu... Hã... Poderíamos conversar em particular?
- Não posso. Tenho que ir para casa seu avo me espera. - Ele assumiu uma expressão séria, não foi rude ao lhe responder, apenas não quis dar margem para cometer qualquer erro de que pudesse vir a se arrepender.
- É, falei com ele mais cedo pediu para dizer que o filho do vizinho já o ajudou a fazer as cercas.
- E ai você veio aqui para me dar o recado? - André falava um tanto incomodado com a situação.
- Quase isso, eu vim para conversar. - Ana Carla deu - lhe um olhar decidido. - E, se depois de conversarmos você não quiser mais falar comigo eu vou entender.
- Ei, espera ai! Foi você quem disse não estar...
- Eu sei o que eu disse! - Ana Carla apoiou o peso do corpo na perna esquerda com ar de impaciência.
- Então, sabe que foi cruel?
- Você não vai facilitar para mim, não é? - Ela falou com tristonha.
Andre a olhou de um jeito que fez seu cabelos arrepiaram, parecia vasculhar sua mente. Tentar descobrir algo inaudito.
- Eu deveria? Até agora eu só tenho facilitado para você.
Andre tinha razão. De fato ele nunca a pressionou, foi direto com suas intenções, seus sentimentos em relação a ela foram expostos de maneira clara, de modo que não lhe restassem dúvidas. Porém, Ana Carla duvidava. E a forma como o tratou, as coisas horríveis que disse, claro que o magoaram.
- Eu sinto muito. - Ela começou lentamente. - Eu não sou uma mulher histérica ou coisa desse tipo. Mas, é... Que tem coisas sobre mim... Digo, que aconteceram comigo que me deixaram meio... Meio que... Cautelosa. Com relação aos homens. Eu peço que me perdoe pela forma que eu te tratei. Foi realmente horrível.
Andre se mantinha deitado com as mãos cruzadas atrás da cabeça, enquanto a observava falar. Já estava pronta para ir embora, quando ele levantou de um salto fazendo com que ela recuasse alguns passos.
- Eu tenho que tomar um banho.
Ana Carla desviou o olhar da pele exposta na abertura do quimono branco antes que André o fechasse direito.
- O que?
- Você desistiu de conversar?
- Não, eu só achei que você não quisesse...
Andre balançou a cabeça meio desgostoso.
- Sempre tirando conclusões precipitadas. Vou lhe dizer algo sobre mim, meu bem. - Fez uma pausa estratégica deixando a curiosa. Sorriu sombrio. - Eu sempre vou ser sincero, mesmo que não goste, e não saio por ai fazendo o que não quero. Se eu não quisesse ouvir você, nós não estaríamos aqui. Ana, na dúvida pergunte. Eu lhe responderei, mesmo saibendo que não vai gostar da resposta. OK?
- Tudo bem.
- Sabe onde fica o ateliê de pintura. Me espere lá.
Sem esperar uma resposta dela, André saiu em direção ao vestiário, pois ambos sabiam que Ana Carla conhecia o centro social muito bem devido aos seus trabalhos desenvolvidos com a EBD infantil.
*********💔********
Ana Carla entrou no ateliê de pinturas que era bem iluminado com cavaletes espalhados em um semi - círculo estratégico deixando o centro livre para um modelo à escolha da professora. Ela passou pelas telas admirando os trabalhos dos alunos, as pinturas de um vaso de flores com frutos lindos aos redor como modelo. Alguns tinham certo potencial, já em outros via - se que a pintura era uma distração. Seja lá como for para Ana Carla era bom, pois essas crianças e adolescentes não ficariam nas mãos do tráfico ou coisa do tipo.
Ela respirou profundamente, pensando em como seria sua conversa com André, com certeza seria uma conversa difícil. Bem nem tanto, afinal ele a chamou de "meu bem" deveria ser um bom sinal.
Passando a palma da mão na testa suada Ana Carla concentrou sua atenção no jardim as janelas amplas davam uma excelente vista do mesmo.
- Linda visão. - A voz profunda de André retumbou em seus ouvidos. Virando - se para ele encontrou - o olhando para ela e sentiu as pernas bambas. Quem poderia pensar que um simples olhar teria tal poder? Andre limpou a garganta antes de falar. - Vamos conversar, então, quer se sentar?
- Não, estou bem assim. - Ela não notou que torcia as mãos, mas André sim.
- Tudo bem, diga. - Ele sentou relaxado num cadeira de madeira.
- Certo... E se demorar a próxima aula de artes vai atrasar.
- Hoje não tem mais aula de artes.
- Hum...
Andre quase riu, mas se conteve.
- Tudo bem, Ana não precisa dizer nada. Na verdade nós podemos deixar como está.
- Não, André. Olha eu preciso, por que eu gosto muito de você... E... E é difícil falar... Por que... Ai meu Deus me ajuda...
- Ana...
- Não. Olha, o que eu fiz com você não tem relação só com o agora mais também com meu passado...
- O pai do Pedro.
Ana Carla não se surpreendeu que ele de alguma forma soubesse, pois isso era evidente. Confiava em sua família, eles não contariam a ele sem antes lhe pedir permissão.
- O César fez... uma grande bagunça na minha vida antes de ir embora...
- Você quer me contar?
Andre a olhava de forma carinhosa fazendo com que ela tivesse vontade de falar. E suspirou.
- Pode demorar.
- Meu único compromisso foi cancelado. Por mim tudo bem.
Ela sorriu para André transparecendo a timidez.
Passados longos minutos começou a dizer tudo:
- A primeira vez que vi o César eu nem me impressionei com ele, pra mim era mais um cliente na padaria onde eu trabalhava na parte da manhã. A tarde eu ia para a faculdade de administração. Mas ele se importou com esse fato, passou meses tentando me convencer a sair com ele... Eu tinha vinte anos, não era tão esperta quanto pensava, admito. E por isso me deixei envolver em sua lábia. Cesar é do tipo bonitão que sempre faz sucesso com as mulheres.
- Ele te tratava bem?
- O César não era o tipo de homem carinhoso, mais do seu jeito me fez crer que eu era alguém especial para ele. Mesmo com as indiretas dos outros que afirmavam que ele jamais se deixaria enlaçar por qualquer mulher. Eu dizia que era intriga de gente invejosa.
Fez uma pausa respirando sentindo a dor das lembranças vindo a tona.
- Você não tem culpa queria algo que ele não podia dar.
- É eu sei disso agora. Sei que eu não deveria ter espectativas, que vão além da capacidade dos outros. O César me mostrava que era incapaz de amar, porém eu ignorei as evidências.
- Como o César reagiu quando soube da gravidez? - Andre perguntou de um modo suave.
Ana Carla deu de ombros, transparecendo vergonha.
- Estávamos juntos há quase seis meses, usamos proteção, mas algo deu errado, em fim. Fiz o exame para não ter nenhuma dúvida, preparei um belo jantar e o esperei por uma noite inteira. César chegou bêbado feito um gambá às duas da manhã. Eu dormia no sofá. Ele pegou o resultado do exame sobre a mesa. E me acordou aos berros, eu mau compreendia o que estava acontecendo. Ele me acusou de tentar manipular ele para casar, que uma mulher devia saber me cuida melhor, para que esse tipo de coisa não acontecesse. Quando eu pensei que não podia piorar, o César me pôs pra fora de sua casa no meio da noite. Fiquei em pânico, não queria sair pelas ruas desertas a noite, e arriscar em acontecer algo, meus pais ficariam desolados, você sabe?
- Sei.
- Sentei ao lado da porta da casa dele e chorei o resto da noite. Quando o sol começou a nascer fui pra casa dos meus pais. Ouvi toda a bronca que tinha que ouvir. Nunca me senti tão humilhada na minha vida. Meu pai quis procurar ele, mas eu o convenci que não o fizesse.
- Como foi depois disso?
Ana Carla sorriu amarga.
- Numa palavra? Terrível. Eu conversei com ele depois e o César voltou a afirmar que não queria casar e nem filho nenhum, chegou ao ponto de me oferecer dinheiro para o aborto. - Ao ouvir isso André se contorceu irritado. - Claro que não aceitei e ele passou a me ignorar completamente.
- Com assim?
- Ora, Andre ele fingia não me ver. Saia com as mulheres do bairro que jogavam piadas para mim, em fim. Eu tive uma gravidez muito conturbada, meu médico ficou muito temeroso, pois minha pressão arterial subiu muito e os níveis de açúcar eram alarmantes. O médico tinha medo de que eu evoluísse para um quadro de eclâmpsia.
- Você fez repouso absoluto, não é?
- Na verdade quase, fiz o último ano de faculdade praticamente em casa. Meus pais estavam felizes com um neto ou neta, eu quis fazer surpresa quanto ao sexo do bebê. Tudo parecia estar caminhando bem, até o dia da minha última consulta do pré natal.
André pegou dois copos de água bebedouro na sala, entregou um a Ana Carla antes de se sentar.
- O que houve?
- Curioso?
- Bem, agora estou não vou negar.
Ela baixou o olhar, com os olhos ainda brilhando com as ameaças das lágrimas.
- Meu querido pai me acompanhou a todas as consultas do pré natal. Na ultima não foi diferente, mas quando saímos do consultório um carro prata parou e o César desceu transtornado. Nós não o viamos há meses e de repente ele se materializa diante de nós? Eu por um pequeno instante acreditei que o César queria noticias do filho. Mais, ele foi muito agressivo, transtornado, queria que eu entrasse no carro, porque eu não teria o bebê...
Ela não pode conter o soluço e as lágrimas que desciam desordenadamente. André tirou o cpo de suas mãos trêmulas, e as afogou carinhoso. Doido pela dor dela.
- Chega. Não precisa diz...
- Eu quero... Meu pai se pôs na minha frente me protegendo do César... Ele deu um murro no meu pai e queria bater mais nele, mas quando eu segurei seu braço o César me empurrou e eu caí... Sobre a barriga...
- Ana... - Andre fechou os olhos, travando os dente. Parecia que via a cena diante dos seus olhos. Sentiu raiva daquele homem, mas ao vê - la tão frágil decidiu que o melhor era tentar acalma - la, para isso beijou - lhe o dorso das mãos macias.
- Eu... Acordei no hospital com o ventre vazio. A sensação de perda me invadiu, meu bebê... E eu pensei que... Mais o Pedro estava bem, afinal após cinco horas de cirurgia. Eu tive complicações devido a queda, um deslocamento de placenta seguido de hemorragia grave. Os médicos disseram que nos éramos um autêntico milagre. Porém, dias depois minha mãe me disse que meu pai havia dado entrada na emergência junto comigo, devido um derrame que ele não resistiu, ele fora sepultado poucos antes que eu recebesse alta. Fiquei arrasada. O médico me monitorava de perto com receio de complicações. Seu nome era Getúlio.
- Meu Deus, Ana eu sinto tanto...
- Nesse meio tempo, minha mãe resolveu vender tudo o que não cabia nas malas e fomos embora do Rio de Janeiro no dia da minha alta. Abri a padaria com a ajuda da dona Solange. Meu Sol.
Ambos sorriram. Andre foi dominado por um misto de sentimentos. Raiva daquele ser desprezível era mais que evidente, porém também sentiu - se disposto a abraça Ana Carla embalar ela com carinho, o sentimento de proteção estava lá também, mas se conteve ele precisava de respostas que ela lhe daria depois que se acalmasse.
- Seu avô sabe disso tudo?
- Contamos aos poucos não queríamos uma segunda tragédia.
André concordou em silêncio.
- O César procurou vocês depois disso tudo?
Ana Carla secava as lágrimas com o lenço que ele retirou do bolso da camisa azul que usava.
- Nunca, quando fomos embora não olhamos para trás, não nos despedimos ou deixamos recados. Tínhamos medos por causa do Pedro. Ele era apenas um bebê. Numa o procurei pedindo pensão, nada. Eu só queria paz.
- Você me acha parecido com o César?
A pergunta teve o mesmo efeito que um chute em sua canela, fez com que Ana Carla o olhasse com notória surpresa. Ela o analisou atenta a detalhes que pouco antes a deixava apreensiva, como o fato de André estar segurando suas mãos suavemente, ou a forma que lhe olhava nos olhos para transmitir sua verdade, o sorriso encantador ou o simples fato de se sentar diante dela disposto a ouvi - la. Não decididamente André não se parece com o César, em nada!
- Não, você não é parecido com ele nem no caráter e nem no físico.
Andre mostrou os dentes brancos num riso de pura satisfação.
- Mesmo?
- Sim, você é mais... É mais... Em fim. E o César... Ora, o que isso importa? - Envergonhada ela puxou as mãos desfazendo o contato e cruzou os braços, quase mimada. Graças ao bondoso Senhor tinha a pele morena do contrário tão certo como os tubarões são carnívoros estaria vermelha como um pimentão.
Andre arqueou as sombrancelhas divertido com sua postura, e gargalhou fazendo Ana Carla ferver por dentro.
- Por que... Você agiu daquele jeito comigo se eu e ele não temos nada em comum?
A cadeira onde ela estava sentada tinha rodinhas, o que facilitou para André, quando ele a arrastou para ficarem mais próximos, ana Carla cercada entre suas coxas.
- Por que? - A julgar pela forma com que a olhava nos olhos, Ana Carla tinha quase certeza que André poderia ler seus pensamentos.
Porém, esse era o ponto em que ela teria que confessar coisas tão profundas, que a envergonhavam. Por certo a vergonha a mataria, de todo jeito era melhor morrer confessando a verdade.
- Eu... Hã, eu fiquei com... medo.
- De mim?
- É... Não, de mim... Sabe do que eu sinto.
- E o que você sente?
- Essa é uma excelente técnica de interrogatório, intimidador. - Era evidente que estava nervosa, porém desta vez André não cederia, foi ela quem quis conversar, sendo assim apenas a encarou. Exasperada, respondeu. - Eu gosto da sua companhia, do fato que me deixa ser eu mesma, gosto quando me faz rir e quando me apóia sem exigir nada. Tudo isso me faz querer retribuir. É como se fosse natural o fato de estarmos próximos, juntos. Tenho medo, por que um dia me apaixonei por um homem que me fez sofrer muito, agora o que sinto por você me deixa apavorada, por que é totalmente diferente. Não sei explicar direito.
Ana Carla não podia encara - lo tamanha a sua vergonha, apesar das palavras serem verdadeiras expressa - las exigiu dela uma coragem absurda. Pois a mão no rosto sentindo a pele quente em contraste com o suor frio que descia pelas costas. Chegou a pensar que André estava arrependido e não queria mais nada com ela.
Estúpida, é isso que eu sou. Uma estúpida! Pensou aflita.
Andre pois fim as suas dúvidas lhe presenteando com um sorriso lindo.
- O que foi? - Ana Carla perguntou desconfiada.
- E que eu pensei que só eu me sentia assim... - Ele passou as mãos nos cabelos ainda úmidos. - Sabe morena, é muito bom saber disso.
Ela pareceu tão pasmada com sua resposta que mau conteve o som estrangulado que saiu de sua garganta ao tentar falar. Andre queria beija - la profundamente para ela entendesse que a intensidade do que sentia era real, no entanto, contendo o impulso ele esfregou as mãos ávidas na calça jeans.
- Morena? - Gostou do apelido carinhoso, também gostava quando André a chamava de "meu bem", percebeu que ele o fazia sem esforço.
- Eu tenho uma proposta.
- Proposta? - Repetiu em alerta.
- Sim. Você é forte. Conseguiu reconstruir sua vida. Fez um grande progresso.
- E...
- E, eu sei que tem um grande passo para dar agora.
- Provavelmente. - Ana Carla virou a cabeca de lado de um jeito infantil, observando o jeito dele lhe falar. Não se dera conta antes, mas André falava com a boca um pouco torta num dos cantos, era o extremamente charmoso.
- Se não, não estaria aqui. Certo?
- Elementar meu caro, Watson. - Sarcástica, André gostava disso nela.
- Pois então, sou um homem paciente. Sei esperar, quando preciso... E sei lutar pelo que eu quero. E Eu quero te conhecer, saber mais sobre o que você gosta e o que te irrita, fora a TPM. - Andre massageou a lugar onde Ana desferiu um pequeno golpe. - Ai... Também quero que me conheça e veja que sou o homem da sua vida. Escolhido por Deus para ficar com você para sempre.
- Você parece ter certeza?
- Ele já respondeu minhas orações. Além dos mais, você não me parece o tipo de mulher que se esconde a vida toda.
Realmente. Ana Carla olhava para ele buscando algo que lhe mostrasse que mentia, no entanto não viu nada. Talvez fosse bom ator, mas por que o André teria todo esse trabalho?
- Por que você pensa isso?
- Meu bem, você pode ter saído do Rio de Janeiro com medo daquele fulano, que nem posso falar o nome sem ranger os dentes, mas não se escondeu. Você cresceu como empresária, é uma excelente mãe e professora na EBD da igreja, onde congrega. Definitivamente você não é uma mulher que se esconde por medo.
Ana Carla sorriu emocionada com tais palavras. Seu instinto de sobrevivência dizia que esse homem lindo e gentil era a sua bóia salva vidas neste mar de medos em que se encontrava, mesmo não o pedindo a Deus. Sufocou a voz do desespero que lhe instruía para correr.
- Você... Você aceita sair para jantar comigo na quinta? - disse num sussurro doce que fez o coração dele errar um compasso.
- Eu gostaria muito de sair com você. - Pegou suas mãos novamente levantou - se e a puxou pondo - a de pé. Passando o braco direito na cintura dela tomou sua outra mão, balançando suavemente ao sabor de uma música imaginária.
- Você... Dança? - Noa braços dele desta vez não teve medo.
- Sim, minha mae era excelente dançarina me ensinou alguns passos.
- Não tem música.
- Tudo bem. Vamos, dançar com música na quinta.
O momento era lindo. Tanto que a emocionou. Ele percebeu que ela quis se desvencilhar dele e não a segurou.
- É melhor eu ir, tenho muita coisa pra resolver. E o Pedro esta com a Bia, não posso demorar.
Os dois se olharam por um tempo. Ana Carla sentiu falta de algo, como se faltasse algo para selar a paz entre eles, sim de fato sentiu a falta de um beijo.
O olhar decepcionado dela não passou despercebido por André, ele mesmo o parecia de certo modo.
- Que bom que conversamos, fico feliz que estamos bem.
Ana Carla pegou a bolsa do chão ao lado da cadeira, para sair seguida por André. Os dois saíram lado a lado para a rua onde o carro dela estava estacionado.
Parando ao lado do carro, Ana Carla ainda tinha o desejo de ser beijada no olhar, que André registrou na memória. Ele queria, era claro para ele o que sentia, porém optou que não seria naquele lugar, seria algo que ana Carla se lembraria para sempre, por ser especial.
Contentando - se em beijar sua testa na despedida. Sorriu charmoso.
- Quinta feira ás sete, OK?
- OK.
Andre ficou de pe na calçada observando o carro sumir no final da rua. Mau podendo controlar seu coração descompassado. Tivera um grande progresso com sua morena. O que sentia ia além da imaginação, era algo intenso na carne, porém era o espírito quem comandava suas ações.
Ana Carla era um presente de Deus, e não estragaria seu futuro abençoado por causa das vontades carnais. Havia orado a Deus pedindo que os aproximasse, e fora atendido. Agradecido, sorria como um bobo enquanto voltava para casa.
Estava muito feliz. Descobriu que deixar o Senhor no controle da sua vida era uma situação confortável, mesmo que as vezes se frustrasse com um resultado inesperado, por fim descobriu que Ele sabe o que é melhor.
😋 Beijo até a próxima!
Fiquem com Deus. 😘
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