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Capítulo 20

Certa vez alguém disse:
Tem dias que parecem noites!

As aulas no centro social estavam surtindo um grande efeito em André. Desde que começara fora rodeado por pessoas maravilhosas, pessoas que o faziam ver Deus com olhos cada vez mais amorosos. Seu coração se enchia de esperança num futuro melhor. E viu na igreja um forte instrumento para que essa tão desejada transformação social venha a acontecer. Todos os projetos cristãos tem como um dos seus pontos esse preceito de transformação, além de levar a palavra de Deus a jovens perdidos.

O centro social tinha como objetivo tirar as crianças das ruas nos tempos livres, sem dar brechas para qualquer extravio social, afastando os pequenos das drogas e pequenos delitos, garantiam um futuro de paz a cada família.

Andre tinha orgulho de fazer parte de algo tão grande que tinha um impacto tão profundo no meio onde existia. Cada criança que participava das aulas de judo, pinturas, artesanatos, ou os reforços escolares levavam para seus lares bons exemplos. E Deus sabe o quanto este mundo está carente de bom exemplos.

Para ser um bom exemplo os professores do centro social tinham de participar das escolas dominicais. No início André achou que seria maçante, porém ficou surpreso que já na primeira aula estivesse tão interessado nos assuntos debatidos.

As aulas eram na igreja em que congregavam Ana Carla e sua família.

Mesmo depois de seu desentendimento com sua morena, não se incomodou com o fato. Deixara claro que não era um perseguidor louco, por isso manteve uma distância confortável para os dois. Alguns poderiam chama - lo de covarde, mas preferia respeitar a opinião dela. Não se aproximou. Não lhe dirigiu uma palavra si quer. Seu peito se apertava quando a via, sim não negaria. Ana Carla o olhava com certo desconforto, mesmo assim não se deixava levar pela esperança. A rudeza de suas palavras ainda retumbavam em seus ouvidos.

Nunca teve intensões medíocres com relação a ela ou qualquer um ao seu redor. Quando socorreu Pedro e doou seu sangue ao menino, não pensara em usar como moeda de troca.

Para André era mais comum o hábito de ser gentil com as pessoas do que o habito de escovar os dentes. Sua mãe tinha um lema para uma boa convivência com todas as pessoas mesmo seus "inimigos", ela dizia: "ser gentil e educado nunca fez mau a ninguém." Então André não fazia "o tipo bonzinho" para agradar, ele o fazia por que fora introduzido em seu DNA por seus pais.

No entanto, André tinha que admitir, que tais ações com Ana Carla não eram totalmente desprovidas de interesse, mas não da forma como ela lhe acusara. Seus sentimentos por ela eram muito mais nobres. Sentimentos dos quais André tinha que controlar, eles eferveciam nele como um gêiser. Andre queria proteger e cuidar de Ana Carla, fazê - la sorrir e rir, em fim cerca - la para que as coisas ruins do mundo não alcançassem ela. Mesmo que não fosse Deus para tanto, era isso o que gostaria de fazer. Entre tanto, Ana Carla o rejeitara categoricamente. Rejeitara sua aproximação, mostrou - se incomodada com suas investidas. Se essa era a sua vontade respeitaria.

Custava lhe muito, mas sim a respeitaria com certeza.

As escolas dominicais eram animadas, André se pegou ansiando pelas aulas. Apesar de não ser uma igreja em evangélica grande, era satisfatoriamente organizada. O pastor sentava - se em meio aos alunos na classe dos adultos e se envolvia nas discussões, ajudando o professor a responder alguns assuntos polêmicos.

Andre estava sentado numa cadeira nos fundos da sala com seu kit de estudos contendo uma caneta, uma Bíblia de estudos e aplicação, a revista de estudos, um caderno e um dicionário pequeno de lingua portuguesa. Kit esse foi montado por André, que sempre levou muito a sério os estudos.

O professor lançou uma questão aos alunos a respeito de como se aplica a justiça de Deus em relação a justiça dos homens. Após um breve silêncio em que as mentes para pensavam ávidas por uma resposta, iniciou - se i debate.

- Com base nos pensamentos humanos a justiça de Deus pode ser injusta. - Um irmão do grupo de missões falou.

- É por que temos o hábito de achar que Deus faz as coisas conforme nós. - concordou um outro irmão.

- Por exemplo...? - O professor instigou.

- Ora, por exemplo: na Bíblia nós vemos o grande exemplo de Paulo, depois de participar da morte por apedrejamento de Estevão, ele ainda maquinava a morte de muitos outros cristãos e mesmo assim Deus "investiu" nele. Só Deus é capaz de ver nosso verdadeiro potencial oculto. - Uma mulher alta falou como se tivesse conhecimento de causa. Suas palavras tocaram um lugar escondido na mente de André que até então estava calado observando.

- Concordo. Deus não toma suas decisões com base no exterior como muitos de nós. No velho testamento vemos que o homem sempre deu muita importância a aparência com a vinda de Jesus nos é apresentada uma forma de adoração mais espiritual. - Acrescenta o missionário.

- Então por que a justiça de Deus e tão mau entendida? - Pergunta o professor.

- Por que nós vemos um criminoso e o sentenciamos a morte, mas em Cristo somos perdoados e justificados pelo seu sangue na cruz de forma igual, sem acepção de pessoas.

- Deus é um pai amoroso que nos perdoa e não obsoleto que nos mima perdoando tudo de bom grado, para se ter esse perdão é necessário arrependimento. - O pastor falava calmamente.

- Então nós achamos justa a morte do pecador, porém para Deus justo e dar - lhe uma nova oportunidade em Cristo. - colocou o missionário.

- Quantos de nós já não viu inúmeros testemunhos de pessoas que receberam uma nova chance de vida em Cristo e hoje são uma bênção? - Foi a vez do presbítero se expressar.

- A palavra de Deus diz "que a nossa justiça é como trapo de imundície" sendo assim devemos nos opor ao impulso de busca - la por nossos próprios meios. - Esclareceu o pastor de novo.

- E se tanto a justiça dos homens quanto a de Deus falharem? - Andre perguntou sério.

Alguns o olharam como se tais palavras fossem um absurdo, mas afinal de contas, era uma . Foi o pastor quem moveu - se para responde - lo:

- A justiça do homem é falha por sí, como já foi dito. Já a de Deus é justa e não falha, as vezes é tardia para nós, mas sempre vem no tempo certo, o tempo de Deus. Devemos buscar ver as questões do ponto de vista Dele e não do ponto de vista do homem que é limitado.

A aula durou mais um tempo com debates e gargalhadas. Andre sentiu o alívio dos instruídos, aquele que se sente quando se descobre algo que nos aliviá do peso da ignorância. Mesmo já tendo aceitado o fato de seu amigo ter morrido de uma maneira tão trágica diante dos seus olhos, naquele debate na escola bíblica dominical percebeu o quanto Deus é misericordioso em conceder aos pecadores uma oportunidade de se arrependerem e voltarem ao convívio com o Pai celestial. Seu amigo se fora, porém cabia somente ao Pai celestial aplicar a sua justa sentença.

André podia se dizer satisfeito com o esclarecimento de suas questões internas. Terminada a aula ele já saia da sala quando o pastor se aproximou.

- A paz do Senhor, então sobrou alguma duvida? - O pastor Gelson era um homem de estatura média com um grande sorriso amistoso.

- A paz, pastor. Não, eu acho que entendi bem a questão.

O pastor Gelson balançou a cabeça satisfeito.
- Você era amigo do Estevão, neto do seu Tonico, não é?

- Sim , nós eramos grandes amigos. - Um pequeno desconforto, porém nada que o impedisse de socializar como antes. Apenas um sorriso sem jeito apareceu nos lábios.

- Estevão era um grande rapaz de caráter firme.

- É sempre.

- Como você está lidando com essa situação?

Andre ficou surpreso com a pergunta inesperada.

- Nesses momentos tristes é importante firmarmos nossa posição diante do Senhor. - Continuou o pastor Gelson.

Andre analizou por um momento o pastor pensando se seu interesse seria de fato genuíno.

- Foi muito difícil para mim no inicio, mas agora eu já posso falar do assunto sem travar.

- Ainda não pude falar com os pais dele pessoalmente apenas pelo telefone. São pessoas ótimas. - O pastor Gelson pareceu - lhe sincero.

- São mesmo as melhores pessoas que eu conheço.

- Sabe André, nessas horas de dor devemos ter o cuidado de não focarmos só em nós.

Andre ficou curioso.
- Não entendo.

- Filho, sei o quanto dói perder alguém que amamos de um jeito tão bruto, e por experiencia própria sei que é muito fácil nos isolamos acreditando que a perda é apenas particular.

- E, não é?

- Em parte sim. Veja bem, ninguém vive isolado.

- Certo.

- Prova disso é que nós estamos aqui na igreja interagindo.

- Seja objetivo pastor, sem medo não vou ficar magoado com sua sinceridade.

O pastor Gelson sorriu simpático para André.

- Todos nós perdemos o Estevão. Uns em maior grau que outros é verdade, mas ainda assim o perdemos você e sua família não estão sozinhos todos nós sentiremos falta da pessoa que ele era. Um dia nos encontraremos com ele que já esta junto ao nosso Pai.

André se aqueceu com aquelas palavras cheias de carinho. O pastor deu - lhe um intenso abraço, que o emocionou.

- Obrigado.

- Não precisa agradecer. Se precisar conversar PIDE me procurar, a qualquer hora.

Não conseguiria dizer mais nada, sentindo - se incapaz de faze - lo sem controlar as lágrimas que ameaçavam vir a tona. De pediu - se de todos feliz com a comunhão.

Não era nenhuma surpresa para André que tantas pessoas amassem seu amigo Estevão e nem a forma como ele se envolvia com todos intimamente, o que lhe surpreendia era o fato de todos estarem tão abalados pela perda. Durante muitos anos André acreditava que cada ser humano vivia para sí, sendo poucas as exceções dos que faziam algum impacto num ou outro conhecido. Porém, ao longo dos dias passados na cidade de Cachoeiras, descobriu que seu amigo era um transformador do meio em que vivia. Estevão se envolvia em projetos sociais para resgatar menores das ruas, dava aulas de judo no centro social nas férias, era membro ativo na igreja onde congregava no Rio de Janeiro dentre muitas outras coisas. Disso tudo André mau sabia que o amigo fazia algo senão ir a igreja, pelo simples fato de Estevão não divulgar o que fazia. Ele apenas fazia. Sem prêmios públicos. Sem status. Apenas fazia. E os que sabiam era por que tinham algum envolvimento. André passou a admirar ainda mais o amigo. Por isso tantas pessoas sentiam a falta dele, por ser uma pessoa carinhosa e dedicada com o próximo.

- André?

A voz de Ana Carla interrompeu seus pensamentos, já estava na caminhonete esperando seu Tonico.

- Bom dia, como você esta? - Ela parecia sem jeito para falar com ele.
Andre não sorriu apenas a encarou de forma neutra desconcertando - a.

- Bem. - Seco.

- Eu... Hum... Eu gostaria de conversar com você. - Ela apertava as mãos num tique nervoso.

Ele desviou o olhar de Ana Carla em direção ao avô que saia pela porta lateral da igreja ao encontro deles.

- Eu não posso. Tenho trabalho para fazer. - Disse mais seco do que antes.

- Pensei que já houvessem acabado as reformas do meu avô. - Ana Carla falava tímida.

Andre deu um meio sorriso enigmático e confirmou com um aceno de cabeça. Ela estava certa, de fato haviam terminado os reparos em menos tempo do que o esperado, mas como seu Tonico e André tinham um espírito inquieto tinham sempre trabalho a fazer em algum lugar. Não era por que ele queria manter distancia de Ana Carla para cumprir a sua palavra, mas por que de fato iriam trabalhar.

Além do mais, se dependesse só da vontade de André, ele gostaria mesmo de envolve - la num abraço quente, carinhoso e terno para depois pousar os lábios nos de Ana Carla. Ela tinha lábios cheios que deviam ser macios...

Andre cruzou os braços incomodado com seus pensamentos. Deu de ombros com desdém.

- Vamos na fazenda de Nhô Silvo carregar uma carga de frangos que parte para um abatedouro hoje.

Ana Carla não pode disfarçar a decepção que passou por seu rosto. André ficou curioso.

- Seriam poucos minutos...

- Acho que não seria prudente, você já deixou bem claro sua opinião.

- Andre, eu sin...

- Ei amor, sua mãe vai pra casa de dona Vidinha, e nós vamos na fazenda do Nhô Silvo quer um brinde de lá? - Seu Tonico estreitou os olhos analisando os dois, esperando a resposta da neta.

- Me surpreenda, vô. Qualquer coisa vinda de você eu vou gostar. - Sorriu beijando a face do avô.

- Querida, Nhô Silvo cria frangos para abate, não há nenhuma surpresa nisso. - Seu Tonico piscou para a neta maroto e entrou no carro.

Andre já estava dentro da caminhonete esperando o avô.

Após seu Tonico entrar na caminhonete Andre partiu sem olhar para ela. Doeu, nela o fato dele não querer falar com ela.

O que eu poderia esperar? Depois de tudo o que eu disse, é no minimo louvável que André seja educado comigo. Suspirou triste com o pensamento.

*******💟*******

Por três dias Ana Carla passou em completo estado de estupor humano. Mau podia encarar - se no espelho, tamanha era a sua vergonha.
Apos seu rompante não vira mais André. Passara o dia seguinte trancada no escritório, estranhou passar o dia todo sem uma visita ou ligação da mãe para repreende - la.

Ana Carla tinha certeza de que André entregaria a sua cabeça para dona Sol, sua mãe. Porém, acontecera exatamente o contrário. Dona Sol a tratou normalmente apenas olhares incertos, mas de fato nenhuma pergunta. Ana Carla sentia - se enojada consigo.

Sentindo que a amiga precisava desabafar ao final do expediente na padaria na segunda feira Beatriz bateu no escritório.

- Anika?...

Abriu a porta. Vazio e devidamente arrumado. Estranho. Não era costume de sua amiga deixar o trabalho mais cedo. Resolveu bater na porta do apartamento do outro lado do corredor.

- Anika? - Abriu a porta para espiar.

- No quarto! - A voz vinha do final do corredor.

Ana Carla tinha bom gosto sabia misturar o rústico ao moderno, dando um ar sofisticados aconchegante. Sua amiga merecia tudo o que tinha conquistado. Deus lhe dera força para se levantar depois de sofrer tanto e agora sabia por instinto que sua amiga precisava de carinho.

- Anika?

Abrindo a porta do quarto deparou - se com sua amiga deitada na cama.

- Você esta doente? - Beatriz se preocupou.

Antes que pudesse responder Ana Carla rompeu numa crise de choro convulsivo. Beatriz largou a bolsa na poltrona ao lado da cama e correu para abraçar a amiga.

- Que isso amor? O que aconteceu?

Sem resposta, Ana Carla só fazia chorar e durante vários minutos foi assim. Apenas lágrimas de arrependimento e dor.

- Dá para me dizer o por que de tudo isso? Eu mau tenho visto você no horário de trabalho e agora isso. Vamos lá, comece a falar.

Passou mais alguns minutos de choro, mas Beatriz esperou pacientemente, até que Ana Carla se acalmasse.
- O... André... Me odeia...

- Mas que ideia absurda é essa? Quem foi que inventou uma mentira tão grande? Dá pra ver o jeito como ele te olha todo apaixonado.

- Isso podia até ter sido há quatro dias... Mas agora, depois do que eu fiz...

Beatriz afastou a amiga bruscamente.
- O que foi que você fez? - Ela gritou.

- Shiiiii! Não grita, o Pedro está dormindo.

- O que você fez? - Desta vez Beatriz falou entre os dentes.

Ana Carla respirou fundo tomando o fôlego de coragem para começar a relatar a sua vergonha. Por algum motivo, tanto sua mãe quanto sua amiga eram fãs de carteirinha de André. Sendo assim concluiu que quando as duas soubessem do seu rompante de loucura, a cozeriam viva. Mas também sabia que elas a amavam e lhes dariam apoio para superar as dificuldades emocionais a que se deparava.

E quando começou a falar não foi interrompida. Beatriz tinha muitos defeitos, normal! Porém, sua melhor qualidade era ser boa ouvinte mesmo que fosse péssima em dar conselhos. Falando dos seus sentimentos por Andre e como eles se confundiam com os que sentira no passado por César, o pai do seu filho. Falou do seu medo de ser usada e manipulada novamente. Deixou tudo sair junto com as lágrimas. Quando finalmente Ana Carla acabou o silêncio invadiu o quarto.

- O André é um amor de pessoa, nada nele nos remetê ao César. - Com um suspiro Beatriz deitou - se na cama sendo acompanhada por Ana Carla. - O que o André fez quando você bárbarizou com ele?

- Ai por favor, não foi bem assim.

- O que você acha que fez, se não foi uma barbárie?

Ana Carla respondeu exasperada.
- Ele... Se desculpou por me importunar, disse que respeitaria minha vontade...

- Haha!? Viu o que eu disse? - Beatriz deu um salto sentando na cama. - O André é um homem de verdade, que respeita o não de uma mulher. Mesmo que ele queira muito insistir.

Ana Carla piscou várias vezes tentando entender a amiga.
- Como você sabe disso?

- Eu tive uma pequena conversa com ele. Nada de mais. Ele não me disse o por que do distanciamento de vocês, mas disse que respeitaria sua opinião.

Ana Carla afundou o rosto no travesseiro para abafar o grito que deu com raiva de sí.

- Sério, me sinto uma louca. Gosto dele, sinto falta dele o tempo todo, mas quando ele esta perto eu... Entro em parafuso... Fico tonta. Pareço uma adolescente com o primeiro namorado... Sem saber o que fazer... - Ana Carla falava em pranto com o rosto ainda no travesseiro.

Beatriz revirou os olhos diante de tal drama.

- Como pode uma mulher tão inteligente, decidida, forte e tudo o mais... Ser tão incapaz de raciocinar logicamente a respeito do seu futuro?

- O que? - Ana Carla encarou a amiga por entre as lágrimas.

- Meu amor a escandalosa aqui sou eu, com tudo vamos inverter as posições só desta vez. Vamos lá!

Beatriz esfregou as mãos visivelmente animada com sua nova função de conselheira amorosa, claro que não diria isso em voz alta a mulher a sua frete morreria negando que tinha algum tipo de envolvimento amoroso com o policial lindão.

- Mas... O que é...? - Ana Carla apenas a observava secando as lágrimas do rosto com um pequeno lenço roxo.

- Anika, você quer ser feliz? - Foi direto ao ponto.

- Eu sou feliz!

- Completamente feliz? Vai me dizer que nunca sentiu falta de alguém especial ao seu lado? - A pergunta foi acompanhada por um olhar severo. - Seja sincera com você.

As vezes Ana Carla sentia uma solidão da qual não sabia como explicar. Era feliz com seu filho lindo, sua família... Mas, sim sentia falta de algo ou alguém que não queria admitir a ninguém.

- Sei que o crápula do Cesar fez coisas horríveis a você e que te abandonou quando você mais precisou de apoio. Você demorou muito mais conseguiu superar, em parte ao menos. Agora Deus trouxe o André aqui, tão necessitado de amparo emocional quanto se pode imaginar. E apesar dos seus problemas, André vem se mostrando leal, prestativo, parceiro, e você minha amiga deveria concordar que, o cara é ótima companhia em momentos de crise. - Suspirando fundo Beatriz fez uma pausa antes de retomar o raciocínio. - Vê? Se eu estivesse no seu lugar você me diria: "engula o seu orgulho e vá pedir desculpas a ele. Seja sincera tanto contigo quanto com ele. Você é uma mulher forte, inteligente e sabe o que deve fazer antes mesmo que eu viesse aqui pra falar com você. Encare a bronca de frente, sem fugir das consequências!"

- Nossa.

- É eu sei. - Ambas sorriram surpresas Beatriz nunca fora boa conselheira, no entanto ali naquele momento suas palavras foram simples e eficazes para a amiga.

- Só tem um problema, André não quer falar comigo.

Beatriz fez um gesto de desdém com as mãos.

- Homens... São todos iguais, e quando não, muito parecidos. Veja tudo como uma partida de futebol: o André foi espulso de campo, levou uma bronca do técnico sem razão e foi para o vestiário boladão, mas se ele for chamado de volta para o campo... Ha, eu tenho certeza que o André vai para o aquecimento em um estalar de dedos. - Dito isso estalou os dedos no ar fazendo Ana Carla rir.

- Onde foi que você aprendeu tudo isso?

- Um pouco aqui outro bocado ali. Você sabe que as crianças aprendem boa parte observando os adultos.

Beatriz se jogou na cama ao lado da amiga. Cruzou as mãos na nuca visivelmente relaxada.

- Faça o que fizer eu vou estar ao seu lado.

- Mas...

- Mas se não der a sí mesma ao menos uma chance de conhece - lo e ver se o que sente é real ou uma fantasia, então você vai cometer um grande erro.

Ficaram deitadas lado a lado pensando no futuro como faziam quando eram crianças e dormiam uma na casa da outra. O longo silêncio foi interrompido pelo celular de Beatriz tocando.

- Oi amor, tudo bem?... Não no pote de tampa vermelha... Põe na panela verde pequena em fogo baixo... E as crianças?... Dormindo!?... Você é meu herói... Até amanha, amor... Te amo. Beijo. - Como sempre Beatriz suspirou sonhadora.

- Ate amanhã? - Ana Carla estreitou o olhar.

- Sim, me convidei para dormir aqui e te mimar um pouco.

Ana Carla amava a amiga que sabia ler os seus sinais de forma única. Após um tempo refletindo sobre as palavras de Beatriz, Ana Carla tomou uma decisão que só poderia fazer algo sobre no dia seguinte, até lá...

- Noite das meninas! - Ana Carla pulou na cama de joelhos quicando como uma criança levada. - Sabe o que isso quer dizer?

Beatriz já pulava ao seu lado.

- Que teremos visitas de Mel Gibson...

- Ou de Barbara Straisend...

- Ou de Naome Watts...

- Ou de Tom Cruise...

- Mas com certeza teremos pipoca!

As duas caíram de lado na cama gargalhando cobrindo a boca com as mãos com medo de acordar o Pedro.

- Eu te amo, amiga. Gracas a Deus eu tenho você. - Ana Carla declarou ao final.

- Eu também te amo. Agora chega de melação se não começo a chorar.

- E chorar só com Coração Valente.

- Não primeiro Jerry Macguire.

- Da ultima vez vimos o que você queria foi Menina de Ouro, eu chorei tanto que no dia seguinte tive uma baita dor de cabeça.

Beatriz fungou o nariz.

- Filme lindo.

- Filme Triste. Quero um filme que o mocinho fique com a garota no final.

- Mantendo as esperanças?

As duas correram para a cozinha para preparar pipocas e sucos. Uma seção de cinema entre amigas era um luxo para ambas mulheres atarefadas, e Ana Carla já se sentia mais corajosa para enfrentar os desafios que a esperava no dia seguinte.

Que Deus estava ao seu lado disso não tinha dúvidas, sua dúvida era se seria forte o suficiente para remexer num passado tão doloroso.

Porém, uma sentimento novo a dominou, e talvez fosse esperança. Esperança com relação ao futuro.

E André poderia ser parte dele.

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