Capítulo 11
Ai meu Deus !!!
Gente cheguei até aqui, e to muito feliz. Obrigado terem vindo ate esse ponto comigo. Então estão prontos para mais capítulo?
Já é...
Vamos nessa!
Amizade...
A primeira vista seu Tonico engana qualquer um! Com seu geito brincalhão e olhar tranquilo todos diziam: Esse senhor idoso é frágil de mais para o trabalho braçal.
Ledo engano! Mau sabendo os outros que seu Tonico tem um ótimo condicionamento físico, raciocínio lógico e disposição para fazer o que muito meninos mais jovens que ele teriam preguiça para fazer.
Há pouco mais de uma semana Andre se levantava cedo para o trabalho com seu Tonico ao seu lado para o auxiliar. Este dizia não ter mais a agilidade de quando jovem, mais ao vê lo trabalhar André disse ao avo de consideração no fim do primeiro dia de trabalho:
- Vô eu quero chegar aos sessenta e seis anos cheio de disposição como o senhor.
Os dois deram gargalhadas e foram se preparar para o jantar.
Era um trabalho simples três colunas tinham que ser substituídas por causa da chuva que caia constante sobre elas e estavam inúteis, parte do telhado tinha que ser reformado, o forro revisado e umas portas de almofadas novas para por no lugar.
Trabalho que André sempre fez depois da escola com seu pai, um marceneiro caprichoso e organizado no trabalho.
O lugar era calmo, durante o dia ouviam o canto dos pássaros e a noite os grilos. O silencio da noite era quebrado pelas gargalhadas dos dois amigos que compartilhavam suas histórias divertidas.
Naquela noite os dois jogavam a terceira partida de xadrez. Andre não é muito bom, já perdera duas vezes e não queria sair por baixo.
- Ei, pelo menos uma vez eu tenho que ganhar. - reclamou movendo o cavalo estrategicamente.
- Meu neto, jogando mau desse jeito... Hum, duvido! - seu Tonico moveu um soldado e derrubou o cavalo de André que levantou os braços exasperado.
- Ah, não! Como...?
- Mais dois movimentos e o jogo acabou.
- Como o senhor aprendeu a jogar xadrez? - perguntou curioso.
- Na escola tinha um professor de matemática que jogava sozinho, eu fiquei curioso e ele me ensinou. E você?
O rapaz deu um sorriso triste olhando para o tabuleiro quase vazio.
- Estevão me ensinou, disse me ajudaria na minha concentração.
E ajudou mesmo.
O velho retribuiu o sorriso triste.
- Eu o ensinei quando tinha dez anos e desde então jogávamos longas partidas nas férias de fim de ano.
O silêncio voltou a imperar como de costume quando falavam sobre Estevão.
- É ele era um cara legal. - André estava emocionado.
- Meu neto era um rapaz de ouro.
Silêncio de novo.
- Como o senhor lidou com... Isso?
Seu Tonico encolheu os ombros.
- No inicio fiquei em choque, então me segurei em Deus... Posso dizer que a saudade não passa mas a dor essa vira só lembrança, tenho certa experiência nessa área.
Andre suspirou.
- Não consigo ver as coisas como vocês. Acho tudo o que aconteceu muito injusto.
- Concordo.
- Então o senhor concorda que Deus poderia ter feito mais pelo Estevão?
- Mais? Deus fez tudo tanto pelo Estevão quanto por nós. - havia uma serenidade na voz do idoso que inquietava André fazendo - o se mexer na cadeira.
- Quero dizer... Livrar ele do acontecido. - explicou.
- André quantas vezes você sentiu vontade de ler sua bíblia, ir aos cultos ou tomar atitudes diferentes e que você ignorou? - não houve resposta. - Muitas, não é? E quem sabe quantas vezes esses rapazes não sentiram as mesmas inquietações e rejeitaram.
- Então quer dizer que eles fizeram suas escolhas? E como fica o Estevão no meio disso tudo?
- Estevão estava seguro nas promessas do Senhor.
Lembrou se do momento da morte do amigo nos seus braços.
- Está tudo bem... Tudo bem! Andre fica calmo... Eu vou ficar bem.
- E se você morrer, Estevão?
- Deus vai cuidar de tudo... Confia... Tenha fé...
Por mais André se esforçasse, não conseguia entender essa confiança que sua família depositava em Deus. É bem verdade que sua vida cristã, toda era mais uma fachada que nunca se aprofundou de verdade, Deus era mais uma colega e Jesus um conhecido bacana. Só agora naquela situação sentia falta de algo nesse relacionamento. Algo que lhe custava admitir, por puro orgulho.
Seu Tonico interrompeu seus pensamentos.
- Pense no seguinte: um homem cria seu filho com todo amor, dando lhe ensinamentos sobre o certo e o errado. Já adulto esse filho se vai para outra cidade, anos depois um juiz manda prender o pai acusando - o de assassinato no lugar do filho. É justo?
- Claro que não! - André respondeu sem pensar.
- Pois é o que você esta fazendo com Deus. Esses homens assim como todo o mundo tem todos os dias oportunidades para se arrependerem dos seus pecados, e não o fazem.
- E se Deus os obrigassem?
- E onde estaria o amor? - disse seu Tonico rindo.
- Amor? - o rapaz estava confuso.
- Deus ama a todos logo quer ser amado também, desse jeito que você pensa, seriamos forçados a servi - lo por medo.
- Nunca pensei desse jeito.
- Hum... cheque mate.
O lance foi tão rápido que André só pode ficar olhando de boca aberta.
- Vejo que tenho muito pra aprender com o senhor. - disse sobre o jogo.
- Hum... Eu posso ensinar mais cabe a você se quer assimilar. Boa noite, meu neto.
Seu Tonico deixou o rapaz na sala arrumando o tabuleiro, sabia que ele tinha muito no que pensar. Sentiu um alivio no peito, era algo que sempre sentia quando falava do seu Deus. Paz.
Dez minutos depois já preparado para dormir, orou ao pé da cama pedindo pela vida do rapaz na sala.
Ele é um bom rapaz, trabalhador e educado só lhe faltava conhecer de fato a Deus.
******************
Logo depois de guardar as peças do jogo, André foi para o quarto. Já arrumado para dormir ele sentou na cama olhando a Bíblia ao lado no móvel ao lado da cabeceira. Dessa vez seu olhar tinha um pedido mudo.
Respirou fundo como se estivesse buscando coragem.
- Deus eu sei que fiz muita besteira... E também fiz acusações sem fundamento, para ser sincero ainda não entendo muita coisa. Só que... Eu preciso de ajuda. Não sei como o senhor vai me ajudar. Perdoa minha ignorância. No nome de Jesus, amém.
Lançou um olhar envergonhado para a Bíblia ao lado, limpou as lágrimas que teimavam em descer. Não queria chorar, mas era inevitável. Havia tanta dor no peito, tanto ódio represado por quase um ano.
Convertendo a vergonha em coragem pegou a Palavra de Deus. E abriu - o.
Mais Deus mostra o seu muito amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo sangue, seremos por ele salvos da ira.
Por que, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual alcançamos a reconciliação.
(Romanos 5. 8, 11)
Deitou na cama abraçado com a Bíblia sem poder conter a avalanche de lágrimas, adormeceu exausto, porém aliviado, com certeza.
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