Alguns dias depois...

POV Christian

Paul ainda passou alguns dias em observação para terem certeza que seu corpo estava limpo, afinal, a overdose dele foi bastante forte.

Depois que saiu do hospital, tratei logo de lhe conseguir acompanhamento psicológico, pois tinha medo que aquela depressão que El sofreu no passado voltasse, acarretando dessa vez uma série de problemas mais graves.

Ele se mostrou relutante com a ideia no inicio, e bateu o pé incontáveis vezes.

__ Não sou louco gente, minha sanidade mental está perfeita. __ Protestou por mais uma vez.

Ana lhe arqueou uma sobrancelha e ele apenas deu de ombros.

Mordi o lábio pra retrair um riso e pisei um pouco mais fundo no acelerador.

Estávamos indo a clínica que Dr. Rodrigues nos recomendou, mesmo a contragosto de Paul o trouxemos. Ou melhor, arrastamos.

__ Não irei descer deste veiculo, está decidido!__ Exclamou assim que estacionei.

Desliguei o moto e retirei a chave da ignição.

__ Veremos! __ Avisei saindo do carro e dando a volta pra abrir a porta pra Ana.

Não demorou mais que cinco minutos e notamos que Paul nos acompanhou.

__ Ora, o que aconteceu com " Minha sanidade mental está perfeita "? __ Brinquei e ele revirou os olhos.

__ Não enche.

Começamos a rir da cara fechada dele, e deixamos que ele adentrasse a sala da médica sozinho, já que tínhamos marcado horas antes e era sua vez.

Me sentei próximo a recepção com Ana e lhe abracei os ombros.

__ Acha que ele ira reagir bem? __ Perguntei e ela riu.

Ai tem coisa.

__ Ah, eu tenho certeza que sim.

...

Demorou uma hora mais ou menos, e um outro Paul saiu daquela sala. Um belíssimo sorriso no rosto, que a muito eu não via, e o queixo erguido.

Certo, que lavagem cerebral fizeram em meu irmão?!

__ Maninho, quero que conheça sua cunhada. __ Aponta pra detrás dele e vejo uma jovem loira vestindo um jaleco.

__ Já assim tão rápido?! __ Brinco e me aproximo com Ana.

__ Ele esta novo em folha Elo? __ Questiona Ana e franzo o cenho.

Quando perdi as apresentações?!

__ Pronto pra curtir a vida da forma correta. __ Diz a médica com um sorriso largo e brilhante.

Só então as coisas fazem sentido...

A mulher que Paul tanto fala....

__ Você é a amiga anja que esses dois tanto falam. __ Digo e todos riem.

É, acho que fui o único lesado do grupo.

°°°

Saímos todos pra almoçar no horário em que Eloise já estava sem pacientes.

Entre muita conversa e risos regámos nosso momento em família.

As duas nos contaram o que as trouxeram ate nós, e foi difícil voltar a boca ao lugar de tão surpreso que fiquei.

Engraçado que algum tempo atrás cheguei a questionar que Deus não existiu ou não gostava de mim.

Nos relatam sobre como foi se adequarem a vida aqui na terra, e me acabei de rir sendo acompanhado por todos na mesa, quando Ana disse não fazer ideia do que faria da vida na terra.

Após uma hora de papo Eloise precisou se retirar, e marcamos de sair logo a noite, se desse claro.

Levei logo em seguida Ana e meu irmão pra casa, tendo ainda aquele dia uma reunião hiper importante no hospital.

__ Volto logo baby. __ Me despeço de Ana lhe deixando um beijo simples mais apaixonado nos lábios.

__ Ate a noite!

...

Retorno pra casa totalmente cansado.

As inovações em aparelhos mais modernos pra melhoria do Hospital é mais complexo do que eu imaginava.

Deixo a pasta, o jaleco e o palito pela sala, e subo afrouxando a gravata.

Está tudo num silêncio absoluto e até estranho.

Paul e Ana são baderneiros natos, uma dupla do barulho sem dúvida.

O corredor que leva aos quartos esta numa escuridão só, e chego a pensar na possibilidade de não ter ninguém em casa.

__ Algum ser vivo nesta casa além de mim? __ Pergunto e espero uma resposta que não vem.

Noto que a porta de meu quarto está entreaberta, e há uma luz fraca vindo lá de dentro.

A empurro com cautela, e sinto meu corpo tremer.

É fato, estou num medo puro.

__ Pequena, cadê você?__ Sussurro já colocando um pé pra dentro.

Ao passar meu corpo todo, me mantendo de costas, vou girando nos calcanhares lentamente.

__ Estou longe de ser uma coisa do além amor. Quer dizer, não mais. Vamos lá, vire-se logo.

...
Esse é o penúltimo capítulo! 😉