Três dias!

Três fudidos dias que não faço ideia de por onde anda Ana.

Questionei ao sindico do prédio sobre as cameras de segurança da noite em que ela esteve aqui e do dia seguinte, na esperança de que tivesse gravado-a indo ou fazendo algo que me levasse a encontrá-la.

Nada!

Foram várias idas ao parque de nosso primeiro encontro. Todas tentativas em vão!

Ela simplesmente sumiu.

O que dificulta que eu a encontre é não saber seu sobrenome, e nada suficiente pra colocar um detetive ou algo do tipo atrás dela.

Bufo esmurrando a mesa da minha sala.

Neste momento, uma batida na porta me faz respirar fundo.

__ Dr. Grey, os balanços que me pediu. __ Diz Beth adentrando e me entregando a papelada.

Agradeço e a mesma sai em seguida.

Sem cabeça pra verificar merda nenhuma, ponho os balanços de lado e afundo a cabeça em minhas mãos.

...

Desço as escadas após um longo e frio banho tomado.

De moleton e uma camisa branca regata, caminho ate o sofá me jogando no mesmo.

__ Acho que não te conheço! __ Indaga meu irmão, de algum lugar da casa se aproximando.

Me mantenho em silêncio, até sentir um tapa fraco em meus pés.

__ Por que diz isso? __ Questiono me sentando.

Paul acomoda-se na poltrona na outra ponta da sala e me fita.

__ Mesmo hoje estando assim... Inquieto, te notei bem mais leve depois de ter dado aquele pé na bunda de Suzanne.

Revelei ao mesmo meu termino com a Srtª. Forks, e todas as suas reais intenções desses cinco anos que passou ao meu lado.

Diferente do que imaginava, ele suspirou aliviado e agradeceu a todas as entidades divinas que lembrava o nome.

Rio baixo ao lembrar disso, e ele continua.

__ Tenho certeza que devo os meus agradecimentos a uma certa moça de olhos azuis... __ O mencionar de algo que remeta a ela faz meu sorriso morrer.

Levanto não querendo continuar com esse assunto, e ando até a cozinha, alcançando a geladeira e por conseguinte a garrafa d'água.

__ Por que está fugindo de me responder? __ Questiona parado atrás da porta da geladeira aberta.

Tomo minha água e fecho a porta, tendo a visão de Paul com as mãos na cintura -parecendo uma mulherzinha - me encarando querendo uma resposta.

__ Preciso da sua assinatura pra algumas mudanças que precisarei fazer nas alas do hospital... __ comento saindo do seu campo de visão.

Vou até meu escritório e menos de cinco minutos depois, lá está meu irmão mais uma vez.

__ Não foi sobre o que se passa no património da nossa família que te questionei, e sim sobre aquela moça... __ faz uma pausa como se tentasse lembrar o nome dela.

Reviro os olhos.

__ Ana.

__ Exatamente, Ana. Onde ela está?

Me sento em minha cadeira e ele fecha as portas do escritório.

__ Eu não sei, tá legal. Ela evaporou! __ Exclamo em um tom bastante alto.

Paul apenas meneia a cabeça de um lado a outro como se analisasse minhas palavras.

__ Algo nela era diferente de tudo que eu já vi... __ Inicia falando enquanto se serve de um pouco de whisky, que se encontra na mesa no canto da sala.

__ Senti o mesmo que você quando a conheci. __ Comento baixinho.

__ Sabe que, aquele dia em que ela apareceu aqui feito uma assombração, eu senti uma paz inexplicável. Igual a de quando sonhei com uma moça de cabelos loiros, que eu nunca vi na vida.__ Vira o líquido de uma só vez na boca.

__ Acho que estamos convivendo com entidades e não sabemos.

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