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Capítulo 8

Minha hospitalidade já não estava mais das melhores. Vovô se sentara no sofá enquanto eu, encostado na parede e de braços cruzados, ansiava a chegada de meus pais, para assim, eu poder me ver longe daquele velho.
— Então seu pai não pretende financiar seus estudos? — vovô começou novamente.
Revirei os olhos.
— Não precisa responder. Já era de se imaginar.
Suspirei, tentando manter a calma.
— Estão demorando...
— Talvez tenham pensado melhor e mudado a rota — falei despreocupado, mexendo nos cabelo.
— É comediante nas horas vagas?
Dei de ombros.
Logo escutei um carro parar em frente de casa e a voz de minha mãe.
— Graças a Deus — murmurei comigo mesmo.
Dr. Flávio olhou para a porta e se levantou de imediato. Em seguida meu pai entrou.
— Pai — o tom de voz de meu pai nem de longe transparecia animação.
— Paulo. — Vovô se aproximou de meu pai e deu um breve abraço; foi tão estranho que nem meu pai soube reagir direito a isso.
Andei disfarçadamente até a porta, passando pela minha mãe.
— Vou nessa — falei enquanto pegava a chave do Bravo na mesinha do hall.
— Aonde vai, querido? Nem me deu um abraço de feliz natal...
— Outra hora, mãe!
Acenei e entrei no carro, antes que sentissem minha falta.
Virando a esquina, parei o carro, e fui atras do carro. Eu sabia que um dia precisaria de roupas, então deixava uma mochila com algumas peças no porta-malas. Tirei minha regata que costumava usar para dormir, e coloquei outra camisa mais apresentável.
Enquanto me trocava, senti aquela sensação de ser observado. Olhei ao redor e pude notar Marina na janela, admirando o que via. Sorri de canto, sem querer, eu já estava preparando o terreno.
Já trocado, segui para a casa de Gus; ao chegar, de imediato já avistei os primos chatos, logo, segui na direção contrária. Cumprimentei os pais de Gus, mas ainda não o tinha visto, então subi as escadas afim de procurá-lo.
Como quem não quer nada, bati de leve na porta do quarto de Gus por educação e abri em seguida, mas Aurora foi mais rápida do que eu e a escancarou quase destroncando meu braço ao me levar junto com a porta.
— Desculpe! — disse de imediato. — Não sabia que estava ai fora.
— Eu bati antes. — Franzi o cenho, apalpando meu ombro e me certificando de que os ossos estavam no lugar.
— Não ouvi...
— Você viu o Gus? — perguntei, mais pra cortar o assunto que estava se tornando constrangedor.
— Eu acho que está lá embaixo.
Assenti e me virei para descer.
— Saulo... Er, será que posso conversar com você por um instante?
Me virei novamente pra ela, sentindo um gelo no estômago. Será que o pivete já tinha aberto a boca?
— Acho que isso que estamos tendo já é uma conversa — dei de ombros. Ela revirou os olhos.
— Eric me contou sobre ontem...
Trinquei o maxilar, já esperando pela bronca e voltar a estaca zero. Era óbvio que a culpa cairia sobre mim, eu devia mesmo ter ignorado e deixado o garoto apodrecer dentro daquele bar...
— E eu queria te agradecer pelo que fez.
— Han?! — Não pude disfarçar a surpresa. Aurora se redimindo, isso era inédito.
— Também quero te devolver o que você pagou pra ele ontem. — Ela começou a mexer no bolso da calça e pegou algumas notas dobradas. — Eu não sabia se você viria aqui hoje, então eu só saquei no banco e...
— Aurora, — interrompi. —Eu não quero seu ressarcimento.
— Por favor, vou me sentir melhor se pegar. Isso não era problema seu, agradeço por não ter ignorado...
— E nem seu! — interrompi-a novamente. — O que está em sua mão deve ser metade do seu salário, se não for mais... Pra mim, é apenas a camisa que estou vestindo.
Ela ficou a me olhar, sem respostas. Por um momento, pensei se havia sido muito rude, mas só por alguns segundos, pois na real, eu não me importava. 
— Ai estão vocês! — Gus, falou do começo da escada. — Estava procurando os dois.
Olhei para Aurora, que ainda me olhava sem reação.
— Guarde isso. Não vai me fazer falta.— Murmurei e em seguida caminhei até Gus.
— Feliz Natal, Grinch! — Ele me abraçou, bagunçando meu cabelo.
Empurrei ele, e descemos a escada como duas crianças se provocando.

(...)   

— Estive enganado a seu respeito, Saulo. — Flávio se aproximava, enquanto eu digitava a procura do calendário da Unicamp.
— Eu já disse que não me importo com o que você acha, vovô? — Provoquei, sem perder a concentração, tampouco desviar os olhos do que estava fazendo.
Ele sorriu. Sentiu a alfinetada, e por algum motivo gostou.
— Você tem um pouco de mim.
Eu ri, espontaneamente.
— Tenho um pouco de você? Se eu pudesse escolher, não teria nem 1% seu. Lamento dividir o mesmo DNA.
— Exceto, é claro, por ser um marginal.
Revirei os olhos.
— Não sou um marginal. — Por um momento pensei, por que eu ainda respondia?
— Mas isso a gente ainda pode concertar.
— Han?
— Entendo que não tenha afeição por mim, Saulo. Não passamos muito tempo juntos... Mas eu garanto que posso te ajudar a chegar a um patamar que nem imagina.
— Desculpe?
— Deve ter se perguntado o motivo de minha visita.
— Depois de sete anos, uma visita inesperada, em pleno dia de Natal? Não... Achei bem usual.
— Sabe que para médicos, Natal é apenas um dia, não é? Acho ótimo que desde já, você não tenha tanto apreço por esse dia.
Revirei os olhos.
— Bom... A princípio vim para ter uma conversa com seu tio Jonas. Você sabe, estou ficando velho, infelizmente ainda não inventamos uma pílula da juventude. E eu como um homem de renome, preciso deixar um legado.
Franzi o cenho com o destino daquela conversa, comecei a achar que ele estava falando sério.
— Entre seu pai e seu tio Jonas... Bom, não preciso dizer quem eu escolhi, fui primeiramente ao Rio de Janeiro, não é mesmo? Mas chegando lá, eu não gostei do que vi. Então é claro, eu vim atrás de seu pai, mas adivinha, seu pai continua sendo o mesmo patife. Todavia, encontrei você.
— O que quer dizer?
— Logo que percebi o quanto você havia mudado, fiz uma ligação. Levantei uma ficha com seu histórico, seu rendimento, suas notas, e é claro, umas coisinhas a mais sobre você.
— Puxou um dossiê meu? — perguntei incrédulo.
— Não finja surpresa. Você não se esforça muito em esconder sua vida, que aliás, isso é algo que vai precisar ser mudado. Foi bem rápido pra me passarem as informações que preciso.
— Quem esteve bisbilhotando a minha vida? Que autoridade você teve pra fazer isso?
— Não importa. O que realmente importa é que você só precisa ser lapidado. Eu te subestimei, mas a verdade é que você tem potencial. Você tem potencial pra ser melhor do que seu tio Jonas e seu pai, Saulo.
— Não estou acreditando...
— Quero que venha comigo para o Estados Unidos. Esqueça essas porcarias que está se inscrevendo. — Ele apontou para a tela do notebook. — Te colocarei em Harvard e garanto um bom futuro para você.
— Um bom legado pra você, quis dizer, né? Não é possível que esteja preocupado com sua reputação mesmo depois de morto.
— Costumo juntar o útil com o agradável, meu querido neto.
— Obrigado pela oferta, mas eu recuso.
— Não pedi uma resposta agora. Pense com sabedoria. Voltarei em vinte dias para escutar o que tem a dizer.
Ele deu dois tapas em meu ombro e saiu.
Eu não estava acreditando em que acabara de ouvir, por mais de que eu não duvidava de nada vindo de meu avô, aquilo havia me deixado perplexo. Ele nunca havia se importado comigo antes, me surpreendia por ainda lembrar meu nome, uma proposta insensata e ridícula daquela realmente havia me atordoado. E é óbvio que eu jamais aceitaria, passar algumas horas com ele já estava sendo insuportável, não conseguia imaginar meses. Anos? Carregar seu sobrenome já me atormentava, quem diria seu "legado". Obrigado, mas passo para o próximo otário da família Ferrarezi.

 


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