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Capítulo 7

Estrondos vinham do céu, eu podia ouvir de dentro do bar.
Talvez essa fosse a minha brecha pra ir pra casa, mesmo sem companhia desta vez.
Peguei meu casaco no banco, tomei o ultimo gole de whisky e me dirigi até o caixa.
Havia um pequeno tumulto na porta de saída; três ou quatro seguranças continham alguém que provavelmente tentava sair sem pagar a comanda.
Confesso que estava um pouco curioso pra saber o que acontecia enquanto eu pagava minha comanda, mas o whisky havia começado a fazer efeito, eu só esperava não errar a abertura da garagem.
Me dirigi até a saída, aonde dois seguranças grandes e fortes faziam uma barreira na porta; eles estavam com os joelhos levemente dobrados e os braços estendidos, oscilando de um lado para o outro, como lutadores de sumô, até parece que o garoto fosse passar pelos vãos...
Aquela cena era um tanto engraçada quanto constrangedora. Comecei a rir, pois imaginei os seguranças com mawashi*. Chacoalhei minha cabeça, me livrando do pensamento.
- Vocês precisam entender, me deixem sair, eu juro que volto! Não posso ficar preso aqui pra sempre! - O garoto gritava com os seguranças, e eles, seriamente negavam com a cabeça.
Semicerrei os olhos, pra ter certeza que estava vendo direito.
- Eric? - perguntei, assim que parei frente à eles.
- Saulo? - Eric me olhou assustado e um pouco constrangido.
- Não pagou a conta, garoto? - Eu ri.
- Na verdade, íamos dividir.
- Quem?
- Eu e meus amigos.
- Hum... - Olhei por entre as cabeças dos seguranças e vi cinco adolescentes se distanciando tranquilamente. -Aqueles que estão indo embora?
Eric bufou.
- Sim! Acontece que a maior parte estava na minha comanda. Eu só quero ir falar com eles, só que esses seguranças não me deixam sair.
- Obviamente. Enquanto não pagar a conta, não poderá sair.
Ele olhou pra mim, com os ombros caídos.
- Não tenho toda essa grana...
- Hum... Acho que precisará de novos amigos.
Eric colocou as duas mãos na cabeça e andou de um lado para o outro, preocupado.
Suspirei, aborrecido.
- Ok. Vai ficar me devendo essa.
Peguei a comanda de sua mão, e fui até o caixa. Percebi o olhar de Eric em minhas costas, provavelmente não acreditando que eu, de fato, faria o que estava fazendo. Bem, talvez seja o espírito natalino.
- Seiscentos e setenta e três reais, senhor - a mulher do caixa ergueu uma sobrancelha, me encarando sem expressão.
- O que?! - perguntei, incrédulo - O que tanto consumiram?
- Dois combos de Vodka, quatro massos de cigarro, doze doses de absinto...
- Ok, ok. Apenas cobre isso. - Entreguei meu cartão à moça do caixa, digitei a senha enquanto ela carimbava aquele papel que custava mais caro do que tudo o que Eric vestia naquele momento. Certamente eu iria me arrepender disso depois.
Voltei a porta de saída e entreguei as duas comandas para os seguranças, então, sem titubear, eles abriram passagem.
- Está esperando o que? Vá resolver isso com seus brothers.
Eric me olhou, ainda com aquela cara de cachorrinho assustado.
- Isso é sério?
- Não. Estou bêbado, não sei o que estou fazendo. - Encarei-o, senti meus olhos pesarem. De fato eu estava. - Ande logo antes que eu me arrependa.
Ele caminhou apressadamente aos garotos que já estavam quase virando a esquina.
Não pude escutar o que falavam, mas Eric estava visivelmente irritado.
Andei na direção contrária, embora não lembrasse aonde havia deixado meu carro, tinha certeza que havia virado à direita. Andei três passos à frente e me deparei com o Bravo, à cinco segundos atrás ele não parecia estar ali.
Ignorei o fato de poder acontecer a mesma invisibilidade com um poste ou talvez uma pessoa, segui meu caminho, após entrar no Bravo.
Ao virar a esquina, avistei Eric e seus amigos, que aliás, embora nunca se parecessem como tais, agora menos ainda, já que Eric estava no chão, levando uma surra.
Pensei em deixar, já havia batido a cota de bom samaritano por hoje, mas três contra um - que vamos combinar, era desfavorecido fisicamente - era covardia.
Parei o carro, próximo à eles, mas nem sequer perceberam.
- Ei! Deixem o garoto em paz! - gritei, sem me mover.
Obviamente não me escutaram.
As outras três garotas apenas olhavam, eu não sabia ao certo se estavam assustadas ou apreciando os galos de briga batendo num pintinho.
Entretanto, certamente não iriam parar tão cedo.
- Deus, hoje está testando minha bondade? Só por que é Natal?
Bufei. Sai do carro, deixando a chave no contato e andei até eles, sem pressa, afinal, eu não estava tão disposto a apartar briga de moleques, correndo o risco de sujar minha camisa da Louis Vuitton.
- Soltem ele! Já bateram o suficiente.
Eles não me ouviram antes, certamente não iriam me ouvir agora. Seria mesmo preciso colocar as mãos? Maldita hora que parei nesse bar.
Tentei me aproximar e fui atingido por um deles. No nariz, pra ser mais exato, e depois uma cotovelada no queixo.
Minha visão ficou turva e cambaleei para trás. Voltei a encarar o garoto que me atingiu, embora não soubesse ao certo qual deles. Óbvio que eles tinham tamanho suficiente pra me matar, porém, eu tinha um carro.
- Certo! Agora vou atropelar todo mundo!
Andei em passos rápidos até o meu carro. Os galos de briga continuavam a espancar Eric, mas as garotas me escutaram, e agora sim, estavam assustadas.
Virei a chave no contato e redirecionei o Bravo, deixando-o frente à frente aos garotos, com alguns metros de distância. Liguei o farol alto, que provavelmente quase os deixou cegos, e acelerei, sem sair do lugar, causando um ruído que chamou a atenção da metade do bairro.
Os garotos pararam e encararam o Bravo, enquanto Eric continuava encolhido no chão, em posição fetal. Na dúvida de não terem entendido a mensagem, acelerei novamente, só que desta vez, avançando um metro e freiando logo em seguida.
Foi questão de meio segundo para saírem correndo, deixando as meninas para trás. Típico.
Elas gritaram enfurecidas para os covardões e correram atrás.
Em outra situação, eu estaria rindo descontroladamente, porém, agora eu estava sangrando, e não sabia ao certo se meu nariz estava quebrado. Doía como se estivesse.
Assim que desapareceram de vista, minha vontade foi dar meia volta e ir embora, largar Eric todo ensanguentado no chão. Mas eu precisava ao menos, verificar se ainda estava vivo.
Estacionei o carro e fui até ele.
Eric, devagar se sentou ao chão, devia estar atordoado demais para levantar.
- Eu devia ter te deixado com os seguranças! - gritei com ele.
- Não disse pra eu resolver com eles?
- Sim, mas quando disse isso, me referia em sei la, xingar e sair correndo e não enfrenta-los. Você é louco?
Ele riu, não conseguia entender como ainda conseguia achar graça.
- É isso o que chama de amigos?
- Não exatamente... - disse, ainda num tom risonho.
Peguei um lenço em meu bolso e limpei minha boca, já podia sentir o gosto metálico do sangue que escorria do nariz.
- Desgraçados... Ainda quase quebraram meu nariz.
Ele conseguiu se levantar, e deu um tapinha em meu ombro.
- Obrigado por isso.
- Se afaste, essa camisa já tem sangue o suficiente.
Ele riu.
- Você é legal... Nunca imaginei um dia te dizer isso...
Franzi o cenho. Ignorei o elogio, se é que fosse um.
- Não acredito! - Eric se sobressaltou, enquanto apalpava os bolsos.
Revirei os olhos, o que era dessa vez?
- Roubaram meu celular... E minha carteira!
- Só pode estar brincando...
- Não posso acreditar nisso! Minha irmã nem terminou de pagar o meu celular!
- Sua irmã? - olhei confuso. - Olha garoto, eu não vou te levar pra casa, então toma, ligue pra qualquer pessoa vim te buscar - joguei meu celular em sua mão.
- Meus tios não podem saber que estou aqui, vou ligar pra minha irmã...
- Aurora? Não... Qualquer pessoa, menos ela. - Tirei meu celular da mão dele.
- Por que? Ela é a única que posso confiar.
- Então ligue restrito, ela não pode saber que está comigo.
Ele franziu o cenho, um pouco confuso, mas não discutiu. Imaginei que soubesse sobre meu desentendimento com Aurora, mas pelo visto, o assunto não havia se ampliado tanto.
Logo que desligou o celular, certifiquei-me se ele havia mesmo ligado restrito, e pude ter a confirmação na tela. Senti-me um pouco aliviado, não pretendia arrumar esse tipo de confusão com Aurora; ainda não nos suportávamos, mas por algum motivo, ela decidiu estabelecer a paz.
Talvez, fosse apenas um plano de vingança, entretanto, agora eu não acreditasse tanto nessa opção; encarei isso como uma paranoia, Aurora, apesar de às vezes parecer maligna, era apenas um cordeiro com a pele de um lobo, tentando não parecer tão frágil, embora fosse. Talvez agora, ela pudesse facilitar as coisas entre eu e Gus, quem sabe não seria tão importunadora como sempre foi.
Eu estava de acordo com isso; embora não houvesse um acordo selado, um comprimento de mãos para solidificar, entendi o que ela estava tentando fazer. Eu não a provocaria, enquanto ela não me provocasse. Justo.
- Minha irmã está vindo. - Eric emergiu-me de meus pensamentos. - Mais uma vez, obrigado.
- Não agradeça... Foi força do hábito.
Virei-me e pude finalmente entrar em meu carro e ir pra casa.

(...)

Trrr Trrr Trrr.
Joguei o travesseiro em cima do meu rosto e apertei, tentando, sem sucesso, abafar o som do telefone tocando no andar de baixo.
Tocou, provavelmente até cair na caixa postal. Relaxei, acreditando que voltaria a dormir.
Ledo engano, o telefone começou a tocar novamente.
Com raiva, tirei o travesseiro do rosto e olhei para o teto, enquanto o toque ecoava em minha mente.
- Mas que inferno! - Reclamei, determinado em não atender, só de birra.
Assim que parou de tocar, fiquei esperando algo mais acontecer, por que claro, a ordem do planeta precisava ser seguida. Saulo jamais dormiria até tarde em dias que não precisaria necessariamente acordar cedo, provavelmente isso havia sido escrito no antigo testamento.
Como eu já imaginava, meu celular começou a tocar.
Bufei, mas já que estava ao meu lado, ao menos poderia checar quem estava ligando.
Na tela, a foto de minha mãe brilhava. Decidi atender.
- Quem morreu, mãe? Não poderia esperar algumas horinhas pra ligar?
- Desculpe, filho. Precisava falar com você agora.
- O que foi? O avião caiu e estão naufragando em alguma ilha? Já aviso que vai ter que esperar até eu estar disposto a chamar o resgate.
- Pare de brincar!
- Fale, mãe. Ainda estou com esperança de dormir mais um pouco. Seja breve.
- Precisa levantar agora, nada de dormir mais um pouco.
- É sério isso? Até em outro estado você quer decidir meus horários e o que devo fazer? Cadê o espirito natalino?
- Seu avô está chegando ai.
Levantei-me bruscamente, com a notícia.
- O que? Quem disse isso? É sério?
- Sim. Já estamos no aeroporto, esperando nosso vôo, em algumas horas chegamos ai. Mas levando em conta do tempo que ele saiu do Rio, já deve estar bem próximo de Sorocaba.
- Desde quando ele está no Brasil? Por que não me avisaram? E o que ele está vindo fazer aqui? Ele sabe que vocês estão em outro estado, né?
- Sim, filho. Mas você sabe como é seu avô. Ele nos avisou ontem, e nossa única opção vai ser voltar pra recebê-lo.
- Sete anos sem visitar. Nem para o enterro do seu filho, ele foi capaz de comparecer. Tenho certeza que junto com ele não vai vim boa notícia.
- Não sei, Sau. Ele estava na casa do seu tio, no Rio de Janeiro quando nos ligou. Por favor, levante e faça sala até chegarmos.
- Natais, sempre me trazendo boas lembranças...
- Seja gentil, querido.
- Não prometo.
Desliguei o celular e me levantei, aliás, não podia receber pior incentivo pra isso. Porém, precisava recebê-lo, do contrário era capaz que ele botasse fogo na casa comigo lá dentro.
Era certo, de que Dr. Flávio nunca avisara com antecedência de suas visitas, isso é claro, quando avisava. Mas o que mais me deixava inquieto, era que ele nunca visitava sem um motivo específico pra isso. Tratou o enterro de seu neto como uma ocasião irrelevante.
Sempre achei meu pai frio e calculista. Mas meu avô... Meu avô era o projeto pronto do que meu pai estava se tornando.

(...)

Levou pouco mais de uma hora para que a campainha tocasse. Desci com a certeza de quem era. E assim que abri a porta me deparei com Dr. Flávio Ferrarezi, vestido como de costume, com seu traje formal e trazendo consigo sua carranca autocentrada.
- Saulo, você cresceu. Está um homem.
Sete anos. E esse foi seu cumprimento.
- Estranho seria se não estivesse. Fazem sete anos, vovô.
Ele ignorou meu comentário e foi entrando sem pedir licença. Obviamente, ele se sentia parte dono daquela casa, já que vivia jogando na cara de meu pai que se não fosse ele, meu pai não seria o que é hoje.
Andou alguns passos lentos dentre a sala de estar, analisando cada detalhe. Afinal, em sete anos muitas coisas mudam, inclusive a casa.
Fechei a porta e o segui.
- Aonde está o serviçal? - perguntou, desinteressado.
- Mr. Skipp? Ele não é nosso serviçal.
- Que seja. - Deu de ombros.
- Está com sua família. Minha mãe deu folga à ele.
- Está sozinho em casa? Não há nenhuma garota em seu quarto, há?
Revirei os olhos, embora pudesse ser verdade.
- Andou brigando? - ele semicerrou os olhos, concentrado em meu queixo.
Franzi o cenho, tampando com os dedos a ferida que nem sabia que estava ali, dei de ombros.
- E os estudos? Seu pai comentou comigo algo sobre você querer ser médico. Não está levando isso a sério, está? - Ele voltou a caminhar pela sala, muito calmamente.
- Pra ser honesto, estou.
- Saulo... Como posso te dizer? Esse ramo não é pra você.
- Como? - perguntei, realmente não acreditando em o que acabara de me dizer. Não era novidade Dr. Flávio fazer comentários ofensivos, mas eu não acreditava que de fato ele estivesse preocupado com o que eu me tornaria.
- Você sabe... Se for pra ser um médico do interior de São Paulo, é melhor não ser. É preciso dedicação total, se quer ser bem sucedido. E você... bom, você andou brigando ontem, como posso perceber, como um moleque de rua. Já pode entender o que estou querendo dizer.
- Desculpe, vovô, mas se eu quisesse conselhos, iria à um psicólogo.
Ele riu, divertindo-se, embora essa não fosse a minha intenção.
Continuou a analisar os cômodos meticulosamente, enquanto eu apenas observava.

*Mawashi: Espécie de cinto protetor que os lutadores de sumô utilizam durante a prática do esporte, conhecido também como fraldão.

Siiim! Voltei! HAHAHAHADesculpem a demora, sabem como é a vida kkEspero que tenham gostado desse capitulo, deixem um comentario dizendo o que acharam, pra eu saber se não enferrujei hahah :*

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