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"Não dá pra esquecer alguém como você, mas bem que eu queria."

🅐🅓🅔🅤🅢

𝓘mcompleta. Jasmim se sentia vazia, como se tivessem arrancado alguma parte de seu corpo.

Fazia duas semanas desde que teve o melhor dia de sua vida, sabendo o significado da palavra "viver" depois de quase dezessete anos. 

Tudo o que tinha agora eram as fotos enviadas pelo rapaz, os inúmeros desenhos daquela noite e as memórias límpidas.

Ela daria tudo para que aquele dia se repetisse, menos o que aconteceu quando chegou em casa.

Otávio pediu um Uber para levá-la para casa e eles foram conversando o trajeto inteiro, tentando ignorar que se separara em alguns minutos. Uma missão complicada.

Depois do que aconteceu na praia, ele estava sendo atencioso e carinhoso com ela, o que só deixava seus corações mais pesados do que já estavam.

Quando o motorista estacionou em frente ao portão branco de sua casa, Otávio brincou sobre ela sempre chegar atrasada, já que morava extremamente perto da escola e eles sorriram.

A garota uniu seus lábios pela última vez naquele dia, com os olhos marejados e o coração doendo tanto que temia que fosse morrer.

Ele agradeceu por entre tantas pessoas no ponto, ela ter ido falar com ele. Ela agradeceu por ele ser louco o suficiente para sugerir que passassem um dia juntos.

Além dos beijos maravilhosos e da noite incrível, para Jasmim, Otávio era uma ótima pessoa, daquelas que ninguém seria capaz de não gostar. Para Otávio, Jasmim era a garota mais inteligente e sem filtros que conhecera, quem as pessoas sempre querem por perto. Não entendia porque ela não tinha tantos amigos.

Ao entrar em casa, viu a mãe aos prantos e o pai andando de um lado para o outro. Seu coração se partiu outra vez naquela noite, e ela sabia que depois disso, não teria como colar os inúmeros cacos que ficaram.

Sua mãe a abraçou apertado, ainda em prantos, enquanto o pai assistia tudo, com um olhar aliviado, porém furioso. Ela repetiu inúmeras vezes que ficara preocupada e que a garota não deveria fazer aquilo nunca mais.

Após todas as lágrimas e reencontros, veio a pior parte: a explicação. Jasmim seguiu sua personalidade do dia, não poupando palavras. Ela disse tudo o que sempre quis dizer. Falou sobre estar sobrecarregada, sobre nunca lhe restar tempo, sobre toda a super proteção.

A conversa parou em Matias, seu irmão, morto por abusar de drogas pesadas e se envolver com quem não prestava. A garota se deu conta de que não dividiu isso com Otávio e que ele não lhe contou sobre o porquê da decisão de torrar todo o dinheiro do pai.

Depois de inúmeros sermões, gritos, e até um tapa vindo de sua progenitora quando ela a chamou de "péssima mãe", Jasmim foi para o seu quarto.

Ela estava proibida de sair — o que não fazia muita diferença em sua vida — e não iria mais para a escola sem supervisão, já que se mostrou não digna de confiança.

Sua mãe também disse que a garota ficaria sem aparelhos eletrônicos, para aprender a administrar seu tempo, e seu material de pintura seria restrito também.

Com as bochechas molhadas, ela recebeu uma mensagem de um número desconhecido antes de entregar o aparelho para a mãe. Eram as fotos que Otávio tirou dela, na praia, acompanhadas por um:

"Obrigada por hoje, guria. Fique bem."

E uma figurinha da garotinha coreana.

Ficara surpresa por ter algumas fotos dela distraída, que nem tinha ciência que existiam, perguntando-se se o garoto teria feito aquilo para nunca se esquecer dela e daquele dia.

Sua foto preferida foi a que tiraram juntos depois de ter se entregado para ele. Otávio estava com uma expressão divertida e ambos com os cabelos bagunçados. Com certeza colocaria esse momento no papel.

Depois daquele dia, ficou decepcionada ao receber o celular de volta. Ele não lhe enviara mais mensagens e ela também não, afinal, acordos são acordos, mesmo que doa. Jasmim sofreu com isso e ainda sofria, mesmo já tendo se passado duas semanas.

Porém, se Otávio não falava com ela nos intervalos das aulas, que retornaram, — para sua infelicidade — ela também não falaria. Sua indiferença a machucava em níveis extremos, mas ela jamais revelaria isso, pois era extremamente orgulhosa.

— Tem certeza de que tá tudo bem? Você tá tão quietinha, Jas — Felipe, um de seus poucos amigos, perguntou.

— Uhm. Tenho.

Ela não tirava os olhos de Otávio e seus amigos da terceira série, que riam de algo.

— E por que essa atenção toda com os meninos do terceiro de repente, mulher? Parece eu ano passado.

Jasmim riu de seu comentário e sentiu um olhar quente sobre seu corpo. Sabia que era ele, mas não olharia de volta.

— Só tô vendo como eles são idiotas. — Ela deu de ombros, bebendo seu suco. — E sua paixão do ano passado, como anda?

— Do mesmo jeito que em 2021, mulher. Passado. Depois que perdi meu bv e ganhei mais liberdade em casa, estou só o vento.

Jas riu outra vez, concordando e voltando a olhar o garoto, que estava agarrando uma menina. Sua boca ficou amarga de repente e seu estômago embrulhado. Não podia ficar assim. Tinha que seguir sua vida.

— Tu não tá nada bem.

Jasmim se levantou do chão de onde estavam sentados, avisando Felipe que iria ao banheiro.

A garota desceu as escadas da escola, chegando ao andar dos banheiros, entrando no feminino e encarando seu reflexo no espelho. Precisava esquecer um pouco aquele dia, ou ficaria maluca com tudo o que aconteceu depois. Porém, era impossível.

O sorriso do rapaz não saia de sua cabeça, assim como o fato de ela ter se divertido em um dia, o que não se divertiu em um ano. Refletindo a cada minuto que passou ao lado do rapaz, chegou à conclusão de que não se arrependera de ter ido, mesmo que tenha ficado de castigo — o que já esperava.

Jasmim abriu a torneira, colocando a mão em concha e a enchendo de água, jogando em seu rosto em seguida. Não se importava com o pouco rímel que usou naquela manhã, precisava  acordar e voltar para a realidade.

Otávio estava em outra. Vira com seus próprios olhos, e sabia que não podia ficar daquele jeito, porque eles não eram nada. Foram só dois adolescentes que se juntaram e tiveram um dia perfeito juntos.

Talvez parte dessa dificuldade de esquecê-lo tenha sido porque ele foi sua primeira vez, não só no sentido sexual, mas no sentido emocional também. Otávio foi o primeiro que despertou tudo o que ela sentiu, assim como foi o primeiro que fez a garota ver o mundo de uma forma mais leve.

Aprendera com ele a melhor de sua qualidade nos dias atuais: transformar coisas que a machucavam em brincadeira.

Arrumando os cachos, que estavam amarrados em um rabo de cavalo baixo, ela umedeceu os lábios. Foi até a porta, destrancando-a, surpreendida por Otávio que a empurrou para dentro outra vez e trancou a porta novamente.

Jasmim se afastou um pouco dele, confusa. Cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha, mantendo a postura ereta. Mesmo que seu coração estivesse prestes a saltar pela boca, ela não colocaria o orgulho à parte.

— O que você está fazendo aqui?

Parecendo afetado com o tom usado por ela, Otávio franziu a testa. Como ela poderia agir assim depois de tudo o que viveram?

— Não sei.

— Bah! Depois tudo voltaria ao normal, não é?

Ele confirmou com a cabeça, apreciando o som de sua voz. Sentiu tanta falta da garota, que nem se importava com o tom rude que ela usava.

Analisou seu rosto irritado, os cachos que escapavam do penteado e como o uniforme lhe caía bem.

— É, mas esse acordo foi a pior coisa que eu já fiz na vida.

Jasmim fingiu que as palavras do garoto não a afetaram, continuando parada, encarando-o. Ela concordava que havia sido a pior escolha do rapaz desde que o conhecera, mas sabia que não faria muita diferença se eles quisessem ir adiante.

O rapaz soltou uma risadinha sarcástica, aproximando-se dela e a fazendo estremecer.

— Não foi o que pareceu.

— Tínhamos a praga de um acordo, Jas.

— Eu sei, guri.

— E por que tu tá agindo assim?

A cada palavra, Otávio se aproximava mais da garota, que a essa altura estava encurralada entre o rapaz e a parede do banheiro.

Com a respiração ofegante graças a presença marcante dele, ela encarou suas íris escuras. Percebera também que ele havia mudado o brinco, para um com um pingente prateado no final. Estava mais charmoso do que de costume.

— Bah! Quer mesmo que eu responda? — Imitou o que ele disse na praia, arrancando um sorriso do garoto.

Fitando os lábios cheios e rosados da garota, Otávio umedeceu os seus, voltando a olhar para seus olhos.

— Não.

E então, com toda a sua maestria, ele segurou a nuca da garota, unindo seus lábios em um beijo urgente, cheio de saudades e promessas.

Relutante no começo, Jasmim cedeu às investidas do rapaz, beijando-o com o mesmo fervor. Suas mãos percorriam todo o seu corpo, clamando por ele. Não conseguia deixar de pensar no quanto sentiu sua falta, mesmo só o conhecendo por um dia.

A imagem dele agarrado com a outra garota voltou à sua mente e ela se afastou.

— Achei que você estava com outra pessoa.

— Achou errado, morena.

— Não foi o que pareceu.

Ele voltou a unir seus lábios, descendo os beijos pelo seu pescoço, incendiando-a.

— Quer ir para outro lugar, conversar?

— Não posso. Estou sendo vigiada vinte e quatro horas por dia.

— Que ironia do caramba!

Jas riu, concordando com a cabeça e suspirando. Se via encurralada, em um beco sem saída, sentindo falta das bifurcações que estavam presentes em sua vida no dia 31 do mês anterior.

Fevereiro havia chegado, levando consigo mais controle e tristeza para sua vida. Será que a investida de Otávio foi um sinal para provar que as coisas melhorariam?

— Por que pensou que eu estava com outra?

— Vi vocês lá em cima, guri.

— Aquela era Brenda, ex-namorada do Paulo. Só estava consolando a coitada, ciumenta.

— Ciúmes? Bah! Eu não tenho motivos para ter ciúmes.

— Por que teus olhos dizem o contrário?

— Não sei. Agora preciso ir.

A garota tentou sair do lugar, mas foi impedida por Otávio, que a manteve entre a parede gelada e seu corpo quente.

— Eu tentei, Jas. Tentei cumprir o acordo, fingir que nada aconteceu, mas era impossível, vey. Aquelas suas fotos ficava me encarando, dizendo que eu precisava fazer alguma coisa, nem que levasse um tiro do teu pai no processo. Depois daquele dia, não sei viver sem você e seu mau-humor.

Jasmim sorriu, com os olhos marejados, mordendo o lábio inferior. Gostava do garoto, temia até ficar apaixonada. A conexão que existia entre eles era surpreendente, disso ela tinha certeza.

Com uma risada sem graça, de uma garota apaixonada, ela balançou a cabeça negativamente.

— Também senti sua falta, guri.

— Não tem nada impedindo nossa loucura, visse?

— Meus pais...

— Conquisto eles. Ninguém resiste ao meu charme.

— Como você é arreganhado, guri.

Os dois riram, beijando-se outra vez, com carinho e gentileza.

— Quero ficar com você, vey.

— Quero ficar com você, guri.

O garoto uniu seus lábios aos dela outra vez, abraçando-a apertado depois. Como sentiu falta do seu doce perfume de lavanda, que chamou sua atenção antes mesmo de sua voz.

— Promete que nunca vai mudar de perfume? Cheiro bom da boba.

Jasmim riu alto, colocando as mãos na boca, como sempre, e ele a acompanhou.

— Prometo.

Depois das carícias no banheiro, Jasmim e Otávio saíram do lugar, não levantando suspeitas — por sorte.

Nos dias seguintes, não se desgrudaram mais. Jasmim o apresentou a Felipe, contando sobre o dia maluco que teve, e Otávio a apresentou para os amigos.

Não podiam sair, mas para quem nem se falavam, os intervalos eram o suficiente, até não serem mais.

Os pais de Jasmim acabaram descobrindo sobre seu romance, ficando furiosos no início. 

Porém, depois de um tempo, temeram o pior pelo comportamento da filha, marcando um jantar para conhecê-lo.

Otávio cumprira o que prometeu naquele banheiro da escola, conquistou seus pais e obteve a bênção para construir um relacionamento com ela.

Tiveram que omitir a parte de que ele estava com ela quando fugira, mas a garota tinha certeza de que um dia revelariam e todos ririam dessa loucura.

Depois do jantar com os pais de Jasmim, Otávio precisou marcar um almoço em sua casa, porém, como os pais se divorciaram, o almoço se dividiu em duas partes. No fim, sua mãe amou a nora, assim como o pai, que disse que ele não poderia ter feito escolha melhor — não que a opinião do homem que traiu sua mãe valesse muito para ele —, mas ficou feliz.

Após as apresentações em ambas as famílias, Otávio marcou de levá-la para a praia outra vez, em um fim de semana. Os pais concordaram, mas a mãe de Jasmim ficou um pouco receosa de deixá-los sozinhos, quase indo junto, mudando de ideia depois de uma conversa com o marido.

Otávio se sentia o garoto mais feliz do mundo, principalmente após retornar ao seu lugar preferido, com sua pessoa preferida.

Encarando as ondas fortíssimas da praia da Sereia, assistindo Jasmim se bronzear e lhe contar sobre os novos projetos, ele não podia ser mais grato.

Agradecia ao ritmo que os fez se encontrar, assim como à sua forma formidável de ser. Queria que ela fosse sua rainha para sempre, porque, enquanto estivesse com ela, nunca mais seria 99% feliz, já que ela o completava.

Otávio não queria nunca mais precisar dizer adeus, porque aquele dia, aquelas vinte e quatro horas, mudaram toda a sua perspectiva de vida, para melhor.

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