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"Noventa e nove por centro. Me beije mais uma vez e estou lá."
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𝓟agando a conta, o jovem guiou a garota para fora do quiosque, apertando os olhos ao sentir o brilho forte do sol, colocando seus óculos em seguida. Não sabia se estava certo, mas parecia que a temperatura havia subido mais do que o normal.
Encarando Jasmim, viu que não havia possibilidades de se sentarem na areia, como fizeram pela manhã, obrigado a alugar um guarda-sol.
Viver em um lugar com clima quente era bom apenas quando tinham a oportunidade de passar o dia na água, e mesmo assim ainda havia infinidades de contras.
Enquanto o rapaz montava a barraquinha, Jasmim fitava as ondas, que já estavam um pouco mais fortes do que pela manhã. Amava pulá-las, mas tinha um pouco de medo de ir até o fundo e nunca mais voltar.
Para ela, o oceano era um grande e inexplicável — por enquanto — mistério. Ainda se perguntava como era possível o homem conhecer mais o espaço do que o próprio mar, imaginando o tanto de espécies desconhecidas que ainda existiam por lá.
Sua mente de artista borbulhava em ideias e excitação quando colocava em uma tela o que imaginava, desde reinos submersos, até animais estranhos.
— Ei! Jas — chamou Otávio, segurando em seu braço e incendiando seu corpo. — Pode sentar.
Encarando o guarda-sol colorido já armado, duas cadeiras, e uma mesa, Jasmim se sentou, colocando a bolsa sobre a mesa.
— O sol tá tão forte que eu já estou seco.
O rapaz se sentou ao seu lado, encarando as ondas não tão distantes, brincando com a areia aos seus pés.
— Bah! Eu percebi.
Ela sorriu, colocando os óculos de sol.
Estava decidida. Entraria na água. Não vestira um short justamente para não mudar de ideia antes de sair de casa, se não apreciasse a água salgada da maneira correta, jamais se perdoaria quando o dia chegasse ao fim.
Chegasse ao fim... A última palavra tinha um gosto amargo ao passar pela língua da garota e ela a detestava com todas as suas forças.
Respirando fundo, Jas se levantou, fazendo Otávio franzir as sobrancelhas, confuso.
Sem pensar duas vezes, ela tirou o vestido, ficando apenas com o conjunto de praia. A parte de baixo preta e alta, valorizando suas pernas torneadas e nádegas cheias, com a parte de cima, que valorizava seus seios fartos.
Engasgando com a própria saliva, Otávio tirou os óculos de sol para enxergar melhor, e se impediu de ficar boquiaberto ao analisar o corpo da companheira de aventura.
Não entendia como ela odiava o próprio corpo e só de se imaginar passando protetor em suas costas, ficava louco.
— Está feio?
— Feio? Tá zoando é? Tá perfeito, tô até sem ar.
Com as bochechas vermelhas, Jasmim riu, pegando o protetor em sua bolsa.
O olhar que Otávio estava lançando para ela lhe dava mais confiança e não sabia bem o porquê, mas gostava disso.
Aproximando-se do rapaz, ela lhe entregou o potinho, sentando-se no espaço na ponta da cadeira onde o rapaz estava meio deitado. Ele arrumou a postura rapidamente, para começar o trabalho, quando sentiu a perna dela roçar na dele.
"Deus, ela só pode estar tentando me matar." Pensou ele, controlando-se ao máximo para não beijá-la ali mesmo, afinal, se tinha uma coisa que odiava, era perder.
— Faça as honras, Matuê — ela debochou e ele sorriu.
— Com prazer.
Jasmim se virou de costas para ele, ouvindo o som do protetor solar lutando para sair de seu recipiente.
Ao sentir os dedos do rapaz em suas costas, seu corpo ficou todo aceso, imóvel, arrepiado.
Engoliu em seco, enquanto ele passava por toda a extensão de suas costas, pescoço, cintura, lentamente, como em uma massagem. Sabia que o rapaz estava demorando de propósito.
Para Otávio, jamais havia tocado pele tão macia, e poderia estar exagerando. Estava gostando da sensação de seus dedos explorarem sua pele que ficaria mais bronzeada.
Quando terminou, Jasmim levantou outra vez, pegando o que sobrou do protetor, passando no rosto e no restante do corpo.
— Posso tirar uma foto sua? Depois te mando.
Pega de surpresa, ela confirmou com a cabeça, sentando-se em sua cadeira. Otávio se lembrou do chapéu branco de pagodeiro que havia comprado, tirando-o da bolsa e entregando para ela, que colocou na cabeça.
Não pôde deixar de assobiar, fazendo-a bater em seu braço em seguida.
Com a cadeira um pouco inclinada para baixo, o rapaz tirou algumas fotos de Jasmim, sorrindo ao ver o bom resultado.
— Agora tenho uma desculpa para ter teu número.
— Bah! Espertinho, não? Mas ter meu número ou não, não vai fazer diferença, já que voltaremos a não nos falar depois de hoje.
Falar isso foi doloroso para a garota, mas necessário, não podia negar. Otávio confirmou com a cabeça, fingindo que não foi afetado por suas palavras.
Não poderia ter se apaixonado por ela tão rápido, poderia?
— Vai entrar na água dessa vez, guria? — Ele a imitou, fazendo-a sorrir e esquecer o clima ruim que se formara minutos antes.
— Bah! Vou. E você, guri?
— Com certeza.
— Acha que alguém vai mexer nas nossas coisas?
— Eu não confiaria não.
— Tchê! Nem eu.
Pensando em uma solução, Otávio perguntou se um dos rapazes que armava a barraquinha queria ganhar um trocado. Tudo o que ele teria que fazer era cuidar de seus pertences. Era arriscado confiar em um desconhecido, mas pelo menos não deixaria "ao Deus-dará".
Entregaria nas mãos do criador, ou da sorte, quer qual fosse sua crença.
— Achas que consegue chegar primeiro do que eu?
— Bah! Não só consigo, como vou.
Como se tivessem retornado a infância, Otávio e Jasmim começaram a apostar uma corrida — não muito longa — até o mar.
Para sua sorte, a água estava morna e sem muitas algas na beira, já que fazia um tempo que não era agraciado com chuva. Neste verão, mal choveu na cidade.
Assim que entrou, Otávio se afastou um pouco para o fundo, mergulhando de cabeça e preocupando um pouco a garota.
Mesmo que a água estivesse morna, não era quente o bastante para a jovem, que estava entrando gradualmente, pulando uma onda que a atingiu em cheio.
Nada contente com sua demora para alcançá-lo, Otávio mergulhou, chegando onde a garota estava e a fazendo soltar um grito de susto ao sentir algo tocar suas pernas.
Ele surgiu na superfície, pegando Jasmim em seu colo, que estava furiosa pelo susto que levou, e com um pouco de frio agora que seu corpo estava todo coberto pela água.
O rapaz rodopiou com ela em seu colo, gargalhando de seu mau humor e prestes a ser atingido por uma onda, pedindo para ela tapar o nariz e abaixar.
Ao voltar para a superfície, agora sem estar no colo do rapaz, Jasmim bateu em seu peito, aproximando-se dele.
— Tchê! Seu idiota! Caramba! Quase tive um infarto — ela gritou, ainda batendo em seu peitoral.
— Exagerada tu em.
— É sério, Otávio! Olha só.
Sem pensar direito, a garota pegou a mão molhada do rapaz, colocando-a no meio de seus seios para que sentisse seus batimentos cardíacos mais acelerados do que o normal.
Engolindo em seco, o rapaz continuou com a mão ali, encarando os olhos cheios de compreensão pelo ato impulsivo da garota. Jasmim se entregou a uma gargalhada nervosa quando o rapaz retirou a mão, ainda a encarando.
Uma onda forte a derrubou, dando-lhe um caldo, fazendo-a se assustar com sua força. Otávio percebeu estarem muito no fundo para ela, que era tão baixa, agarrando sua cintura contra o seu corpo e indo um pouco mais para a beira, mas não tanto.
Com a proximidade de seus corpos, as peles expostas se tocando e o desejo crescente, Otávio voltou a encará-la, desta vez com mais intensidade.
Jasmim sentia o coração ainda mais acelerado com a proximidade. Seu corpo quente e imerso, grudado ao do rapaz, exigindo que tomasse a frente, deixava-a maluca.
Nunca se imaginou fazendo o que estava prestes a fazer, mas o lema do dia era: Só se vive uma vez.
A garota levantou os braços e colocou-os ao redor do pescoço do rapaz, que estremeceu.
— Bah! Nós dois seremos perdedores — ela sussurrou em seu ouvido, provocando-o.
— Quem liga pra essa porcaria de jogo?
Sem aviso, Otávio segurou seu rosto entre as mãos, unindo seus lábios aos dela, com cautela, independente de sua urgência.
Sentir sua boca na dele foi como ouvir fogos de artifício explodirem, como se pela primeira vez na vida, ela estivesse vivendo de verdade. Sentiu estar viva depois de muito tempo.
O rapaz se afastou milimetricamente, apenas para encarar os olhos repletos de confirmação da parte de Jasmim, que avançou nos lábios do rapaz, timidamente, mas com a mesma urgência que ele.
Percebendo que ela era inexperiente, Otávio tomou o controle e Jas apenas repetiu seus passos. O beijo era lento, provocante e ambas as línguas continham o gosto do drink de abacaxi.
Com uma mão na cintura da jovem e a outra na nuca, Otávio explorava sua boca, quase gemendo em aprovação. Pensou que isso não aconteceria naquele dia e temia que se acontecesse, não conseguisse mais parar.
Foram obrigados a se separar graças a uma onda intrusa, que deu um caldo nos dois jovens, que estavam com os olhos fechados.
Temendo um clima desconfortável, Jasmim ouviu a risada de Otávio, acompanhando-o.
— Bah! Acho que a mãe natureza não gostou — ela brincou.
— Tu achas?
Otávio se aproximou outra vez, lentamente, fazendo a garota sorrir em anseio.
— Acho.
Agarrando sua cintura novamente e a fazendo estremecer, Otávio acariciou sua pele exposta, deixando-a ofegante. Não conseguia olhar para outro lugar que não fosse a boca do rapaz e isso a deixava confusa.
— Tô pensando em irritar um pouco mais.
Unindo os lábios outra vez em um beijo estalado, ele revelou, afastando-se um pouco.
— Tchê! Apoio sua ideia.
Os adolescentes se beijaram outra vez, sorrindo entre o ato, testando seus limites.
Otávio abraçou seu corpo, girando-a outra vez e sorrindo.
— O que tu tem? É viciante pra caramba!
— E você um...
Sem deixar que ela concretizasse sua resposta, ele uniu seus lábios pela centésima vez naquela tarde, desfrutando de sua maciez.
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