Capítulo 8
Já se passaram uma semana do ocorrido com Ryan. Em um momento de loucura o beijei até que não houvesse mais fôlego.
Ele retribuiu o beijo com o mesmo fervor e intensidade.
Como tudo que é bom dura pouco, ele me disse que o beijo foi um erro que não iria se repetir novamente.
Fiquei envergonhada comigo mesma, de ter sido tão fraca e cedido a atração que existe entre nós dois. Fiquei ainda mais envergonhada de ter pulado nele como uma tarada louca.
Estou fugindo dele desde então. O vi apenas duas vezes nessa semana, e tratei de fugir logo quando ele apareceu na cozinha atrás de seu almoço.
Sei que estou sendo infantil, mas não me importo. Não quero ter que encara-lo depois do que fiz.
- Vai ficar até quando presa dentro dessa casa? - Pergunta Maria.
- Não estou presa. - Digo. - Só não estou afim de sair daqui.
- Você pode tentar me enganar Emma. - Diz Maria. - Mas não consegue.
É impossível esconder algo de Maria. Essa mulher descobre todos meus segredos apenas em me observar.
- Está imaginando coisas Mari. - Tendo desconversar.
- Sei que aconteceu algo entre você e Ryan na viagem que fizeram. - Sorri com malícia. - Desde então você está fugindo.
- Você é impossível sabia? - Lhe dou um beijo no rosto.
- Conte para essa velha aqui o que está acontecendo. - Pede.
Puxo uma cadeira para mim e me sento logo em seguida.
- Posso ter beijado Ryan. - Resmungo.
- Eu já sabia. - Diz sorrindo. - Só queria ouvir de você.
Lhe dou um sorriso fraco, e pego uma maçã sobre a mesa.
- É adivinha agora? - Pergunto mordendo a maçã.
- Só percebi como ficaram sem graça um com o outro, nos poucos encontros que tiveram depois da viagem a Austin. - Se senta ao meu lado.
- Fui impulsiva. - Dou de ombros. - Não era para ter acontecido.
Mari pega minha mão e aperta de leve.
- Você gostou não foi? - Pergunta.
- Tanto faz. - Dou de ombros. - Já tive beijos melhores.
Minto na maior cara de pau. Nunca um beijo mexeu tanto comigo, como aconteceu com Ryan.
Estar em seus braços me fez me sentir desejada e especial como nunca fui. Mas Ryan soube estragar o momento que tivemos.
- Você não sabe mentir Emma. - Mari sorri zombeteira. - Qual foi a atitude de Ryan?
- Ele disse que foi um erro. - Dou de ombros.
- Então é por isso que está presa dentro dessa casa o dia inteiro? - Pergunta.
- Só estou envergonhada com minha estupidez. - Sorrio fraco.
- Não deveria. - Diz. - Ryan é um cabeça dura. Conheço aquele garoto como a palma da minha mão. - Sorri convencida. - Ryan já sofreu muito, então ele se fechou em seu mundinho e não quer sair.
O que será que aconteceu com ele? Será que foi traído como eu? Ou coisa ainda pior? Com o tempo descubro o porque de Ryan ser tão fechado.
- Nem vou perguntar o que houve, porque tenho certeza que não irá me contar. - Digo.
- A história não é minha, então não tenho nenhum direito de contar a você. - Mari da de ombros. - Mas tenho certeza que ele te contará algum dia.
Fico extremamente curiosa para saber o que houve com Ryan, mas terei que ter paciência e conquistar sua confiança para que ele me conte.
- Saia dessa casa, vá conhecer o rancho. - Diz Maria animada. - Vá se divertir um pouco. Ryan que está perdendo uma mulher incrível.
Maria tem razão. Não irei ficar presa dentro dessa casa com medo de encarar Ryan.
- Emma? - Alguém me chama.
- Estou na cozinha. - Grito.
Alguns segundos depois Carlos adentra a cozinha.
- Júlia entrou em trabalho de parto. - Diz Carlos.
- Sério? - Me levanto rápido.
- Sim. - Sorri. - Quer ir assistir?
- Claro. - Digo animada. - Não vai precisar de mim agora não né Mari?
- Não meu bem. - Diz. - Pode ir tranquila.
Lhe dou um beijo no rosto, e caminho até Carlos. Ele me oferece o braço que aceito de bom grado.
Ao sairmos da casa, caminhamos até os estábulos.
Fico tão animada com a notícia sobre o bebê da Júlia, que me esqueci que Ryan provavelmente estará nos estábulos.
Meu coração se acelera só de pensar que terei que vê-lo. Mas como pensei comigo mesma, não irei continuar fugindo como uma idiota.
Ao entramos o estábulos, Joshua vem até mim com um sorriso nos lábios.
- Você está linda. - Me elogia.
- Obrigada Josh. - Agradeço. - Mas acho que está com problemas nas vistas.
Josh é um garoto muito amável. Foi um dos primeiros que fiz amizade. Está sempre me elogiando, e disposto a me ajudar com as coisas que não entendo direto.
- Não estou não. Minhas vistas então excelentes. - Diz. - Não estou certo papai?
- Está sim meu rapaz. - Carlos pisca para mim.
Alguém pigarreia atrás de nós, e algo me diz que é Ryan.
Minhas suspeitas são confirmadas, quando me viro e me deparo com ele nos olhando.
Por algum tempo ficamos apenas nos encarando, e isso me deixa desconfortável.
Graças a Deus Josh interrompe o silêncio constrangedor que se instalou em nosso meio.
- Quer ver Júlia? - Josh pergunta.
- Claro. - Digo.
Ele me leva até a baia onde Ryan está. Júlia está deitada no chão, e parece sentir muitas dores.
- Ela está bem? - Pergunto preocupada.
Júlia se tornou minha amiga nesse pouco tempo que estou no rancho. Quando ela escuta minha voz começa a relinchar e corre até mim. Carlos falou que foi uma supresa e tanto, porque Júlia não gosta de estranhos.
- Ela está tendo dificuldades. - Diz Ryan. - O filhote deve ser muito grande.
- Ela vai ficar bem? - Pergunto.
- Vai sim. - Josh me tranquiliza.
Me agacho perto da cabeça da Júlia, e passo a mão por seu longo rosto.
- Você vai ficar bem garota. - Sorrio para ela. - Ou ficará de castigo, a escolha é sua.
Meu coração se aperta ao ver seus olhos lacrimejarem. Ela parece entender que algo está errado.
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Josh e eu estamos a um longo tempo esperando Carlos fazer o parto da Júlia, mas até agora nada.
Fico andando de um lado para o outro nervosa.
- Se acalme Emma. - Pede Josh. - Ou fará um buraco no chão.
- Vai demorar ainda? - Pergunto aflita.
- Papai já deve estar acabando. - Diz.
Não tenho a mínima idéia de como ajudam uma animal a dar a luz, mas Carlos está demorando demais, o que está me deixando louca.
Ryan pediu que eu não assistisse. Ele disse que não é uma cena agradável de se ver, então segui seu conselho, e estou esperando desde então.
- Emma? - Ryan me chama.
- Oi? - Corro até ele. - Como foi? Eles estão bem? - Pergunto.
Ryan me olha triste, então já imagino o que deve ter acontecido.
Corro até a baia, e me deparo com o filhote da Julia imóvel no chão.
- Sinto muito Emma. - Pede Carlos. - Fizemos tudo que estava ao nosso alcance para salvar o filhote.
- Como Júlia está? - Pergunto com lágrimas nos olhos. - Ela vai ficar bem?
- Vai sim. - Me tranquiliza. - Ela terá chance de ter outros filhotes futuramente.
Me sento no chão ao lado dela. Ela automaticamente coloca a cabeça em meu colo.
Passa a mão por sua longa crina. Tentando de alguma forma conforta-lá.
- Sinto muito garota. - Digo já deixando as lágrimas rolarem por meu rosto.
Não sei o que passa na cabeça de um animal, mas provavelmente Júlia deva sentir algo com a perda de seu filhote.
- Emma? - Ryan me chama.
- Oi. - Enxugo as lágrimas do meu rosto.
- Posso ficar aqui com você? - Pergunta.
- Sim. - Digo apenas.
Ryan senta ao meu lado, pega minha mão e segura firme.
- É sempre assim? - Pergunto.
- Com o tempo se torna mas fácil. - Diz. - Você acaba aceitando que faz parte da vida.
- Isso é tão triste. - Digo.
Ryan segura uma das minhas mãos, com a outra faço carinho no rosto de Júlia, enquanto observo sua tristeza.
- Com o tempo você supera. - Diz Ryan levantando meu rosto, e me dando um leve beijo nos lábios.
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Bom dia garotas.
Tudo bem com vocês?
Um bom final de semana a todas, com as bênçãos de Deus. ❤
Até segunda-feira com o próximo capítulo.
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