Capítulo 25
- Emma? - Diz mamãe do outro lado da linha.
- Olá mãe. - Digo.
- Senti falta de ouvir sua voz. - Ela suspira alto. - Estou com saudades.
- Também sinto sua falta. - Digo.
Estou sem falar com minha mãe desde o dia que ela me disse que passou o número do telefone do rancho para Kevin.
Fiquei com tanta raiva que não liguei para ela novamente. Fiquei com mais raiva ainda por ela querer que eu volte para Kevin. Isso não acontecerá jamais!
- Como está querida? - Pergunta.
- Estou ótima. - Digo. - E a senhora?
- Estou bem. - Diz. - Mas sinto muito sua falta.
- Por que a senhora não vem morar comigo? - Pergunto a ela.
Mamãe fica em silêncio por um tempo. Tenho certeza que ela está fazendo careta, minha mãe nunca foi chegada a roça.
- Você sabe que eu não aguentaria por muito tempo tanta calmaria. - Ela diz por fim.
- Eu sei. - Falo. - Mas não custava nada tentar.
- Falta quatro meses para você voltar para casa. - Mamãe diz animada.
- Eu não vou voltar. - Digo.
- Você o quê?! - Pergunta com a voz estridente.
Tive que tirar o telefone da orelha, ou acabaria surda com seu grito.
- Não vou voltar para Nova York. - Digo. - Pretendo morar no rancho.
- Emma você está louca?
- Nunca estive tão sã em toda minha vida. - Sorrio abertamente.
- E seu trabalho? Sua vida aqui? - Ela fica em silêncio por um tempo. - E Kevin?
- Kevin não existe para mim mãe. - Digo ríspida.
É tão difícil ela entender que não quero Kevin em minha vida novamente?
- Mas...
- Se a senhora quiser que brigamos, é só tocar no nome daquele traste novamente. - A corto. - Vou dizer pela última vez para a senhora, e espero que entenda dessa vez. Não amo Kevin, e mesmo que amasse não lhe daria uma segunda chance, ele não merece isso. Então esqueça de tentar juntar nós dois, porque não vai acontecer.
- Só quero sua felicidade. - Diz com a voz chorosa.
Sempre que discordamos de algo ou brigamos ela faz essa voz, e sempre acabo aceitando seus desejos, mas dessa vez é completamente diferente.
- Acha que a minha felicidade será ao lado de um homem que me trai? - Retruco.
- Kevin errou meu bem, mas se arrependeu. - Diz. - Ele te ama.
Gargalho alto com incredulidade. Kevin ama somente a si mesmo.
- Contou a ele sobre a herança que vovó me deixou? - Pergunto.
Minha mãe em fica em silêncio, então já tenho a reposta para minha pergunta.
- Está explicado o porque ele está se dando ao trabalho de me perturbar. - Resmungo irritada.
- Você sabe que ele não é esse tipo de homem. - Diz.
- Um bom homem ele não é. - Retruco. - Ou não teria me traído.
- Emma não fale assim. - Ela me repreende.
Kevin só pode ter feito lavagem cerebral em minha mãe, não pode ser tão cega assim.
- Mãe acorde. - Digo. - Kevin não é o homem perfeito que ele se faz não. Abra os olhos e verá a cobra que está permitindo entrar dentro de casa.
Tão traiçoeiro que chega ser impossível descobrir que é um cretino. Ainda bem que descobri isso antes de casar com ele.
- Emma...
- Vamos mudar de assunto? - Pergunto. - A senhora está perdendo tempo em achar que vai me fazer mudar de opinião em relação a ele, então desista.
- Tudo bem. - Ela bufa frustrada.
- Como estão Jane e Paolo? - Mudo de assunto.
- Pao... Paolo... es... está ótimo. Jane também. - Diz.
Mamãe pigarreia alto e começa a gaguejar. O que me deixa com uma pulga atrás da orelha.
- Mãe respire. - Digo. - Por que está tão nervosa?
- Não estou nervosa. - Ela praticamente grita.
- Está tendo um caso com Paolo? - Pergunto.
- Me respeite Emma. - Me repreende. - Lá sou mulher de ter caso.
Ela não disse que não está tendo um caso, então com certeza minhas suspeitas estão certas.
- Está ou não? - Pergunto novamente.
- Estamos noivos - Diz por fim.
- E por que não me contou isso antes?
- Porque você não queria falar comigo. - Retruca.
Nisso a culpa é totalmente minha, então não posso reclamar.
- Estou feliz por vocês. - Digo.
- Não está brava? - Pergunta.
- Não. - Sorrio abertamente. - Paolo é um homem incrível.
- Ele é. - Suspira apaixonada.
Mamãe está certa em refazer sua vida ao lado de um bom homem. Ela já ficou um longo tempo de luto por meu pai. Tenho certeza que ele iria querer que ela fosse feliz novamente.
- Paolo está sendo incrível comigo. - Ela diz. - Ele queria falar com você, mas não deixei. Eu mesma quis lhe contar.
- Quando será o casamento? - Pergunto animada.
- Daqui três meses. - Responde com animação.
- Já está perto. - Digo.
- Sim. - Fala. - Quero que você desenhe meu vestido de noiva.
- Mas é claro mãe. - Digo feliz. - Se não estivesse me pedido, eu teria feito do mesmo jeito.
Ela ri alto.
- Obrigada meu bem. - Agradeço.
- Por nada.
- Quero você aqui. - Diz. - Quando eu me casar.
- Não perderia por nada. - Digo. - Estarei aí.
Escuto alguém conversar com ela no outro lado da linha. Alguns segundos depois ela diz.
- Preciso desligar.
- Tudo bem. - Falo. - Dê um beijo em Jane e Paolo por mim. Estou com saudades.
- Dou sim meu bem. - Fala.
- Eu te amo. - Sorrio abertamente.
- Eu também te amo.
Quando vou colocar o telefone no gancho escuto mamãe gritar meu nome.
- Sim?
- Esqueci de te falar que vou passar uma semana aí com você. - Diz.
- Sério? - Pergunto animada.
- Sério. - Fala. - Poderá fazer o desenho do meu vestido enquanto eu estiver aí.
- Quando vem?
- Provavelmente semana que vem. - Diz.
- Vou estar aguardando. - Nos despedimos novamente.
Estou animada com a vinda da minha mãe para o rancho, como também estou animada com seu casamento.
Apesar de nossas desavenças, ela é minha mãe. Amo minha velha demais para ficar por muito tempo brigada com ela.
Ela só tem que aceitar que Kevin nunca mais fará parte da minha vida. Não adianta teimar ou insistir quando a isso.
Me levanto da cama e a arrumo logo em seguida. Meus nervos estão todos doloridos pela longa caminhada que fiz na noite anterior.
Olho para o relógio sobre o criado mudo e me assunto.
- Merda. - Resmungo. - Merda, merda, merda.
Já são 11:00 horas da manhã, e eu ainda estava na cama. Corro para o banheiro e faço minha higiene matinal, logo em seguida corro para meu closet e visto uma roupa qualquer.
Saio do quarto e vou rumo a cozinha para pegar alguma fruta, já que está muito tarde para tomar café.
- Até que enfim bela adormecida. - Maria diz. - Pelo jeito se divertiu bastante ontem.
- Você nem imagina Mari. - Reviro os olhos.
Lhe dou um beijo no rosto, pego uma maçã que estava sobre a mesa e lhe dou uma mordida.
Os rapazes devem estar muito bravos comigo, por terem que fazer meus afazeres do dia. Mas é óbvio que não vão reclamar, já que sou a dona de tudo. Quero dizer... quase dona.
- Bom dia garoto. - Digo a Josh, que está dando uma volta com Júlia.
- Boa tarde Emma. - Ele para a égua.
- Ainda é bom dia. - Lhe monstro a língua.
Josh sorri para mim e faz o mesmo.
- Quer andar nela? - Josh pergunta.
- Outra hora. - Passo a mão pela longa crina da Julia.
Já tem dois meses que estou no rancho, e ainda não criei coragem de montar em nenhum cavalo.
- Agora preciso cuidar dos meus afazes. - Digo.
- Você está fugindo como das outras vezes. - Josh sorri. - Sobre seus afazeres... Ryan já cuidou de tudo.
- Não estou fugindo nada. - Digo.
- Está sim. - Fala.
Estou fugindo mesmo, mas é claro que não vou assumir isso.
- Sai daí. - Digo a Josh.
Ele pula de cima da égua com uma facilidade que nunca terei.
- Me ajude a subir. - Peço.
Sinto todo meu corpo tremer de medo, mas terei que fazer isso uma hora ou outra, então que seja agora.
- Uou. - Arregalo os olhos. - Isso é mais alto do que imaginei. - Digo depois que Josh me ajudou a montar em Júlia.
Josh segura o cabresto e começa a puxar Júlia para frente. Ela começa a caminhar devagar.
- Se quiser olhar o rancho agora eu vou com você. - Josh se oferece.
- Tudo bem. - Digo.
- Vou preparar um cavalo para mim. - Me entrega o cabresto. - Se quiser indo devagar na frente, já já lhe acompanho.
- Ok. - Digo apenas.
Júlia começa a caminhar em direção ao pasto aberto com lentidão. Agora já não estou com tanto medo.
Júlia começa a cavalgar mais rápido, quando percebo ela já está correndo muito.
O chapéu voa da minha cabeça enquanto ela continua a correr. Não puxo o freio já que estou gostando do vento batendo em meu rosto.
Fui uma boa amazona em minha infância. Pelo jeito esse meu lado só estava adormecido, já que ainda não me espatifei no chão.
- Boa garota. - Passo a mão por seu pescoço assim que ela para.
O céu escurece de repente, enquanto começa cair gotas geladas de chuva.
Viro Júlia para poderemos ir embora, pois a chuva começou a engrossar. Não tinha percebido que havíamos ido tão longe. Não consigo enxergar a casa, somente pastos por todo lado.
Um relâmpago rasga o céu seguido por um trovão. Júlia se assusta e começa a ficar inquieta.
- Está tudo bem garota. - Falo com ela.
Ela parece se tranquilizar quando escuta minha voz, mas logo em seguida vem outro trovão. Entao Júlia empina assustada, não consigo me segurar a tempo e acabo caindo no chão.
🌳🌳🌳🌳🌳🌳🌳🌳🌳🌳🌳🌳🌳🌳🌳
Bom dia meninas.
Tudo bem com vocês?
O que será que vai acontecer com Emma? 😞
Até amanhã com o próximo capítulo. ❤😍😘❤
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro