- O que foi Ryan? - Pergunto irritada. - Não me olhe como se eu fosse uma molestadora de adolescente.

Lhe dou as costas e caminho para casa.

Ryan e Josh chamam por mim mas não lhes dou ouvidos. Corro para dentro de casa e fecho a porta depressa.

É óbvio que tem outras entradas, mas até eles me alcançarem já estarei trancada dentro do meu quarto.

Subo a escada correndo. Quase caio ao tropeçar em um degrau, mas consigo me equilibrar.

- Emma espere! - Grita Ryan atrás de mim.

Abro a porta do meu quarto correndo,  mas antes que consiga fecha-la, Ryan já entrou em meu quarto atrás de mim.

- Sai daqui. - Peço trêmula.

- Me perdoa. - Pede envergonhado.

- Não precisa pedir perdão por nada. - Resmungo. - Só saia do meu quarto.

- Não foi minha intenção. - Diz Ryan. - Não quis que você se sentisse mal.

- Você quis sim. - Dou de ombros. - Mas está tudo bem, não preciso do seu pedido de desculpas.

- Eu só...

- Está tudo bem Ryan. - Digo irritada. - Só saia daqui. - Aponto para porta entreaberta.

Fico triste só de pensar que Ryan acha que sou uma mulher tão baixa a ponto de seduzir um garoto. Sei que ele pensa o pior de mim, mas não achei que fosse tanto.

- Tudo bem. - Ryan suspira frustrado.

Escuto ele caminhar para fora do quarto, em seguida fechar a porta.

Me sento em um poltrona perto da janela e continuo observando a paisagem.

Eu achando que viver no rancho seria moleza, então Ryan muda isso.

Pensei que viveríamos em harmonia, apesar das nossas brigas quando cheguei aqui, vivíamos trocando farpas um com o outro, mas estávamos começando a nós entender.

Boa parte da culpa é minha por ser tão cabeça dura. Se eu explicasse algumas coisas tudo seria resolvido.

Alguém bate na porta do quarto me tirando de meus devaneios, nem sei por quanto tempo estou aqui sentada. 

- Entre. - Grito.

- Vim ver como você está. - Diz Josh entrando no quarto.

- Estou ótima. - Sorrio abertamente.

- Lhe trouxe um presente. - Josh diz animado.

Ele está com uma das mais escondidas atrás das contas.

- O que é? - Pergunto curiosa.

Ele tira um chapéu preto de trás das costas e me entrega.

- Era da minha mãe. - Diz triste. - Quero que fique com ele.

- Sério? - Pergunto emocionada.

- Sério. - Josh sorri abertamente.

- É lindo. - Digo olhando para o chapéu.

Ele é todo preto, com um pingente bem no centro do chapéu com o formato de um cavalo empinando.

- Gostou mesmo? - Pergunta desconfiado.

- Amei. - Coloco o chapéu sobre minha cabeça que encaixa perfeitamente.

Caminho até o espelho e fico me observando por um tempo.

- Você está linda. - Me elogia.

- Obrigada. - Lhe dou uma piscadela. - Tem certeza que quer me dar o chapéu?

- Tenho sim. - Diz. - Mamãe antes de morrer me deu ele, e disse para mim da-lo de presente a alguma garota especial.

Caminho até Josh e o envolvo em um abraço afetuoso.

- Você é uma garota especial. - Diz. - De uma forma diferente. É a irmã mais velha que nunca tive.

- Só um pouquinho mais velha. - Sorrio zombeteira.

Lhe dou um beijo no rosto com carinho e digo:

- Obrigada pelo presente. - O agradeço. - Eu amei. E fico feliz ao saber que você vê em mim uma irmã.

- Promete que não vai embora? - Pede triste.

- Eu prometo. - Pego suas mãos e aperto firme contra as minhas. - Não irá se livrar tão facilmente de mim garoto.

O sorriso de Josh é tão contagiante, que acabo sorrindo também.

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- Como estou? - Josh pergunta pela milésima vez.

- Você está lindo. - Reviro os olhos.

Josh está vestido com uma calça jeans azul escuro, uma camiseta xadrez da mesma cor. Não deixei ele vir de chapéu, ou iria esconder o corte de cabelo que ficou muito bom.

- Tem certeza? - Pergunta.

- Tenho certeza Joshua. - Resmungo. - Está pior que eu para escolher roupas.

- Quero impressionar Beatriz. - Diz animado.

- Faça isso. - Digo. - Mas use o que tem aqui. - Coloco meu dedo em sua cabeça. - Mostre a ela que é um garoto inteligente, e não só um rostinho bonito.

Pego o chapéu e ajeito em minha cabeça, e em seguida saio da caminhonete.

- Você vai arrasar. - Josh diz ao meu lado.

- Até parece. - Gargalho alto.

Estou vestida com um shortinho jeans, uma camiseta xadrez vermelha que amarrei acima do umbigo. Calcei uma bota marrom que pega acima da minha canela.

Se minha mãe ou as pessoas com quem trabalho, me vissem dentro dessas roupas não me reconheceriam.

Estou muito diferente da mulher que usava roupas de grife. Para falar bem a verdade, prefiro essas roupas simples.

- Vamos? - Josh me oferece o braço.

De longe já sinto o cheiro de carne assada, o que faz minha boca salivar.

A música está alta e tem várias pessoas conversando e rindo alto.

Começo a ficar sem jeito, não conheço ninguém a não ser Josh, e alguns dos trabalhadores do rancho.

Recebi o convite da festa no rancho há alguns dias. Parece que é a despedida de uma garota que conseguiu entrar em Harvard, e irá cursar Medicina. Então o pai decidiu fazer uma grande festa para comemorar com os vizinhos.

É a primeira vez que venho a vila. Então fico olhando tudo em volta.

Uma rua foi fechada para a festa, apesar que não deva ter muitas. Já que parece ser uma vila pequena.

- Olha a Beatriz ali. - Diz Josh todo animado.

- Onde? - Pergunto.

- Aquela morena com um vestido florido. - Josh cochicha.

- Estou vendo um monte de garotas com essa descrição. - Reviro os olhos.

Josh solta meu braço e fica em minha frente.

- Olhe por cima do meu ombro. - Diz.

- Agora eu vi. - Sorrio abertamente. - Muito bonita.

- É mesmo. - Fica babando pela garota a distância.

A garota percebe a presença de Josh e lhe lança um sorriso tímido.

- Ela está sorrindo para mim. - Diz eufórico.

- Vai desmaiar agora? - Pergunto.

- Estou bem. - Retruca.

- Vai lá conversar com ela. - Digo.

- Daqui a pouco. - Enlaça meu braço no seu novamente.

O sorriso morre nos lábios da garota assim que vê o que Josh acaba de fazer.

- Vamos achar algo para beber. - Me puxa em direção as pessoas.

- Você sabe que não pode fugir para sempre. - Cochicho para ele.

- Eu sei. - Resmunga. - Só preciso criar coragem.

Continuamos a caminhar até uma mesa com várias bebidas sobre ela.
Josh pega um um copo descartável e coloca algum tipo de bebida no copo.

- Espere aí garoto. - Tomo o copo da sua mão e experimento a bebida. - Isso aqui tem álcool. - Faço uma careta.

Não sou fã de bebida alcoólica.

- Sério? - Finge inocência.

- Não se faça de bobo. - Pego outro copo e encho de suco e entrego para Josh.

- Deixa eu beber só um pouquinho? - Pede fazendo cara de cachorro sem dono.

- De maneira alguma. - O repreendo. - Você está sobre a minha responsabilidade. Não irei levar um adolescente bêbado para casa.

Josh faz uma careta e bebe o líquido com má vontade.

Fico olhando a movimentação em volta. Meu olhar vai direto para Beatriz que conversa animada com um garoto.

- Acho melhor você criar coragem nesse exato momento. - Digo a Josh.

- Por quê? - Pergunta desconfiado.

Aponto discretamente para onde Beatriz está.

- O que eu faço? - Pergunta desesperado.

- Encha outro copo de suco e leve para ela. - Digo.

- E depois?

- Você saberá como agir. - Sorrio abertamente. - Você é um garoto esperto.

Josh me obedece e enche mais um copo com suco. Me dá um sorriso tenso antes de ir até a garota.

Fico observando de longe, quando ele chega até ela. Josh entra na frente do outro garoto e entrega o copo para Beatriz. O outro menino acaba saindo de fininho ao ser ignorado.

- O que você está fazendo aqui? - Pergunta alguém atrás de mim.

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Bom dia meninas.

Tudo bem com vocês?

Espero que tenham gostado do capítulo. Até amanhã com o próximo. ❤😍😘