Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Lições Do Inesperado

"Nem todos podem sobreviver ao desespero de não serem amados, mas nem todos podem sobreviver à queda de pensar que são amados''

Tiago

Depois do velório de Kate, voltamos para casa envoltos em um silêncio pesado e sufocante. A atmosfera estava carregada de tristeza e incredulidade. Bianca, com os olhos marejados, decidiu que precisava ficar com a família por um tempo, buscando consolo e apoio mútuo.

— Você sabia que ela iria se matar e não fez nada? — perguntei ao meu pai, minha voz embargada pela dor e pela raiva.

Ele suspirou profundamente, seu rosto marcado pelo cansaço e pela culpa.

— Ela me disse que estava com um mau pressentimento, não que iria se matar — respondeu meu pai, a voz quebrando a cada palavra. — Eu nunca pensei que ela levaria isso tão longe.

As lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto, e ele olhou para mim com uma expressão de desespero e arrependimento.

— O amor mata sim, e isso foi comprovado novamente — ele murmurou, os olhos fixos no vazio, como se procurasse entender o que havia acontecido.

O resto do caminho foi envolto em um silêncio ensurdecedor, cada um de nós perdido em seus próprios pensamentos e mágoas. A dor era palpável, uma presença quase física no carro. Ambos sabíamos que teríamos que enfrentar uma dura realidade em breve: como contaríamos para Adri?

A imagem da pequena Adri, tão cheia de vida e alegria, invadiu minha mente. Como explicar a ela que a mulher que ela considerava mãe, sua heroína, não voltaria mais? Como descrever a dor de perder alguém tão amado? O peso dessas perguntas pairava sobre nós como uma nuvem negra, tornando o ar quase irrespirável.

Chegamos em casa e encontramos Adri brincando na sala, sua risada inocente perfurando o véu de tristeza que nos envolvia. Eu e meu pai trocamos um olhar, um entendimento silencioso de que seria melhor contar hoje e enfrentarmos o luto juntos, como uma família.

— Adrielly, querida, você pode vir aqui um momento? — chamou meu pai com a voz suave, mas carregada de emoção.

Adrielly correu em nossa direção, seus olhos brilhando de felicidade, alheia à tempestade que estava prestes a se abater sobre ela.

— Adri, você ama muito a Kate, não é? — perguntou meu pai, a voz tremendo ligeiramente.

— Uhum — respondeu Adrielly, acenando vigorosamente com a cabeça.

— Mas você sabe que eu, Tiago, Bianca e Sydney também amamos muito você, não sabe? — falei, tentando manter a voz firme enquanto meu coração se despedaçava.

— Sim — disse Adrielly, seus olhos inocentes se fixando nos meus.

— Parece que você ama a Kate de uma maneira especial. Por quê? — perguntei, a curiosidade misturada com a dor.

Adrielly parou por um momento, seus olhos se enchendo de uma ternura que parecia muito madura para sua idade.

— Quando Kate olha para mim, sinto como se minha mãe estivesse olhando para mim — ela respondeu, a simplicidade e a profundidade de suas palavras me atingindo como um soco.

Meu pai engoliu em seco, tentando encontrar as palavras que não existiam. Eu senti uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto enquanto me ajoelhava ao lado de Adri, segurando suas pequenas mãos nas minhas.

— Minha princesa — comecei, minha voz trêmula e embargada pela emoção. — Preciso te contar uma coisa muito importante.

Adrielly me olhou com seus grandes olhos inocentes, sentindo que algo estava errado, mas ainda não compreendendo a magnitude do que iria ouvir.

— A Kate, ela... — minha voz falhou por um momento, e eu respirei fundo, tentando reunir forças. — Ela foi se encontrar com a nossa mãe. Isso significa que ela está no céu agora.

Os olhos de Adri se arregalaram, cheios de confusão e medo. Ela começou a balançar a cabeça lentamente, como se quisesse afastar as palavras que eu estava dizendo.

— Mas, Tiago... — sua voz saiu como um sussurro desesperado. — Isso quer dizer que nunca mais vamos vê-la?

Meus olhos se encheram de lágrimas, e eu a puxei para um abraço apertado, sentindo seu pequeno corpo tremer contra o meu.

— Sim, meu amor — respondi, a voz baixa e rouca. — Isso significa que não a veremos mais aqui, mas ela sempre estará nos vendo. Kate estará cuidando de nós, lá do céu, junto com a nossa mãe.

Adrielly ficou em silêncio por um momento, enxugando as lágrimas com as costas das mãos, um brilho de determinação surgindo em seus olhos.

— Eu sei o que pode trazer ela de volta — falou Adrielly, a voz firme, como se tivesse encontrado uma solução mágica.

Meu coração apertou ao ouvir suas palavras. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela se levantou e correu para fora, para o jardim. Segui seus passos, sentindo uma angústia crescente.

Adrielly olhou para o céu, os olhos cheios de esperança e desespero, e gritou com toda a força de seu pequeno corpo.
— Kate, meu mundo está desmoronando! Você poderia vir? Você prometeu! — A voz dela ecoou através do jardim, atravessando o espaço como uma flecha desesperada.

Ela repetiu o chamado, a voz se tornando cada vez mais rouca e quebrada, cada palavra um grito de desespero e saudade. Era como se cada sílaba fosse um pedaço de seu coração, lançado ao vento na esperança de alcançar seu porto seguro. Suas lágrimas caíam livremente, traçando caminhos brilhantes em seu rosto pálido, que estava contorcido pelo sofrimento.

— Kate minha mamãe, por favor! Eu preciso de você! — O grito de Adrielly se tornou um soluço, e ela caiu de joelhos, o corpo pequeno sacudindo com a intensidade de sua dor.

Eu me aproximei lentamente, cada passo parecendo um esforço monumental. Me ajoelhei ao lado dela, tentando envolvê-la em meus braços, mas ela resistiu, ainda determinada a chamar por Kate . Seus olhos estavam fixos no céu, como se esperasse que a qualquer momento Kate descesse das nuvens para abraçá-la.

— Por favor, Kate... eu não consigo sem você... — sussurrou Adrielly, a voz quase inaudível, um fio de esperança dilacerado pela realidade.

Finalmente, a exaustão tomou conta dela. Seus ombros caíram, e ela se deixou cair em meus braços, soluçando descontroladamente. Eu a segurei com força, sentindo seu corpo tremer contra o meu. As lágrimas também escorriam pelo meu rosto, misturando-se com as dela, enquanto eu murmurava palavras de conforto, tentando acalmar a tempestade que rugia dentro de nós dois..

— Minha querida, eu sei que dói. Eu sei que é difícil de aceitar — murmurei, as lágrimas também escorrendo pelo meu rosto. — Mas Kate está em um lugar de paz, e ela sempre estará conosco em espírito. Vamos honrá-la vivendo com amor e lembrando dos momentos felizes que tivemos com ela.

Adrielly soluçou mais uma vez, e depois se aninhou em meus braços, finalmente cedendo ao cansaço. Eu a balancei suavemente, sentindo a dor e a tristeza se misturarem com o amor e a necessidade de seguir em frente. Naquele momento, eu sabia que enfrentaríamos a dor juntos, cada um oferecendo apoio ao outro, até que a ferida começasse a cicatrizar, um dia de cada vez.

Depois de alguns minutos, Adrielly ergueu o olhar para o céu, os olhos ainda brilhando de lágrimas. Havia uma vulnerabilidade dolorosa em seu olhar, uma busca desesperada por respostas que eu temia não poder dar.

— Ela prometeu — murmurou Adrielly, a voz frágil e entrecortada. — Kate prometeu que sempre estaria aqui. O mundo dela desmoronou e eu não ajudei ela. É por isso que ela não veio na minha vez? — Seus olhos encontraram os meus, cheios de uma angústia que me partiu o coração.

Eu segurei seu rosto com delicadeza, limpando as lágrimas que continuavam a cair.

— Adrielly, você não tem culpa de nada — falei, tentando manter minha voz firme apesar do nó na garganta. — Kate sabia o quanto você a amava. Às vezes, as pessoas enfrentam batalhas tão difíceis que não conseguimos ver. E isso não significa que você não tenha tentado ou que não tenha sido importante para ela.

Ela balançou a cabeça, ainda lutando para entender.

— Mas por que ela prometeu então? — perguntou, a voz impregnada de uma dor que parecia impossível de consolar.

Eu respirei fundo, buscando as palavras certas para aliviar seu sofrimento.

— Kate fez essa promessa porque te amava e queria te dar esperança. Às vezes, mesmo quando queremos muito cumprir nossas promessas, há coisas que estão fora do nosso controle. O mais importante é que ela te amou e você a amou. Isso nunca vai mudar, mesmo que ela não esteja fisicamente aqui.

Adrielly me olhou por um longo momento, e então se aconchegou mais uma vez em meus braços, como se estivesse tentando absorver cada palavra que eu dissera. O silêncio que se seguiu foi pesado, mas também carregado de uma compreensão silenciosa

Observei enquanto ela finalmente caía no sono, a respiração tornando-se mais ritmada e calma. Sua vulnerabilidade me tocava profundamente, e eu sabia que precisava ser forte por nós dois.

— Ela dormiu, Sydney. Por favor, leve-a ao quarto — pedi, entregando Adrielly com cuidado para Sydney, que a acolheu com a mesma ternura.

Enquanto Sydney levava Adrielly para dentro, fiquei sentado ali por alguns minutos, absorvendo a quietude da noite. A lua brilhava intensamente, lançando sombras suaves ao nosso redor. Finalmente, levantei-me, sentindo uma determinação crescente. Precisava ir ao cemitério, precisava de um momento para confrontar meus próprios sentimentos e encontrar alguma forma de paz.

Saí em direção ao carro com passos apressados, sentindo a urgência pulsar em minhas veias. Meu pai, percebendo minha agitação, veio atrás de mim. Antes que eu pudesse abrir a porta do carro, ele colocou uma mão firme no meu ombro, forçando-me a parar e olhar para ele.

— O maior idiota é o homem que desperta amor numa mulher sem intenção de amá-la — disse ele, suas palavras carregadas de uma sabedoria que me atingiu como um golpe.

Naquele instante, tive um déjà vu. Lembrei-me de meu pai me dizendo essa mesma frase a meses atrás, quando eu conheci Kate e não compreendia plenamente seu significado. Mas agora, com o peso de tudo o que havia acontecido, aquelas palavras ressoavam profundamente dentro de mim.

— Pai — respondi, a voz embargada pela emoção —, eu entendo agora. Eu entendo o que você queria dizer.

Ele me olhou com uma mistura de dor e orgulho, suas rugas acentuadas pela luz da lua.

— Sei que entende, filho. E é por isso que precisa ser cuidadoso com os corações que toca. O amor é uma força poderosa, capaz de curar, mas também de ferir profundamente.

Assenti, sentindo as lágrimas ameaçarem cair. Abracei meu pai com força, buscando conforto em sua presença.

— Obrigado, pai. Prometo que vou fazer o meu melhor.

Ele assentiu, soltando-me com um leve sorriso de encorajamento. Entrei no carro, e enquanto dirigia em direção ao cemitério, suas palavras ecoavam em minha mente. Eu sabia que essa noite seria um marco, uma oportunidade para me reconciliar com minhas emoções e encontrar um caminho para seguir em frente.

Ao chegar ao cemitério, o vento frio da noite me envolveu, trazendo consigo um misto de tristeza e esperança. Caminhei entre as lápides até encontrar o local de descanso de Kate, e ali, de joelhos, deixei que minhas lágrimas finalmente caíssem.

— Kate, me desculpe por não estar lá quando você mais precisou. Prometo que vou cuidar de Adrielly e que vou honrar a sua memória — sussurrei, minha voz quebrada pela dor. Depositei tulipas brancas ao pé de sua lápide, flores que ela sempre adorou.

De repente, uma voz grave e familiar quebrou o silêncio da noite.

— Não adianta pedir desculpas. Flores plantadas no túmulo não ressuscitarão os mortos — disse Rodríguez, aproximando-se lentamente, sua silhueta emergindo das sombras.

Levantei-me, sentindo a raiva e a tristeza se misturarem dentro de mim. Encarei Rodríguez, sua expressão carregada de um misto de culpa e pesar.

— Você também está com peso na consciência ou decidiu protegê-la depois que ela morreu? — perguntei, minha voz carregada de amargura.

Rodríguez suspirou profundamente, sua dor refletida em seus olhos. Ele deu mais alguns passos e, para minha surpresa, me puxou para um abraço firme.

— Vem cá — disse ele, sua voz suave e cheia de arrependimento. — Talvez com o tempo você perceba que você amou Katherine Carter, e que se tivesse entendido isso a tempo, seria o vosso conto de fadas, não um conto sem reciprocidade.

Aquelas palavras me atingiram como um raio. Rodríguez, sempre tão duro e pragmático, agora se revelava tão vulnerável quanto eu. Senti meu coração pesar ainda mais, mas também uma curiosa sensação de alívio, como se finalmente não estivesse sozinho na minha dor.

— Eu... eu deveria ter percebido antes — murmurei, minha voz abafada contra seu ombro. — Deveria ter feito algo.

Rodríguez se afastou ligeiramente, mas manteve as mãos firmes em meus ombros, seu olhar penetrante.

— Não podemos mudar o passado, mas podemos aprender com ele. Cuide de Adrielly, faça o que é certo. Isso, pelo menos, é algo que ainda podemos fazer.

Assenti, sentindo as lágrimas continuarem a rolar, mas agora com uma nova determinação crescendo dentro de mim. Rodríguez me soltou e ficamos ali, lado a lado, em um silêncio que falava mais do que quaisquer palavras poderiam expressar.

— Você deveria ler isso, encontrei no apartamento dela— falou Rodríguez olhando para mim.

Enquanto segurava o papel nas mãos, senti uma mistura de curiosidade e apreensão. Sabia que estava prestes a mergulhar nas profundezas da alma de Kate e descobrir os segredos que ela havia guardado dentro de si.

Ao abrir o papel, fui imediatamente transportado para um mundo de emoções intensas e palavras cuidadosamente escolhidas. Era como se cada linha fosse uma janela para a alma de Kate, um retrato vívido de sua jornada emocional.

— Eu vivi um início sem começo, onde linhas paralelas uniram o seu caminho ao meu. Tivemos uma aproximação frustrada ou esperada? Aprendi com você e com a minha família a arte da dor, mas no final, mesmo na solidão, pode haver cores. Eu jurava que estávamos na mesma sintonia, mas éramos marés desencontradas. E apesar de tudo, eu ainda senti um alvorecer de esperança, mas era apenas mais um peso da ilusão que eu carregava nos ombros.

Por um momento na vida, acreditei em ligações de almas, mas nós éramos apenas uma harmonia em cores. O passado sempre volta, assim como um eco, e quando o meu voltou, você não estava lá para me proteger. Entre miragens de amor, chorei lágrimas silenciosas em um mar de vazio que estava em seu coração. Mas você não cansa de fazer despedidas não ditas? Assim como sussurros no vento?

Entre a razão e o coração, eu poderia ter escolhido a razão, mas escolhi o coração. E vivi uma dança da solidão, onde em cada segundo, Tiago, senti o vazio da sua ausência. Você fez um labirinto de emoções em minha mente. O destino era o meu coração ou a morte? O início da ilusão mostrou que éramos um poema com versos e sem rimas. Às vezes, eu pensava que cores não poderiam ter um abismo, mas no final, tudo tem um abismo, não importa o tamanho.

Você me levou até o reino dos sonhos e me fez sonhar que eu renasci, como uma Fênix. Mas quando você olhou para mim e disse aquelas palavras, senti um peso enorme e verdades ocultas foram reveladas. Mentiras foram desmascaradas e me aproximei da beira do abismo , o abismo que você me obrigou a saltar, não sei se você notou mas nessa pequena carta eu falei os capítulos da nossa história.

Por favor cuide da Adrielly por mim e peça a ela as minhas sinceras desculpas.

Com amor aquela que você não amou

Doze anos depois

Adrielly

Terminei de ler o último parágrafo
— "Com amor, aquela que você não amou" — com lágrimas nos olhos. As palavras pareciam dançar na página, misturando-se com minha dor e saudade.

Hoje, aos 17 anos, finalmente tive coragem de abrir os cadernos que Kate deixou para mim. Meu pai me entregou antes de ser internado por Alzheimer, e desde então, guardei-os como um tesouro proibido, com medo do que encontraria. Eu sabia que ler aquelas palavras me faria mal, mas também sabia que era necessário.

Kate foi a mãe que nunca tive, minha força e minha coragem. Sua presença em minha vida foi um farol na escuridão, e sua ausência deixou um vazio impossível de preencher. Mas como ela conseguiu escrever o último verso se já estava morta? Meu pai confidenciou a Tiago, e foi ele quem, com gentileza, escreveu o que aconteceu no funeral e os eventos que se seguiram.

Enquanto lia, sentia uma mistura de dor e alívio. Em cada palavra, havia um pedaço de Kate, e em cada página, uma parte da minha história. Decidi, então, escrever em todos os cadernos: "Um conto sem reciprocidade".

As vezes eu gosto de imaginar que ela nunca existiu, ou simplesmente que ela está vivendo uma vida nova no outro lado do mundo, ou será que ela está? Eu acho que nunca saberemos.

Mas como todos os contos, este não terminaria de forma diferente. Na última página, escrevi com letras trêmulas:

E viveram (in)felizes para sempre...

Fim.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro