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Em Um Mar De Vazio

"𝚃𝚘𝚍𝚊 𝚙𝚎𝚜𝚜𝚘𝚊 𝚚𝚞𝚎 𝚙𝚎𝚛𝚍𝚘𝚊 𝚜𝚎𝚞 𝚊𝚜𝚜𝚊𝚜𝚜𝚒𝚗𝚘
𝚎𝚜𝚝á 𝚌𝚘𝚗𝚍𝚎𝚗𝚊𝚍𝚊 𝚊 𝚖𝚘𝚛𝚛𝚎𝚛 𝚗𝚘𝚟𝚊𝚖𝚎𝚗𝚝𝚎."

𝑲𝒂𝒕𝒆
Rodríguez agiu com uma rapidez surpreendente, envolvendo-me em um turbilhão de ação que cortava a neblina da dor e da desordem em minha mente. Enquanto sombras de desconforto se entrelaçavam ao meu redor, a voz de Rodríguez emergia como um farol, guiando-me através da escuridão com seu tom firme, porém tranquilizador. "Vai ficar tudo bem," ele assegurava, suas palavras uma âncora em meio ao caos de meus pensamentos, mesmo quando a realidade do meu mundo parecia despedaçar-se ao toque da dor intensa.

No hospital, a cena que se desenrolou foi uma sinfonia de eficiência, os médicos orquestrando seus movimentos com uma urgência que rivalizava com uma coreografia precisamente ensaiada. A infecção resultante da facada que eu recebi, uma complicação imprevista, agora dominava o espetáculo da minha provação. Era a dor e a luta contra a infecção que coreografavam minha experiência, mas não estava a enfrentar esta batalha no isolamento de minhas próprias agonias. Rodríguez permanecia firmemente ao meu lado, uma presença que repelia a escuridão crescente, mesmo quando a dor ameaçava consumir tudo ao seu redor.

A cirurgia transcorreu como uma batalha tensa contra o relógio e a infecção rampantemente voraz, mas a equipe médica, armada com competência e uma determinação feroz, lutava por mim. Embora eu estivesse adormecida, uma parte de mim intuía a sua tenacidade, seus desejos unificados para afastar a ameaça que me acometia. Isso injetava em minha coragem uma força renovada.

Ao despertar, encontrei o olhar de Rodríguez, sua presença um pílar de alívio e constância em meio ao turbilhão que se desencadeou. "Você conseguiu", ele murmurou, com uma sombra de sorriso que dissipava qualquer resquício de temor. O reflexo desse sorriso aflorou em mim, embora a dor persistisse, ela já não era mais a dominante, mas um eco distante do que fora outrora.

Assim, mesmo naquela cama de hospital, mesmo com a sombra da dor me acompanhando, eu perseverava. Continuava a lutar, a superar, a demonstrar que era capaz de transcender qualquer desafio lançado em meu caminho. A dor transformava-se em apenas mais um obstáculo a ser ultrapassado, e eu, com Rodríguez ao meu lado, estava pronta para enfrentar o mundo.

Ao ouvir meu nome sendo chamado pelo médico, com uma voz que denotava experiência e profissionalismo, confirmei minha presença com uma resposta rouca, efeito colher de longas horas envolta em um sono febril.

— Graças a Deus vocês chegaram a tempo, a infecção não é tão séria quanto poderia ser.- disse ele, seus cabelos grisalhos brilhando sob a luz suave do quarto de hospital, sua postura levemente encurvada evidenciando anos dedicados à cura e cuidado —

Obrigada, Doutor.-murmurei, minha voz baixa, quase engolida pelos lençóis que me envolviam.

Ele me informou, com um tom gentil, que após avaliação da equipe médica, era seguro que eu recebesse alta. Meu caso, felizmente, não demandava maiores intervenções, apenas repouso. Sua sugestão seguinte, no entanto, trouxe uma dor distinta, diferente daquela provocada pela minha condição física.

Você deveria chamar seus pais para ficarem com você.-ele sugeriu, sua voz embargada pela inocência de não conhecer minha realidade.

Eles morreram.- respondi secamente, meu olhar fixo no teto, um escudo contra a dor que essas palavras evocavam.

A recomendação subsequente veio na forma de uma ligação para minha irmã, que, mesmo distante e carregando sua própria vida nova, representava um fio de esperança.

Ela mora em outro estado, e está grávida; seria difícil ela vir.-confessei, minha voz trêmula juntando cada palavra com esforço.

O médico, persistente em seu cuidado, sugeriu então que eu buscasse apoio em amigos. Aquela palavra, amigos, parecia estrangeira, tão distante da realidade de minha vida reservada e solitária.

Não tenho amigos ou amigas que possam cuidar de mim.- admiti, as palavras quase engasgadas pelas lágrimas que lutavam para se libertar.

Percebendo minha vulnerabilidade e isolamento, o médico prometeu encontrar uma enfermeira que pudesse me auxiliar em casa. Agradeci com um aceno, a voz presa pelo nó da solidão que se apertava em minha garganta.

Assim que ele deixou o quarto, as comportas das minhas emoções se abriram. Eu chorei. Chorava não apenas pela situação presente, mas por uma vida de isolamento. Sem família, sem amigos, sem ninguém para minha alma chamar de porto seguro.

Naquele momento crítico, sob a luz fraca do quarto de hospital, eu me vi pela primeira vez como realmente estava: completamente sozinha. E esse reconhecimento era mais doloroso que qualquer enfermidade física. Eu nunca havia me sentido tão desamparada, tão invisível no mundo.

Na sala silenciosa que antes ressoava apenas com meus soluços, a voz de Rodríguez se fez presente, cortando a tensa atmosfera. Katherine, você está chorando?.- sua pergunta reverberou uma vez mais, propulsando meu rosto, inflamado pelas lágrimas, a se voltar em sua direção.

Eu me encontrava sem palavras, imersa em um desejo profundo de que tudo à minha volta simplesmente desaparecesse. As lágrimas que haviam sido contidas até então romperam suas barreiras ao ser envolvida em um abraço por Rodríguez.

Mi llorona, vai ficar tudo bem, ok? Sei que você tinha seus motivos para se esconder, mas agora nós vamos enfrentar isso juntos, e sair mais fortes.- sua voz, embalada por um carinho genuíno enquanto acariciava meus cabelos, evidenciava esse traço que tanto admirava nele: a compreensão. Rodríguez jamais me julgava; ele buscava me entender, me aceitar.

O toque do meu celular interrompeu aquele momento de conexão, afastando-nos do abraço. Com um sorriso aliviador, Rodríguez me estendeu o aparelho. Esperava ouvir a voz de Tiago do outro lado da linha, mas fui surpreendida por Adrielly, a pequena cuja doçura sempre me aquecia o coração.

Kate? Você não gosta mais de mim?.- a pergunta, envolta na inocência de sua voz infantil, feriu meu coração.

Minha alma, de onde você tirou isso? Eu vou sempre gostar de você, ok?.- minha voz suavizou, tentando transmitir todo o carinho que sentia.

Adrielly, sorrindo, passou o telefone a Tiago. "Ei," disse ele, concernido, - Você está bem? Faz dias que não te vemos. Adrielly e eu ficamos preocupados.

Eu balbuciei, insegura. - Ah, sim, eu só... estava muito ocupada, com os quadros e tudo mais. Mas contem comigo para a exposição.

Hmm, certeza?.-sua hesitação era palpável.

Claro que sim.-assegurei, forçando um sorriso, mesmo sabendo que era invisível para ele.

Onde você está? Passamos na sua casa e na galeria e você não estava.- Tiago continuou, sua preocupação evidente.

Problemas familiares.- respondi, dissimulando a verdade.

Ai, tenho que ir. Adrielly está com fome e prometi almoçar com ela fora.-apressou-se Tiago.

Tá bom, tchau.- despedi-me, desligando o telefone e liberando um suspiro aliviado, permanecendo imersa nos meus pensamentos e incertezas.

Apesar de tudo, eu me encontrava abrigado no calor da amizade. Em um mundo que frequentemente se mostrava árido e desafiador, Adrielly, Tiago e Rodríguez eram minhas fortalezas. Cada um trazia um elemento essencial à minha vida que, de uma forma única, supria minhas necessidades emocionais e psicológicas.

Adrielly era como um bálsamo para a alma, confortando-me em momentos de dor com sua presença e palavras, sempre capaz de transformar lágrimas em sorrisos. Tiago, por sua vez, era cínico na superfície, um verdadeiro enigma. Parecia distante, contudo, sua empatia corria profundamente, sempre pronto a ajudar como um médico que conhece o remédio antes mesmo de identificar a doença. E Rodríguez... ah, Rodríguez era a personificação da lealdade e da infância compartilhada. Representava aquela promessa infantil, feita entre nossas mães, de que a amizade entre nossas famílias perduraria através das gerações, um laço inquebrável pelo tempo.

No caminho de volta para casa, após receber alta do hospital, meditações tomavam minha mente, entrelaçadas com as preocupações constantes de Rodríguez. "Por que mentiste para o Tiago?", questionava incessantemente, uma pergunta que eu não conseguia responder, não integralmente. Mesmo sabendo da importância da honestidade, a verdade às vezes parecia um fardo pesado demais para ser compartilhado.

Sentados no táxi, enquanto nos dirigíamos a minha residência, Rodríguez encontrou uma nova amizade no motorista, engajando-se em uma conversa que refletia anos de intimidade. Eu, por outro lado, buscava refúgio na contemplação silenciosa, encostando minha cabeça na janela fria, deixando-me levar pela suave melodia do jazz que enchia o espaço. Era uma canção que falava de despedidas e reencontros, de sombras e luz, refletindo perfeitamente o turbilhão de emoções que habitava em meu peito.

À medida que a música fluía, meus olhos pesavam, e a exaustão tomava conta de mim. Rendi-me ao cansaço, permitindo que o sono me envolvesse em seus braços acolhedores. A cidade passava como um borrão através da janela, mas eu já estava distante, mergulhado em um mundo de sonhos onde as preocupações e dores do dia a dia não podiam me alcançar.

𝐓𝐢𝐚𝐠𝐨

Tinha acabado de terminar uma longa conversa com Kate e estava pronto para encontrar Adrielly, quando meu pai, com seu jeito sempre imprevisível, me chamou ao escritório. Seu método de convocação era peculiar: três batidas na porta. A primeira batida era um sinal para captar minha atenção, a segunda, uma permissão silenciosa para aproximar, e a terceira, um convite para entrar.

Assim que me aproximei, ele abriu a porta revelando-se com uma taça de vinho na mão. Esse pequeno detalhe era um código entre nós: vinho significava uma conversa pessoal, íntima. Se fosse uma xícara de café, eu saberia que se tratava de negócios.

"Entre," convidou-me com um gesto, e eu, um tanto cauteloso, adentrei o cômodo.

"Como você está?" perguntou ele, indicando uma cadeira para que eu me sentasse.

"Bem, e você? Algo preocupante no horizonte?" repliquei, buscando entender a natureza da convocação.

"Nada demais. Como vão as coisas na galeria? E como está Kate?" indagou, mantendo um olhar direto e penetrante. Era evidente que ele tinha algo mais em mente, mas começava pelas bordas, como era seu costume.

"Kate está ótima, e a galeria tem prosperado bastante. Aliás, você vai à próxima exposição?" respondi, tentando desviar para um terreno mais neutro.

Ele assentiu, confirmando sua presença, mas após isso, um pesado silêncio se instalou entre nós. Esperei, pacientemente, por mais alguns minutos, por algo mais que ele pudesse querer discutir. Quando estava prestes a levantar, crendo que a conversa havia terminado sem que o verdadeiro assunto fosse abordado, meu pai, com sua voz marcada por uma seriedade incomum, disse: "O maior covarde é o homem que desperta o amor de uma mulher sem intenção de amá-la."

Essas palavras me pegaram de surpresa. Confuso, apenas assenti, sem compreender totalmente o alcance ou o significado pleno daquela advertência.

Ao deixar o escritório, encontrei Adrielly, minha irmã mais nova, que aguardava impaciente na porta de casa. Seu olhar era uma mistura de exasperação e expectativa. "Você está atrasado," ela me repreendeu, mal ocultando um sorriso.

"Estava conversando com o papai," expliquei, enquanto descíamos as escadas, me esforçando para mudar o foco da minha mente das palavras enigmáticas do meu pai para o momento presente.

"De qualquer forma, você está atrasado," insistiu Adrielly, estendendo a mão na minha direção, pronta para sair.

"Vamos," concordei, pegando sua mão e tentando colocar de lado a conversa com meu pai, ao menos por enquanto. Afinal, o dia ainda prometia ser longo, e eu não queria que os conselhos ou advertências dele nublassem o tempo que passaria com Adrielly.

Ao chegarmos ao carro, Adrielly já estava confortavelmente acomodada em sua cadeira, com um ar de expectativa brilhando em seus olhos. Eu, entusiasmado, assumi o posto de motorista, iniciando nosso roteiro planejado com um entusiasmo palpável no ar. Primeiramente, decidimos dedicar nosso tempo à busca do vestido perfeito. Segundo Adrielly, era essencial que ela e Kate, as estrelas da exposição, exibissem harmonia até nos detalhes, vestindo-se de maneira idêntica para o grande evento. O conceito tinha seu próprio charme artístico, refletindo a unidade e a singularidade de suas obras.

Após a missão em busca dos vestidos, a aventura nos levou a "Bils Diner", um restaurante que parecia ter sido arrancado diretamente dos anos 80. Cada canto do local respirava nostalgia, com sua decoração temática e música que trazia de volta memórias de uma era dourada. Era como se tivéssemos viajado no tempo, permitindo-nos desfrutar de uma experiência culinária imersa em um ambiente único. O tempo parecia passar de maneira diferente lá dentro, entre risadas e planos compartilhados sobre a mesa.

Com nossos corações e estômagos satisfeitos, a última parada em nossa agenda era a galeria. A ideia era fazer uma inspeção final nos preparativos para a exposição, garantindo que tudo estivesse à altura das expectativas. Este momento seria crucial, um último olhar para ajustar detalhes e respirar fundo antes da grande revelação.

𝑲𝒂𝒕𝒆

Rodríguez seguiu até sua casa e eu parei em casa e logo que eu cheguei eu caí no sono longas horas de sono , eu finalmente acordei tomei um banho quentinho e vesti uma roupa confortável ou seja uma camisa dez vezes mais grande do que eu e um short, preparei meus matérias de pinturas peguei um cavelet grande e uma grande tela, sentei de frente para grande tela . Por causa disso eu perdi minha família, por causa de querer pintar, por causa da droga de um quadro.

Fui até ao sofá me acomodando, tive um bloqueio criativo e não consegui pintar decidi apenas surfar pelos canais até parando numa emissão de uma missa, nunca tive educação religiosa mas gostaria de ter tido parece ser tão fácil rezar, confesso que as vezes eu tentava rezar mas não dava certo enfim apenas pensamentos , decidi então ligar para o Tiago.

Depois de alguns segundos Tiago atende o celular-. Oi .- falei um pouco tímida.
A exposição é amanhã, Adrielly e eu deixamos um vestido para você na sua porta faz dez minutos.- falou Tiago calmamente -. Sério? Porquê você não me avisou? Vou ver agora e te aviso.- falei levantando e indo em direção para porta , encontrei uma caixa com um laço branco.

Encontrei, obrigada.-respondi sorridente mesmo sabendo que ele não pode ver o meu sorriso -. Amanhã irei buscar você,okay?Se cuida chica.- eu apenas soltei uma palavra de confirmação e desliguei.

Era um dia em que a alegria transbordava de tal maneira, que as limitações físicas pareciam desvanecer diante da imensidão do entusiasmo. Pulinhos de felicidade eram dados, um após o outro, como se em cada pequeno salto, uma partícula de esperança fosse lançada ao universo. A dor, aquela companheira incômoda que sussurrava limitações, era ignorada com uma facilidade surpreendente, como se, naquele momento, nada pudesse ofuscar a luz da felicidade que irradiava.

Nunca antes um desejo havia sido tão intensamente esperado. O dia seguinte, repleto de promessas, parecia um marco, um ponto de virada destinado a realinhar os caminhos que haviam sido tortuosos por tempo demais. A esperança, essa força misteriosa e poderosa, enchia o peito de tal forma que parecia emanar por todos os poros, infiltrando-se no ar com a doçura de uma promessa de renovação.

Tudo indicava que o amanhã seria o dia em que os trilhos, antes emaranhados por desafios e incertezas, voltariam a alinhar-se, conduzindo a vida de volta ao curso desejado, àquele sonhado destino de felicidade e realização. A expectativa não era apenas um sentimento, mas uma certeza pulsante, uma convicção de que o amanhecer traria consigo a chave para a reconstrução de um caminho há muito esperado.

Nesse estado de alegre antecipação, o tempo parecia mover-se com uma lentidão torturante, cada segundo esticado pela ansiedade do que estava por vir. No entanto, a certeza da mudança iminente era um bálsamo, um antídoto contra as dores não apenas do corpo, mas da alma.

E assim, na véspera de um dia que prometia marcar o início de um novo capítulo, a felicidade era não apenas um sentimento, mas uma presença quase tangível, uma força que, apesar de todas as adversidades, proclamava a iminência de um novo amanhecer.

Decido que é finalmente a hora de ir dormir. A luz suave do abajur ilumina sutilmente meu quarto, criando uma atmosfera acolhedora e serena. Com passos suaves, aproximo-me da cama, sentindo o peso do dia começar a se dissipar a cada movimento.

Num gesto quase ritualístico, organizo meu espaço, ajustando os travesseiros para garantir o máximo conforto e pego meu livro de cabeceira, folheando algumas páginas antes de decidir que meus olhos já estão pesados demais para continuar. O livro, agora um objeto de promessa para o amanhã, é colocado cuidadosamente ao lado da cama.

Ajeito-me na cama, puxando as cobertas até o queixo, e fecho os olhos, permitindo que a escuridão me envolva. A calma do quarto é um convite ao sono, e me entrego, minha respiração tornando-se mais lenta e profunda. Os pensamentos do dia começam a se misturar com sonhos à medida que adentro um estado de paz e tranquilidade.

Aos poucos, o mundo ao redor começa a se desfazer na escuridão da noite, e me encontro flutuando em um espaço onde o tempo e as preocupações não existem. Lá, encontro descanso, rejuvenescimento, enquanto o sono me carrega gentilmente através da noite.

Finalmente, em um santuário de silêncio e escuridão, encontro o descanso que meu corpo e mente tanto necessitavam. Agora, entregue ao reino do sono, deixo o dia para trás, mergulhando na trama inexplorada de meus sonhos.

Acordei envolvida por uma onda de entusiasmo atípica, um zumbido de felicidade que me fazia esquecer qualquer vestígio de tristeza que já havia sentido na vida. Hoje era um dia especial, desses que a gente marca no calendário com estrelinhas brilhantes e corações. Meus olhos mal se abriram, e eu já podia sentir a magia percorrendo meu ser, despertando-me para as expectativas do dia que desdobrará suas horas diante de mim.

Em meio à euforia, segui meu ritual matinal, aquele conjunto de pequenos atos que dão início ao meu dia, fazendo-me sentir ancorada e pronta para o que vier. Contudo, um desejo distinto se insinuou em minha mente ainda na penumbra do amanhecer: ansiava por saborear algo único no desjejum, algo que trouxesse novas sensações e inaugurasse o dia com chave de ouro.

Decidi, então, aventurar-me com uma escolha 100% espanhola para meu café da manhã. Preparei fatias de pão fresco, cada uma habilmente coberta com um molho espesso de tomate, temperado com porções generosas de alho e um fio gracioso de azeite. O aroma do preparo encheu a cozinha, prometendo prazeres singulares ao paladar. Para acompanhar, um copo de suco de laranja, cuja acidez e doçura combinavam perfeitamente com o sabor robusto do prato principal, trazendo equilíbrio ao desjejum.

Enquanto saboreava cada garfada, meus olhos lançaram-se involuntariamente ao relógio. Quase meio-dia! Sorri para mim mesma, lembrando que nunca fui adepta dos despertares matinais. Apreciava cada segundo da manhã lenta e luxuosamente prolongada, esse pequeno luxo que a vida às vezes nos oferece. E hoje, mais do que nunca, qualquer oportunidade para estender o repouso era bem-vinda, como se cada momento a mais dormindo fosse um pequeno presente ao meu ser, num dia tão significativo quanto este.

De fato, o dia começou da maneira mais encantadora possível, prometendo aventuras, descobertas e a alegria de viver plenamente cada momento, fazendo deste grande dia uma memória a ser tesourada para sempre no coração.

Após saborear tranquilamente o café da manhã, percebo que a manhã se desenrola com uma suavidade rara. Hoje é um dia especial - tenho uma exposição para participar, e sinto a empolgação borbulhar dentro de mim. Começo minha preparação escolhendo um penteado sóbrio, mas elegante: um curly bun que emoldura o rosto sem extrapolar em extravagância. A decisão de não usar maquiagem pesa em minha mente; sei que se Bianca estivesse por perto, provavelmente viria com seus habituais comentários sarcásticos. No entanto, não resisto à tentação de aplicar um pouco de eyeliner - tenho um olhar que minha mãe, em raros elogios, sempre considerou marcante.

Diante da caixa do vestido, meu coração palpita em antecipação. Mil expectativas dançam em minha cabeça, alimentadas pelos sonhos tecidos em momentos de pura imaginação. Assim que abro a caixa, sou recebida por uma visão que supera todas elas. O vestido, um deslumbre em verde esmeralda, promete ser não apenas uma vestimenta, mas uma transformação. O tecido de cetim, gentil e luxuoso, parece fluir com vida própria, brilhando sutilmente sob a luz. Seu decote em coração adiciona um toque de romantismo, enquanto a ausência de mangas revela os braços com uma delicadeza graciosa. Decido complementar o conjunto com a simplicidade dos acessórios - um par de brincos de diamante e uma pulseira de ouro fino, ambos ecoando a elegância sem competir com o vestido.

Finalizando os preparativos, encaro meu reflexo no espelho. O que vejo é mais do que uma mudança estética; é uma renovação interna. "Uma nova mulher", digo a mim mesma, com um sorriso que reflete a satisfação e a confiança recém-encontradas.

Enquanto o delicado aroma do meu perfume ainda pairava no ar, meu celular vibrou com uma mensagem inesperada de Tiago: "Estou esperando você". Essas palavras aceleraram meu coração e incitaram uma pressa incontrolável. Rapidamente, concentrei-me em reunir o essencial - chaves, documentos, e um último olhar ao espelho confirmou que estava, de fato, impecável.

Desci do meu apartamento, envolta em uma aura de expectativa. O elevador, que parecia se mover mais lentamente do que nunca, finalmente atingiu o térreo. Com passos apressados, atravessei a portaria, acenando brevemente para o porteiro que me cumprimentava com um sorriso familiar.

Ao emergir para o exterior, a visão de Tiago aguardando pacientemente capturou toda a minha atenção. Ele estava, como sempre, impecavelmente vestido, emanando uma elegância casual que lhe era característica. Seu rosto se iluminou ao me ver, adornado por um sorriso suave e cativante que falava volumes de sua alegria por me ver. Era um daqueles momentos em que o tempo parecia hesitar, permitindo-nos saborear a antecipação do que estava por vir.

Há um brilho em seus olhos que sugere que ele está de bom humor ou talvez aproveitando o momento , o terno preto que ele veste é impecavelmente costurado, contornando seu corpo com uma precisão que fala de artesanato personalizado.

O paletó, com lapelas pontiagudas, acrescenta uma camada de sofisticação, seus botões captam a luz com um brilho sutil, sugerindo sua qualidade. O tecido tem acabamento fosco, absorvendo a luz em vez de refleti-la, o que confere ao conjunto profundidade e textura sugerindo que é feito de uma mistura de lã de alta qualidade.

Suas calças são igualmente bem cortadas, a linha das calças caindo direto do quadril até o tornozelo, uma prova do ajuste personalizado do terno. As calças quebram logo acima dos sapatos - oxfords de couro preto polido que brilham suavemente, os cadarços amarrados em laços elegantes e simétricos.

Ele retribuiu meu entusiasmo com um sorriso que ia de ponta a ponta, iluminando ainda mais o entardecer. Com um gesto gentil, ele abriu a porta do carro para mim, e eu, com um coração transbordante, adentrei o veículo, me acomodando rapidamente no assento.

Enquanto ajustava meu cinto, um vislumbre pelo espelho retrovisor capturou minha atenção. Adrielly, com sua beleza radiante, vestia algo surpreendentemente familiar. Era um vestido praticamente idêntico ao meu, diferenciado apenas pelo comprimento. "Minha alma", exclamei, sorrindo para ela que me encarava com olhos brilhantes e cheios de vida. Tiago, já posicionado no banco do motorista, girou a chave, dando início à nossa jornada enquanto eu mergulhava em uma conversa leve com Adrielly. A harmonia entre nós fazia com que todos os momentos de distância e desencontros parecessem insignificantes.

O caminho para a exposição se desenrolou ao som de melodias que nos uniam ainda mais. Cantávamos juntos, algumas vezes desafinadamente, mas sempre com alegria. A música, misturada com risadas e conversas, criou um espaço mágico entre nós, um momento onde as preocupações do mundo exterior eram esquecidas. A viagem até a exposição foi mais do que apenas um trajeto; foi uma celebração de reencontros, de semelhanças serendipitas como nossos vestidos e, mais importante, de uma amizade que, mesmo nos breves momentos de separação, permanecia inabalável.

Chegando ao nosso destino, saímos do carro ainda imersos na felicidade da viagem. A exposição nos esperava, mas aqueles momentos preciosos no carro permaneceriam conosco, um lembrete doce do valor das conexões humanas e da alegria simples encontrada na companhia um do outro.

Enquanto nossos pés tocavam o chão do estacionamento, o entusiasmo coletivo se transformou em uma antecipação vibrante pelo que estava por vir. Nossos passos nos levaram através de um caminho ladeado por árvores frondosas, cujas folhas dançavam ao sopro da brisa suave, sussurrando boas-vindas com cada movimento. O sol, já se inclinando para o crepúsculo, banhava tudo com uma luz dourada, endossando o clima de magia que nos rodeava.

Chegamos à entrada da exposição. O local, conhecido pela sua arquitetura imponente e jardins meticulosamente cuidados, parecia ainda mais vivo naquele dia, como se tivesse se adornado especialmente para a nossa visita. Mãos deram-se a mãos, expressões de espanto compartilhadas sem a necessidade de palavras, enquanto adentrávamos o espaço que prometia uma imersão em arte e cultura.

A exposição era uma celebração da arte contemporânea, com obras que desafiavam não só as normas estéticas, mas também o modo como percebemos e interagimos com o mundo ao nosso redor. Cada peça era uma história, um convite a olhar além do óbvio, e nós, prontos para aceitar esse convite, mergulhamos de cabeça na experiência. Com curiosidade de crianças, percorremos as salas, comentando entre nós, concordando aqui, divergindo ali, sempre respeitando a visão singular de cada um sobre a arte apresentada.

Foi diante de uma instalação particularmente provocativa que a conversa tomou um rumo mais profundo, cada um compartilhando não só impressões sobre a obra à nossa frente, mas também reflexões sobre como a arte influencia e reflete nossas vidas. Era evidente que, apesar de estarmos imersos na experiência artística individual, a verdadeira obra de arte éramos nós, unidos, compartilhando momentos e criando memórias inesquecíveis.

𝐓𝐢𝐚𝐠𝐨

Naquele momento, enquanto a luz suave do entardecer se infiltrava pela janela ampla, iluminando cada canto do elegante salão, nós três - Kate, Adrielly e eu - nos encontrávamos imersos em um silêncio contemplativo. Cercados por uma audiência de expectadores tão diversa quanto atenta, bebíamos cada instante como se fosse um néctar raro, admirando as obras que Kate e Adrielly haviam criado. Era como se, naqueles minutos que precederam o próximo ato, estivéssemos todos conectados por uma invisível teia de apreciação pela arte.

Tomando uma taça de champanhe em minha mão, decidi então que era o momento de romper o silêncio, de transformá-lo em palavras que ecoariam não apenas pelos ouvidos, mas pelos corações dos presentes. Com um toque suave, porém firme, chamei a atenção de todos, suas conversas murmurantes cessando como a brisa que se acalma ao anoitecer.

"Caros amigos," comecei, sentindo cada par de olhos se voltar na minha direção com uma mistura de curiosidade e expectativa. "Hoje nos reunimos aqui não apenas para admirar, mas para celebrar a arte. Arte que transcende o ordinário, que nos convida a olhar além do horizonte do conhecido. E no centro desse universo de cores e formas, temos duas estrelas brilhantes - Kate e Adrielly."

Respirei fundo, encontrando os olhos de Kate no meio da multidão. "Quando encontrei Kate pela primeira vez," continuei, "foi como se tivesse sido transportado para um momento da minha infância. Ela, com sua aura alegre e espontânea, me fez recordar da minha mãe, outra alma apaixonada pela arte. A paixão de Kate pela sua expressão, a maneira como ela dá vida a suas visões, é algo que não só capturou minha admiração, como me ensinou que a verdadeira arte vem da essência de quem somos."

"Dessa forma," concluí, "é com imenso prazer que convido vocês a mergulharem nessas obras, a sentirem cada pincelada, cada tonalidade. Kate Carter e Adrielly Stone, vocês são verdadeiras fontes de inspiração. Obrigado."

Com um aceno de cabeça em direção a Kate, passei-lhe a palavra, deixando que o silêncio se transformasse novamente, desta vez em aplausos calorosos, um prelúdio perfeito para as palavras que ela compartilharia.

Oi pessoal -. Kate começa se direcionando para todos, mas não pude parar de reparar em suas mãos trémulas.

Kate se posiciona à frente, suas mãos tremendo levemente, não de frio, mas de uma emoção palpável. Com uma voz que carrega a força de sua paixão, ela começa, dirigindo-se a todos, mas em um momento, nossos olhos se encontram, e num sussurro quase imperceptível, eu digo, "No tengas miedo, chica." Um sorriso sereno aparece em seu rosto, um sinal de gratidão e compreensão, e ela segue adiante com mais confiança.

Apesar do tremor sutil em suas mãos, sua voz é firme, carregada de paixão. "A arte sempre foi minha confidente," ela começa, "navegando comigo através dos mares solitários de minha jornada." Sua declaração ecoa no silêncio atento, deixando no ar uma verdade inegável: sua paixão é sua bússola.

Ela faz uma pausa, olhando para a audiência com olhos que brilham com uma mistura de orgulho e vulnerabilidade.

"Visualizem, então, uma tela que não é apenas um pedaço de tecido, mas uma janela para a alma. No centro, uma jovem mulher, a quintessência da juventude e beleza. Seus olhos, janelas para sua alma, brilham com esperança e inocência, enquanto sua pele radiante fala da efêmera perfeição da juventude. Seus cabelos, um véu de vitalidade, dançam ao sabor de uma brisa invisível,vestida com simplicidade, ela é a verdadeira definição de elegância natural.

Ao seu redor, a tela é um mar de cores vibrantes, cada pincelada uma celebração da vida. Flores em sua plenitude, cada uma um testamento à beleza efêmera, cercam-na, enquanto o céu acima, um azul puro e sem fim, promete um mundo de possibilidades.

Mas, no coração desta celebração visual, repousa uma reflexão melancólica. A jovem, com um espelho de mão antigo refletindo sua imagem, sorri, mas seus olhos carregam o peso do conhecimento de que a juventude e a beleza são passageiras. É uma imagem que captura não apenas a beleza em seu auge, mas também a poignância de seu declínio.

'Young And Beautiful' é mais do que uma pintura; é um diálogo entre a arte e a alma, um lembrete da beleza transitória da vida. E deixo a todos uma questão, reflexo da vulnerabilidade humana: 'Vocês ainda amarão essas mulheres e esses homens quando a juventude e a beleza não forem mais suas companheiras constante?''

Kate conclui, deixando um silêncio reflexivo. A obra é um tributo não apenas à beleza efêmera, mas também à força e profundidade encontradas na aceitação da própria transitoriedade.

Minutos após o término de seu discurso, uma onda de aplausos inundou o ambiente, consolidando mais uma vez o talento inegável de Kate. Ela havia, como de costume, deixado todos ao seu redor absolutamente encantados com sua performance magnífica.

"O que foi isso?" indagou meu pai, um misto de surpresa e admiração em sua voz. Ele estendeu os braços, ansioso por acolher Kate em um abraço caloroso. Ela correspondeu com o mesmo entusiasmo, refugiando-se no conforto que os braços de meu pai ofereciam.

"Que palavras sábias, minha menina," ele expressou com um sorriso de orelha a orelha, manifestando um orgulho palpável que preenchia todo o espaço entre eles. "Estou muito orgulho de você," ele continuou, direcionando um olhar significativo em minha direção, "ótima escolha, filho." Ao ouvir essas palavras, um sentimento de realização me invadiu. O elogio de meu pai não era apenas um reconhecimento do sucesso de Kate, mas também da minha decisão, da minha escolha em acreditar e apoiar Kate em seus esforços.

Esse momento, aquele simples intercâmbio de palavras e emoções, transbordou significado. Era mais do que o reconhecimento de um sucesso ou de um talento. Era a celebração de vínculos, de orgulho compartilhado, e de uma coesão familiar fortalecida pelo apoio mútuo e pela admiração incondicional. Era, sem dúvida alguma, um daqueles momentos preciosos da vida que seriam lembrados com carinho nos anos vindouros.

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