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Capítulo 7

- O que está fazendo aqui? - Pergunto incrédula.

- Posso entrar? - O senhor Keller dá um passo a frente.

- Sim. - Digo.

Lhe dou espaço para ele entrar no apartamento, em seguida fecho a porta.

- Quem é Li...

Milla se cala quando vê seu chefe parado no meio da minha sala com um buquê de flores na mão.

- Milla?

- Olá senhor Keller.

- O que faz aqui? - Ele pergunta.

- Lisa me acolheu depois de uns problemas. - Ela explica.

- Entendi. - Ele diz apenas.

Se instala um silêncio constrangedor, então falo:

- Sente-se.

- Obrigada. - Ele agradece.

Fico me perguntando o que deu nesse homem, e o porque está tão educado.

- Trouxe para você. 

- Para mim? - Arregalo os olhos.

Ele praticamente joga o buquê sobre mim, e nesse momento me desespero porque sou alérgica a algumas flores.

- Eu... eu...

- Gostou? - Ele pergunta.

- Sou...

- Comprei a mais cara. - Ele me corta novamente.

Como se isso fizesse alguma diferença para mim.

Não falo nada para não parecer mal educada, e porque o idiota não me deixa terminar uma frase sequer, então deixo o buquê sobre a mesinha de centro.

- Obrigada, são lindas. - Agradeço meio sem jeito.

Ele se senta após me entregar as flores, e começa olhar em volta.

- Como sabe onde eu moro? - Pergunto.

- Jared me contou.

Fico ainda mais confusa, pois passei o endereço do meu tio quando fui contratada pela empresa.

- Eu falei para ele que estou morando com você Lisa. - Milla fala ao ver minha confusão.

- Atá. - Digo. - Mas... o que traz o senhor a minha humilde residência?

O senhor Keller pigarreia, e parece que ele querer fugir antes de dizer algo.

- Bem... Eu gostaria que você começasse a trabalhar comigo.

- Por que isso de repente?

- Pensei bem, e acho que fui muito rude com você.

- Sim, você foi. - Falo. - Mas não acho que esteja sendo sincero comigo.

- Por quê?

- Deve estar aqui porque provavelmente seu amigo cumpriu a promessa de se demitir da sua empresa.

Não sou boba, e não acredito nem um pouco em seu arrependimento. Jared deve ter o ameaçado de alguma forma para ele ter baixado sua guarda e vindo atrás de mim.

- Você é mais esperta do que pensei. - Ele balbucia mas consigo ouvi-lo muito bem.

- O senhor pode ter certeza disso. - Exibo um sorriso confiante.

Ele não parece nem um pouco feliz em estar me pedindo para começar a trabalhar com ele. Deve estar se remoendo de raiva por dentro, e deve estar se sentindo humilhado, já que se acha o centro do universo.

- Me dê as flores Lisa. - Milla pede.

Pego o buquê e lhe entrego, então Milla vai em direção a cozinha e o coloca em um vaso. Provavelmente é dela porque eu não tenho nenhum.

Já estava animada por não começar a me coçar por causa das flores mas me enganei.

- Você está bem?

- Sim. - Falo.

Tento ao máximo me controlar e não começar a me coçar feito louca. Mas cada segundo que passa fica ainda mais difícil controlar minhas mãos.

- Então... voltando ao assunto do emprego. - Ele sorri de canto. - Você aceita?

- Isso depende. - Falo.

- De quê?

- Vai me tratar como sua empregada ou escrava?

- Trato bem meus empregados. - Ele diz rudemente.

- Talvez você pense que sim, mas acho que seus empregados não pensam da mesma forma.

É óbvio que não digo que sei sobre ele, porque ele iria saber na hora que foi Milla quem me contou.

- Você já sabe que estou aqui apenas porque quero impedir que Jared saia dá empresa, então não tenho motivo algum para ficar te bajulando. - Ele diz sério. - Ou aceita ou não.

- Você tem um jeito diferente de tentar convencer uma pessoa a trabalhar para o senhor. - Cruzo os braços.

- Apenas não preciso de você...

- Desculpe, mas nesse momento o senhor precisa de mim sim. - O corto.

- O quê? - Ele arregala os olhos.

- Se não precisasse não teria tido o trabalho de vir pedir para uma mera empregada como eu trabalhar para o senhor. - Exibo um largo sorriso. - Estou errada?

Ele fica vermelho de raiva, mas como sabe que estou certa se mantém calmo.

- Eu...

- Então poderia ser um pouco mais sincero? - Pergunto. - Se precisa de mim é só falar, caso contrário como saberei no que está pensando?

Ele deve querer a minha morte nesse momento, pois é o que sua feição diz.

- Você é bem petulante.

- Não senhor. - Nego com a cabeça. - Apenas sou realista, então se precisa da minha ajuda é só pedir com jeitinho.

- Mas...

- Achou mesmo que sendo rude ou falando que não precisa de mim iria conseguir algo? - Pergunto. - Não dói nem um pouquinho baixar sua guarda e ser educado de vez em quando.

Provavelmente é do tipo de pessoa que odeia pedir ajuda, e com sua forma grosseira de se expressar não conseguirá nada de mim.

É óbvio que aceitarei o trabalho, e estou aproveitando enquanto posso para lhe fazer raiva. Pois depois estarei sobre o seu poder, então terei que baixar minha cabeça e ficar em silêncio.

Ele sabe que precisa de mim ou não estaria no meu apartamento, então ele deveria me tratar com um pouco mais de cortesia.

- Talvez eu tenha me precipitado ao vir aqui. - Ele se levanta. - Não preciso de você, como também não preciso do Jared.

- O senhor que sabe. - Dou de ombros.

Ele caminha até a porta do apartamento, mas ao invés de sair fica encarando-a.

- Esqueceu algo senhor? - O provoco.

- Me desculpe. - Ele se volta para mim. - Acabei ficando irritado.

- Entendo. - Assinto com a cabeça.

- Então... eu... você... - Ele começa a falar coisas sem nexo. - Aceita trabalhar comigo?

- Posso pensar um pouco? - Me faço de difícil.

- Sim.

Ele parece impaciente, mas aceita minha decisão.

Olho paga Milla e ela sorri para mim tão animada, que até parece que eu fiz algo extremamente bom. Ela deve estar feliz por eu não ter baixado a cabeça para o senhor Keller.

Levo a mão aos lábios e começo a tossir alto. Sinto minha garganta se fechando, provavelmente por causa das flores.

Sempre me deu coceira, mas dificuldade de respirar é novo para mim.

- Você está bem Lisa? - Milla corre até mim.

- Não me sinto bem. - Falo com a voz estranha.

Começo a sentir falta de ar, e nesse momento começo a me preocupar.

- Você está toda vermelha. - Milla fala. - É alérgica a flores?

- Sim. - Digo baixinho.

Tento me levantar mas me sinto tonta, então me sento novamente.

- Por que não falou que é alérgica? - O senhor Keller pergunta.

- Você não deixou. - Falo.

Me assusto quando ele me levanta nos braços, e nesse momento não sei se ele está sendo gentil, ou está tramando algo.

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Bom dia meninas
Tudo bem com vocês?
Espero que tenham gostado do capítulo, até amanhã com o próximo ❤

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