Capítulo 47
- Ai! - Passo a mão no meu cotovelo.
- Se machucou? - Vincent pergunta com preocupação.
Lhe dou um olhar mortal, e no mesmo instante ele se cala e se distância de mim.
- É óbvio que sim seu idiota. - Me estresso.
- Me desculpe. - Ele pede. - Eu me assustei.
- Tinha acabado de dizer que não se importava em ser morto por meu pai. - Resmungo baixinho. - Mas na primeira oportunidade me jogou no chão.
Quando meu pai pigarreou atrás de nós, Vincent me empurrou com força, e acabei batendo o braço na mesinha de centro enquanto caía no chão.
- Me deixe. - Ele tenta me ajudar a me levantar, mas o empurro e me levanto sozinha.
- Lisa...
- O que eu fiz para merecer um namorado cagão? - Pergunto a mim mesma.
- Me perdoe amor. - Ele pede novamente.
- Agora é amor? - O fuzilo com o olhar. - Nunca fui tão humilhada em toda minha vida, e o pior de tudo que foi pelo meu namorado.
- Eu me assustei. - Ele fala. - Não foi por querer.
Meu pai permanece em silêncio observando nós dois, e parece segurar o riso.
- Pode voltar para sua casa. - Falo.
- Mas... mas...
- Ele estava com medo que o senhor visse ele me beijando pai. - Digo. - Mas tenho que contar algo para o Senhor.
- O quê? - Meu pai pergunta.
- Ele também já me viu nua.
Vincent tapa minha boca com a mão, mas tiro no mesmo instante.
- Ela está brincando. - Ele força uma gargalhada.
- Não estou não. - Cruzo os braços.
- Cale a boca Lisa. - Ele cochicha. - Quer me ver morto?
- O que vai fazer pela honra da sua filha pai? - Ignoro Vincent. - Ele não merece apanhar?
- É isso o que você quer? - Meu pai me pergunta.
- Sim. - Confirmo com a cabeça.
Meu pai fecha os punhos ao lado do corpo, e começa a caminhar em direção ao Vincent. Quando penso que teria que interferir, pois parece que ele irá lhe esmurrar, meu pai passa a mão na cabeça dele e fala:
- Eu te entendo meu rapaz.
- Não acredito. - Sorrio incrédula. - Já não bastava meu namorado cagão? Agora meu pai vai ficar do lado dele e não do meu?
- Você não entenderia querida. - Meu pai fala.
- Não entendo mesmo. - Resmungo.
- Eu não sou tão inocente ao ponto de achar que vocês não se beijam. - Ele fala. - Então não precisa se preocupar comigo Vincent.
- Obrigado. - Vincent sorri sem graça.
Deixo os dois na sala e caminho em direção a cozinha para pegar os talheres para meu pai almoçar.
Olho para meu cotovelo e vejo que está vermelho por causa da pancada na mesinha. Não sei o que dói mais... Meu cotovelo, minha bunda que bati com tudo no chão, ou meu orgulho feminino.
- Idiota. - Resmungo baixinho. - Idiota, idiota.
- Me perdoe Lisa. - Vincent surge ao meu lado de repente. - Eu não queria ter te jogado no chão.
- Tem que parar com esse medo bobo da minha família. - Falo. - Até parece que eles vão te matar a qualquer momento.
Não consigo entender Vincent. Tirando o Phil, todos na minha família o aceitaram de braços abertos logo de cara, mas ele continua agindo dessa forma infantil em relação a minha família.
- Eu tenho medo que eles pensem que estou te desrespeitando.
- Desde quando um namorado beijar sua namorada seria algo desrespeitoso? - Pergunto. - Está exagerando Vincent.
- Se eu fazer algo que pode chateá-los, tenho medo que não me aceitem mais.
- Não me importo se isso acontecer, porque eles querendo ou não vou ficar ao seu lado.
Graças a Deus minha família me apoiou, mas se não tivesse não teria feito diferença alguma. É óbvio que eu teria ficado chateada, mas não iria interferir na minha decisão.
- Acha que eu ficaria feliz ao ver você brigar com sua família por minha causa?
- Isso não vai acontecer, então pare de se preocupar.
- Tudo pode acontecer.
- Se isso acontecer algum dia, pode ter certeza que ficarei ao seu lado. - Digo.
- Mas provavelmente ficaria infeliz, e eu não quero isso.
- Enquanto você me amar e estiver ao meu lado, não terei motivos para ser infeliz. - Sorrio abertamente.
- Então você vai viver uma vida feliz. - Ele me puxa para junto de si.
- É o que planejo fazer ao seu lado.
Vincent me puxa para um abraço, e em seguida me da um rápido beijo nos lábios.
- Mas...
- Vou parar de me preocupar com coisas sem sentido. - Ele me corta.
- Fico aliviada.
- Então você me perdoa? - Ela pergunta.
- Sim. - Sorrio abertamente.
- Não vai me expulsar de casa? Ainda estou doente.
Vincent passa a mão onde foi ferido, enquanto faz uma careta como se estivesse sentindo dor.
- Provavelmente eu terei que sair do apartamento. - Digo.
- Por quê?
- Meu pai precisa de um lugar para ficar.
- Você pode ficar comigo, ou seu pai. - Ele fala. - Minha casa é grande, então cabe todos vocês.
- Tem certeza?
- Tenho sim. - Ele beija meu rosto.
- Não precisa sair do seu apartamento por minha causa Lisa. - Meu pai fala de repente. - Eu dou meu jeito.
- Não precisa se preocupar, eu vou ficar com Vincent. - Digo. - Ou o senhor vai.
- Mas...
- Nada de mas pai. - O corto. - Não vou deixar você viver nas ruas novamente, então nem pense em fugir.
O apartamento é pequeno demais para todos nós vivermos juntos. Em breve o irmão da Milla estará de férias, então ficaria ainda mais apertado.
Pensando bem ele terá que ficar com Vincent até eu achar outro lugar para ele ficar. Conhecendo meu tio como conheço tenho certeza que ele não iria aceitar eu morar com Vincent sem estar casada.
Eu sou adulta e escolho o que faço da minha vida, mas não quero contrariá-lo. Apesar de tudo o respeito não porque ele cuidou de mim, mas sim porque ele é importante na minha vida e no meu crescimento.
Provavelmente Milla iria negar, mas iria acabar ficando desconfortável se morasse no apartamento com meu pai. Seria bem provável que ela iria querer ir embora, ao pensar que estaria atrapalhando.
- Tem certeza que não iria atrapalhar? - Meu pai pergunta para Vincent.
- Tenho sim. - Vincent lhe responde.
- No final de semana posso ajudar o senhor a procurar um emprego. - Digo. - Então poderia alugar um apartamento.
- Obrigada querida. - Ele sorri abertamente. - Ficarei grato se puder me ajudar.
- Posso te ajudar com isso também. - Vincent fala. - Depois me diga qual a área que você trabalhou, então vou procurar por algo na minha empresa, ou peço ajuda de algum amigo, então não se preocupem.
- Já está fazendo demais Vincent, nós dois daremos um jeito. - Falo.
- Que tipo de genro eu seria se posso ajudar meu sogro e não faço isso?
- Não quero abusar da sua boa vontade. - Meu pai diz.
- Eu vou te ajudar tanto com o emprego quanto com um bom lugar para morar se não quiser ficar na minha casa. - Vincent fala. - Então não pense que estaria abusando da minha boa vontade porque não é verdade.
Como não amar esse homem incrível? Vincent não tem a obrigação de me ajudar com meu pai, mas ele está fazendo isso mesmo que eu não tenha pedido, e isso só me faz amá-lo ainda mais.
- Obrigada Vincent. - Agradeço.
- Já está na hora de me chamar de amor. - Ele sorri de canto.
- Bobo. - Lhe dou um tapa no braço.
Ainda me sinto entranha em relação a chamá-lo de amor, mas tenho certeza que me acostumarei com o tempo.
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- Talvez não goste do que eu vou perguntar, mas eu quero saber o motivo da sua mudança depois que se casou novamente.
- Sua ex-madrasta era amiga da sua mãe, mas quando ambas se casaram perderam o contato. - Ele diz. - Depois que sua mãe faleceu e eu me casei novamente, ela me falou que eu não era seu verdadeiro pai, então fiz um teste de DNA para ter certeza, mas ela descobriu e subornou o médico para forjar os resultados.
- Nojenta. - Murmuro entredentes.
- Ela tirou tudo de mim, e quando estava me expulsando de casa me entregou o verdadeiro resultado, que havia guardado há anos. - Ele sorri triste com as lembranças. - Não tive coragem de te procurar depois de tudo, então continuei nas ruas. Acho que foi uma forma de punir a mim mesmo por ter sido tão estúpido, e feito minha filha sofrer.
Eu sabia que tinha o dedo dela nessa história. Da noite para o dia meu pai mudou, e às vezes eu achava que a culpa era minha, mas na verdade estava sendo envenenado.
- Fiquei tão cego pela raiva. - Ele fala. - Não acreditava que a mulher que amei a minha vida toda havia me traído e tido uma filha de outro homem, mas eu não imaginava era que estava sendo enganado.
- Há quanto tempo estava morando nas ruas? - Vincent pergunta.
- Um ano. - Ele fala.
- Deveria ter me procurado. - Digo.
- Se você não tivesse me encontrado, provavelmente jamais me veria novamente, porque eu não ousaria aparecer na sua frente.
O importante agora é que estamos juntos e livre daquela cobra. Ela pode estar vivendo bem agora, mas em algum momento irá pagar por toda maldade que fez.
Tudo que se planta se colhe, e a colheita não é nada agradável para as pessoas ruins. Na verdade tenho pena dela, pois tudo o que construiu com o sofrimento alheio não vai ter adiantado de nada, porque no final das contas estará sozinha.
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Bom dia meninas
Tudo bem com vocês?
Como passou o fim de semana?
Desde já desejo uma semana abençoada para todos 🙏
Até quarta feira com o próximo capítulo ❤
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