Capítulo 44
- É errado estar feliz com a morte de uma pessoa? - Pergunto para Milla.
- Está falando do Alonso?
- Sim.
- Ele teve o que mereceu. - Ela diz.
- Me sinto culpada. - Assumo. - Parece tão errado eu estar aliviada com sua morte.
- É aceitável Lisa. - Ela diz. - Depois de toda crueldade que ele te faz passar, é compreensivo que esteja aliviada.
Alonso se vestiu de médico para tentar entrar no quarto do Vincent, mas os policiais o acharam suspeito, então em um momento de loucura ele tentou pegar a arma do policial, e em uma luta corporal acabou sendo baleado.
Fiquei chocada quando o policial tirou a máscara do seu rosto, mas ao mesmo tempo gostei de saber que estava livre dele para sempre.
Apesar de saber que ele era um ser humano desprezível, ainda assim me sinto culpada por me sentir aliviada com a morte de alguém. Pode não ser, mas parece tão errado eu me sentir assim, parece que de alguma forma eu deixo de ser uma boa pessoa.
- Pare de se culpar por tudo Lisa. - Milla pega minha mão e aperta de leve. - Ele acabou dessa forma porque foi um homem mal caráter, então é melhor que ele esteja morto, se fosse para continuar fazendo maldades.
- Eu sei.
- Agora você está livre dele, então pode respirar sossegada. - Ela sorri fraco.
- Foi melhor assim. - Digo.
Se Alonso continuasse vivo, poderia infernizar a minha vida ainda mais, ou até machucar as pessoas que amo, como fez com Vincent. Talvez ele fosse capaz de mudar com o tempo, mas nunca saberemos.
Tantas pessoas boas morrem no mundo por injustiças e maldades humanas, então eu não tenho motivo para me sentir culpada com a morte de um homem escroto como ele.
Como Milla falou, agora poderei respirar sossegada, enfim estou livre dele. Alonso escolheu seguir um mal caminho, então ele cavou a própria cova quando decidiu ser um homem mau.
- Vamos mudar de assunto. - Milla fala. - Chega de pensar em coisas e pessoas ruins.
- Você tem toda razão. - Digo.
- Vamos voltar para a empresa? - Ela pergunta.
- Vamos.
Antes que eu me levante meu celular começa a tocar, então o pego na bolsa e atendo a ligação.
- Oi Vincent.
- Onde está? - Ele pergunta.
- Estava almoçando com a Milla, mas já estou voltando para a empresa.
- Quando vai vir para casa?
- Assim que acabar meu horário de trabalho.
Ele começa a resmungar do outro lado da linha, em seguida fala:
- Deveria estar em casa com o seu namorado ferido, mas não... Está trabalhando.
- Meu chefe temporário é muito exigente. - Sorrio abertamente. - Quer que eu seja demitida por ficar em casa com o meu namorado?
- Diga para o seu chefe que ele é um homem muito mau. - Ele continua com o drama.
- Passarei seu recado.
- Venha logo para casa. - Ele pede. - Estou com saudades.
- Pare de melosidade Vincent. - Gargalho alto. - Você me viu de manhã.
- Eu sei, mas já estou com saudades.
- Eu também. - Cochicho.
O médico do Vincent pediu para ele ficar em repouso absoluto após receber a alta, então Jared está cuidando da empresa enquanto ele está ausente.
Vincent tem uma casa enorme, mas se apoderou do meu apartamento e não quer ir embora. Ele e Justin estão ficando comigo e a Milla desde que ele recebeu alta, e parece que não vão sair nem tão cedo.
O apartamento é bem pequeno, mas é o suficiente para nós quadro. Tenho que assumir que estou amando tê-lo ao meu lado todo dia, e provavelmente sentirei sua falta quando ele voltar para sua casa.
Vincent não queria que eu trabalhasse enquanto ele estivesse de repouso, mas não sou tão irresponsável a ponto de deixar meu trabalho de lado, apenas para ficar ao seu lado.
Eu não mereço tratamento diferenciado apenas porque sou a namorada do chefe. As pessoas acabariam me acusando de estar me aproveitando do fato de ser a namorada do Vincent, e eu não quero isso.
- Preciso desligar. - Falo para ele. - Milla já pagou a conta e está me esperando para voltarmos ao trabalho.
- Se cuide. - Ele fala. - Até mais tarde.
- Você também. - Digo apenas.
Quando vou finalizar a ligação ele pergunta:
- Não está esquecendo de nada?
- Acho que não. - Falo confusa.
- Você não se despediu com um te amo.
- Você é tão bobo. - Sorrio abertamente.
Milla olha para mim e nega com cabeça enquanto faz uma careta.
- Eu te amo. - Cochicho. - Agora preciso desligar.
Finalizo a ligação antes que ele diga mais alguma coisa, ou acabaremos passando o dia no telefone.
- Vocês dois parecem dois adolescentes apaixonados. - Milla sorri com malícia.
- Está imaginando coisas. - Tento desconversar.
- Sei. - Ela pega a bolsa e coloca a alça sobre o ombro. - Não sabem nem disfarçar.
- Quando você enfim ficar com o Jared, saberá como me sinto. - Digo.
Me arrependo de abrir a boca no mesmo instante em que seu sorriso morre no rosto.
- Desculpe. - Peço. - Falei sem pensar.
- Não precisa se desculpar. - Ela sorri fraco. - Irei superar com o tempo.
- O que acha de encontros a cega? - Pergunto para ela.
- Não estou desesperada Lisa. - Milla faz uma careta.
- Eu sei. - Reviro os olhos. - Mas seria interessante você conhecer novas pessoas.
- Vocês já são o suficiente.
- Estou falando de homens solteiros.
- Não estou interessada no momento. - Ela diz.
- Tudo bem então. - Digo. - Mas talvez seja interessante provocar Jared um pouco.
Tenho certeza que ele ficaria incomodado se visse Milla com outro homem, mas é praticamente impossível convencê-la a fazer isso.
- Daria certo se ele gostasse de mim Lisa, o que não é o caso, então não tem o porque de perder tempo tentando provocá-lo.
- Por que tem tanta certeza que ele não gosta de você?
- Nos conhecemos a anos, e até agora ele nunca demonstrou nenhum tipo de interesse, apenas cuida de mim como amigo, e nada mais.
- Talvez esse cuidado seja uma forma de demonstrar que gosta de você, mas ainda não percebeu isso. - Falo.
Ela parece pensativa e continua em silêncio enquanto caminhamos lado a lado.
Não quero que Milla acabe se tornado uma mulher como eu, que estava se acostumando com a solidão, e que pensava que iria viver sozinha para sempre.
Eu sei que não é uma vida nem um pouco agradável, então tenho medo que ela acabe se escondendo do mundo.
- Você parece preocupada de repente. - Ela fala.
- Me prometa que jamais irá se tornar uma mulher solitária. - Peço para ela.
- Por que está pedindo isso?
- Porque tenho medo que acabe se acostumando a ficar só. - Falo. - Provavelmente no começo você não ache algo tão triste e deprimente viver só, mas em algum momento irá perceber que não fez a escolha certa, e talvez não tenha a chance de recomeçar a viver novamente.
Eu percebi a tempo que não havia feito uma boa escolha, e com a ajuda de Vincent tive a chance de pensar diferente, então o agradeço por ter aberto meus olhos, e me tirado de uma vida tão sem graça.
- Eu prometo. - Milla sorri fraco. - Então pare de se preocupar.
- Obrigada. - Agradeço.
Milla me prometeu, mas não confio plenamente na sua palavra. Ela é muito tímida, não faz amizades com novas pessoas e parece que está sempre tentando se esconder do mundo. Ela já sofreu muito no passado, mas precisa encarar de frente os problemas se quiser sobreviver.
- Agora é a sua vez de me prometer algo. - Ela diz.
- O quê?
- Me prometa que jamais irá me abandonar. - Ela sorri fraco. - Você irá se casar algum dia, então estará muito ocupada para se preocupar com sua amiga, mas por favor, jamais se esqueça de mim.
- Não precisa pedir para eu prometer isso. - Falo. - Me casando ou não, estarei sempre ao seu lado. Você é minha amiga irmã, e não pretendo deixar que nossa amizade acabe jamais.
Enlaço meu braço com o seu, e continuamos a andar até a empresa. Antes de atravessarmos a rua um morador de rua vem em nossa direção e pede cabisbaixo:
- Por favor, me dê um prato de comida.
Quando ele levanta a cabeça, meu coração começa a saltar freneticamente no peito.
- Pa... pai?
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Boa noite meninas
Tudo bem com vocês?
Como passou o fim de semana?
Desde já desejo uma semana abençoada a todos! ❤
Até quarta feira com o próximo capítulo ❤
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Estou adiantando o capítulo porque minha internet não está de confiança.
Um beijo a todos, e tenham uma excelente noite!
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