- Eu não aceito isso. - Phil invade o escritório. - Não vai namorar de jeito nenhum com o ex-noivo da Kathe.

- Posso saber por qual motivo Phil? - Cruzo os braços.

- Ele é o ex-noivo da Kathe. - Ele aponta para Vincent.

- E o que tem? - Pergunto.

- Seria estranho. - Ele diz. - Então eu não aceito.

Eu não acho que teria coragem de começar a namora com Vincent se soubesse que ele era o ex-noivo da minha prima. Phil está certo ao falar que é algo estranho, mas não tenho intenção alguma de terminar com ele apenas para fazer os desejos do meu primo.

- Ainda bem que eu não preciso ter sua permissão não é? - Sorrio sarcástica.

- Lisa...

- Vincent é meu namorado, e não me importo se é ex da Kathe, então pare de ser infantil. - O corto.

- Não briguem por minha causa. - Vincent fala.

- Você fique quieto. - Phil aponta o dedo para ele.

- Não mande meu namorado ficar quieto. - Retruco para ele.

Phil teria razão de agir assim se Vincent fosse uma má pessoa, mas esse não é o caso.

- Não acredito no que está acontecendo. - Phil passa as mãos pelos cabelos.

- Já falou tudo o que tinha para falar? - Pergunto para ele.

- Continuo não aceitando.

- Por quê Phil? - Pergunto. - Tenho certeza que não é apenas porque acha estranho. Está com medo de que Vincent balance o coração da Kathe novamente?

- Você...

- Não confia em si mesmo priminho? - O corto novamente.

- Garota petulante. - Phil diz entredentes. - É óbvio que eu sei que Kathe jamais me deixaria por ele.

- Então não tem porque estar com medo. - Falo.

Vincent permanece em silêncio observando a discussão entre nós dois. Ele está desconfortável, e no seu lugar estaria da mesma forma, então pego sua mão e lhe ofereço um sorriso carinhoso.

- Eu te amo e não quero brigar com você, mas se continuar agindo dessa forma egoísta e imatura, acabará perdendo o respeito que tenho por você Phil. - Digo. - Eu gosto do Vincent, e vou continuar namorando com ele você aceitando ou não, então espero que pense bem nas suas atitudes e mude de ideia.

- Me desculpe Phil. - Vincent pede. - Eu não queria causar...

- Por que está pedindo desculpas Vincent? - O corto. - Você não fez nada de errado, então não precisa pedir desculpas para ele.

- Acabaram discutindo por minha causa. - Ele suspira alto.

- Espero que esteja tudo resolvido. - Falo. - Não quero continuar brigando com você, mas se for preciso farei isso.

Eu decido com quem vou namorar, eu decido o que é melhor para mim, então Phil nem ninguém tem o direito de interferir nas minhas decisões. Se eu quebrar a cara, será porque eu fiz uma escolha errada, e ninguém irá sofrer as consequências no meu lugar.

Eu sei que vou ser feliz ao lado do Vincent, como também sei que fiz a escolha certa ao deixar ele entrar na minha vida, então nada do que Phil disser ou fazer me fará mudar de ideia.

Dou um beijo no rosto do Phil, em seguida caminho até a porta do escritório, mas antes que eu sai me volto para ele e digo:

- Não estou te pedindo para gostar do Vincent, apenas confie em mim e na minha decisão.

Fecho a porta do escritório, e começo a caminhar pelo corredor com Vincent ao meu lado.

- Você está bem? - Ele pergunta.

- Estou sim. - Digo.

- Não fique muito brava com seu primo. - Ele fala. - É aceitável que ele se oponha.

- Eu sei. - Suspiro alto. - Mas ele tem que respeitar as minhas escolhas.

Vincent para, me puxa contra si e me abraça com força. Retribuo o abraço, enquanto ele beija o topo da minha cabeça.

- Eu amo quando me abraça dessa forma. - Sorrio abertamente.

- Sério? - Ele pergunta.

- Sério.

- Se eu soubesse teria feito isso mais vezes. - Ele ri.

- Agora já sabe. - Continuo o abraçando.

Alguém pigarreia atrás de nós, e nem preciso olhar para saber que é Phil.

- Me perdoe. - Phil limpa a garganta. - Eu não deveria ter agido daquela forma.

- Já está perdoado. - Sorrio abertamente.

- Vai ser difícil, mas espero que eu consiga me acostumar com o tempo. - Phil diz. - Então não vou me opor novamente.

- Obrigado. - Vincent agradece.

- Seja um ótimo namorado para minha prima, porque se fazê-la derramar uma gota de lágrima, eu acabo com você.

- Estava demorando começar com as ameaças. - Reviro os olhos.

- Não precisa se preocupar quanto a isso. - Vincent pega minha mão e aperta de leve. - Não pretendo fazer Lisa sofrer, e se ela chorar ao meu lado, será de felicidade.

- Espero que cumpra sua promessa. - Phil fala.

Fico feliz que ele tenha mudado de ideia rapidamente. Eu não queria brigar com ele por causa do meu namoro, então me alegro que ele esteja aceitando minha decisão.

- Agora vamos comer. - Pego no braço dos dois. - Estou com fome.

Caminhamos lado a lado até as escadarias, e alguns segundos depois entramos na sala onde o resto do pessoal nos espera.

- Até que enfim. - Kathe revira os olhos. - Quase fomos jantar sem vocês.

- Está tudo resolvido agora? - Tia Mary pergunta.

- Sim. - Falo. - Consegui convencer o cabeça dura do meu primo.

- Ei! - Phil finge irritação.

Matt vem até nós e cumprimenta Vincent com um abraço demorado. Pela cara de espanto dele, meu primo está fazendo algum tipo de ameaça no seu ouvido.

- Seja bom para ela. - Matt fala ao se distanciar. - Caso contrário já sabe o que vai acontecer.

- Poderiam parar de serem tão intrometidos? - Pergunto.

- Não. - Todos respondem em uníssono.

Vincent nunca deve ter escutado tanta ameaça em apenas um dia. E só não escutou mais porque Kathe e Alice já o conhece, caso contrário estaria ainda mais ferrado. Mas tenho certeza que mesmo elas o conhecendo, não irá aliviar nem um pouco para ele.

- Por que não me falou que tinha um filho? - Kathe pergunta para Vincent.

- Eu poderia ter dito antes, mas acabamos perdemos contato. - Ele lhe responde. - Você tinha seguido sua vida, então não quis interferir.

- Você é meu amigo Vincent. - Ela diz.

- Eu sei. - Ele sorri fraco. - Mas decidi me manter distante para não acabar fazendo você e seu marido brigarem por minha causa.

- Homem sábio. - Phil sorri de canto.

Não deve ter sido nada fácil para Phil aceitar que o ex-noivo da sua namorada fossem se tornar amigos depois de tudo. E para piorar ainda mais Kathe acabou o chamando para ser seu padrinho de casamento.

Eu acho que ela não deveria ter feito isso. Óbvio que poderiam ser amigos, mas ser padrinho de casamento acho exagero. Provavelmente Phil aceitou por amá-la demais, porque no seu lugar eu não sei se aceitaria algo desse tipo.

- Justin é muito lindo. - Kathe bagunça seus cabelos.

- Eu sei. - Justin sorri todo convencido.

- Tão humilde. - Alice gargalha. - Parece alguém que eu conheço. - Ela olha para Phil.

- Eu sou humilde. - Ele revira os olhos.

- Você é muitas coisas amor, mas humilde não é uma delas. - Kathe pisca para ele.

- Vocês terão muito tempo para conversar, mas agora vamos jantar. - Meu tio se levanta e começa a caminhar em direção a sala de jantar. - Estou faminto.

Todos se levantam e o seguem até a sala de jantar, em seguida cada um puxa uma cadeira e se sentam.

- Por quê Victor e o Mark não vieram? - Pergunto. - Também não vejo Anne e Nick.

- Mark está cuidando dos nossos filhos. - Emi fala.

- Victor está de viagem. - Lya também me responde. - Anne disse que viria, mas em cima da hora surgiu algo.

- Por que não trouxe as crianças Emi? - Minha tia pergunta.

- Não queira isso. - Ela balança as mãos. - Iria parecer que um furacão havia passado por sua casa.

- Você esqueceu que minha tia tem uns cinquenta netos? - Sorrio abertamente. - Ela já está acostumada com esse tipo de coisa.

- Não exagere Lisa. - Tia Mary revira os olhos.

- Ainda não chegamos a cinquenta, mas Phil e eu estamos tentando alcançar essa meta. - Matt sorri enquanto olha para Alice.

- Está louco Matt? - Alice arregala os olhos. - Já estou ficando com os cabelos brancos apenas com as crianças que já temos, então nem pense em querer mais filhos.

Matt só pode ser doido por querer mais filhos, mas conhecendo ele e Alice como conheço, não duvido nada que ela apareça grávida novamente.

Kathe e Phil também estão seguindo o mesmo caminho, mas ainda não acompanharam Alice e Matt.

Eu quero filhos, mas para mim uns dois já são o suficiente. Talvez seja legal ser mãe de muitos filhos, mas mesmo com todo cuidado, eu acho que alguns acabaram solitários, porque sempre serão os menores que recebam mais atenção dos pais. Então prefiro ter uma família menor, e assim poderei cuidar de todos da mesma forma.

- Você quer mais filhos Vincent? - Lya pergunta.

- Sim. - Ele confirma com a cabeça e olha para mim. - Quero pelo menos uns dez.

Meus olhos se arregalam a ponto de saltar do meu rosto. Eu realmente espero que Vincent esteja apenas brincando, porque nunca planejei, e nem planejo ter tantos filhos.

- Está louco Vincent? - Pergunto.