Capítulo 35
- Já está pronta Milla? - Pergunto.
- Não vou Lisa. - Ela responde.
- Mas é óbvio que você vai. - Digo seria.
- Não sou da família...
- Espero que você nunca mais repita isso. - A corto. - Você se tornou minha família a partir do momento que entrou na minha vida.
- Mas...
- Nada de mas Milla. - A corto novamente. - Vá se arrumar, Vincent já está vindo nos buscar.
Não sei por qual motivo Milla está agindo dessa forma. Talvez ela não se sinta confortável com minha família, ou talvez só esteja com vergonha. Quando estamos fora do trabalho, ela sempre evita os lugares onde Jared estará presente, mas hoje não é o caso, seremos apenas nós e minha família.
- Tem certeza que não vou atrapalhar? - Ela pergunta preocupada.
- Por que atrapalharia? - Retruco. - Seremos somente eu, você, Vincent e meus tios.
Não tenho certeza se meus primos e minhas amigas irão, mas conhecendo eles como conheço tenho certeza que aparecerão.
Eles não vão perder a oportunidade de importunar Vincent, então provavelmente vão aparecer sem serem chamados.
- E se seus tios acharem ruim?
- Eles vão te amar. - Falo. - Então pare de se preocupar atoa.
- Ok. - Ela suspeita alto. - Mas qualquer coisa venho embora.
- Tudo bem então. - Sorrio abertamente.
Milla se levanta e caminha em direção ao banheiro, ao mesmo tempo que escuto a campainha do apartamento tocar.
- Será que é Vincent? - Ela se volta para mim.
- Deve ser. - Digo. - Então se arrume logo.
- Ok. - Ela abre a porta do banheiro e o adentra.
Me levanto e corro em direção a porta do apartamento e a abro.
- Você está linda. - Vincent nem ao mesmo me cumprimenta e já me elogia.
- Obrigada. - Sorrio abertamente.
Justin sai de trás do pai, da um passo em minha direção, pega minha mão e a beija.
- Tem certeza que quer namorar com meu pai Lisa? - Justin pergunta. - Acho que se me escolhesse seria...
- Cale a boca moleque. - Vincent bagunça seus cabelos.
- Estou quase mudando de ideia. - Pisco para ele.
Vincent nos ignora, e em seguida adentra o apartamento com o filho ao lado.
- Está pronta?
- Sim. - Digo. - Milla está se arrumando, então terá que esperar um pouco.
- Ainda temos tempo. - Ele fala enquanto olha para o relógio sobre o pulso.
Me sento no sofá e Vincent se senta ao meu lado e pega minha mão. Justin senta do outro lado e também pega minha mão enquanto sorri alegremente.
- Esse garoto está ficando cada dia mais petulante. - Vincent dá um tapa na sua mão.
- Por que será? - Pergunto.
- Não tenho culpa de nada. - Vincent fala.
- É claro que tem. - Justin fala. - Puxei meu pai em todos os sentidos, principalmente na beleza.
Começo a rir alto, mas acabo engasgado com saliva e começa uma crise de tosse.
- Lisa ficou tão emocionada que até engasgou. - Justin sorri abertamente.
- Esse garoto realmente está insolente. - Finjo estar brava.
- Não acreditou em mim. - Vincent da de ombros.
- Posso até ser insolente, mas me amam mesmo assim. - Justin diz todo convencido.
- Será que ainda da tempo de colocá-lo para adoção? - Vincent pergunta.
- Acho que sim. - Sorrio de canto.
- O senhor me ama demais. - Justin fala. - Tenho certeza que jamais me abandonaria.
- Você tem toda razão. - Vincent diz.
Enquanto os dois conversam animados fico apenas os observando feliz. Nunca achei que algum dia viveria algo desse tipo, e por isso fico imensamente animada.
Sempre pensei que iria viver solitária e sem ninguém para amar ou ser amada. Comecei a pensar que talvez eu jamais teria alguém ao meu lado, então de repente surge Vincent e muda tudo em minha vida, e para melhor.
- Por que está sorrindo? - Ele pergunta.
- Por que estou feliz. - Assumo.
- Qual o motivo da sua felicidade?
- Vocês. - Falo.
Vincent sorri abertamente, em seguida começa a beijar todo meu rosto freneticamente.
- Ei! Se comportem! - Justin fala alto.
- Desculpe a demora. - Milla surge de repente.
- Já está pronta? - Pergunto.
- Sim. - Diz ainda ofegante.
- Vamos? - Vincent se levanta.
- Vamos.
Vincent pega minha mão e me puxa lentamente, e começa a caminhar em direção a porta.
- Preparado pai? - Justin pergunta.
- Para quê?
- Para morrer, talvez?
- Xiu. - Tapo a boca de Justin.
Vincent estava nervoso, mas acabou relaxando um pouco, e Justin provocá-lo não vai ajudar em nada.
- Acho que ainda não estou preparado para morrer. - Vincent leva as mão ao pescoço.
- Então conquiste seu tio. - Milla fala.
- Espero que eu consiga fazer isso. - Vincent sorri sem graça.
- Não se preocupe. - Pego sua mão e aperta de leve. - Não vou sair do seu lado.
- Terá que ficar responsável por mim se meu pai for morto...
- Para de provocá-lo Justin. - Peço.
Meu tio não é tão assustador como eles estão pensando, mas se ele não gostar de Vincent, será difícil ter sua bênção.
Ele é muito protetor comigo, e isso me deixa muito preocupada. Não sou criança e sei bem o que fazer da minha vida, mas isso não muda nada, e ele vai continuar achando que sou uma garota desprotegida que precisa de cuidados excessivos.
Apesar de achar um pouco sufocante, me sinto feliz por saber que ele me ama tanto, aponto de tentar me proteger do mundo até hoje.
Não foi nada agradável ser abandonada por meu pai, mas graças a isso recebi muito amor, e tenho certeza que me tornei o que sou hoje graças aos meus tios, então talvez eu deva agradecer Izaac por ser um péssimo pai.
O que eu teria me tornado se continuasse vivendo com meu pai e minha madrasta? Eles teriam mudado a forma de me tratar? Tenho certeza que não, aquela mulher era tão amargurada, que acho bem pouco provável que ela mudasse algum dia.
Em alguns momentos me pego me perguntando onde está Izaac. Sei que ele não merece nada vindo de mim, mas ainda assim gostaria de saber onde ele vive e o que faz.
Izaac nunca me agrediu, mas a forma fria que ele me tratava era pior que apanhar. Ele nem ao menos me defendia da cobra da minha madrasta, e isso com certeza marcou minha adolescência de uma forma extremamente negativa.
Izaac era um bom pai, mas de repente mudou de uma forma trágica, e tenho que assumir que gostaria de saber o motivo de tamanha mudança.
Será que ele se arrependeu da forma que me tratou após a morte da minha mãe? Ele procura por mim? ainda está vivo e saudável?
Gostaria de encontrá-lo algum dia, e ter as respostas para minhas tantas perguntas, mas acho que é algo meio difícil de acontecer. Ao mesmo tempo que quero saber o porque da sua mudança, também tenho medo da resposta, então talvez seja melhor nunca saber.
- Você está bem? - Vincent pergunta.
- Sim. - Sorrio fraco.
- Por que está tão calada?
- Só estava pensando no meu pai.
Vincent tira a mão do volante e pega a minha, e aperta de leve.
- Gostaria de encontrá-lo? - Ele pergunta.
- Sim e não. - Sorrio fraco. - Se for para encontrá-lo e me deparar com o antigo Izaac, prefiro não vê-lo nunca mais.
- Ele pode ter mudado.
- Talvez. - Suspiro alto.
Izaac merece meu desprezo, mas ainda tenho saudades da nossa família enquanto minha mãe era viva, e apesar de saber que ele não merece meu perdão, ainda assim eu teria a capacidade de perdoá-lo.
Posso ser uma burra por pensar assim, por perdoá-lo tão facilmente, mas essa sou eu. Talvez eu seja esperançosa, ou talvez eu apenas seja uma idiota que acredita na redenção das pessoas.
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Bom dia meninas
Tudo bem com vocês?
Como passou o fim de semana?
Até quarta feira com o próximo capítulo ❤
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