Capítulo 15
- É o quê? - Arregalo os olhos.
- Você seria uma boa mãe. - Justin fala novamente. - Eu gosto de você.
- Justin? - Uma voz conhecida o chama.
Me viro para trás e me deparo com Vincent me olhando muito sério.
- Papai.
- Vá para o seu quarto.
- Pai...
- Me obedeça. - Ele o corta.
Justin olha para mim e se despede.
- Tchau Lisa.
Lhe ofereço um sorriso carinhoso, então em seguida ele me dá as costas e caminha em direção as escadarias.
Depois de algum tempo me encarando, Vincent pergunta:
- O que falou para meu filho?
- Sobre o quê? - Pergunto sem entender nada.
- O que disse para ele querer você como sua mãe?
- Eu não falei nada. - Digo. - Estou tão surpresa tanto quanto você.
Não sei de onde Justin tirou essa ideia, e para falar a verdade me pegou de surpresa sua atitude.
- Não tinha uma reunião hoje? - Pergunto.
- Acho que não devo satisfação de nada. - Fala com grosseria.
- Ok. - Levando as mãos em sinal de rendição.
- O assunto é outro. - Diz. - Provavelmente falou algo, ou Justin não teria dito aquilo.
- Não sei o que o senhor está tentando falar, mas de uma coisa pode ter certeza, não falei nada para Justin sobre ser sua mãe.
Não sei onde ele quer chegar, e só pode estar doido por achar que eu faria algo desse tipo.
- Não acredito em você.
- Pense no que quiser. - Retruco. - Eu sei que não fiz nada.
Ele sorri cínico, e parece não acreditar em mim. É tão idiota, que mesmo se a verdade estivesse estampada na sua cara, ele não acreditaria. Acha que ele é sempre o certo em tudo, e não comete erros.
- Realmente achou que poderia fazer a cabeça dele enquanto eu estivesse fora?
- Você é sempre tão idiota assim?
- O quê?
- Não sei o que se passa em sua mente doentia, mas nem toda mulher está interessado em você querido. - Reviro os olhos. - Nem que fosse o último homem da face da terra iria querer algo com você.
- Você...
- O quê? - O corto. - Se acha tão interessante assim?
- Está passando dos limites Lisa.
- E você não passou? - Pergunto. - Acha que eu seria tão idiota a ponto de fazer a cabeça do filho do meu chefe para conseguir conquistá-lo?
Ele pode falar suas merdas e eu tenho que ser obrigada a escutar quieta? Se não queria ouviu umas verdades era melhor ter ficado de boca bem fechada.
- Pode ter certeza que está bem errado dessa vez, não quero namorado, e pode ter certeza que você não faz o meu estilo, senhor Keller.
Um homem bonito, mas quando abre a boca só sabe falar merda. Bem que dizem que beleza não leva a lugar algum.
- Agora se me der licença, irei embora. - Falo.
Saio de perto dele antes que ele diga mais alguma coisa, e caminho o mais rápido possível até as escadarias.
Alguns segundos depois abro a porta do quarto e o adentro fechando a porta atrás de mim.
Me sento na cama e suspiro alto. Achei que havia começado a me dar bem com Vincent, mas estava errada ao achar que ele seria capaz de me tratar bem.
Não sei o que passa na cabeça desse homem ao achar que tenho algum interesse nele, nunca lhe dei liberdade alguma, como também nunca demonstrei nada desse tipo.
Deve se achar irresistível, a ponto de nenhuma mulher resistir o seu chame.
Me levanto, pego meu pijama e coloco dentre da minha bolsa. Em seguida caminho até a porta que liga ao quarto do Justin.
- Justin. - Abro a porta do seu quarto bem devagar.
- Oi?
Ele está deitado em sua cama, mas quando me vê se levanta e se senta.
- Vim me despedir de você.
- Te causei problemas não foi? - Ele pergunta triste.
- Claro que não. - Me sento na beirada da cama.
- Escutei meu pai bravo com você.
- Não se preocupe com isso. - Bagunço seu cabelo.
Ele abaixa a cabeça, o que me deixa muito triste. Ele não deveria ter escutado a minha discussão com seu pai, se eu soubesse que ele estava escutando teria ficado quieta.
- Se seu pai permitir, virei te visitar em breve. - Falo. - Se quiser ir ao meu apartamento também, ficaria muito feliz.
- Eu quero. - Ele sorri animado.
- Combinado. - Pego sua mão e aperto de leve.
Espero não ter dado esperanças atoa para ele, e torço para que o senhor Keller permita eu visitá-lo.
- Agora preciso ir embora. - Me levanto da cama.
- Queria que ficasse mais um pouco. - Ele também se levanta.
- Vem me dar um abraço.
Justin se joga nos meus braços, então lhe aperto com força e beijo o topo da sua cabeça.
- Até mais. - Me despeço dele.
Esse garoto conseguiu conquistar meu coração em pouquíssimo tempo, então se eu puder ser uma boa amiga para ele, farei isso com o maior prazer.
Quando me viro para ir embora, me deparo com Vincent nos observando da porta.
Caminho lentamente até ele de cabeça erguida.
- Desconte o valor desse vestido do meu salário. - Digo. - Tenha um excelente dia senhor Keller.
Passo por ele e saio do quarto, e nesse momento me pergunto se ainda tenho um emprego. É bom provável que ele esteja querendo minha morte por eu ter o enfrentado.
🌹
- Lisa?
- Oi?
- Não era para chegar mais tarde? - Milla pergunta.
- O senhor Keller chegou antes do previsto.
- Pela sua feição, você brigaram.
- Por que acha isso?
- Está bem estampado em seu rosto que quer matar alguém.
Seria interessante pedir a ajuda das garotas nesse momento, elas sabem como esconder muito bem um corpo. Vontade não me falta de matar aquele cretino estúpido.
- Não vale a pena falar sobre isso. - Suspiro alto. - Só vai me deixar ainda mais irritada.
O mal agradecido deveria grato por eu cuidar do seu filho, mas não... Me tratou como uma interesseira qualquer.
- Se quiser falar sobre isso estarei aqui. - Milla fala.
- Obrigada. - Agradeço. - Acho que vou tentar dormir um pouco.
- Ok.
- Ah... - Me volto para Milla novamente. - Não me viram sair de pijama?
- Quando fui me lembrar já era tarde demais.
Tinha ligações perdidas da Milla, mas quando eu vi a merda já tava feita.
- Estaria morta se tivesse me deixado ir até lá de pijama. Escapou por não se lembrar.
- Que sorte a minha então. - Ela sorri abertamente.
Vou até a cozinha e bebo um pouco de água, em seguida caminho até meu quarto lentamente. Abro a porta e adentro o ambiente.
Me jogo na cama e fico observando o teto do quarto, enquanto milhões de pensamentos surgem em minha mente.
- Filho da mãe. - Murmuro baixinho.
Fico com raiva quando me lembro de como ele me tratou. Minha vontade era de socar a sua cara até não poder mais, mas me controlei.
- Esqueça Lisa. - Suspiro alto.
Fecho os olhos e tento limpar minha mente, como se isso fosse possível.
Meu celular toca me tirando dos meus devaneios, então pego minha bolsa e a abro, em seguida pego o celular e no mesmo instante meu corpo gela.
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