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Capítulo 11

- Chegamos! - Alice grita.

- Entrem. - Dou espaço para entrarem no apartamento. - Cadê a Kathe e a Lya?

- Não deu para elas virem. - Emília fala.

- Que pena. - Digo.

Decidimos nos reunir pelo menos umas duas vezes no mês para colocar as conversas em dia.

- Essa é Milla. - Aponto para ela.

- Muito prazer. - Alice a puxa para um abraço.

- O prazer é todo meu. - Ela retribui o abraço.

Emília faz o mesmo em seguida, enquanto Alice senta ao meu lado.

- Vou dar na cara da Kathe e a Lya. - Falo.

- Eu ajudo. - Alice levanta a mão.

As traidores deram certeza que viriam, mas acabaram não comparecendo no nosso encontro.

- Então Milla entrou para a gangue. - Emília sorri abertamente.

- Gangue? - Ela arregala os olhos assutada.

- A nossa gangue. - Explico.

- Entendi. - Ela acena com a cabeça. - Sou nova nesse negócio de ter amigas.

- Não tem nenhuma? - Alice pergunta.

- Agora eu tenho. - Ela aponta para mim. - E espero que possa ser amiga de vocês também.

Sei como Milla se sente em relação a amizade. Vivi boa parte da minha vida sem amigos, mas eu tinha a minha família que supria essa parte. No caso dela nem família ela tem, o que torna tudo ainda mais solitário.

- Já estive no seu lugar. - Alice fala. - Então tive a sorte de conhecer a Kathe.

- Eu digo o mesmo. - Emi levanta a mão. - Através da Kathe conheci Alice, e o resto das garotas.

- Já quero conhecê-la. - Milla sorri animada.

A compainha toca, interrompendo nossa conversa. Me levanto e caminho em direção a porta e a abro em seguida.

- Senhorita Lisa Clark?

- Sim.

- Aqui está seu pedido. - Ele me entrega duas sacolas.

- Obrigada. - Agradeço.

Depois de deixar as pizzas com as garotas, corro até meu quarto para pegar o valor que devo para o entregar.

- Aqui. - Lhe entrego o dinheiro.

- Obrigada. - Ele agradece. - Tenha uma boa noite.

- Igualmente.

Fecho a porta, em seguida volto para a sala.

- Esfomeadas. - Gargalho alto.

As gulosas já abriram as caixas, e já estão comendo como se a vida dependesse disso.

- Faz tanto tempo que não como Pizza. - Emi diz com a boca cheia. - Já estava esquecendo do gosto.

- Matt não me deixa comer bobeira como antigamente. - Alice fala emburrada. - Eu já falei que vou pedir o divórcio se ele não parar de interferir no que eu como.

- Aproveitem enquanto pode. - Emi aponta para Milla e eu.

- Não preciso me preocupar com marido intrometido por um longo tempo.

- Por quê? - Alice pergunta.

- Não quero me casar nem tão cedo.

- Todas nós dizíamos a mesma coisa. - Emília fala. - Olha para nós agora, casadas e com filhos.

Quero me casar algum dia, mas tenho alguns planos a cumprir antes desse dia chegar.

- Eu gostaria de me casar. - Milla fala. - Mas infelizmente o homem que gosto nem olha para mim como mulher.

- Ele é um idiota cego. - Emi fala. - Você é tão linda.

- Você não me falou nada sobre esse assunto safada. - Sorrio surpresa.

- Nunca contei isso para ninguém. - Ela suspira alto. - Mas sinto que posso confiar em vocês.

- Claro que pode. - Digo. - Conte-nos quem é.

Milla enfia um pedaço de Pizza na boca e não responde minha pergunta.

- Começou agora vai falar quem é. - A encaro séria.

- É o Jared. - Assume.

- É o quê?!

- Jared. - Ela repete.

- Uau. - Digo boquiaberta. - Nunca iria imaginar isso.

- Não conte para ele por favor.

- Não se preocupe. - Falo. - Sou um túmulo.

Realmente nunca passou pela minha cabeça que Milla poderia gostar do Jared. Ele é sempre gentil com ela e com todos a sua volta, mas não acho que ele tenha algum interesse em Milla, talvez eu esteja errada e espero que sim.

- Um amor não correspondido é tão triste. - Alice pega um pedaço de Pizza e entrega para Milla.

- Tente conquistá-lo. - Emi diz.

- Não tenho a melhor ideia de como fazer isso. - Ela suspira alto. - Sou tão sem graça perto das mulheres que ele sai normalmente.

- Provavelmente deve sair com mulheres fúteis, então mostre para ele que é diferente. - Alice a aconselha.

Milla é muito bonita, mas ela tenta esconder isso atrás de roupas o dobro do seu tamanho e óculo grande, e não se preocupa em se arrumar um pouco. Ela tem um jeito meigo e inocente, e isso me deixa com medo por ela. Nesse mundo tão cruel é preciso saber se defender se não quiser ser consumido por ele, mas Milla não tem coragem o suficiente de enfrentá-lo sozinha.

- Se ele imaginar que gosto dele, provavelmente vai me tratar diferente.

- Seria um idiota se perdesse uma mulher incrível como você. - Pisco para ela.

- Concordo. - Alice bate palmas. - Mostre para ele que você é melhor do que todas as outras.

- Foi exatamente isso que fizemos. - Emília sorri com malícia. - Matt era o único que não era um cafajeste assumido, o resto eram todos sem vergonha.

Na verdade não sei nem nomear o mais safado entre Phil e Mark. Victor não conhecia muito bem, mas pelo que ouvi era como meu primo e Mark. Matheus poderia até ser diferente, mas seu mal humor era insuportável.

- Ainda fico surpresa com a mudança desses homens. - Assumo.

- Nosso poder de sedução. - Emília joga os cabelos para trás.

- Que horror. - Faço uma careta.

- Horror por quê? - Alice pergunta. - Somos gos...

- Pode parando. - A corto. - Não estou interessada na intimidade de vocês.

- Você é quem sabe. - Ela sorri de canto.

- Mas mudando de assunto, como está indo no novo emprego? - Emi pergunta.

Toda minha alegria acabou de ir embora com a menção do meu emprego.

- Está tudo ótimo. - Forço um sorriso. - Quero matar meu chefe praticamente o dia todo, mas tirando isso é bom trabalhar novamente.

- Ele é tão ruim assim? - Alice pergunta.

- Ruim é um elogio para aquele traste. - Falo irritada. - Aquele homem é o pior ser humano da face da terra.

- Está exagerando. - Emília diz.

- Na verdade ela não está. - Milla fala. - O senhor Keller realmente é um chefe insuportável. 

Ele deve estar louco para me ver me demitindo, não tem outra explicação. Ele exige que eu seja a primeira a chegar e também seja a última a sair do serviço.

- Ele me fez refazer seu café dez vezes. - Fecho os punhos com raiva. - Uma hora estava frio demais, ou doce demais, sem doce algum, fraco ou forte.

- Ele é louco. - Emi arregala os olhos.

- Fiquei com tanta raiva que fiz algo sem pensar. - Assumo.

- O que você fez? - Milla pergunta preocupada.

- Eu cuspi no café dele.

- Você é tão louca quanto ele. - Alice gargalha.

Eu sei que não foi nem um pouco profissional da minha parte, mas quando me dei conta do que havia jeito era tarde demais.

- Vincent não pode nem sonhar que eu fiz isso, ou seria meu fim. - Falo.

Ele se acha o ser mais importante desse mundo, e se descobrir que isso aconteceu estarei muito, mais muito ferrada.

- Vincent? - Alice pergunta.

- Sim. - Falo.

- Já ouvi esse nome em algum lugar. - Ela estala a língua. - Mas não consigo me lembrar.

- Só sei que aquele homem é um ser desprezível. - Me estremeço - Deve estar imaginando formas e mais formas de me fazer sofrer no trabalho.

Meu celular que está sobre a mesa de centro começa a tocar, então o pego e vejo de quem é a ligação.

- Deve estar com a orelha pegando fogo, por isso está me ligando. - Sorrio malvada ao ver que meu chefe pé no saco que está me ligando.

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Bom dia meninas
Tudo bem com vocês?

Desde já desejo um bom final de semana com as bênçãos de Deus 🙏❤
Até segunda feira com o próximo capítulo. ❤

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