Capítulo 7
- Bem... É que... - Olho para o lado. - Talvez Mia tenha feito gargarejo com a água antes de fazer o café.
- Mia fez o quê?! - Ele grita.
- Não fique bravo, a ideia foi minha.
- Você adivinhou que eu viria aqui e mandou ela fazer isso? - Alex pergunta confuso. - Por que faria isso?
- Não era para você. - Explico. - Era para o Heitor.
Alex me encara mais confuso ainda, pois ele não sabe nada sobre o Heitor.
- Quem é Heitor? - Ele pergunta.
- O conheci no velório do meu pai. - Me sento ao seu lado.
- Então mandou Mia fazer isso por quê não gosta desse homem?
- Exatamente. - Confirmo com a cabeça.
- O que ele fez para não gostar dele?
- Não é nada que você precisa se preocupar. - Sorrio abertamente.
Me levanto do sofá, mas Alex segura minha mão e me puxa de volta.
- Me conte Nina. - Ele pede.
- Não está acontecendo nada. - Minto.
Pode até ser algo ruim, mas tenho o hábito de guardar tudo para mim. Sempre resolvo tudo sozinha, e na maioria das vezes ninguém fica sabendo dos meus problemas.
Alex me faz desabafar a força a maioria das vezes, e isso me faz sentir melhor no momento, mas acabei me acostumando ser desse jeito, então prefiro não falar com ninguém, assim evito preocupações.
- Quer que eu ligue para Mia? - Alex pergunta. - Ela deve saber o motivo...
- Está bem. - O corto. - Eu vou te contar, não precisa ligar para ela.
- Então comece. - Ele cruza os braços.
- Como eu disse anteriormente conheci Heitor no velório do meu pai, e de lá para cá ele insiste em se casar comigo.
- O quê?! - Alex arregala os olhos.
- Heitor quer juntar nossas empresas, mas eu não quero porque sei que ele não é um homem limpo, mas ele continua insistindo sobre nos casarmos. - Falo. - Já estou ficando irritada porque ele aparece do nada no meu apartamento, ou aqui na empresa, e por mais que eu diga que não vou me casar com ele, Heitor não me escuta.
- Por que não me falou nada? - Alex pergunta.
- Você me conhece melhor do que ninguém Alex. - Digo. - Se você não insistisse nesse esse assunto, jamais teria dito nada para você nem ninguém.
Alex passa as mãos pelo rosto, em seguida me encara muito bravo.
- Isso não é coisa para manter em segredo Nina. - Ele diz. - Esse homem está te perseguido, então deveria denunciá-lo.
- Não quero envolver a polícia nisso. - Falo. - A imagem da empresa já está manchada o suficiente.
- Vai se colocar em perigo por causa da empresa?! - Alex pergunta bravo.
- Não estou em perigo. - Forço um sorriso. - Heitor é apenas um homem insistente, tenho certeza que ele vai desistir com o tempo.
- E se isso não acontecer?
- Então eu me caso com ele. - Digo.
Óbvio que estou apenas brincando com Alex. Jamais me casaria com Heitor, pois não o amo, e não confio nele nem um pouquinho.
- Você está louca? - Alex pergunta.
- Estou brincando. - Sorrio abertamente.
- Isso não é coisa para ficar fazendo brincadeira.
- Desde quando se tornou tão sério? - Pergunto.
- Desde que está sendo perseguida. - Ele retruca.
- Eu não...
- Esse homem aparece na empresa e no seu apartamento do nada, e tenta me dizer que não está sendo perseguida? - Ele me corta.
Realmente estou começando a ficar preocupada com a insistência do Heitor, mas esse é meu assunto e eu resolvo.
- Não precisa se preocupar Alex. - Falo. - Darei um jeito de me livrar dele.
- Eu deveria ir atrás desse canalha.
- Nem pense em fazer isso. - Aponto o dedo para ele.
- Mas...
- Eu vou resolver isso sozinha, pois é meu problema, então fique de fora. - Digo séria.
Heitor não é um homem confiável, e não duvido nada que ela possa machucar Alex se ele for atrás dele, então é melhor deixar bem claro que nesse momento não quero sua sua ajuda, para evitar conflitos desnecessários.
Apesar de ser um homem calmo, conheço Alex bem o suficiente para saber que ele iria enfrentar Heitor de frente, mas nesse momento quero evitar qualquer tipo de confusão, ou teria ainda mais danos a imagem da empresa.
Antes de morrer meu pai acabou vendendo algumas ações, então infelizmente não sou a acionista majoritária, preciso da aprovação de alguns acionistas para algumas mudanças.
Alguns deles estão tentando complicar minha vida porque não aceitam uma mulher como presidente, e porque sabem que comigo no comando não continuarão fazendo coisas ilegais usando a empresa como fachada.
- Se quer me ajudar em algo, compre ações de alguns dos acionistas da empresa. - Digo.
- Não querem vender para você? - Alex pergunta.
- Não. - Nego com a cabeça. - Não querem que eu seja a acionista majoritária.
- Por quê?
- Porque sabem que seriam demitidos por mim. - Explico.
Existe alguns que estão se aposentando, e por isso estão tentando vender suas ações porque o valor de mercado está baixo, mas não vendem para mim porque sabem que como acionista majoritária eu faria o que quisesse.
Se todos os acionistas corruptos se juntarem e venderem suas ações para uma mesma pessoa, então eu estarei bem ferrada. Tenho medo que Heitor acabe as comprando para usá-las contra mim, porque sei que ele seria capaz de fazer isso para poder juntar as duas empresas.
- Quer mesmo que eu compre algumas ações? - Alex pergunta.
- Não. - Falo. - Não sei se serei capaz de reerguer a empresa por completo, e se acabar inventando pode perder seu dinheiro.
- Se quiser posso fazer isso por você.
- Obrigada, mas não precisa. - Sorrio fraco. - Darei meu jeito então não se preocupe.
- Tem certeza? - Alex insiste.
- Tenho sim.
Me levanto, caminho até minha mesa e começo a juntar os documentos que estão espalhadas sobre ela.
- Não conte nada para a Emi e o Mark sobre Heitor. - Peço para Alex.
- Farei se me prometer tomar mais cuidado com esse homem.
- Sou cuidadosa, então não se preocupe. - Digo.
- Não é o que parece. - Ele bufa alto.
- Você já tem seus próprios problemas, então pare de se preocupar com os meus. - Peço.
- Como se isso fosse possível. - Ele se levanta e vem até mim. - Como não vou me preocupar com a segurança da minha irmãzinha?
Odeio quando Alex me chama dessa forma, mas sempre exibo um sorriso forçado para que ele não perceba como eu realmente me sinto.
- Você já sabe que eu sei me cuidar. - Reviro os olhos.
- Eu deveria ir morar com você. - Ele muda de assunto de repente.
- Está louco? - Pergunto.
- É muito perigoso uma mulher morar sozinha. - Ele retruca. - Então seria...
- Nem pense nisso. - O corto. - Não quero minha casa cheia de mulheres...
- Não abriria mão nem por mim? - Ele também me corta.
- Pode ter certeza que não! - Digo séria.
Alex já havia dito algo sobre moramos juntos, e eu estava até pensando que seria uma boa ideia, mas logo me lembrei que teria uma mulher diferente toda semana em casa, então mudei de ideia.
Eu sei que sou boa em esconder meus sentimentos, mas isso é porque não nos vimos com tanta frequência, mas se morássemos juntos, tenho certeza que em algum momento ele perceberia como me sinto.
- Pense bem...
- Eu já pensei, e a resposta é não. - O corto.
- Por quê?
- Iria gostar se eu levasse um homem diferente toda semana para nossa casa? - Pergunto.
- Por que eu iria me importar? - Ele retruca. - Não estamos em um relacionamento, então eu não teria motivo algum para achar ruim.
- Você tem razão. - Forço um sorriso. - Por que iria se importar com isso?
Não sei porque pensei que ele iria ficar irritado de alguma forma, mas mais uma vez me iludi como uma idiota.
- Você não é tipo de garota que levaria um homem diferente toda semana para casa. - Ele fala.
- Como sabe? - Pergunto.
- Eu te conheço Nina.
- Talvez não conheça tão bem. - Retruco. - Talvez eu estaja cansada de ser uma garota inocente, talvez eu queira me divertir de agora em diante.
- Você não faria isso. - Ele me olha incrédulo.
- Não tenha tanta certeza disso Alex.
Coloco a alça da minha bolsa sobre o ombro, caminho até ele e estendo a mão.
- Por que está me estendendo a mão? - Ele pergunta confuso.
- Talvez eu queira começar a me divertir com você. - Sorrio com malícia.
- Você... você está louca Nina?! - Ele dá um passo para trás.
- Por que eu estaria? - Continuo caminhando em sua direção.
Alex continua fugindo, mas para quando suas costas se chocam contra a parede. Me aproximo ainda mais e estendo minha mão novamente, e então ele fecha os olhos e fala:
- Você está me assustando.
- Larga de ser idiota Alex. - Reviro os olhos. - Eu quero a chave que está no seu bolso.
Ele começa a abrir os olhos lentamente, e no mesmo instante vejo como ele parece aliviado.
- Seria tão ruim assim se envolver comigo Alex? - Quando percebo a pergunta que fiz já é tarde demais.
- Por... por que está me per... perguntando isso? - Ele gagueja.
- Estou apenas brincando com você nesse momento, mas você foge de mim como se eu fosse uma mulher repugnante. - Digo.
- Claro que não Nina, está imaginando coisas. - Ele fala. - Não estou acostumado com você sendo mais ousada, então fico um pouco assustado quando isso acontece. Você é minha melhor amiga, e uma mulher linda, como acharia você repugnante?
- Amiga. - Repito a palavra que estou começando a odiar.
Alex coloca a mãos no meu ombro e me puxa para um abraço, mas me distancio um pouco e o encaro de frente.
- Talvez não queira mais ser meu amigo depois do que eu vou fazer. - Falo.
- O que você vai...
Coloco minha mão em ambos os lados do seu rosto, e junto nosso lábios fazendo-o se calar antes de fazer sua pergunta.
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