Capítulo 6
Não! - Mia e eu gritamos ao mesmo tempo.
Alex para no mesmo instante, e nos encara assustado.
- O que está acontecendo aqui? - Ele pergunta confuso. - Vocês duas estão bem?
- Estamos ótimas. - Sorrio sem graça.
Caminho lentamente até ele, mas Alex retrocede enquanto me encara de olhos arregalados.
- Por que você está agindo dessa forma? - Ele pergunta.
- Mia se lembrou que o café estava vencido, então me dê a xícara. - Estendo minha mão.
Alex ainda está desconfiado, mas me entrega a xícara.
- Ele já bebeu quase tudo. - Vejo que quase não tem mais nada do líquido.
- Não acredito! - Mia leva as mãos aos lábios.
- Bem... - Começo a fazer ânsia de vômito ao olhar para o restante do café.
Mia toma a xícara da minha mão, e corre em direção a porta.
- Volte aqui! - A chamo.
- Desculpe chefinha, mas preciso ir ao banheiro. - Ela fecha a porta em seguida.
- Traidora. - Murmuro baixinho
Mia fugiu e me deixou sozinha com Alex, e ele continua me encarando em busca de respostas.
Ignoro seu olhar interrogativo e caminho em direção a minha mesa o mais depressa possível, mas ele me segue de perto.
- Por que eu não deveria ter tomado aquele café? - Ele pergunta.
- Eu já falei. - Puxo a cadeira e me sento. - Estava vencido.
- Não iria fazer ânsia de vômito apenas porque um café estava vencido. - Ele cemicerra os olhos. - O que vocês duas fizeram?
- Não fizemos nada. - Rodo a cadeira e me viro de costas para ele.
Me assusto quando Alex me vira para frente de si novamente, e coloca as mãos ao lado da cadeira aproximando nossos rostos.
- O que pensa que está fazendo? - Arregalo os olhos.
Tento me distanciar mas ele não permite, e continua com seu rosto a pouquíssimos centímetros do meu.
- Se não me contar a verdade, serei obrigado a beijá-la. - Ele olha para meus lábios descaradamente.
Tenho que assumir que nesse momento era tudo o que eu mais queria, mas logo me lembro que é apenas mais uma das suas brincadeiras, e então todo o encanto que é apenas da minha parte se acaba.
- Você está louco Alex? - Tapo minha boca com a mão.
- Não, eu não estou louco. - Ele nega com a cabeça. - E você tapar seus lábios com as mão não faria diferença alguma para mim, então sugiro...
- Sugere o quê? - O corto.
Tiro minha mão dos lábios, e aproximo ainda mais nossos rostos, e no mesmo instante vejo que ele fica nervoso.
- O que você sugere Alex? - Pergunto baixinho no seu ouvido.
Olho para ele e minha vontade é de rir da sua cara de espanto, mas me controlo ao máximo para não acabar com a provocação.
- Por que não responde minha pergunta Alex? - Passo meu dedo polegar sobre seus lábios.
Vou aproximando meu rosto do seu lentamente, e quando estamos a pouquíssimos centímetros um do outro Alex me empurra.
- Está louca Nina? - Ele pergunta.
- Por que eu estaria? - Cruzo os braços.
- Você ia me beijar. - Ele comprime os lábios.
- Estava apenas o provocando. - Sorrio de canto. - Óbvio que não iria te beijar, você não faz meu tipo.
Se Alex não tivesse me empurrado, provavelmente estaria me arrependendo de algo nesse exato momento. Mesmo estando apenas o provocando, eu acho que teria o beijado, e poderia me arrepender disso logo em seguida.
Pareço estar normal, mas por dentro me sinto completamente em pânico. É sempre ele que me provoca, mas dessa vez eu tentei fazer o mesmo, mas não sou tão fria como Alex, ao ponto de não sentir nada com nossa aproximação.
- Eu sou o tipo de qualquer uma. - Ele diz convencida.
- Não o meu. - Minto.
- Desde quando ficou tão ousada? - Ele pergunta. - Nunca havia brincado comido dessa forma.
- Talvez você seja apenas um teste. - Sorrio abertamente.
- Um teste Nina? - Ele fica irritado.
- Me diga Alex... - Ignoro sua pergunta fazendo outra. - Como eu me saí?
- Se... se saiu no quê? - Ele gagueja.
- Oras, no teste. - Reviro os olhos.
Alex pigarreia alto enquanto me encara ainda meio confuso, em seguida se volta para frente da minha mesa, puxa uma cadeira e se senta.
- Ainda não está boa o suficiente. - Ele me responde.
- Sério? - Pergunto. - Então eu deveria treinar mais?
- Para que quer treinar?! - Ele pergunta de uma forma exasperada.
- Nunca se sabe. - Dou de ombros. - Talvez eu precise...
- Não precisa de nada. - Ele me corta.
- Óbvio que preciso. - Sorrio com malícia.
- Não...
- Deveria usar você como cobaia? - O corto novamente.
- Eu sou seu brinquedo Nina?
O encaro por alguns segundos, enquanto tento parecer despreocupada.
- Não tem problema se não quiser. - Dou de ombros. - Arrumo outro home...
- Você... eu deveria...
- Não precisa ficar bravo. - Começo a rir alto. - Estou apenas brincando com você Alex.
- Não brinque com esse tipo de coisa. - Ele pede.
Mesmo que eu esteja apenas o provocando nesse momento, uma parte de mim sabe que não é só isso, mas Alex é cego demais para não ver meu real sentimento por ele.
Óbvio que eu sei que ele não é advinho, e se eu não falar como me sinto talvez ele jamais perceba, mas não tenho coragem o suficiente para me declarar.
Antes eu tinha dúvidas se ele me via como mulher apenas um pouquinho, mas depois da sua conversa com Pablo fiquei aliviada por nunca ter tido coragem de dizer algo.
Teria sido muito embaraçoso ser rejeitada por ele, e então nossa amizade iria se acabar porque eu não iria ter coragem de o encarar, então foi melhor eu ter sido uma covarde esse tempo todo e nunca ter dito nada.
- No que está pensando?
- Ham? Não é nada. - Forço um sorriso.
- Tem certeza? - Ele pergunta.
- Tenho sim.
- Você ficou estranha de repente. - Alex continua me encarando.
- Impressão sua Alex.
Alguém bate na porta, então agradeço mentalmente pela interrupção.
- Entre! - Grito.
- Com licença. - Mia pede ao entrar no escritório.
Ela caminha até nós com uma bandeja nas mãos, e assim que se aproxima da mesa a coloca sobre ela.
- Esse não está vencido não é Mia? - Pergunto enquanto seguro o riso.
- Não não. - Ela nega com a cabeça.
- Vocês duas estão muito estranhas. - Alex fala.
- Claro que não. - Eu e Mia dizemos em uníssono.
Mia me entrega uma xícara, em seguida pega a outra é oferece para Alex, mas ele a nega.
- Não quero, obrigada.
- Mas... - Mia olha para ele e em seguida para a xícara. - Fiz especialmente para você.
- Ouviu isso Alex? - Pergunto. - Vai rejeitar o café que ela fez especialmente para você?
- Enquanto não me falarem a verdade, eu não vou. - Ele cruza os braços.
- Então deixa aí Mia. - Falo. - Eu bebo depois.
Mia se vira para à mesa, mas antes que ela coloque a xícara de frente para mim, Alex pede
- Espere!
- O que foi Alex? - Pergunto.
- Me dê Mia. - Ele aponta para a xícara.
- Tem certeza? - Ela pergunta.
- Tenho sim. - Ele confirma com a cabeça.
Mia lhe entrega a xícara, então Alex a leva ao lábios e da um gole no seu café.
- Está uma delícia. - Ele sorri abertamente. - Obrigado.
- Por nada. - Ela também sorri. - Se precisarem de mais alguma coisa é só me chamar.
Olho para o relógio sobre meu pulso e vejo que já está tarde, então digo:
- Já pode ir embora se quiser.
- Tem certeza? - Ela pergunta. - Não vai precisar de mim?
- Tenho sim. - Falo. - Só irei revisar alguns documentos, e irei embora em seguida.
- Então... Até amanhã.
- Até amanhã. - Me despeço dela.
Alex faz o mesmo, então Mia pega a bandeja sobre a mesa, e começa a caminhar em direção a porta do escritório.
- Por que veio Alex? - Pergunto curiosa.
- Não posso visitar minha amiga? - Ele retruca.
- Claro que pode, só fiquei surpresa.
- Estava passando em frente depois de uma reunião, então vim lhe dizer um oi. - Ele explica.
- Entendi. - Digo apenas.
Alex coloca a xícara sobre à mesa, me encara sério por alguns segundos e então pergunta:
- Ficou brava com o que eu disse para Pablo no seu apartamento?
- Por que eu ficaria? - Retruco.
- Você me expulsou da sua casa, então...
- Não se preocupe. - O corto. - Eu não fiquei brava.
Fiquei magoada, mas ele não precisa saber disso.
- Nem pense em me trocar por aquele imbecil. - Ele diz irritado.
- Como se fosse possível me livrar de você. - Sorrio de canto.
- Ei! - Ele aponta o dedo para mim.
- Você é meu melhor amigo, e mesmo que eu faça amizade com outras pessoas, nenhuma delas será tão próximo de mim como você é.
- Ótimo. - Ele exibe um sorriso largo. - Porque tanto agora como no futuro, serei o único homem da sua vida.
Eu gostaria que isso fosse verdade, mas agora que abri meus olhos para a realidade sei que isso jamais será possível.
- Não sei porque, mas acho que vocês fizeram algo nojento com o café que bebi anteriormente. - Ele muda de assunto de repente.
- De novo nesse assunto? - Reviro os olhos.
- Me diga o que fizeram. - Ele pede. - Prometo que não vou ficar bravo.
- É melhor não saber.
Alex coloca a xícara sobre à mesa, se levanta e caminha até a porta e a tranca, em seguida pega a chave e a guarda no bolso da calça.
- O que pensa que está fazendo? - Me levanto rápido e corro até ele.
- Não vamos sair daqui enquanto não me disser o que fizeram com o café.
- Só pode estar brincando. - Sorrio incrédula.
- Eu pareço estar brincando? - Ele pergunta sério.
- Não. - Nego com a cabeça.
- Então sugiro que comece a falar.
Alex caminha até o sofá e se senta, e cruza as pernas e os braços em seguida.
- Bem... É que... - Olho para o lado. - Talvez Mia tenha feito gargarejo com a água antes de fazer o café.
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Bom dia meninas
Tudo bem com vocês?
Como passou o fim de semana?
Desde já desejo uma semana abençoada para todas! 🙏❤
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