Capítulo 18
- Eu não acredito que fizeram isso! - Olho para elas incrédula.
- Era para ser apenas uma brincadeira. - Alice enxuga as lágrimas.
- Mesmo assim, a brincadeira de vocês quase matou o Alex! - Passo a mão por meu rosto.
- Me desculpe. - Emília pede sem graça. - Não foi nossa intenção...
- Eu sei, mas mesmo assim quase mataram uma pessoa. - A corto.
Eu sabia que as garotas eram loucas, mas não ao ponto de sequestrarem Alex. Para a má sorte delas foram paradas em uma blitz, e encontraram Alex desacordado no porta malas do carro.
Ele teve uma reação alérgica com o que elas usaram para deixá-lo desacordado, e se não fosse a polícia para-lás, provavelmente ele estaria morto.
Eu pedi para Emília ficar queita, mas ela não me escutou, e quase matou uma pessoa com a ajuda das garotas. Agora estão todas desesperadas como se fossem inocentes, mas só estão nessa situação porque são todas loucas.
- Não posso ter meu bebê na prisão. - Alice passa a mão pela barriga.
- Deveria ter pensado nisso antes. - Retruco com seriedade.
Sei que estou sendo dura com elas, mas dessa vez passaram dos limites, então teram que aguentar as consequências enquanto pensam na cagada que fizeram.
Também sei que elas fizeram isso para se vingar de Alex por me sugerir sermos amigos coloridos, mas em momento algum pedi para fazerem algo.
- Phil vai me matar. - Kathe suspira alto.
- Não quero nem ver a cara deles. - Lisa balança a cabeça em negação.
- Dessa vez seremos mortas. - Lya diz.
- Nos ajude Nina. - Emi pede. - E se puder mantenha segredo dos nossos maridos.
- Eu já liguei para eles. - Digo.
- Merda. - Ela pragueja baixinho.
Elas se sentem no chão da cela lado a lado, enquanto as observo do lado de fora ainda sem acreditar no que está acontecendo.
Ainda bem que Milla e Camy ficaram de fora dos planos das garotas, ou também estariam ferradas. Camily está em um encontro com Frank e Milla na faculdade, então tiveram a sorte grande de não participarem do sequestro do Alex.
- Você é a advogada? - Um homem pergunta.
- Não, sou amiga delas. - Lhe respondo.
- Deveria chamar um advogado.
- Mas será mesmo necessário? - Pergunto. - Elas não podem ser liberadas por fiança? Já que são rés primárias.
- Ficarão presas até obtermos o testemunho da vítima. - Ela diz.
- Não poderia liberar pelo menos a gestante?
Ele olha para Alice na cela, em seguida olha para mim e repete esse mesmo processo várias vezes.
- Ela está gestante? - Ele arregala os olhos. - Achei que ela era gorda, e estava mentindo sobre a gravidez.
- Isso é barriga de grávida. - Alice aponta para a própria barriga. - Eu não estou gorda seu idiota!
- Quer mesmo gritar com um policial nesse momento? - Pergunto para ela.
- Mas ele me chamou de gorda. - Ela começa a chorar novamente.
- Desculpe minha amiga, ela não queria gritar com você. - Peço ao policial. - São os hormônios da gravidez.
- Só vou deixar passar porque uma moça bonita me pediu. - Ele me olha de cima a baixo com um sorriso malicioso nos lábios.
- Obrigada. - Forço um sorriso.
Ele se aproxima de mim, então dou um passo para trás, mas novamente ele se chega para mais perto.
- Posso ajudar suas amigas, se você aceitar jantar comigo. - Ele cochicha. - Você faz totalmente o meu tipo.
Minha vontade é de socar a cara desse idiota, mas eu também acabaria presa, então tento me controlar ao máximo antes que faça alguma merda.
- Desculpe, mas eu tenho namorado. - Minto. - Ele não iria ficar nem um pouco feliz se soubesse que sai para jantar com outro homem.
- Que pena. - Ele me analisa novamente.
Ele me olha uma última vez enquanto sorri de canto, e começa caminhar em direção à uma mesa em seguida.
- Deveria acusá-lo de assédio. - Kathe aponta em direção a mesa do policial.
- Vocês deveriam ficar bem quietas, se não quiserem complicar ainda mais suas vidas. - Aponto o dedo para elas.
- Me desculpe. - Kathe pede.
- Eu que deveria me desculpar. - Suspiro alto. - Me perdoem por eu estar tão irritada.
Hoje definitivamente não é meu dia de sorte, mas também não posso ficar descontando nas garotas minha irritação.
- Vocês estão loucas?! - Me assusto com alguém gritando atrás de mim.
Me viro rapidamente e vejo Phil, Matt, Vincent, Mark e Victor vindo em minha direção furiosos.
- Por um momento achei que você estava bricando. - Matt fala.
- Amor. - Alice se levanta com calma e caminha para perto do marido. - Estou com medo de ter nosso bebê na prisão.
- Isso não vai acontecer, então não se preocupe. - Ele a tranquiliza.
- Deveríamos deixá-las presas. - Mark olha sério para Emília.
- Você tem toda razão. - Vincent também olha para a esposa.
- Você vai ficar do meu lado não é benzinho? - Lya sorri abertamente.
- Óbvio que não. - Victor fala. - Vocês têm noção do que fizeram?
Elas abaixam a cabeça porque sabem que agiram mal, mas agora não adianta de nada arrependimentos, a merda já tá feita.
- Você e a Alice são mais velhas Kathe, deveriam ser mais maduras e não influenciar as outras garotas. - Phil diz.
- A culpa foi minha. - Emília fala. - Eu que tive a ideia.
- Mas fui eu que que planejei tudo. - Kathe se prontifica a assumir a culpa.
São todas loucas, mas pelo menos são amigas verdadeiras. Poderia ficar uma jogando a culpa na outra para se livrar, mas mesmo estando na pior, estão todas juntas e sem abandonar umas as outras.
- Do jeito que são loucas, achei que isso ainda demorou para acontecer. - Vincent fala.
- Não vai ficar ao meu lado amor? - Lisa pergunta.
- É claro que não. - Ele nega com a cabeça.
- Mas...
- É melhor deixar para discutir depois. - Alice os interrompe. - Eu... eu preciso fazer xixi.
Matt corre até o policial enquanto Alice se contorce, mas antes da cela ser aberta ela fala:
- Eu... eu acho que não preciso mais.
Todos olhamos para o chão, enquanto Alice chacoalha o pé ao sair da possa do próprio xixi.
- A não Alice. - Kathe faz uma careta.
- Não consegui me segurar. - Ela fala. - Não tenho controle sobre minha bexiga quando estou grávida.
- Não deve ter mesmo. - Aponto para suas pernas quando ela começar começa urinar novamente.
- Mas... de-dessa vez não estou fazendo xixi. - Ela coloca a mão na barriga.
- Sua bolsa estourou?! - Lya grita.
- Mas ainda falta dois meses...
- Abra a cela! - Matt grita.
O policial se atrapalha todo com Matt nervoso atrás de si, que não consegue abrir a cela, então ele toma a chave da sua mão e a abre rapidamente.
- Você está bem? - Ele pergunta para Alice.
- Estou com medo. - Ela começa a chorar.
- Vai ficar tudo bem amor. - Ele tenta tranquilizá-la.
Matt pega Alice no colo e começa a caminhar para fora da cela, mas o policial o interrompe.
- Onde pensa que vai?
- Não sei se você percebeu, mas minha esposa está em trabalho de parto. - Matt o responde.
Ele começa a caminhar, mas novamente é impedido.
- Vocês não vão a lugar algum.
- Nesse momento a única coisa que me importa e levar minha esposa para o hospital, então se não quiser que eu quebre sua cara, sugiro que não me interrompa novamente. - Matt o encara sério.
- Vai agredir um bom policial? - Ele começa a rir.
- Vai deixar minha esposa e meu filho morrerem? - Ele retruca. - Se é um bom policial, comece agir como um.
- Quer que eu diga aos seus superiores que está impedindo uma mulher em trabalho de parto ir para o hospital? - Pergunto. - E mais uma coisa... Acho que eles gostariam de saber que você tentou beneficiar minhas amigas por me achar bonita. Tem certeza que é um bom policial?
Ele se cala no mesmo instante, e dá passagem para Matt sair da cela com Alice.
- Nos dê notícias assim que o bebê nascer. - Phil pede. - Vamos ficar aqui até as garotas serem liberadas.
- Ok. - Digo apenas.
Começo a correr até acompanhar Matt, e ele pergunta:
- Você veio de carro?
- Sim. - Aponto o dedo na direção onde meu carro está.
Corro na frente dele e abro a porta rapidamente, então ele coloca Alice no banco com cuidado, em seguida se senta ao seu lado.
- Coloquem o cinto. - Digo assim que me sento no banco do motorista.
- Vai ficar tudo bem amor. - Matt tenta tranquilizar Alice. - Não se preocupe.
Dirijo o mais rápido possível, enquanto presto atenção no tráfego e em Alice ao mesmo tempo. Se eu estou morrendo de medo de algum ruim acontecer com o bebê, imagina a mente dela e do Matt como estão.
Escuto uma sirene tocando, então olho de relance para o retrovisor, e vejo que estou sendo perseguida por um carro da polícia.
- Merda. - Praguejo. - Hoje literalmente não é meu dia de sorte.
- O que está acontecendo? - Alice pergunta.
- Nada. - Minto. - Não se preocupe.
Pelo retrovisor vejo que ela olha para trás, e quando ela vê o carro da polícia atrás de mim ela pede:
- Pare Nina.
- Nem pensar. - Retruco.
- Vai acabar se prejudicando por minha causa.
- Eu vou te levar até o hospital, nem que eu vá presa depois. - Continuo dirigindo.
Seu bebê é prematuro, então não podemos nos dar ao luxo de parar e explicar o que está acontecendo, então terei que fazer isso quando enfim chegar no hospital. Se depender de mim esse bebê vai nascer muito em breve, e pouco me importo com as consequências que virá sobre mim depois.
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