- Pode beijar a noiva. - O reverendo fala.

Vincent puxa Lisa para junto de si e com um beijo selam a união entre os dois.

- Felicidades aos recém casados! - Kathe grita alto enquanto bate palmas.

Todos reunidos fazem o mesmo, enquanto Lisa e Vincent acenam para nós.

- Não vou chorar, não vou chorar. - Emília pisca várias vezes para conter as lágrimas.

- Pode chorar amor. - Mark pega na sua mão. - Estou aqui para te consolar.

- Eu sei. - Ela sorri abertamente.

- Se comportem. - Digo quando eles começam a se beijar do meu lado.

- Por que eu deveria? - Emília retruca.

- Está cheio de crianças, então é melhor não ficarem com assanhamento.

- Deveríamos arrumar um namorado para a Nina? - Mark pergunta para Emília.

- Com toda certeza sim. - Emília cemicerra os olhos para mim.

Me levanto rapidamente, coloco minha bolsa sobre o ombro em seguida.

- Acho melhor vocês cuidarem das suas vidas. - Falo.

- Está brava por quê? - Emília pergunta.

- Não estou brava. - Reviro os olhos.

- Essa irritação toda deve ser falta de um homem. - Mark sorri com malícia.

- Eu deveria retrucar sobre isso, mas não quero ser mal educada, então ficarei quieta.

Deixo os dois para trás antes que eu acabe falando algo que possa me arrepender depois, então prefiro sair de perto.

Mark sempre diz esse tipo de coisa, e apesar de saber que ele está brincando, ainda assim é irritante.

- Eu estava bricando Nina! - Mark grita.

O ignoro e continuo caminhando em direção aos noivos, e espero que todos que estão perto deles lhes deem os parabéns para que possa eu faça o mesmo.

- Parabéns. - Digo depois de um tempo. - Obrigada pelo convite.

- Obrigada. - Lisa fala. - E não precisa agradecer, você faz parte da família.

- Estava tudo perfeito. - Sorrio abertamente.

Sou surpreendida quando Lisa se aproxima de mim e me puxa para um abraço.

- Obrigada por ter vindo. - Ela agradece. - Apesar de não sermos muito próximas, fico feliz que tenha estado presente em um dia tão importante para mim.

- Eu que agradeço por ter se lembrado de mim. - Falo.

Vi Lisa pouquíssimas vezes, então não sou tão próxima dela quantos das outras garotas, mas tenho certeza que com o tempo talvez seremos boas amigas.

Quando recebi o convite de casamento fiquei surpresa e feliz, porque não imaginei que seria convidada por ela, mas ainda bem que eu fui.

- Tenho que assumir que até deu vontade de casar. - Cochicho.

- Talvez você seja a próxima. - Ela cochicha de volta.

- Não. - Nego com a cabeça. - Ainda nem tenho um namorado, então...

- Isso não é problema. - Ela me corta. - Está cheio de homens solteiros aqui.

- Posso apresentar algum se quiser. - Vincent fala.

- Não será necessário. - Nego com a cabeça.

O único homem que me interessa não está presente, e mesmo se estivesse não adiantaria de nada. Alex não me vê como mulher, mas sim apenas como amiga.

- Irei jogar o buquê em breve, então não se esqueça de lutar por ele. - Lisa pisca para mim. - Talvez hoje seja seu dia de sorte.

- Terei isso em mente. - Digo. - E mais uma vez meus parabéns.

Os dois agradecem, em seguida me despeço porque ainda tem algumas pessoas tentando parabenizalos.

- Sobre o que estava falando com a Lisa? - Emília pergunta.

- Apenas fui dar os parabéns. - Falo.

- Tem certeza? - Ela me olha desconfiada

- Sobre o que mais iríamos falar? - Retruco.

- Parece que está tentando esconder algo de mim.

- Está vendo coisa onde não tem Emília.

- Tudo bem então. - Ela fala.

Me sento novamente e suspiro alto, então ela pega minha mão e pergunta:

- O quê está acontecendo Nina?

- Não é nada.

- Ficou brava com o Mark? - Ela pergunta.

- Não. - Nego com a cabeça. - Acho que estou um pouco cansada.

- Vou pedir para ele não fazer mais esse tipo de brincadeira.

- Pare de se preocupar Emi. - Digo.

- Se está acontecendo algum coisa quero que me fale. - Ela deita a cabeça no meu ombro. - Não comece a querer esconder algo de mim logo agora.

- Você é tão teimosa. - Sorrio abertamente.

Quando Emília desconfia que estou escondendo algo, ela não para de falar enquanto não conto tudo.

Amo minha irmã e fico feliz por ela estar sempre se preocupando comigo, mas não é toda hora que estou disposta a falar sobre o que se passa no meu coração.

- Talvez tenha puxado isso de mim. - Ela fala.

- Talvez não. - Digo. - Pode ter certeza.

Apesar de não parecermos nem um pouco uma com a outra, temos muito em comum.

- Também puxou a beleza. - Ela sorri abertamente.

- Agora já está exagerando. - Começo a rir.

- Exagerando por quê? - Ela pergunta. - Apesar de não parecermos uma com a outra, ainda assim somos duas irmãs lindas.

- Algum dia terei tanto amor próprio quanto você.

- Meu marido que me deixou assim. - Ela cochicha.

- Pelo menos ele presta para alguma coisa.

- Ei! - Emi dá um tapa no meu braço de leve. - Ele presta para muitas coisas, mas isso não vem ao caso.

Quando descobri que tinha uma irmã fiquei furiosa com minha mãe. Logo imaginei que ela tinha traído meu pai, já que Emília é mais nova que eu, então a odiei por um tempo.

A culpei por ser a causa da ruína do casamento dos meus pais mesmo que vários anos já tinha se passado, mas para minha infelicidade descobri que meu pai não era tão bom quanto parecia ser.

Não posso reclamar, já que ele realmente foi muito bom para mim a minha vida toda, mas ele ser um bom pai não alivia em nada toda maldade que ele fez.

Fiquei sem chão quando descobri que ele havia participado da trama da Teresa, na tentativa de assassinato do pai da Emi.

Eu me senti tão culpada, pois o homem que amei a vida toda tentou matar o pai da minha irmã, então fiquei com medo de que Emília fosse me culpar, mas ainda bem que isso não aconteceu.

Ela teria o direito de me odiar e me desprezar, mas ela não fez isso. Emília sempre foi tão boa comigo, e apesar de eu quase estragar seu relacionamento com Mark, ela ainda me perdoou sem ao menos saber que eu era sua meia irmã.

- Sobre o que está pensando? - Ela pergunta.

- Sobre o passado. - Confesso.

- Então pode parar de pensar. - Ela fala. - Quase nada de bom...

- Uma coisa boa aconteceu. - A corto.

- O que de bom aconteceu? - Emi pergunta.

- Você. - Digo apenas.

Seus olhos se enchem de lágrimas enquanto ela sorri e me abraça em seguida.

- Eu que fui a mais sortuda. - Emília diz.

- Fomos ambas. - Falo.

Era sempre eu e minha mãe, mas depois que Emília entrou na minha vida tive a chance de conhecer outras pessoas.

Somos amigas e irmã, e apesar das nossas diferenças nos amamos e respeitamos uma a outra.

Assumo que a odiei quando descobri que ela era minha irmã, mas conforme o tempo foi passando percebi que Emília foi o melhor presente que eu recebi na minha vida.

- Nina? - Alguém me chama.

- Sim? - Me viro para trás. 

- Lisa está te chamando. - Milla fala.

- Aconteceu alguma coisa? - Pergunto.

- Não. - Ela nega com a cabeça. - Lisa vai jogar o buquê agora.

- Mas...

- É melhor você ir por livre e espontânea vontade. - Ela sorri.

- Exatamente. - Emi fala. - É capaz dela vir até aqui e te arrastar.

Entrego minha bolsa para Emília e me levanto logo em seguida. Começo a caminhar ao lado da Milla em direção a Lisa que quando nos vê começa acenar com as mãos.

- Que vergonha. - Falo baixinho.

- Eu também estou. - Milla assume. - Mas é melhor fazer o que ela manda se não quiser passar ainda mais vergonha.

Apesar de não me importar muito com a opinião alheia, ainda assim é constrangedor. A maioria das pessoas pensam que quem tenta pegar o buquê está desesperada para casar, e eu não estou, mas como Emília e Milla já me alertaram, é melhor obedecer a Lisa.

- Estão prontas? - Lisa pergunta.

- Sim. - Digo baixinho.

Tem várias garotas por perto, mas as únicas que conheço é Camily e a Milla. Nunca tinha visto nenhuma delas antes, mas Emília me apresentou as duas antes da festa de casamento.

- Então eu vou jogar o buquê. - Lisa se vira de costas.

- Jogue logo para que eu possa sumir daqui. - Milla murmura.

- Cinco, quatro, três, dois, um. - Lisa joga o buquê depois da contagem.

Para meu completo desespero ele vem em minha direção, mas de repente sou empurrada quando uma das solteiras malucas tenta pegar o buquê, mas para minha infelicidade eu caio no chão com ele em minhas mãos.

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Bom dia meninas!
Tudo bem com vocês?

Hoje início as postagens de mais um livro da série Rendidos, e espero que continuem me acompanhando e que gostem da minha mais nova obra.

Até sexta feira com o próximo capítulo ❤