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Capítulo 21

"Eu te amo de um amor que não se pode apagar."Romeu e Julieta, de William Shakespeare.

Pov Cassie

Já faz exatamente um mês que estamos treinando. O tempo realmente está passando muito rápido, e isso me deixa bastante nervosa. Quando estamos apenas Harry, Emma e eu, tudo é mais tranquilo. Ainda fico muito nervosa sempre que estou patinando perto de alguém, mas eles conseguem tornar tudo mais fácil de lidar.

Passamos dias treinando no apartamento da Emma. Ela nos passou exercícios rigorosos, inclusive na academia, além de uma alimentação pesada para conseguirmos ganhar mais força. Isso é especialmente difícil para mim, já que não faço exercícios há muito tempo. Harry, por outro lado, é jogador de hóquei, então já tem uma resistência melhor.

Ela também já montou a coreografia, agora vem a parte mais difícil, executá-la no gelo. Ainda tenho dificuldades com alguns saltos. Não é que eu não saiba como fazê-los, mas minhas pernas travam sempre que tento. É como se elas me levassem de volta a três anos atrás, ao dia do acidente.

— É a última vez que vamos tentar. Se você não conseguir, teremos que mudar — diz Emma, preocupada, após minha décima queda.

— Preciso de uma pausa — respondo, frustrada. Isso é totalmente perda de tempo. Nunca vamos conseguir. Eu sequer consigo fazer um salto simples, como vamos ganhar uma competição com tantos profissionais?

Pego meu casaco e me sento em um dos bancos mais afastados.

— Você está bem? — Harry pergunta, e apenas balanço a cabeça em negativa.
— Não fique triste. Vamos conseguir, só precisamos de mais calma.

— Não temos tempo para isso! Falta menos de um mês. Como vamos conseguir ficar bons a tempo? — digo com a voz alterada. Estou tão frustrada. — Essa é a minha única chance de ir embora, de sair daqui, e eu não estou dando conta.

— Se sua única preocupação é ir embora, não se preocupe. Mesmo se não conseguir, eu te coloco no primeiro avião no dia seguinte — ele responde, irritado.

Por que ele está irritado? Ele não vai perder nada com isso, mas eu sim. Tenho que conseguir, e é frustrante porque não quero passar mais nenhum dia aqui.

— Não, Harry. Não é a minha única preocupação — levanto-me e começo a responder, alterada. — Você não sabe o que é passar a vida tendo que se esconder dos outros! Estamos treinando escondidos porque ninguém pode saber que estou com vocês! Eu fiz seu irmão ter morte cerebral e você ainda acha que minha única preocupação é ir embora, sendo que meu maior medo é machucar você! — termino, já gritando.

Eu não sei como ou por quê, mas já estamos muito exaltados. Não costumamos discutir, mas hoje eu só queria que tudo acabasse.

— Gente, calma! Não adianta ficar assim — Emma tenta intervir, mas é totalmente ignorada.

— Eu desisto! — tiro os patins e calço meu tênis. — Não posso fazer isso. Não sou boa o suficiente, estou apenas perdendo meu tempo aqui.

— Realmente! — Harry grita de onde está. — Vá para aquele bar, passe suas noites e dias servindo bebidas para bêbados idiotas. Com certeza, isso vai te ajudar a ir embora mais rápido, já que é a única coisa que você quer!

Não acredito que ele disse isso.

— Eu não vejo a hora disso acontecer e de não precisar mais olhar para a sua cara! — digo, mesmo sabendo que é a última coisa que quero. Mas quanto mais fico perto dele, mais difícil será deixá-lo quando chegar a hora de ir embora.

— Já chega! — Emma grita. — Harry, vá para casa, por favor. Cassie, vem comigo. Eu te levo para casa. — Faço o que ela pede, sem querer prolongar a discussão.
— Está tudo bem? — Emma pergunta, mas não respondo. Acho que está na cara que nada está bem. — Vai trabalhar hoje?

— Sim, vai ter um evento no restaurante da sua tia. O Gail vai servir as bebidas. — Sempre que há um evento no restaurante deles, o Gail manda uma equipe para cuidar da parte de bebidas, já que somos os distribuidores.

— Se quiser, posso te dar uma carona quando estiver indo — Emma oferece, mas nego.
— Não somos seus inimigos, Cassie.

Eu entendo o que ela quis dizer. Harry não fez exatamente nada para eu atacá-lo daquele jeito. Mas sei que não conseguirei ir embora se continuarmos assim.

— Seria bem mais fácil se fossem — sou sincera. Desço do carro e vou para o meu apartamento me arrumar. Coloco a roupa e sigo caminhando até o restaurante.

Já estão todos lá, inclusive Luke, que deve estar doente, pois sempre chega atrasado. Visto meu avental e pego uma das bandejas de champanhe para começar a servir.

— Achei que não viria — Luke diz.

— Estava precisando da grana — respondo, sem puxar muito assunto.

Já está quase no fim da noite, e não vejo a hora de poder ir embora. Não estou me sentindo muito bem. Pego mais uma bandeja, mas, antes de sair da cozinha, uma mulher me aborda.

— O que essa garota está fazendo aqui? — Ela, aparentando ter cerca de quarenta e poucos anos, grita, chamando a atenção de todos. — Eu conheço você. Deveria estar presa!

Suas palavras me deixam aterrorizada, e meu coração dispara.

— Quero você longe daqui, ou vou chamar a polícia!

Não, não! Se ela fizer isso, posso acabar voltando para aquele lugar, e isso não pode acontecer. Apesar de não estar fazendo nada de errado, qualquer acusação pode me custar a liberdade.

— Estou apenas trabalhando, senhora — tento manter a calma.

— Seu lugar não é aqui! Lugar de assassinos é na cadeia!

Suas palavras são como facas. Elas abrem feridas antigas, trazendo de volta as lembranças da minha mãe dizendo a mesma coisa três anos atrás. Todos estão olhando para mim como se eu fosse uma criminosa perigosa.

Eu não sou uma assassina. Eu não sou.
Eu o amava.

Sinto um leve movimento e percebo a mulher vindo em minha direção. Antes que ela consiga me atingir, alguém segura sua mão.

— É melhor se acalmar. A garota está apenas trabalhando — a voz calma de Emma me traz um pouco de alívio.

Ela realmente iria me bater? Ainda estou sem reação.

— Você ainda a defende, mesmo depois do que ela fez? — a mulher grita.

— Sim, porque a única errada aqui é você. Então, por favor, sente-se e se acalme — Emma responde firme. A mulher olha furiosa, mas obedece. — Você está dispensada por hoje.

Entrego minha bandeja a outro garçom e corro para o vestiário.

Droga, agora todos sabem quem eu sou. Minha vida vai voltar a ser um inferno, se é que um dia saí dele.

Começo a bater na parede, ignorando a dor crescente nas mãos. Não importa o quanto eu tente ser uma pessoa boa, parece que o mundo sempre me empurra para o lado ruim. Quanto mais tento, mais tudo dá errado. Eu odeio as pessoas.

— Eu não aguento mais — murmuro, enquanto lágrimas escorrem pelo meu rosto.

— Meu Deus! — Emma exclama ao ver minhas mãos sangrando. — Cassie, para! — Ela me abraça por trás e segura minhas mãos. — Calma.

— Me deixa! — grito, quase sem voz. — Você ouviu o que ela disse. Não deveria defender uma assassina. Eu não aguento mais isso! Eu é que deveria ter morrido. Ninguém sentiria minha falta.

— O Henry sentiria — ela diz, me olhando nos olhos. Choro ainda mais. — Uma vez ele chegou em casa à noite para ver a minha filha. Ele sempre ia colocá-la para dormir. Um dia, enquanto eu passava pela porta, ouvi ele falando sobre a garota mais linda que já viu, que ele estava apaixonado por ela.

Emma começa a limpar minhas mãos enquanto continua.

— Ele disse que queria casar com ela e ter vários filhos. Alice ficou com ciúmes, e ele teve que prometer que ela sempre seria sua preferida. — Emma ri, lembrando da cena.

Apesar de tudo, solto uma leve risada, imaginando o quão irritada ela deve ter ficado.

— Ele conseguiu convencer-la de que ela era a primeira e ninguém tomaria seu lugar. Depois disso, eles começaram a pensar nos nomes das crianças. Parei de ouvir porque o Christian me chamou, mas você deveria perguntar a ela. Afinal, estavam escolhendo os nomes dos seus filhos, sem você.

— Eu não deveria estar aqui — sussurro.

Ela me encara com firmeza.

— Mas está. Então faca valer a pena, e sua vida, não deixe essas pessoas acabarem com ela. Henry gostaria de te ver feliz.

Pego minhas coisas e saio do restaurante pelas portas dos fundos. Ao olhar para o lado, vejo Harry vindo em minha direção. Tento seguir sem olhar para trás, mas é inútil, ele vem atrás de mim.

— Emma deveria aprender a ficar calada. Estou bem — digo, tentando afastá-lo.

— Entre no carro — ele ordena.

Sabendo que ele não desistirá, entro antes que consiga chamar mais atenção.

Fecho os olhos, tentando me convencer de que sair dessa situação seria a melhor escolha.

Ficar com Harry não vai melhorar nada. Pelo contrário, só tornará tudo mais difícil quando eu tiver que ir embora. E, provavelmente, meu desejo por ele só aumentará depois desta noite.

— Odeio te ver machucada — ele segura minhas mãos. — Você não tem que dar ouvidos a essas pessoas. Precisa enfrentá-las. Às vezes, parece que você gosta disso, como se achasse que merece tudo de ruim que acontece.

— Você não está sendo justo. Eu não quero isso. Mas talvez eu mereça.

Ele para o carro e se vira para me olhar.

— Não, estou sendo justo e realista. Você não pode viver o resto da sua vida se culpando pelo que aconteceu. Está na hora de se perdoar. Eu já te perdoei.

Eu nunca imaginei que ele, ou qualquer um da sua família, pudesse me perdoar. Eu mesma nunca consegui me perdoar. Apesar de não ter tido intenção de machucar ninguém, sinto que a culpa é minha.

Mas saber disso, saber que ele não me odeia, me traz alívio. Talvez até me faça sentir amada novamente. Pode ser egoísmo, mas eu preciso disso. Preciso voltar a me sentir amada e tentar ser feliz, como fui nas poucas semanas que tive com Henry.

Harry passa os dedos pela minha bochecha, enxugando minhas lágrimas. O silêncio no carro é intenso, quebrado apenas pela minha respiração entrecortada. Seus olhos escuros estão fixos em mim, e meu coração dispara. É como se algo estivesse prestes a acontecer, algo que eu não consigo controlar.

Sem pensar muito, me inclino em sua direção. Em questão de segundos, nossos lábios se encontram. É como se todas as barreiras entre nós desaparecessem. Cada palavra não dita se dissolve nesse beijo.

Ele me puxa para mais perto, e, antes que perceba, estou em seu colo. Nossas respirações se misturam, suas mãos firmes em minha cintura.

Perco a noção do tempo e do espaço, completamente envolvida. Meu corpo responde ao dele como se esperasse por esse momento desde sempre.

Mas então, algo me traz de volta à realidade. Sinto meu coração bater mais forte, agora tomado pela urgência de parar. Respiro fundo, afastando-me devagar. Não posso ir adiante, não assim, não agora.

Olho em seus olhos e vejo a mesma intensidade, a mesma mistura de sentimentos que me sufocam.

Sem dizer nada, abro a porta do carro e saio. O ar frio da noite me atinge, e tento recuperar o fôlego. Dou alguns passos, tentando me acalmar, deixando Harry para trás, sozinho. Olho para trás apenas uma vez e o vejo ali, parado, o olhar fixo em mim, esperando por uma explicação que eu não posso dar.

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