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Capítulo 9



Quando Elliot chegou a casa, Adelia logo o informou do que havia combinado com o seu primo, e este prontamente lhe agradeceu o que havia feito, e que não haveria problema nenhum em recebê-lo para jantar no dia seguinte. Depois disso Adelia entregou-lhe uma carta que chegara para ele da menina Elionor Brewer.

A carta ditava o seguinte:

Meu bom e querido amigo Elliot

Penso que já te encontras informado sobre o baile que haverá aqui em minha casa na sexta feira. Já mandei previamente uma carta com essa informação endereçada á tua residência. Mas como não recebi qualquer resposta da tua parte volto uma vez mais a descuidar o meu próprio decoro, bom senso e orgulho, para tu pedir outra vez. Seria uma honra incomensurável poder receber-te, caro amigo. Não consegues se quer imaginar metade do prazer que me darias.

Não vão atender muitas famílias se é isso que te apoquenta, decidimos organizar apenas um pequeno convívio, sabes como gostamos de companhia. Estaremos nós, os Brewer, portanto, os meus pais, irmãs e irmãos, e os que se encontram casados, com os seus respetivos conjugues. Para além disso vamos receber os Harrison, alguns membros dos Philips, e a família da Gwen, os Hale. Presumo que ainda te lembres dela.

Gostaria muitíssimo que também estivesses presente, assim como Robert e os seus irmãos. Com os quais já contactei e declinaram o convite. Por isso meu bom amigo pedia que reconsiderasses a tua posição.

Espero que se encontre tudo perfeitamente bem contigo, que os negócios continuem a correr como sempre tenham corrido, mas principalmente, que a tua saúde se encontre o melhor possível.

Tua, muito sinceramente, Elionor

Elliot não ficava minimamente comovido ou afetado pelas palavras de Elionor. O tempo em que isso acontecera certo já tinha passado fazia muitos anos. Quando eram crianças a afeição que Elliot tinha por Elionor era realmente genuína. Gostava da companhia dela. Mas depois de ambos crescerem e formarem os seus próprios carácteres, depois de Elliot estudar, essa afeição tinha se dissipado por completo. Apenas mantinha o contacto por pura cordialidade e respeito pelas relações entre ambas as famílias. Sabia o quanto Elionor lhe dedicava as suas afeições e sabia que as suas preocupações eram verdadeiras. Mas no seu intimo não via a hora de testemunhar que esta se comprometesse com algum fidalgo que a pudesse fazer feliz, e assim se desapegasse por completo de todos os seus sentimentos não correspondidos. Por nenhuma vez Elliot insinuara que poderia corresponder ás suas vontades, no entanto, esta construía ilusões na sua mente, que se confundiam com a realidade, e uma pequena parte dela, acreditava que realmente conseguiria um dia conquistar as inclinações de Elliot.

Sem grandes devaneios, mas com o devido decoro, e em poucas linhas, Elliot declinou o convite afirmando já ter outros compromissos. O que de facto não era mentira. Desculpou-se por não escrever nenhuma resposta á outra carta, acreditando que só o facto de não a contestar já devia valer como uma resposta. E depois de entregar a carta para que fosse enviada, nem se quer se ocupou a pensar um minuto que fosse no assunto.

*

Jantou modestamente, pensando no dia encantador que tinha partilhado com Aurora. Oh como era primada a sua companhia. Que beleza idílica e exótica. Nunca o mundo vira nada como Aurora, de trabalhos tão rudes ainda que tão pura e inocente. Conversar com ela era natural e fluido, e quando não havia nada para dizer, quando os sossegos da fala se davam, não eram de modo algum desconfortáveis, muito pelo contrario. Podia partilhar com ela horas de silêncio, que de modo algum seriam entediantes.

Tirando a pequena flor roxa que Aurora lhe dera, juntou-a ás outras que guardara. Mesmo já murchas, não tinha se desfeito de nenhuma delas. Guardava-as com todo o carinho e ternura que realmente achava que lhes era devido.

Como ainda era cedo, e o sono não lhe aparecia, tentou cometer-se á leitura, depois á música. Mas não conseguia conceber a concentração necessária para tal, a mente dele não estava de modo nenhum focada naquilo que fazia. Por isso decidiu deitar-se, rendido aos pensamentos e memórias que marcaram aquele dia. Adormeceu por fim, pacificamente, acompanhado da figura divina que lhe ocupava o pensamento.

*

No dia seguinte Elliot cumprira com os encargos que tinha, encontrara-se com Henry, e com outros dois comerciantes. A meio da tarde já se encontrava em casa para aguardar a chegada de seu primo. Haviam marcado o jantar, mas era sabido que de acordo com as regras do decoro, o convidado chegaria sempre um pouco antes antes.

Passava pouco das seis da tarde quando o seu convidado entrou na mansão. Como só jantariam depois das sete ficaram na sala a conversar.

- Então meu caro primo, como tens passado? Passei aqui ainda ontem mas fui informado que te encontravas ocupado. Tenho a dizer que me sinto deveras incomodado e magoado por me teres escondido tal coisa.

Elliot, sem saber como se explicar respondeu muito acanhadamente - Oh não é nada que seja propriamente do teu interesse ou de que eu deva falar para já...

- Não pretendo que leves o que digo como ofensa! Sabes bem que sou uma pessoa cheia de bom humor e não resisto a tentar arreliar a sua senhoria! Mas diz-me só, trata-se de uma mulher, não é? – perguntou o mais velho olhando para Elliot como que a espera de uma confissão.

- Oh Robert, sim. Sim é uma mulher. A mais bela que alguma vez vira, mas também a mais forte e audaz. Mas não me faças alongar. Não que não presasse em exaltar-lhe todas as qualidades de que é dotada, mas não me sinto no direito de o fazer, pelo menos por agora.

- Já fico extremamente satisfeito com a confissão que de facto o meu caro primo parece se ter rendido aos encantos de uma mulher. – Se Robert soubesse em qual mulher repousavam agora os afetos e inclinações do seu primo, talvez não houvesse proferido tal coisa de tão leviana vontade.

Continuaram a conversa falando dos comércios de cada um, dos conhecimentos que ambos travavam em conjunto, das iniciativas que haviam tomado servindo ao bem maior da sociedade. Depois durante o jantar Robert contou algumas histórias das suas aventuras de caça o que levou a que falassem de cavalos, e ao falarem de tal assunto, veio á memória de Robert o cavalo castanho que reconhecera no dia anterior, mas não sabia de onde. Ao lembrar-se de tal coisa não pode deixar de concluir que provavelmente a mulher por quem o seu primo nutria algum tipo de sentimentos nobres, seria uma mulher que ele próprio conhecia, e se aproveitando disso voltou a insistir no assunto:

- Já que estámos falando de tão nobre animal não posso deixar de te confessar algo. Ontem quando vim cá, vi um cavalo castanho que me pareceu estranho a este sitio. Depois de falar com Adelia percebi imediatamente que se trataria do cavalo da tua companhia. Tenho quase a certeza que já vi aquele cavalo, e portanto, não posso deixar de concluir que provavelmente conheço a dama por quem te encontras deslumbrado.

- Não sei se posso confiar naquilo que dizes. Acaso me dizes tal coisa só para eu confessar de quem ela se trata?

- Juro por tudo o que há de sagrado que falo verdade. E para além disso, já somos amigos há tantos anos, quase tantos como os anos que temos de vida, não vejo motivo para fazer disso segredo. Eu ainda não casei, nem estará para breve, mas confessei-te as inclinações e devaneios com que me fui deparando, e depois, recebo esta reserva de sentimentos da tua parte.

- Esta bem, posso dar um nome, e logo me dirás se a conheces ou não, mas por favor não me faças alongar muito, não sinto que seja respeitoso da minha parte para com ela tais maneiras.

- Tens a minha palavra! – Robert não podia imaginar aquilo que estava prestes a ouvir.

- A dama que parece ter conseguido tocar o meu débil coração, não provém de famílias fidalgas ou ricas, por isso não sinto necessidade de referenciar o seu nome de família. O seu nome próprio, aquele pelo qual ela realmente gosta de ser tratada, é Aurora.

Ao ouvir tal coisa Robert empalideceu, mudou de cor completamente. Se o seu coração fosse tão doente como o do seu primo, poderia até se ter sentido mal ali. Não havia espaço para dúvidas, Aurora não era um nome comum, pelo menos não ali. Só podia ser ela, e quando se conseguiu recordar do cavalo castanho, teve a certeza que era ela. Antes de perder completamente a compostura em frente ao seu primo, que pela sua própria vergonha em se confessar não notára a mudança drástica de espírito em Robert, este inventou uma desculpa para se retirar até ao exterior.

- Penso que essa senhora trabalhou para mim e para o meu pai durante uma estação nos campos de cultivo. Uma excelente dama, ainda que sem fortuna sem dúvida. Mas não pretendo insistir mais no assunto como te prometi... Dá me licença apenas que me retire lá fora para fumar um cigarro?

Elliot anuiu algo surpreso com a prontidão do primo em não insistir em saber mais coisas, mas sem desconfiar de que algo mais o primo lhe escondia. Ao contrário de Elliot, Robert sabia disfarçar as suas emoções e perturbações muitíssimo bem, quando queria, era um mentiroso exímio.

Robert acendeu o cigarro e as memórias começaram a passar na sua cabeça como um filme. O que está prestes a ser contado, tinha tido lugar há cerca de dois anos atrás, antes do seu pai morrer. Robert, ainda Robert Godwin, procurava trabalhadores para os seus campos. Como seu pai contraira uma doença infeciosa e letal, sabia que este iria partir em breve, e como os seus irmãos não tinham interesse em continuar com o negócio do sector da agricultura, ele próprio decidiu abraçar esse projeto, e tomar as rédeas que o seu pai não mais podia segurar. Contratou novos trabalhadores, sendo que um deles era Aurora.

A primeira vez que reparara verdadeiramente nela foi no primeiro dia que a viu trabalhar nos campos de centeio. Era a comunhão ideal da força e da beleza bucólica, nunca Deus poria na terra outra igual. Robert observara Aurora durante várias semanas, sem pouco mais dizer do que os cordiais cumprimentos de inicio e final de dia. Só ao fim de quase um mês tomou iniciativa de tentar saber que ideais iam na mente de tão formosa criatura. Tentou fazer conversa com a mesma nas horas vagas, chegou mesmo a acompanhá-la até casa algumas vezes depois de esta terminar as suas funções. E observou-a por algumas vezes dando passeios pelos campos no seu cavalo, lembrava-se, pois, da figura do animal. Apesar dos atos de Robert poderem ser entendidos como meras cordialidades e boas vontades para com uma jovem menina, estavam a tornar-se mais que isso. Robert desenvolvera uma afeição sincera e cometedora por Aurora. E apesar de esta não notar isso, a família do jovem já havia notado. Antes de morrer, Charles Godwin, seu pai, fê-lo prometer que não lhe daria o desgosto de ter o seu filho mais novo casado ou envolvido com uma mera camponesa sem fortuna alguma. Não que Aurora fosse realmente pobre, tinha o suficiente para se arranjar, mas não para constituir um matrimonio, muito menos com alguém de uma classe superior. Godwin e a sua esposa, desejavam que Robert encontrasse a mesma sorte financeira que seus irmãos haviam encontrado no matrimonio. Uma vez que eram uma família que vivia bastante confortavelmente, mas não se podiam considerar da alta sociedade ou notavelmente mais ricos, era essencial um bom casamento para aumentar a fortuna e o nome da família. Com tal promessa, todas as afeiçoes e desejos de Robert haviam sido arruinadas. Apesar das suas inclinações para com Aurora serem puras e sinceras não poderia quebrar a promessa feita no leito de morte de seu pai. Por esse motivo, nunca confessára os seus sentimentos a esta. Nunca os confessára a ninguém. Os únicos que os sabiam como verdadeiros eram o seu pai, já falecido, e a sua mãe.  Sabiam-no por observarem o seu filho com Aurora e não por este o ter admitido de livre vontade. Como tal, Aurora nunca chegou se quer a suspeitar que o seu "patrão" pudesse nutrir tais afeições por si. Se esta lhe retribuiu em tempos tais afetos? Não, certamente não sentia a mesma coisa. Aurora sentiu, na altura, por Robert, uma admiração pura, mas nunca perto dos sentimentos relativos ao amor. E nunca viu os gestos de Robert de outra maneira que não fosse uma atitude meramente altruísta e de boa indole, que nada tinha a ver com sentimentos de afeição. 

Algumas semanas depois do seu pai falecer, foi chamado a cumprir os seus deveres militares. Aí, dispôs do tempo necessário para se esquecer de Aurora, nos primeiros meses as imagens da bela ninfa continuavam a pairar sobre si, com o passar do tempo parecia que as memórias iam ficando mais dispersas e incertas, algumas cobertas de terra da própria mente. E quando voltou para a sua querida casa, achou realmente, que os sentimentos que havia nutrido por Aurora não mais existiam.

Contudo, depois de saber que a mulher por quem o seu primo se mostrava enamorado, era a mesma pela qual ele próprio se havia um dia enamorado, não conseguiu deixar de sentir um pouco de ciúme, injustiça, e até inveja. Porque haveria seu primo de ser digno de escolher e ele não? Para além disso, certamente não saberia como havia de lidar com a situação quando Elliot quisesse falar sobre os seus sentimentos procurando o seu concelho, ou pior, quando este quisesse juntar os três num almoço ou jantar. Iria ser muito agradável para Elliot e Aurora. Elliot apresentaria o seu primo, e maior amigo, á mulher por quem se encantara. Esta, certamente ficaria muito feliz por descobrir que já o conhecia, e que tinha sido um bom patrão e um bom amigo para com ela. Ela era completamente ignorante quanto a saber o que este havia sentido por ela um dia. Por isso, só para Robert a situação seria incomensuravelmente constrangedora. Teria de continuar a encobri esse facto desse por onde desse. Como ninguém sabia de tal assunto poderia continuar a fingir. Mas sabia que o dia em que a voltasse a ver, esta não lhe seria completamente indiferente. Só lhe restava rezar para que nesse dia não sentisse nada mais que uma saudade bonita de um amor ligeiro do passado.

Reparou que já havia fumado dois cigarros seguidos e certamente o seu primo estaria á espera lá dentro. Antes que demorasse tempo a mais lá fora e isso desse azo a alguma pergunta por parte do seu primo decidiu voltar para dentro. Recompôs-se, e entrou de novo na mansão.

De uma maneira ou de outra conseguiu passar o resto do serão com uma disposição agradável. Conseguiu convencer o seu primo de que se encontrava perfeitamente bem depois deste notar uma certa mudança no seu semblante quando regressara do páteo. Disse-lhe que achava apenas que estava com uma leve indisposição depois de ter jantado, mas que se encontrava bem o suficiente para permanecer ali ainda por mais um bocado. Elliot acreditou realmente naquilo que ouviu e não insistiu. Robert ficou naquela casa quase até ás onze da noite e depois despediu-se para voltar para a sua habitação. Mesmo com o senhor da casa insistindo para que ele ficasse lá a pernoitar, Robert não cedeu como muitas vezes fazia. Queria muito voltar para casa, para poder ficar sozinho e digerir a informação, para quando o encontro entre os três se desse, a sua mente e o seu coração estivessem preparados. 

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