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Capítulo 27

Houve um silêncio imperial antes de Robert principiar a sua explicação, mas assim que a iniciou foi de uma ponta á outra, sem paragens, sem eufemismos, apenas dizendo a verdade pura e racional de alguém que hoje, já não tem os sentimentos de que fala. Ao princípio Aurora não entendeu o porquê de Robert começar a sua declaração por falar dos tempos em que ela trabalhava nos campos daquela propriedade, mas assim que ele se foi explicando, contando todos os pormenores da sua antiga estima por ela, tudo lhe ficou claro. Estava agora ciente da notícia que levara o seu marido a colapsar. E que noticia era! Aurora soltava exclamações de surpresa e de pânico sem nunca conseguir construir uma frase, o que deixou Robert prosseguir até ao final sem ser interrompido. Após terminar, Robert fez questão de enaltecer o quanto isso eram histórias do passado e que em nada deviam interferir no presente.

- Aurora...na altura, não lhe posso mentir...tinha para consigo sentimentos e afeições dignas. Mas isso não importa! Já nada disso importa, hoje não teço mais tais aspirações e sou feliz com a felicidade do meu primo. Nem sempre foi assim, nem sempre consegui anular a inveja, mas hoje, hoje sei com toda a certeza que não tenho arrependimento algum em não ter confessado esses sentimentos  na altura. Se o tivesse feito, e se o meu primo soubesse de tal coisa, de certeza que não se iria sentir no direito de se aproximar de si. E isso é que não podia ser...acredito firmemente ter feito quase sempre a escolha correta, espero que um dia ele me consiga perdoar e a Aurora também...

Aurora ainda estava em choque petrificada naquela confissão. Tentando se desenlaçar daquele transe, começou a andar de um lado para o outro compulsivamente, como se andar a ajudasse a pensar e raciocinar. Até que parou e encarou Robert de frente, olhando-o diretamente nos olhos.

- Certamente não consegue entender a minha lástima em saber que o que causou a síncope do meu próprio esposo teve como motivo eu mesma!!... Mas á parte disso, acho que devo ser sincera consigo. Julgo que já esta perfeitamente ciente disto, mas devo dizê-lo por respeito, por decência... Robert, os meus sentimentos por si nunca foram do mesmo tom que aqueles que teve para comigo. Em parte alguma lhe podia haver correspondido, pois nada senti ou sinto além de respeito, amizade, admiração. Empregando todo o meu egoísmo, digo-lhe, ainda bem que não se confessou na altura, e que por dois anos nada disse a Elliot. Se isso poderia impedi-lo de um dia se aproximar de mim, por respeito a si, então ainda bem que não o fez.

- Bem o sei Aurora...por muito tempo, principalmente a quando das missões militares, achei que houvera sido cobarde em não me confessar por mandado dos meus pais. Mas depois, depois de tudo acalmar, percebi que até nisso houve um propósito maior, talvez aquilo a que se chama destino seja mesmo verdade. – Robert olhava Aurora buscando nas suas palavras um sentido de perdão e de indulgência.

- Não lhe sei dizer se o é ou não...sei, porém, reconhecer as suas boas intenções na sua mentira, ou omissão. Quando começou o seu discurso e entendi do que se tratava, não minto que fiquei com raiva, revoltada, completamente transtornada, não só por mim, por Elliot principalmente...mas se formos racionais, sei que dentro dos possíveis tomou as escolhas que achou mais corretas...

- Por Deus Aurora! Não sabe o quanto me alegra saber que pelo menos o seu perdão ainda é possível! – Robert estava realmente agradecido por pelo menos ela ser capaz de lhe aquietar a consciência. – Mas Elliot....não sei, não sei se ele alguma vez me perdoará realmente, ainda por cima da maneira como descobriu!

- Pois, falta saber dessa questão, já sei do conteúdo, mas não sei como é que ele o veio a saber. Estou certa de que não foi nenhuma confissão sua no calor do momento...

- Não Aurora... – Robert virou de novo para a secretaria pegando a maldita carta e estendeu-a a Aurora. – Esta carta foi escrita, e enviada para mim, pela minha Mãe, o seu conteúdo, como deve imaginar, vai de encontro a este assunto. Enquanto William e eu estávamos no andar de baixo, Elliot veio até cá cima e acabou provavelmente por se deixar levar pela sua curiosidade em saber coisas da minha mãe, sua tia, já que ela não compareceu á vossa moradia depois do casamento, e obviamente que esse não comparecimento se prende com este assunto. Pobre Mãe, soubera ela o que esta carta iria causar...

Aurora leu a carta, mais que uma vez, tentando pôr-se no lugar de Elliot enquanto a lia. Concluiu que de facto a maneira como ele tinha ficado a saber da notícia foi talvez uma das piores.

- Meu deus Robert...haja piedade...Não devia ter sido assim, não admira que ele tenha ficado naquele estado.

Robert voltou a recuperar o seu semblante de culpa, se fustigando de novo pelos males ocorridos. – Eu sei, eu sei...não há nada mais que eu possa fazer ou dizer. Digo-lhe apenas que eu nunca fui, nem serei, um impedimento á vossa felicidade, e também sei que o ama profundamente tal como ele a ama a si, e isso é tudo o que importa.

Aurora pegou na mão de Robert a aquecendo nas suas, e mirou os seus olhos partilhando os olhares cansados e preocupados de ambos. – Eu perdoo-o Robert, eu entendo, Elliot também há de entender.

Dizendo isto Aurora saiu daquele cómodo deixando Robert de novo sozinho. Este, mesmo na sua lamentação, sentia-se um pouco mais leve e esperançoso, aquele perdão, aquela compreensão, já eram um início, e acreditava agora na recuperação completa da amizade próxima que tinha com o seu primo.

·

Aurora saiu da beira de Robert ainda perplexa. Nunca na sua existência imaginou que o primo do seu esposo havia tido afeições por si. Certo que já eram coisas do passado, mas não era por isso que deixavam de ter importância. Depois de pensar na sua própria situação e interregno, pensou em Elliot. Oh como ele se devia ter sentido traído por Robert e duvidado de si próprio! Pensou nas palavras que ele disse antes de ela se dirigir a Robert, será que ele duvidava dos seus sentimos? Não, não era por aí, mas podia pensar que ela havia sentido inclinações recíprocas por Robert, e agora, que sabia a verdade, repensar as suas decisões e sentimentos. Mas nada precisava de ser repensado. Para Aurora era tudo muito claro e limpo. Robert havia omitido as suas afeições e preferências por si, havia testemunhado a relação dela e de Elliot florescer e amadurecer, e com isso todos os seus sentimentos também mirraram. Por isso não havia outro caminho a tomar que não fosse o do perdão. Quanto a ela, amava Elliot da mesma maneira, nada mudava.

Entrou vagarosamente no quarto onde Elliot ainda repousava, e olhou para o médico como quem pede alguma privacidade. Raphael percebendo o olhar da jovem se retirou. Aurora adentrou mirando o seu marido, chegou-se perto da cama e se sentando na beira da mesma segurando os dedos pálidos e compridos de Elliot.

- Meu amor...Robert pôs-me a par de toda a situação. Entendo o que estás a sentir, entendo que te sintas traído, enganado, por uma pessoa que pensavas que nunca seria capaz de te mentir. Mas acredito que realmente acabou por ser melhor assim...

- Como pode ter sido melhor assim? Ele mentiu, a mim, a ti, e a ele próprio!

- Sim eu sei, mas isso já não importa. Eu nunca, em nenhuma altura, nutri sentimentos recíprocos aos dele, nem nunca o farei. E ele já nada sente por mim, por isso, na verdade, nada mudou. O que mudou é a nossa consciência da verdade, que até agora era um privilégio, ou devo dizer, um fardo, apenas para Robert...

- Não entendo, não entendo como podes pensar assim...tudo muda com esta declaração! Se eu soubesse disto, eu nunca me teria aproximado de ti, nunca teríamos casado!

- Sossega, por favor...- Aurora segurava as mãos do seu marido temendo iniciar ali outra discussão. – Eu sei disso, e por isso mesmo é que acho que foi melhor assim. Sim, também tenho a minha parte de egoísmo, e por tê-la, consigo conceber a parte boa da mentira. Se por teres sabido da verdade te manterias fiel ao teu respeito e decência, então ainda bem que só agora a soubeste. Eu não anseio por nenhum homem além de ti, nenhuns braços além dos teus, nenhum toque que não seja o das tuas mãos, nenhum coração que não o teu! Por isso Elliot, tudo para além das minhas verdades me parece secundário. – Aurora pousava agora a mão esquerda na face de Elliot, esperando que conseguisse arrancar dele uma resposta mais calma.

- Sei que há razão naquilo que dizes, acredito cegamente nas tuas verdades... Mas não posso deixar de ter dúvidas. Mas nenhuma dessas dúvidas se prende com os meus sentimentos ou os teus, como disse antes de saíres, sei que nenhuma outra amarei além de ti. No entanto, o caminho do perdão, parece-me longo, muito longínquo, não sei se alguma vez conseguirei recuperar a confiança que tinha em Robert.

- Estou certa que um dia irás, e digo mais, não creio que demore assim tanto. Nunca te tive como alguém rancoroso, incapaz do perdão. Se aquilo que sentimos um pelo outro é totalmente recíproco e puro, não há razões para não seguirmos o caminho da indulgência.

- Talvez estejas certa meu bem... - Dizendo isto Elliot esboçou finalmente algo parecido com um sorriso e Aurora não se conteve de o beijar delicadamente, o abraçando depois enquanto lhe acariciava os cabelos.

Pouco tempo depois Aurora voltou a sair do quarto para procurar por Raphael, queria saber se haveria algum perigo em fazerem a viagem de regresso a casa, que era bastante curta, pois Elliot não queria  permanecer muito mais tempo naquela casa. Raphael, fazendo um último exame achou que não haveria propriamente contraindicações muito fortes a tal vontade, mas como já era tarde, onze da noite, este aconselhou a que passassem lá a noite e no dia seguinte retornavam a casa. Aurora tentou convencer Elliot a ouvir o concelho do médico, mas não teve sucesso. Ele sentia-se bem o suficiente para pelo menos se levantar e ir embora numa carruagem, e isso era o bastante para não querer ficar mais tempo algum ali.

Elliot e Aurora acabaram por abandonar aquela residência na carruagem que trouxe Raphael, levando o cavalo de Aurora ao lado como os cavalos de reserva das grandes diligências. Robert, não saiu da sala onde a sua verdade tinha sido descoberta. Conhecendo o seu primo como conhecia, sabia que este não iria querer vê-lo, muito menos a sua ajuda. Dirigiu-se ao seu quarto próprio já depois de todos terem saído, deitou-se na cama ainda quente, mas não conseguiu adormecer.


*

Quando Elliot e Aurora chegaram a casa, encontraram o casal convidado e Adelia ainda acordados na sala, apoquentados pela falta de noticias. Assim que Isabel ouvi que alguém chegara, não teve dúvidas que eram eles.

- Meus amigos! O que aconteceu! William contou que tu e Robert haviam discutido, e depois Aurora saiu desvairada daqui para te encontrar, mas como ninguém nos mandou aviso nenhum, não havia como saber o que aconteceu!

- Sim é verdade...mas não precisam de se preocupar, está tudo bem...eu e o meu primo tivemos um desentendimento que talvez demore a ser resolvido, mas não é nada que os deva preocupar...- Elliot tentou não mostrar a sua condição, que ainda era frágil, para não preocupar mais gente.

- É mesmo Elliot? Quando entrei dentro do quarto onde discutiam parecia-me que o assunto era de extrema gravidade, e parecias completamente alterado.

- Ah sim, peço desculpa pela maneira como te respondi William, não tinhas culpa de nada...

- Eu entendo, não são necessárias desculpas Elliot...

- Bem, penso que já é tarde o suficiente. – Adelia tentou terminar a conversa por ali, sabia que Elliot não estava bem, e tinha que descansar, conseguia sentir isso, e certamente não iriam estar agora a revelar todas as minudências daquele confronto. – O importante é que estão de volta, e estão bem! Vamos recolher aos nossos quartos e amanhã será um novo dia.

- Certamente Adelia. - Dizendo isto, Isabel pegou no braço do seu esposo e encaminharam-se para o quarto seguidos do casal residente e da governanta. Aurora e Elliot entraram no quarto acompanhados de Adelia, que ainda estava preocupada sobre a condição do seu amo.

- Está tudo bem meu querido? Que pergunta...eu sei que não, mas também sei que provavelmente não me vai dizer os motivos desse mal estar....descanse, e não hesitem em chamar se precisarem de mim. – Adelia despediu-se carinhosamente, ainda preocupada pela falta de informação.

Quando se deitaram os dois finalmente, sentiram um conforto inabalável quase intocável, no final de contas, nada tinha realmente importância.

- Como te sentes? – Aurora falava ainda inquieta que a viagem tivesse piorado o estado do seu esposo.

- Estou bem Aurora, se não estou, ficarei... - Em pouco tempo. os dois adormeceram partilhando o calor e as preocupações dos corpos.

·

William e Isabel ficaram por mais um dia, e depois disso regressaram a casa, fazendo com que Aurora e Elliot se comprometessem a finalmente aparecerem na sua propriedade. Os dias seguintes foram passados com alguma apreensão, Elliot não deixava de pensar na mesma coisa, dia após dia, não pensava só na verdade reveladora, mas também na confiança que tinha sido rasgada com seu primo. Sentia falta dessa amizade, nem o trabalho era capaz de lhe ocupar tempo suficiente para que deixasse de se questionar sobre aquele assunto. Aurora vivia num receio constante de que aquelas preocupações começassem a ser realmente nocivas para a saúde dele, não via a hora de finalmente eles se resolverem, mas entendia que não era fácil restaurar a confiança. Robert apareceu umas semanas depois do infortúnio suplicando por perdão, mas Elliot, por muito que o quisesse conceder não via na sua alma resposta ou capacidade para o fazer. Queria perdoar o seu primo, mas o seu orgulho, prendia-o de tomar essa decisão. Teria de esperar um pouco mais...

Embora ainda não o tivesse perdoado, com o passar do tempo, foi capaz de amenizar a sua preocupação e alienação, e Aurora agradeceu aos céus por isso. Certamente que o perdão não estaria longe.

Durante este período de tempo, quando Elliot já tinha acalmado a sua ira, chegou uma carta que por momentos lhe avivou a consternação. A carta era do seu tio, que vivia no condado vizinho com a sua tia Lydia. Nunca tiveram uma relação próxima, mas ao que parece, este estava curioso para saber como era a sua esposa, querida conhecer Aurora. Ia se realizar um baile na mansão da sua família no condado vizinho, e eles estavam convidados para comparecer. Elliot imediatamente se recusou a ir, repetiu para si mesmo que não iria, que não havia nada lá que lhe interessasse ver, e o respeito e carinho que tinha pela tia Lydia, mãe de Robert, certamente tinha desaparecido um pouco. Mesmo assim, falou com Aurora sobre a hipótese de comparecerem. Aurora demonstrou uma reacção totalmente díspar da dele. 

- Eu acho que é um ótimo plano Elliot! Acho que te ia fazer bem, que nos ia fazer bem aos dois! Sair daqui durante uns dias, ver outras pessoas. Já entendi que não são propriamente as pessoas mais afáveis, estou preparada para que me olhem e me julguem com esse mesmo olhar, mas mesmo assim, acho que nos conseguiremos divertir.

- Queres assim tanto ir? Eu não sei Aurora...já não os vejo há anos. Não caias no erro de achar que algum deles, além da tia Lydia, te vai mostrar algum carinho.

- Nada disso me interessa, se poder ser alvo da tua atenção já ficarei feliz.

Ao ouvir estas palavras Elliot entendeu que durante as últimas semanas tinha de facto negligenciado a sua relação com Aurora. Estava tão cometido nos seus devaneios que por vezes se esquecia da mulher que andava sempre atrás dele, preocupada com aquela apatia.

- Desculpa se nestas semanas não fui o marido que mereces... se queres realmente ir então iremos.

- Sem dúvida que me tens preocupado, principalmente nos dias que seguiram aquele fatídico acontecimento. Não parecias tu, ás vezes parecia que nem estavas aqui, sentias-te mal várias vezes, fiquei realmente preocupada Elliot...nunca mais me faças isso... se eu estou aqui, se me casei contigo, é porque irei dividir toda a sorte e dor que encontrarmos.

- Eu sei Aurora, eu sei.... – Elliot beijou Aurora selando uma promessa, que na verdade, não sabia se conseguiria cumprir.

·

Ao fim de duas semanas, seguiam na carruagem para o condado vizinho. Como era uma viagem longa, ficariam a pernoitar na mansão por três noites, sendo que a segunda seria a noite do baile. Aurora olhava os campos pelo vidro da carruagem, feliz como uma criança, mas Elliot, não conseguia deixar de esconder a sua preocupação, sabia que provavelmente, haveria outros motivos que não a cordialidade para aquele convite ter sido feito.


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