Capítulo 42
- Ainda não consigo acreditar que Nina é sua irmã. - Mark diz.
- Muito menos eu. - Falo. - Mas tenho que assumir que gosto da idéia de ter uma irmã
Eu sempre quis ter irmãos, mas isso nunca aconteceu, agora sabendo que tenho uma irmã, poderei aproveitar ao máximo.
Nina manteve distância de mim por um tempo, e quando eu pensei que ela me odiaria, ela apareceu em casa.
Ela ainda estava abalada com as últimas descobertas, então precisou de um tempo sozinha. Não deve ter sido nada fácil, saber que o pai não era um bom homem, e saber que a mãe escondeu dela um segredo tão importante.
É claro que vai levar tempo até termos uma relação mais íntima, de irmã para irmã, assim como também será com Rachel.
É uma mudança e tanto para todos nós, vai levar tempo para me acostumar com uma irmã que nunca soube que existia, e com a minha verdadeira mãe.
Mas tenho certeza que tudo vai se acertar no final das contas. Então terei tudo o que sempre desejei. Um marido, um filho e o amor da minha mãe. Uma família com quem sei que posso contar sempre.
- Vocês não se parecem em nada. - Mark diz.
- Sou parecida com meu pai. - Digo. - Meus cabelos loiros veio dele.
- Eu queria ter conhecido ele. - Ele fala.
- Você teria gostado dele. - Sorrio fraco. - Papai era um bom homem.
O perdi tão cedo. Quase não aproveitei a presença do meu pai. Ele estava sempre vijando a trabalho, e ficava pouco tempo em casa. Mas me lembro que eram os melhores dias da minha vida quando ele chegava de viagem.
Ele fazia tudo por mim, até se casou com uma mulher que não amava por minha causa. Seria tudo tão diferente se ele estivesse vivo, nada do que eu passei teria acontecido.
- Como ele morreu? - Ele pergunta. - Você nunca me falou nada.
- Em uma das suas viagens a trabalho, o avião que o homem que o contratou caiu. - Falo. - Procuraram por seu corpo no mar, mas acabaram desistindo.
Teresa não foi nada solidária ao me informar sobre a morte do meu pai. Ela apenas disse que ele morreu, e que eu não tinha mais ninguém para me proteger dela.
Daí em diante minha vida se tornou um inferno.
Eu tinha apenas 10 anos de idade quando meu pai me deixou. O homem que era tudo na minha vida não voltaria mais para casa, e não iria me proteger da minha "mãe".
Quando papai não estava em casa Teresa me batia, me deixava trancada dentro do meu quarto, sem água e sem comida. Quando meu pai chegava em casa o tratamento comigo era totalmente diferente. Teresa se tornava outra pessoa, até parecia uma mãe que amava a filha, mas tudo não passava de fingimento.
Quando eu disse a ela que iria contar a meu pai o que ela fazia comigo, Teresa disse que abandonaria meu pai. Eles pareciam felizes juntos, então decidi me manter de boca fechada para não estragar a relação deles. Mas no final das contas, acho que toda felicidade que eles demonstravam não passava de fachada.
- Sinto muito amor. - Mark pega minha mão e aperta de leve.
Sorrio fraco e deito minha cabeça em seu colo.
- Ele faz tanta falta. - Digo com lágrimas nos olhos. - Não tem um dia sequer que não sinto sua falta.
- Sei bem como você se sente. - Mark passa a mão por meus cabelos. - Também sinto muita falta da minha mãe.
- É uma dor que nunca passa. - Enxugo as lágrimas.
- Não chore amor. - Mark abaixa e beija meu rosto.
Ele me levanta, e me senta em seu colo.
- Me perdoe. - Peço. - Só estou um pouco emotiva.
- Não precisa se desculpar. - Mark beija meu ombro. - Meu ombro está a disposição para quando querer chorar.
- Você é o melhor marido desse mundo. - Beijo seus lábios de leve.
- Nisso eu tenho que concordar. - Ele diz convencido.
Quando eu pensei que tudo estava perdido, Mark me apareceu e me mostrou que não estava.
Apesar de querer arrancar sua cabeça na maior parte do tempo quando o conheci, também sentia algo a mais por ele. Acho que o amei no mesmo instante que o vi, mas naquele momento eu só queria matá-lo.
- Tem conversado com Rachel? - Ele pergunta.
- Sim. - Falo. - Ela nos chamou para jantar na sua casa semana que vem.
- Está feliz? - Mark pergunta. - Gostou de saber que tem uma mãe que te ama?
- É estranho. - Assumo. - Passei toda minha vida acreditando que Teresa era minha mãe, e do nada descubro que não é. Mas tenho que admitir que estou gostando da presença dela no meu dia a dia.
- Estou muito feliz por você amor. - Mark beija meu ombro. - Você merece ser feliz.
- Obrigada. - Sorrio agradecida. - Se nada disso tivesse acontecido, no final das contas ainda seria feliz, porque eu tenho você e Hugo.
Mark sorri feliz, passa a mão por meu rosto, em seguida abaixa minha cabeça até seus lábios e me beija.
- Você me deu tudo o que nunca desejei. - Ele assume. - Mas agora sei o quanto sou feliz de verdade ao seu lado.
Encontramos um no outro o amor verdadeiro, capaz de curar as mais profundas feridas.
Não sou mais aquela garota solitária e que mendigava amor. Mark fez de mim um mulher completa. Ele é meu melhor amigo, meu companheiro, pai do meu filho, e o homem que pretendo passar cada segundo da minha vida lhe provando o quanto o amo.
- Tive sorte em ter você em minha vida. - Bagunço seus cabelos.
- Toda sorte foi minha. - Mark sorri abertamente. - Uma mulher incrível que se apaixonou por um idiota como eu.
- Amor você teria a mulher que quisesse ao seu lado. - Falo.
- Nenhuma delas eram você. - Ele diz. - Nenhuma delas me deixava louco de raiva, e desejo ao mesmo tempo. - Ele sorri com malícia. - Nenhuma delas chegariam aos seus pés.
- Que exagero. - Gargalho alto.
Mark pega minha leva aos lábios e a beija com carinho.
- Estou falando sério. - Ele fala. - Você me pegou de jeito e me estragou para todas as outras. Não consigo imaginar minha vida sem você ao meu lado Emília.
- Também não me vejo sem você. - Passo a mão por sua barba por fazer.
Mark era tudo o que eu mais detestava em um homem. Mandão, cafajeste, arrogante e cheio de si. Mas acabou invadindo meu coração como nenhum homem foi capaz de fazer, e quando me dei conta já o amava.
🌻
- Está com fome meu amor?
Hugo balança os bracinhos, enquanto sorri banguela para mim.
Hugo segura a mamadeira com as duas mãozinhas enquanto mama com gulodisse.
- Já está com saudades do papai? - Continuo conversando com ele. - Ele já deve estar chegando.
Hugo me encara com seus grandes olhos azuis, enquanto mama. De vez em quando ele sorri para mim, e novamente me apaixono por esse garoto.
Coloco sua mamadeira vazia sobre a mesinha de centro, assim que ele termina de mamar.
Alguém toca a campainha, então me levanto e caminho em passos largos até o quarto e deito Hugo em seu berço.
Depois corro até a porta, e a abro mais do que depressa para ver de quem se trata.
- Esqueceu a chave amo... - Não termino a frase.
Meu sangue gela em minhas veias, ao me deparar com meu passado parado em minha frente.
🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻
Bom dia meninas.
Tudo bem com vocês?
Como passou o fim de semana?
Desejo a todas uma semana abençoada. ❤
Até amanhã com o próximo capítulo. ❤
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