- Estou interrompendo algo? - Mark pergunta sério.

- Não. - Victor e eu dizemos ao mesmo tempo.

Mark caminha até onde estamos, me dá um rápido beijo nos lábios, logo em seguida beija o rosto de Hugo que está adormecido.

- Quanto tempo Victor. - Mark estende a mão para ele.

Pensei que Mark seria mal educado com Victor, ainda bem que eu estava errada.

- Não foi tanto assim. - Victor retribui o aperto de mão.

- Se vocês me derem licença, vou colocar Hugo no berço. - Falo.

Eles acenam com a cabeça e não dizem nada. Caminho em direção ao quarto, enquanto escuto os dois conversarem.

Fiquei tão feliz por Victor reaparecer, já estava preocupada com seu sumisso.

Fui em seu apartamento algumas vezes e nunca o encontrei, liguei um milhão de vezes e mandei recados e ele não respondeu nenhum.

Fiquei magoada por ele ter me deixado de fora da sua vida em uma fase tão ruim. É claro que eu não poderia ter feito muita coisa, mas pelo menos estaria ao seu lado se precisasse de algo.

Mas ele preferiu se isolar e não dividiu sua dor e seus problemas comigo.

Tenho medo do homem que ele pode se tornar agora. Victor sempre foi incrível, e por má sorte escolheu a mulher errada para amar. Tenho medo que ele desista do amor por ter passado por um experiência ruim.

Depois de viver muitas coisas desagradáveis, desisti do amor porque pensei que era a melhor opção, mas percebi que estava errada.

Apesar da bagunça que está minha vida, estou me sentindo tão feliz, tão completa. Tenho tudo o que sempre desejei. Tenho o amor do homem que amo, e um garoto que já considero meu filho.

Não quero que meu amigo se entregue tão facilmente. Ele está vivendo uma fase ruim na sua vida, mas ainda existe mulheres de caráter no mundo.

Agora que eu descobri que meu amor por Mark é retribuído, quero que todos a minha volta se sintam assim, mas eu sei que é desejar demais.

Dou um beijo no rosto de Hugo, o coloco no berço com cuidado para não acorda-lo, e logo em seguida volto para sala.

Antes de sair do corredor, escuto Victor ameaçar Mark.

- Se machuca-la, eu acabo com você. - Victor diz.

- Não precisa se preocupar quanto a isso. - Mark fala. - Amo Emília e pretendo fazê-la muito feliz.

Sorrio comigo mesma. Os dois homens que mais amo nesse mundo discutindo por minha honra.

- Voltei. - Digo saindo do corredor do apartamento. - O que estavam falando?

- Você já sabe Emi. - Victor diz rindo. - Tenho certeza que estava escutando.

- Cale a boca. - Bagunço seu cabelo.

- Só estávamos tendo uma conversa de homem para homem. - Diz Mark.

A companhia do apartamento toca interrompendo nossa conversa. Caminho até a porta e a abro.

- Oi prima. - Lya pula em cima de mim e me abraça.

- Oi. - Retribuo o abraço.

- Vim ver Hugo. - Lya diz.

- E eu? - Finjo irritação.

- Você também bobinha. - Ela me dá um tapinha no braço.

Fecho a porta, enquanto Lya caminha até a sala com a animação de sempre.

- Oi Mark. - Lya sorri abertamente. - Não sabia que tinham visitas.

- Esse é meu amigo, Victor. - Digo a Lya.

- Muito prazer. - Ela lhe oferece a mão.

- O prazer é todo meu. - Victor diz galanteador.

Os dois se encaram por um tempo e não soltam as mãos.

- Então... - Lya puxa a mão do aperto de Victor e pergunta. - Cadê Hugo?

- Está dormindo. - Digo.

- Sente-se Lya. - Mark aponta para a poltrona vazia.

- Obrigada. - Ela agradece.

Me sento ao lado de Mark. Ele enlaça nossas mãos e me oferece um sorriso carinhoso.

- Vocês estão parecendo dois adolescentes apaixonados. - Lya faz uma careta.

- Está com inveja. - Mark lhe mostra a língua.

- Pode ter certeza que não estou com inveja. - Ela retruca.

Esses dois quando se encontram parecem duas crianças birrentas. Vivem se alfinetando, mas não vivem um sem o outro.

- Como está sendo trabalhar com o papai? - Mark pergunta.

- Ele está me deixando louca! - Suspira alto. - Já estou com cabelos brancos.

- Te falei que não seria moleza. - Mark fala.

Ficamos em silêncio por um tempo, e nesse meio tempo percebo a troca de olhares entre Victor e Lya.

- Você trabalha com o que Victor? - Lya pergunta curiosa.

- Sou advogado. - Ele fala.

- Interessante. - Ela passa a mão pelo queixo. - Você tem cara de advogado.

- Acho que isso pode ser considerado um elogio. - Victor sorri de canto.

- Pode ter certeza que sim. - Ela fala.

Os dois estão flertando na maior cara de pau na nossa frente. Mark eu pensamos a mesma coisa, ele olha para mim e sorri malicioso.

Lya e Victor dariam um lindo casal. Só preciso que meu amigo esqueça aquela cobra da Judh, e esqueça da idéia de curtir a vida.

Pelo que estou vendo estão interessados um no outro, mas se a intenção de Victor for de usar Lya e depois descarta-la, teremos problemas.

Lya é uma boa garota, e não merece ser usada como experiência para seus novos planos.

- Vou dar uma olhadinha no Hugo. Quer vir Lya? - Pergunto.

- Claro. - Ela se levanta.

Lya se levanta e começa a andar em direção ao quarto. Caminho logo atrás dela.

- Esse Victor é o que você me falou dele algum tempo atrás? - Ela pergunta.

- Exato. - Digo. - Não sei qual foi o milagre, mas ele apareceu hoje.

- Ele é um gato. - Lya diz maliciosa.

- Ele é. - Digo rindo.

Ao entramos no quarto me sento na beirada da cama, enquanto Lya vai direto no berço e dá um beijo no rosto de Hugo.

- Que garotão lindo. - Sorri abertamente.

- Está ficando cada dias mais lindo. - Falo feliz.

- Você está sendo uma ótimo mãe. - Lya se senta ao meu lado.

- Estou tentando. - Dou de ombros.

- Está conseguindo. - Ela fala.

Ficamos em silêncio por um tempo, observando Hugo no berço.

Tenho tanto medo do que poderá acontecer, se sua tia aparecer e quiser ele de volta. Mark não poderá fazer nada, já que não é o pai legítimo do Hugo, então não teria nenhum direito sobre ele.

Meu coração dói só de pensar na possibilidade de perdê-lo. Em tão pouco tempo me apaguei tanto a Hugo, que não me vejo longe dele.

- Mudando de assunto... - Lya diz. - Como seu amigo está?

- Aparentemente bem, você viu. Mas o que me preocupa é o que ele vai fazer dá vida. - Suspiro frustrada. - Victor perdeu a confiança nas mulheres.

- É normal. - Ela diz. - Quando descobri a traição do meu ex noivo, desacreditei dos homens, mas conforme o tempo foi passando, percebi que ainda existe homens de caráter.

- Tenho medo que Victor desista de amar. - Digo. - Ele é tão bom, não merece viver sozinho.

Ele pode até pensar que trocar de mulher igual troca de roupas lhe fará esquecer, mas está enganado. Sua vida continuará solitária no fim das contas.

- Só dê tempo para ele aprender a lidar com o que aconteceu. - Lya pega minha mão é aperta de leve. - Mas não deixe de estar ao seu lado, e demostrando que se importa.

- Acho que formariam um belo casal. - Sorrio abertamente.

- Está louca Emi? - Lya arregala os olhos.

- Nunca estive tão sã em toda minha vida. - Falo.

Posso estar errada, mas acho que Lya pode ser a cura para as feridas de Victor.

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Bom dia meninas.

Tudo bem com vocês?

Espero que tenham gostado do capítulo, até amanhã com o próximo. ❤😍😘