- O que você está fazendo aqui? - Pergunto ao abrir a porta.

Só então percebo o porque vovó está tão bem arrumada, e me mandou trocar de roupa. Agora estou morrendo de vergonha, pois estou parecendo uma mendiga.

- Posso entrar? -  Mark pergunta revirando os olhos.

- Claro. - Digo envergonhada.

Do nada surge um homem ao lado de Mark. Ele é alto assim como Mark. Cabelos já começando a ficar grisalhos, barba grande e olhos claros.

- Esse é meu pai. - Diz Mark apontando para o homem.

- Muito prazer senhor. - Lhe estendo a mão para cumprimenta-lo. - Sou Emília.

- O prazer é meu querida. - Retribui o aperto de mão. - Me chamo Enrico.

- Emí...

Vovó arregala os olhos ao ver Enrico que sorri galanteador.

- Desculpe atrapalhar Carnem. - Diz Mark. - Mas papai chegou em casa, então decidi traze-lo.

- Sem problemas querido. - Diz. - Muito prazer. - Vovô cumprimenta Enrico. - Sou Carnem, avó da Emília.

- Muito prazer Carnem. - Diz Enrico. - Então já descobri de onde veio a beleza de Emília.

Enrico beija a mão da minha vó, enquanto ela cora envergonhada. Vovó corando? Isso é uma novidade e tanto.

- Não diga bobeiras. - Diz minha vó para Enrico.

Vovó segura o braço de Enrico e o puxa rumo a cozinha, me deixando sozinha com Mark.

- Sente-se. - Digo.

- Obrigada. - Agradece Mark.

Me sento bem longe dele e fico o observando.

- Você não respondeu a minha pergunta. - Digo.

- Você é bem direta Emília. - Mark sorri de canto. - Mas respondendo sua pergunta, sua vó me convidou para um jantar.

Terei que ter uma conversinha com aquela cabeça dura.

- Você sabe o que ela está tentando fazer não sabe? - Pergunto.

- Eu? - Mark finje inocência. - Me esclareça Emi.

- Você não é bobo Mark. - Cemicerro os olhos para ele. - Sabe muito bem do que estou falando.

Mark sorri abertamente e passa a mão pela barba por fazer.

- Realmente não sei do que está falando.

- Quer saber? - Resmungo irritada. - Esquece que disse algo.

Cruzo os braços abaixo dos seios e fico em silêncio.

Mark também não diz nada e fica me observando, o que está me deixando muito desconfortável.

- Pare de me encarar. - Resmungo irritada.

- Não estou te encarando. - Diz.

- Está sim. - Murmuro. - Você é muito irritante.

Mark joga a cabeça para trás e gargalha alto.

Sinto um calafrio percorrer meu corpo e continuo o ignorando.

- Você é a pessoa mais sincera que conheço Emília. - Diz Mark.

- Eu tento. - Dou de ombros.

- Carmen está empenhada em lhe arrumar um namorado. - Diz. - Não consegue fazer isso sozinha Emi?

O fusilo com o olhar. Mark tinha que ser um idiota estúpido.

- Não pedi para ela fazer isso. - Resmungo. - E muito menos pedi para ela lhe convidar para um jantar.

- Você está parecendo uma mulher velha e amargurada Emi. - Diz.

- O único velho aqui é você senhor. - Sorrio com malícia.

Mark fecha a cara e me lança um olhar irritado.

- Você nunca irá arrumar um namorado desse jeito. - Mark diz. - Você é muito bruta.

- E quem lhe disse que quero? - Pergunto revirando os olhos. - E não me importo com sua opinião.

- Você é uma mulherzinha irritante. - Mark aponta o dedo para mim.

Dou de ombros e lhe mostro a língua.

- E você um velho rabugento. - Retruco.

Mark se levanta rápido e me fusila com o olhar.

Continuo sentada em meu lugar e o olho com desdém.

- Você ainda vai me deixar louco. - Resmunga.

- Você já é louco. - Digo.

- Eu vou embora. - Diz Mark indo em direção a porta. - Não tenho que ficar escutando isso.

Me levanto e corro até ele.

- Espera. - Digo o interrompendo de continuar a andar. - Me desculpe. Não quis ser grosseira.

- Quis sim. - Diz.

- Está bem. - Reviro os olhos. - Quis mesmo, mas é tudo por sua culpa. Você me irrita.

- É recíproco. - Diz Mark enterrando o dedo em meu ombro.

- Não vá embora. - Peço. - Vovó iria ficar chateada.

Mark fica em silêncio por um tempo me encarando, por fim diz:

- Tudo bem. - Volta a se sentar. - Só fico porque você pediu por favor.

- Vai sonhando tio. - Sorrio alto.

Antes que eu possa me sentar, Mark segura minha mão e me puxa para seu colo.

- Ainda irei te domar Emília. - Cochicha em meu ouvido.

- Me solta. - Resmungo baixinho.

Quando mais tento me soltar, mais Mark me aperta contra si.

- Não solto. - Diz, e segura meu rosto.

Mark aproxima nossos rostos. Não consigo desviar meu olhar do seu. Algo me hipnotiza e não me deixa reagir.

- Tão linda. - Diz Mark.

Mark abaixa o olhar passa meus lábios, e os contorna com o pelegar.

- Mar... Mark. - Gaguejo.

- Diga o que você quer Emi. - Cochicha em meu ouvido.

- Eu... eu... - Gaguejo.

Mark roça seus lábios nos meus, o que me faz fechar os olhos.

- O jantar... uau! - Diz vovó.

Arregalo os olhos e pulo do colo de Mark.

- Desculpe interrompe-los. - Vovô sorri com malícia. - Mas o jantar está pronto.

- Obri... obrigada vó. - Coro envergonhada.

Como fui tão fraca e deixei Mark se aproximar tanto? Abaixei minha guarda e o deixei brincar comigo.

- Se quiserem podem voltar ao que estavam fazendo. - Diz vovó.

- Vó! - A encaro brava.

Ela dá de ombros, nos dá as costas e volta para cozinha.

Mark se levanta tranquilamente, e caminha também para a cozinha como se nada estivesse acontecido.

Ao mesmo tempo que suspiro aliviada, algo em meu coração me diz que ele está apenas se divertindo as minhas custas.

Me sento um pouco pois sinto minhas pernas bambas. Passo a mão por meu rosto e suspiro alto.

- Emília sua idiota. - Murmuro baixinho. - Idiota, idiota.

O estava pensando? Iria deixa-lo me beijar?

Me levanto irritada, coloco um sorriso confiante nos lábios e caminho até a cozinha.

Vovó está conversando animada com Enrico, enquanto Mark apenas os observa.

- Por que demorou querida? - Pergunta vovó.

Dona Carnem sempre tem que me fazer parecer uma idiota, só porque não tenho uma reposta decente para sua pergunta. E ela sabe disso.

- Não demorei. - Digo por fim. - Impressão sua.

- Tudo bem. - Diz. - Sente-se.

Me sento longe de Mark pois não quero demonstrar fraqueza perto dele.

- Então Emília... - Diz Enrico. - Carmen estava me contando que irá começar a estudar.

- Sim. - Sorrio abertamente. - Começo semana que vem.

- O que irá cursar? - Pergunta Enrico.

- Contabilidade. - Digo animada. - Sou boa com números.

Estou tão animada por ter ganhado a bolsa. Estudei bastante para isso, e no final das contas meus esforços valeram a pena.

- Está animada? - Pergunta Enrico.

- Muito! - Sorrio feliz. - Foi difícil descobrir o que realmente queria fazer. Mas agora que sei darei o meu melhor para valer a pena ter ganhado a bolsa.

Mark continua em silêncio enquanto conversamos. Ele mal tocou em seu prato de comida.

- Mark? - Vovó o chama.

- Oi?

- Não gostou da minha comida? - Pergunta. - Mal tocou em seu prato.

- Está uma delícia Carnem. - Diz sorrindo.

- Mark deve gostar daquelas comidas caras vó. - Digo. - Aquelas que só suja o prato e não mata a fome.

Ele me olha com raiva e diz:

- Cale a boca Emília.

- Cale a boca você. - Retruco.

- Você além de chata deve ser uma péssima cozinheira. - Diz. - Coitado do seu futuro marido, vai morrer de fome.

- E você não consegue se prender a uma única mulher porque é um velho rabugento. - Retruco com irritação. - Teria que ser uma santa para lhe suportar.

Vovó e Enrico nos observam de olhos arregalados, mas não interferem em nossa pequena discussão.

- Você é uma megera sem coração. - Diz. - Mas mesmo assim quase me beijou. O que foi Emi? Senti atração pelo homem que tanto diz odiar?

Me levanto rápido e gargalho sombriamente.

- Poderia ter te beijado como qualquer outro, no final das contas é apenas um beijo. - Dou de ombros.

- Tipo o Victor? - Pergunta Irritado.

- Por que não? - Sorrio com malícia. - Victor é um excelente partido.

- E pelo que sei também é rico. - Diz com desdém.

Pego a jarra de suco que está sobre a mesa, e despejo todo o conteúdo na cabeça de Mark.

- Pode me acusar de muitas coisas senhor. - Digo irritada. - Mas uma vadia interesseira não.

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Bom dia meninas.

Tudo bem com vocês?

Mark mereceu o banho de suco 😂😂😂😂😂😂😂😂 Quem mandou ser um idiota.

Desejo um bom final de semana a todas com as bênçãos de Deus. ❤👐

Até segunda-feira com o próximo capítulo. ❤🌻😍😗