Capítulo 19
Mark
- Meu? - Pergunto de olhos arregalados.
Valentino praticamente joga o bebê em meus braços.
- Foi o que a mulher que deixou a criança comigo disse. - Dá de ombros. - Ela falou que tem uma carta explicando tudo dentro da bolsa do bebê.
Tino tira a bolsa que está em seu ombro e me entrega.
- Mas...
- Não sei de nada meu rapaz. - Me interrompe de continuar a falar. - Apenas lhe entreguei a criança.
Tino me encara com desdém aparente. Com certeza está pensando que sou um cretino por abandonar um filho. Mas não tenho um filho, é apenas uma confusão.
Valentino vai embora me deixando com o bebê dormindo em meus braços.
Fecho a porta do apartamento, e caminho até o sofá. Minhas pernas parecem gelatinas, então me sento para não acabar caindo com uma criança nos braços.
Emília pelo jeito está tão em choque quanto eu, já que seu rosto está pálido e seus olhos arregalados.
Fico encarando o bebê em meus braços, tentando achar alguma semelhança comigo, mas não vejo nenhuma.
- Poderia pegar a criança. - Peço a Emília. - Acho que vou desmaiar.
Emi corre até mim e pega o bebê de meus braços, com cuidado para não acorda-lo.
Ela se senta ao meu lado, e fica encarando a criança em silêncio.
Passo as mãos trêmulas por meu rosto e meus cabelos. Não sei ao certo o que dizer ou pensar, já que isso nunca aconteceu comigo.
É claro que já apareceram algumas mulheres dizendo que estavam grávidas de um filho meu, mas quando eu dizia que faria o exame de DNA elas sempre fugiam. É a primeira vez que jogam um bomba dessas em cima de mim.
Abro a bolsa azul que Tino me entregou e busco por respostas. Por cima de algumas roupas infantis, tem um papel dobrado e o pego.
"Me perdoe por Jogar essa bomba em cima de você tão de repente. Mas não poderia ficar com Hugo. Tenho uma família grande e não tenho condições de sustentar mais uma criança, então decidi entregar Hugo para você. Sua mãe faleceu no parto quando teve complicações médicas, e antes de morrer me falou que você era o pai de Hugo. Sei que você cuidará bem do meu sobrinho, do contrário não o levaria até você. Apesar da sua vida libertina, você parece ser um homem de caráter, então estou entregando a você o bem mais precioso de Penélope. Amo essa criança, mas infelizmente não posso lhe dar uma boa vida, então ensine Hugo a ser um bom homem, ensine ele a amar e ajudar as pessoas, assim como a mãe fazia.
Eu sei que você deve estar se perguntando o porque não o levei antes até você. Eu estava tentando achar um emprego para ajudar nas despesas com Hugo, mas infelizmente não consegui, então o entrego a você. Sei que você dará a ele tudo o que for necessário, coisa que não tenho condições de fazer. Cuide bem do meu garoto."
No verso da folha tem os nomes dos medicamentos que Hugo é alérgico. Mas nenhum nome ou endereço da pessoa que o deixou com Tino.
Tem um outro papel dentro da bolsa, pego para ver do que se trata. Começo a lê-lo e percebo que é a certidão de nascimento de Hugo. Hugo está com seis meses de idade.
- Ele é seu Mark? - Pergunta Emi.
- Não. - Digo. - Não me lembro de sair com alguma mulher chamada Penélope.
- Você não lembraria. - Emi diz ríspida.
- Emi posso ser sem vergonha, mas não sou tão cretino assim. - Resmungo com irritação. - Hugo não é meu filho, sempre me precavi para que isso não acontecesse.
- Você sabe que nenhum método é 100% eficaz. - Emília diz dando de ombros.
Eu sei disso droga, mas isso não pode ser real. Não quero e não posso ter filhos.
- Ele nem se parece comigo. - Aponto para o bebê.
Hugo tem a pele branquinha e os cabelos loiros. Sou totalmente diferente.
- Ele pode ter puxado a mãe Mark. - Emi revira os olhos. - Só porque não se parece com você, não quer dizer que não seja seu.
Emília olha para o bebê em seus braços. Passa a mão por seu rostinho e sorri com carinho.
Por um segundo me emociono com a imagem dela com o bebê nos braços. Por um segundo desejo ter um filho seu, mas empurro essa imagem bem fundo em minha mente.
- Ele é tão lindo. - Emília me olha, e seus olhos brilham. - Se ele for realmente seu quero ajudá-lo a cuidar dele.
- Você não está brava comigo? - Pergunto incrédula. - Não vai terminar comigo?
- Por que eu faria isso? - Pergunta confusa. - Hugo não interfere no que sinto por você. Ele é apenas uma criança, e não tem culpa do que está acontecendo.
Lhe dou um sorriso fraco, pego sua mão e aperto de leve.
- Obrigada por não desistir de mim. - Digo.
- Foi o que você me pediu não foi? - Sorri abertamente.
Foi exatamente o que pedi para Emília. Pedi para ela não desistir de mim na primeira dificuldade que aparecesse.
É claro que uma criança não é dificuldade alguma, mas tenho certeza que outra em seu lugar teria fugido.
- O que fará agora? - Emi pergunta.
- Vou fazer um exame de DNA. - Digo. - Quero ter certeza que não sou o pai de Hugo.
- Por que tem tanta certeza que você não é o pai? - Revira os olhos.
- Eu não sei. - Suspiro frustrado. - Apenas sinto que essa criança não é minha.
Hugo começa a se mexer. De repente abre seus grandes olhos azuis e nos encara.
- Oi meu amor. - Emília o levanta e beija seu rosto. - Você é um lindo garotinho, sabia?
Hugo ainda a encara com surpresa. Pelo jeito está tentando entender o que está acontecendo, e quem somos nós.
Ele faz um biquinho, e seus olhos se enchem de lágrimas.
- Não chore. - Emília se levanta e o balança um pouco em seus braços. - Está com fome pequeno?
Hugo abre um enorme sorriso banguela para ela enquanto balança as pernas gordinhas.
- Segure ele. - Emília me entrega Hugo. - Deixa eu olhar nessa bolsa para ver se tem algo para dar de mamar a ele.
Pego o menino todo desajeitado. Não sei ao certo como segurar uma criança. Todas as vezes que peguei os filhos de Matt ou Philip, era um desastre só.
Ele me encara com os incríveis olhos azuis. Parece que está me estudando. Sorrir para mim ou chorar? Mas algo incrível acontece, Hugo abre um grande sorriso banguela para mim.
Meu coração se derrete nesse momento. Posso ser um miserável cretino, mas não tem como resistir a um sorriso tão sincero e tão fofo.
- Você é um garoto lindo. - Pisco para ele.
- Você tem leite? - Pergunta Emília com uma mamadeira na mão. - Será que ele é alérgico?
- Sim. - Digo. - Respondendo a outra pergunta acho que não. Tem alguns nomes de medicamentos que ele é alérgico, mas não fala nada sobre leite.
Emília parte rumo a cozinha, me deixando sozinho com Hugo.
Me sento no sofá novamente, enquanto esperamos Emília voltar com a mamadeira de Hugo.
- Sou Mark. - Pego sua mãozinha e aperto de leve.
Hugo resmunga alto enquanto mexe com as perninhas.
- O que eu vou fazer com você? - Pergunto mais para mim mesmo do que para ele.
Nunca cuidei de uma criança em toda minha vida, e enquanto não faço o exame de DNA, Hugo terá que ficar sobre minha responsabilidade. Não tenho a mínima idéia do que vou fazer.
- Ser adulto é uma droga. - Digo a ele. - Então siga meu conselho e seja um bebê pelo resto da vida.
- Você sabe que isso é impossível não sabe? - Emília ri alto.
- Não custa nada tentar. - Dou de ombros.
Emi senta ao meu lado, e fica nos encarando com um leve sorriso nos lábios.
- O que foi? - Pergunto curioso.
- Acho que você seria um excelente pai. - Diz despreocupada.
- Com toda certeza não. - Tento fugir do assunto.
- Por que acha que não? - Pergunta com um sorriso zombeteiro.
Não nasci com o dom de ser pai. Só de imaginar isso minha espinha gela.
- Não é algo que queira para minha vida. - Dou de ombros. - Faria tudo errado, então prefiro ficar na zona de conforto.
- Você não pode ter certeza só presumido Mark. - Revira os olhos. - Você dizia que nunca iria namorar sério, olha você agora. Está em um relacionamento. - Sorri de canto. - É tão ruim quanto pensava?
- Com toda certeza não. - Lhe dou um beijo de leve nos lábios. - Mas filhos é algo bem mais difícil.
- Você tem razão quanto a isso. - Passa a mão pelo rosto de Hugo. - Mas se eu estivesse a chance de ser mãe, eu não a perderia. O amor que iria sentir e receber, faria todos meus medos se tornarem nada.
De repente me vem perguntas a mente. Emília tem a intenção de se casar e ter filhos? Ela me vê como o homem que lhe dará isso?
- Não precisa me olhar como se eu fosse te amarrar e leva-lo ao altar, e logo depois engravidar. - Emi diz ríspida.
- Emi...
- De o leite a Hugo. - Me entrega a mamadeira, me interrompendo de continuar a dizer algo. - Antes que esfrie demais.
- Mas eu não sei como...
- Só colocar o bico na boca dele. - Me corta novamente.
Emília se levanta rápido e caminha rumo a cozinha novamente, enquanto dou de mamar a Hugo todo desajeitado.
Tenho certeza que a deixei magoada. Agora terei que arrumar um jeito de fazer as pazes com minha namorada, antes que ela chute meu traseiro idiota.
🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻🌻
Bom dia lindezas.
Tudo bem com vocês?
Como passou o fim de semana?
Espero que tenham gostado do capítulo, até amanhã com o próximo. ❤😍😘
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro