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Capítulo 3 - Brunch

         Ana lutava em conter as borboletas que reviravam o estômago, enquanto se encaminhava ao primeiro encontro oficial com Mark. Suspirou ao notar o próprio atraso, observando a denúncia no relógio do carro.

A chuva, imparcial à situação, não dava trégua e insistia em mergulhar a cidade num choro sem fim. Por sorte era domingo e as ruas que conduziam seu coração encontravam-se quase desertas. O motorista do Uber também fez sua parte, ao harmonizar a distância e o tempo para a satisfação da cliente.

Excedendo oito minutos do combinado, ela chegou à recepção do hotel. Algumas pessoas se abancavam no hall de entrada, compenetradas em seus eletrônicos. Outras se apressavam em direção à saída, encapadas dos pés à cabeça como se fossem derreter quando se encontrassem com a cascata que despencava do céu.

Feito um gavião buscando sua presa, a brasileira passou a vista no local, na esperança de encontrar o rapaz. Revirou os olhos, desiludida ao comprovar a ausência do australiano. Tomou fôlego, para se acalmar e foi direto à recepcionista.

_Bom dia – disse, escondendo a ansiedade em um rosto apático – Vim encontrar um amigo para o brunch.

A mulher a cumprimentou e, numa consulta rápida, deslizou a atenção ao monitor.

_Qual o nome do hóspede, por gentileza?

Ana sentiu-se constrangida, congelando os pensamentos por segundos. Pensou se bastaria o primeiro nome ou se precisaria revelar o sobrenome de Mark. Que espécie de amiga ela era, se sabia apenas o primeiro nome dele?

Secretamente, lamentou a falta da simples, mas preciosa informação e a boca vacilou pendendo para baixo. Conversaram tanto ontem e não trocaram dados essenciais.

A funcionária que resolva a questão, pensou, ao expandir os ombros, tentando mascarar o impasse.

_É Mark – disfarçou, como se falasse algo trivial ao examinar o saguão ao redor. A mão, camuflada, girava o anel dourado.

O olhar apertado da atendente, aparentando incriminá-la de algo, fez o estômago de Ana borbulhar outra vez.

O som dos dedos digitando no teclado ecoava em sua mente, dilatando sua aflição. A espera pareceu uma eternidade. Ela resvalou a vista nas pessoas em volta, presumindo acusações sobre a omissão do sobrenome.

_Temos dois cavalheiros com este nome acomodados conosco, querida – informou, trazendo a brasileira à realidade indesejada. – Necessito do sobrenome para não importunar o hóspede errado.

_Ah, claro – disse com o coração censurando o desleixo da noite anterior. – Mas você pode tentar, por favor?

Ana fez uma carinha simpática, inclinando a cabeça. Uma barganha barata para um hotel de luxo. Por dentro queimava de raiva pela má vontade da funcionária.

_Desculpe, mas são as determinações do hotel – respondeu sem se dar ao trabalho de mostrar os dentes.

As sobrancelhas erguidas em desconsideração ao atendimento faziam par ao sorriso falso que carregava ao captar o descontentamento da brasileira.

Se aquele procedimento era uma norma de um hotel, não soube dizer. Quem se incomodaria, afinal, com uma ligação? Além disso, tinham 50% de chance de acerto!

Em sua defesa, até mesmo a natureza reclamou quando de um clarão reluziu os espelhos da recepção. E o trovão, reforçando em seguida, rosnou muito próximo, ao exigir por uma boa conduta.

Decidindo continuar no jogo, Ana forçou um pouco mais a paciência da atendente, esperando não parecer intrometida ou desagradável.

_ Ele é alto, loiro, olhos azuis,...– acrescentou, numa luta contra a timidez. A mente divagando sobre quais características físicas poderia descrever para identifica-lo. – É australiano!

A empolgação na definição certeira, fez o hall emudecer por segundos. A brasileira espiou e soltou o ar com a movimentação voltando ao normal.

Margarete, conforme escrito na insígnia do uniforme, a analisou em silêncio. Saturada em desconfiança, espremeu o rosto sem se ater às condutas de um bom ser humano. Não acreditava em uma única palavra da jovem a sua frente.

_Não há nada anotado nos registros de ambos os hóspedes, querida, a respeito de sua visita matinal – explicou com ar de quem vencera a disputa. – Estou de mãos atadas.

Ana encarou os pés, jogando um ar pesado para os pulmões. Anuindo com a cabeça, se afastou da bancada, sem ousar erguer a cabeça.

Talvez, pelo avanço das horas, ele se esquecera de avisar a sua vinda à recepção, pensou desmotivada, engolindo uma saliva amarga pelo desgosto que experimentava.

A lembrança da feição carinhosa do rapaz, contudo, recheou a mente de esperança. Virando-se ao saguão, investigou uma segunda vez, imaginando Mark aparecer de relance, pela escada de mármore.

No entanto, um desprazer lancinante, como uma faca apontada ao coração prestes a despedaçá-lo, foi o que encontrou. À sua volta enumeravam-se rostos desconhecidos, até agressivos se duvidasse da imaginação.

Sem saber o nome completo do gringo, a verdade escorria feito manteiga por entre os dedos, soando fantasia de uma fã obcecada. Seu celular poderia revelar a fidelidade da história. A brasileira, porém, não tinha intenção em continuar com aquele joguinho venenoso. Mendigar a confiança de um ser impassível como Margarete, não estava em seus planos. Afinal, além de estranha, a mulher aproveitou-se do cargo, mostrando um caráter intransigente.

_Sabe querida, recebemos muitos famosos aqui – disse num sussurro proposital, fazendo Ana se aproximar –, e muitas fãs também, que vem na esperança de...

Ela engoliu uma saliva ácida e, batendo com a mão na bancada, comprou a briga com a recepcionista. O estalo foi baixo, mas o suficiente para horrorizar Margarete.

Nunca fora dessas tietes que perseguem famosos ou que ficam plantadas horas na fila em busca de uma foto ou um autógrafo. Nem mesmo o reconhecera na boate. Estava longe de ser uma entusiasta de Mark, pelo menos não no sentido em que a funcionária considerava.

_Não sou fã dele! – interrompeu com a voz corpulenta e o coração martelando de raiva com a petulância desnecessária da mulher. – Vou repetir: vim encontrá-lo para um brunch!

O sabor amargo da descrença alheia era algo difícil de se tolerar. Além disso, o calor do momento arrastou alguns olhares curiosos para a trama que se desenrolava na entrada do hotel. Talvez a primeira de muitas que viriam ao participar da vida do australiano. Ana virou-se, desculpando-se com um risinho aguado, assim que Margarete entortou as sobrancelhas.

Só queria fazer uma surpresa a ele, pensou num suspiro curto ao ver uma barreira levantando-se contra tal intenção. Encarando a recepcionista uma última vez, deu-se por vencida ao se afastar para trás. Até mesmo a chuva torrencial de antes admitia a derrota, recompondo-se, agora, numa garoa inofensiva.

Com os ponteiros torcendo contra ela, o relógio no centro do saguão acusava o avanço da hora. Então, a brasileira buscou na modernidade a alternativa restante. Ligar para Mark e acordá-lo ela própria, se é que ele se encontrava no hotel.

_Ana!

A voz aveludada invadiu a mente feminina, transbordando os neurônios em uma espécie de maremoto cerebral. Não apenas ela, como os mais próximos se viraram ao dono da entonação, numa busca inconsciente.

O australiano vestia uma calça jeans clara e uma camiseta manga longa. Os cabelos úmidos, parecendo mais escuros que na noite anterior. Apoiado num batente, com os braços cruzados, parecia assistir tudo de camarote.

Largando o celular na bolsa, a brasileira delatou uma porcentagem de alívio por sua presença. Ao vê-lo, negou qualquer equívoco que a razão pudesse lhe proporcionar. Impossível seria ignorar aquele sentimento que fervia cada célula do corpo. Ou negar o instinto quando a natureza a presenteava com algo sublime.

Entretanto, o olhar divertido de Mark sumiu, assim que percebeu um sorriso amarelo se aproximando.

_Está tudo bem? – quis saber ao notar um descompasso no abraço. – Eu perdi a hora, desculpe!

_Não é isso – disse desprendendo a cabeça do peito masculino para visualizá-lo melhor. – Foi só a recepcionista querendo atrasar minha vida.

Revelando o impasse com a funcionária, Ana deu de ombros, como se não fosse algo tão grave. Mesmo porque, deveriam ter várias "Anas" atrás dele.

Contudo, não deixou de rolar os olhos até a oponente. Sem que ele visse, investiu uma piscadela à mulher, certificando-se da própria vitória. Como cortesia, Margarete uniu as mãos, num gesto de desculpas.

A brasileira fez questão de beijá-lo, provando o sabor da conquista com o melhor dos troféus. Apesar de breve, o gesto ocupou a atenção dos fãs e das câmeras viradas a um só ponto.

_Bem vinda à fama, querida! – brincou o rapaz ao ver o público se deliciando com o cenário romântico. – Antes que eu esqueça, sou Mark Ashworth. E você?

_Ana Mazzaropi, senhor. – disse ao receber um beijo acalorado no dorso da mão.

_Italiano? – franziu a testa.

_Esperava algo mais "abrasileirado"? – Anuiu com a cabeça, achando divertida a dúvida dele.

_Na verdade não – contrapôs, ao alcançarem as primeiras mesas do restaurante. – Pensei em algo mais germânico.

A fisionomia da mulher o lembrava de alguns amigos suecos, mais amarelos que o próprio sol. Em sua curta estada no brasil, entretanto, pôde notar uma combinação interessante dentre os conterrâneos. Uma mistura de sobrenomes e genética que muitas vezes o surpreendia. Não havia um padrão a seguir como nesses países.

Caminharam de mãos dadas sem se importar com os olhares curiosos que arrastaram no percurso ao buffet

_Isso agrada a todos os paladares – disse, justificando a variedade de comida. Ele a envolvia pelas costas, tocando os lábios no pescoço exposto. – Por onde começamos?

Ana observou a fartura do balcão, concordando em silêncio. O toque suave desceu a coluna irradiando uma perturbação pelo corpo. Os pensamentos flagrados próximos a um abismo com o desejo em estarem num lugar mais acolhedor.

Reprimindo os sentimentos impulsivos desviou a atenção à sessão de frios. Quem sabe se se enfiasse entre os iogurtes, acalmasse o ânimo.

Avançando pelo buffet, o coração masculino acelerava com o rastro adocicado que ela deixava. Se remédio ou entorpecente, não soube explicar. O aroma do perfume, contudo, preenchia as lacunas da razão. E ele gostava disso.

Ao ouvir o som de um avião rasgando o céu da cidade, Mark voltou à realidade. Era a vez da passagem aérea ganhar destaque, amargurando os pensamentos do rapaz. O dia seguinte estava a um passo de distância.

Sentiu-se despreparado; ferido como um pássaro abatido e desnorteado. O destino, apesar de escrito, lutava contra as amarras impostas pela vida. Permanecer no Brasil era o item número um da lista. O dever em retornar, entretanto, o chamava numa ousadia desenfreada.

Salva dos pensamentos infelizes, a brasileira seguia a trajetória, entretida entre queijos e frutas. Não imaginava que uma comoção clandestina roubava seu afeto em pequenas dosagens.

Ao notar uma desarmonia no prato do australiano, encarou-o curiosa. Não estava certa, mas desejava ser apenas reflexo de um paladar perturbado.

_O que houve, lindo? – quis saber Ana após se abancarem numa mesa bem iluminada. – Você estava radiante minutos atrás!

Ela acariciou as mãos masculinas e constatou um olhar furtivo, tentando livrar-se das emoções pela janela ao lado. Vagueando a mesa, Mark subindo a vista até encontrar o rosto curioso a frente. Lotado de angústia, nada fez a não ser oferecer uma feição penosa como recompensa.

O silêncio de instantes bastou para que ela compreendesse a seriedade do estado de espírito que o envolvia. A lembrança da viagem inadiável arruinara seu apetite. O que explicava os itens estranhos que compunham o prato.

O rapaz não disfarçava o descaso com a comida. Remexia os pedaços de queijo tofu com o garfo, sem interesse em experimentá-los. Degustava, sim, o tormento de uma futura ausência, deduzindo o prato principal numa saudade delirante.

Um gosto amargo nasceria da combinação dos ingredientes, transformando sua alma prisioneira das provações das semanas seguintes. Respirar seria sufocante. No mundo caótico, ao qual mergulharia, congelar seria a solução ideal.

_Não quero te deixar – admitiu num só suspiro. – Mas preciso retornar à Califórnia.

Sem joguinhos, sem trapaça; simplesmente a queria perto, entre seus desejos mais íntimos. O sentimento, inédito a ele, se apresentava da forma mais impiedosa possível. Deixá-la seria como se parte sua fosse arrancada e trancafiada a quilômetros de distância.

Mark reconhecia o fim do cárcere injusto que a vida lhe impunha, quando a segurasse outra vez, em solo americano.

Ana se levantou, fazendo barulho com a cadeira ao arrastá-la. Acompanhada pelo rapaz e mais uma porção de pares curiosos, sentou-se ao seu lado. Acariciando o rosto dolorido, puxou-o em sua direção. E, sem se privar da tentação, o beijou.

As dúvidas anteriores se evaporaram, irrisórias, com o depoimento sincero do australiano. A segurança do alvorecer amoroso era o toque final para seguir com as turbulências do futuro.

_Estarei contigo em breve – informou, protegendo-o com os braços. – Nos veremos todos os dias até lá!

A voz especial nutriu esperanças de um futuro promissor. Um conforto necessário ao coração do rapaz que se espelhou numa feição relaxada. Nunca pensara, entretanto, que partiria dela o alicerce da relação, pelo menos àquele momento. Quando o conhecera, aparentava seguro de si, principalmente na boate. Agora se enquadrava como um adolescente vivendo seu primeiro amor de verão.

O medo em danificar o broto de amor com a distância era real e castigava o espírito de Mark. Identificando tal sentimento Ana se viu presenteada pelo universo. Ele era a prova clara e direta de quão sensível e humano o sexo oposto poderia ser.

Não se tratava da regra, dos amores difíceis, conflituosos e egoístas. O australiano era a exceção, de um afeto simples, íntegro e esplêndido.

Após o brunch revelador, o casal decidiu aproveitar o resto do dia passeando pela cidade. Abandonaram o hotel sob olhares interessados, por vezes beirando ao ganancioso. Não se importaram com os modos alheios, pois os corações batiam em uníssono. Eram almas gêmeas descobrindo-se abertamente.

Até mesmo o clima estimou a conquista de ambos no último dia. Ao pé da escada do saguão de entrada, observaram a chuva dispersar, cedendo espaço para que os raios de sol aquecessem os corpos apaixonados.

_Há um passeio muito legal que podemos fazer, já que o tempo melhorou! – sugeriu Ana, cuidando dos degraus ao descer, embora Mark estivesse ligeiramente a sua frente. – Um ônibus turístico que nos levará a vários locais da cidade.

_Você dá as cartas, querida! – concordou com o braço atrelado à cintura fina. – A partir de hoje você é a minha estrela guia!

Ela o provocou com uma feição travessa, em meio aos poucos transeuntes da calçada. Em silêncio, caminharam até um ponto próximo para embarcar na aventura motorizada.

Aos poucos, o australiano se revelava uma mistura de conquistador e romântico nato, oferecendo a ela um sentimento tão transparente quanto o ar. Algo pelo qual buscou sem sucesso, por anos e que agora, num momento ímpar de sua vida, encontrara.

Sentia-se acolhida por ele, pois nutriam-se um ao outro, em sorrisos, gentilezas, sinceridade e proteção. Ao mesmo tempo em que ele era um refúgio, não deixava de ser seu exilado, também necessitando de cuidado e atenção.

A vida, enfim, engatava num ritmo agradável, encaixando-se como luva à presença de Mark. Cada decisão, cada erro e acerto tomado fazia sentido a ela.

A razão se mesclava com a intuição numa disputa sem limite. Estavam na Terra para se eternizarem no amor e ambos sabiam que o sentimento imortal os guiaria rumo ao desconhecido.

Seriam eles contra o mundo, ao menos era assim que se sentiam àquele instante.

Amanhã é o dia. Como ficaram os corações apaixonados💘 com a partida✈😥?

Acompanhe o destino do casal no próximo capítulo.




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