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Capitulo 22

BRUNNA NARRANDO:

Eu dou gole naquele drink e tenho vontade de cuspir. Agora lembrei porque odeio bebida alcoólica haha.

- Quer, miga? - eu ofereço à Juliana.

- Credo, nem vem que não tem. - ela ri.

- O que eu faço então?

- Vai no bar e dá para os moços que estão lá.

- Odeio desperdiçar as coisas, mas vou lá então. Só vou tomar mais um pouquinho, pelo menos até a metade.

Ela me fala um "tchau" e diz que vai me esperar ali.

Eu vou até o bar e entrego para um barman.

- Desculpa não ter tomado! - eu falo sorrindo.

- Sem problemas! Você quer alguma coisa? - ele me diz simpático.

- Pode ser um suco de laranja! - ele me entrega um copo - muito obrigada!

- Não por isso, senhorita!

Eu sorrio e me afasto. Ao dar alguns passos, Ludmilla aparece na minha frente.

- E aí, Brunna? Tomando um suquinho?

Que coisa mais aleatória de se falar para a ex, eu penso. Eu rio, acho que aquela bebida tá fazendo alguma coisa comigo.

- Sim, tô tomando um suquinho. - eu falo rindo.

- Quem é você e o que fez com a Brunna? - eu fico sem entender e ela continua - você está sendo simpática comigo, está até sorrindo.

Eu fecho a cara:

- Não tava sorrindo pra você, idiota. Tava sorrindo porque meu suco está bom.

- Ok, ok. Vou fingir que acredito. Que tal irmos dançar?

- Dançar o que mulher? Não tá vendo que eu tô ocupada?

- Ocupada?

- Tô tomando meu suco, tchau.

Eu viro e vou embora, escuto ela rir e acabo rindo também, foi uma situação engraçada, admito.

- Demorou hein, Brunna! - Juliana diz quando eu me aproximo dela.

- Nem te conto...

Eu falo toda a situação com Ludmilla e ela só fica rindo.

- Ai Bru, por que você continua se forçando a ficar longe dela? - ela me pergunta séria.

- Não sei...

- Você fica se prendendo, daqui a pouco você vai perder ela. Se você gosta dela e ela de você, por quê não?

- Eu não posso, entendeu? Não é tão simples. Ela me deixou, não posso correr pra ela de novo.

- Eu entendo, mas não quero você assim.

- Eu tô bem, amiga. Fica tranquila! - eu sorrio.

- Vamos dançar?

Eu concordo e nós vamos para o meio da pista.

- Onde está a Marta? - pergunto.

- Ela foi conversar com uns amigos.

- Ata, entendi!

// Quebra de tempo //

Agora são 4 da manhã, estamos todos na parte de fora da casa dançando e esperando o sol nascer.

Eu estou me divertindo muito, muito mesmo.

Fiz duas amigas, a Rachel e a Kelly, a Rachel é namorada de uma jogadora e a Kelly irmã.

Elas são muito loucas e divertidas. Nós estamos dançando ao som de muitas músicas animadas, enquanto Juliana e Marta ficaram na parte de dentro sentados, pois Juliana está bem cansada.

De repente meu celular toca. Quem será que liga as quatro e quinze da manhã? É a Juliana.

- Oi Brunna, consegue me ouvir? - escuto sua voz abafada pelos gritos e música da festa.

- Oi miga, sim! - eu grito.

- Cadê você?

- Aqui fora, perto do bar externo.

- Vou ir aí, ok?

- Ok!

Depois de uns cinco minutos, Juliana e Marta chegam até mim e Marta fala:

- Bru, nós vamos para casa, a Juliana está bem cansada.

- Ok, então vamos. - eu digo, meio triste por ter que ir embora.

- Não miga, você fica! Aproveita a festa! - Ainê fala sorrindo.

- Certeza?

- Sim! - eles falam.

Eu me despeço das mesmas e volto pro lugar onde minhas amigas estão.

Nós voltamos a dançar e nos divertir.

Eu já nem sei de nada. Eu nunca fiquei acordada até mais do que as 3 horas da manhã.

Agora são 4:40 e eu estou louquinha hahaha. E olha que só tomei suco, depois daquele drink horroroso.

Nós continuamos dançando por mais uma hora.

De repente aparece o primeiro raio de sol. Que coisa mais linda!

Eu falo para as meninas que vou ir mais perto do rio, pois tem muita gente na minha frente e não consigo ver muito bem.

Eu me aproximo do rio e olho para o horizonte.

- Que maravilhoso! - eu exclamo sozinha.

- Quer ter uma visão privilegiada? - Ludmilla surge do meu lado e diz.

Eu me preparo para negar mas ele fala:

- Vamos Brunna, eu não mordo. Não vou fazer nada.

- Ok então.

Ela pega minha mão e começa a correr no meio da multidão.

- Calma! Vai mais devagar. Eu estou de salto! - eu falo, mas na verdade estou me divertindo.

Nós entramos na casa e subimos várias escadas, até chegar em um terraço enorme, onde tem bastante gente.

- Vamos mais para frente. - ela diz me puxando para perto das grades da sacada.

- Obrigada por me trazer aqui. - eu falo envergonhada.

O céu está tão lindo.

- Que coisa mais linda! - eu falo sorrindo.

- Não mais lindo do que o seu sorriso. Eu te amo, Brunna. - Ludmilla fala do nada, se aproximando de mim.

Nós nos beijamos e por incrível que pareça, me sinto feliz, completa.

De repente a música acaba e começa outra.

Mas não é outra qualquer, é Let Me Love You.

Ela para de me beijar e diz:

- Nossa música! - e então volta a me beijar.

Eu nem acredito que ela lembra disso, eu pensava que só eu lembrava...

Nós nos beijamos até a música acabar, e quando começa a outra, eu percebo o que estou fazendo.

Eu saio dos braços dela e corro para a saída.

Eu vou embora da casa, correndo sem me importar com nada. Quando chego na parte de fora vejo que Ludmilla está na porta me chamando.

Eu o ignoro e continuo correndo, até me afastar algumas ruas, onde ligo para um táxi.

Assim volto para casa de Marta, chorando e pensando se acabei de cometer o maior erro da minha vida.

Mas não sei em que parte errei: beijar Ludmilla, ou ter deixado de beijá- la.

Eu entro na casa e corro para o quarto, onde não encontro Juliana, que bom. Então deito na cama e choro.

Preciso pensar no que fazer.

LUDMILLA NARRANDO:

A festa estava correndo completamente bem. Até chegar no final.

Eu tinha levado Brunna para o terraço, e nós acabamos nos beijando. Eu pensei que tudo ia voltar a ser como antes, porém de repente ela me solta e sai correndo.

Agora estou na minha casa, completamente confusa com o que aconteceu.

Não sei o que fazer.

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