Capitulo 18
LUDMILLA NARRANDO:
Agora são 8:25, faltam 5 minutos para o treino começar, falta só mais aquela chata da Marta e outra menina lá chegar.
Eu quero logo que comece, estou muito animada!
Finalmente avisto o carro de Marta, um Audi R8, igual o meu por sinal (até nisso ela me copia), estacionar.
Ela desce do carro e outra pessoa também. Não consigo identificar quem é, pois está longe, mas sinto uma coisa estranha, uma tensão percorrer meu corpo.
Marta e a tal mulher (acho que é uma namorada) se aproximam, assim posso identificar quem é a "sortuda".
Quando a vejo, fico sem reação. Brunna Gonçalves . Minha Brunna. Não idiota, ela não é sua. Nunca foi. Brunna é uma mulher livre. Que pensamento mais idiota.
Marta comprimenta a todos com um aceno.
- Oi pessoal! Eu sou a Brunna e hoje vim assistir ao treino, posso? - Brunna diz.
Nosso técnico, Thomas concorda, afinal, sempre vem gente assistir. Hoje não é diferente, temos uma pequena "plateia" sentada na primeira fila das arquibancadas.
Brunna fala uma coisa pra Marta (não sei o que, e nem quero saber) e vai sentar com as pessoas nas arquibancadas.
Eu estou furiosa. Agora é oficial, a retardada da Marta assumiu meu lugar.
Ah, mas isso não vai ficar assim. Vou mostrar pra todo mundo que é o bom.
Hoje vou fazer tantos gols que a Brunna vai ficar impressionada. Não vou passar a bola pra ninguém, sempre que tiver a oportunidade vou chutar pro gol.
Mas aí lembro que a Brunna sempre reclamava que eu era muito fominha e isso prejudicava o time. Ela sempre reclamava quando eu errava os gols, porque não passava a bola.
Eu vou seguir o conselho que Rafa me deu há um tempo atrás: conquistar a Bruna fazendo coisas que ela iria admirar.
Hoje eu vou passar a bola sempre que tiver oportunidade, não vou mais ser aquela fominha que só pensa em mim.
A Brunna vai perceber isso claramente.
- Pessoal vamos separar os times - fala meu técnico.
Eu sou do time 1, com a Marta. Que droga. Vou ter que passar a bola para ela.
Tudo bem. Tudo pela Brunna.
O Thomas apita (ele sempre é o juiz nos treinos) e começamos a jogar.
Eu consigo driblar vários jogadores e tenho uma ótima chance de gol. Avisto que Marta está na esquerda, também com chance de gol.
Passo a bola para ela, cumprindo minha promessa. Ela erra. Eu respiro fundo e não me estresso.
Isso acontece umas 4 vezes, eu passo e ela erra.
De repente o contrário acontece: Marta chega perto do gol, eu estou pronto para receber a bola e marcar.
Ela olha pra mim e simplesmente chuta a bola na goleira, me ignorando completamente. Ela erra.
Meu sangue ferve e não consigo mais me controlar:
- Poxa Marta. Tem problema comigo? Pra que nunca passa a bola? Isso aqui é treino, mas se for assim no jogo tu não vai me passar? Tá doida? - eu falo gritando com essa idiota.
- Quem tá doida é você meu. É só um treino. Para de levar qualquer coisa pro coração. O mundo não gira em torno de ti. - ela me diz cínica.
- Você tá me provocando. Olhou pra mim e não passou a bola. - eu falo indo na direção dela.
- Vai me bater?
- Parem com isso, crianças. - Thomas fala, parecendo se divertir com a situação. - tão achando que isso aqui é pré escola? Quinze minutos de intervalo, pessoal. Vê se se acalmem vocês dois.
Eu saio e vou para o vestiário, completamente irritado. Decido ligar para o Marcos, ela sempre me ajuda.
- Oi maninha. Tudo bem? Aconteceu alguma coisa pra você me ligar agora?
- Oi Marcos. Tudo péssimo. Sim, aconteceu. Tô aqui no treino, tá no intervalo e você nem sabe quem apareceu junto com Marta...
- A Brunna?
- Como você sabe?
- Bom, digamos que encontrei ela no aeroporto vindo para cá... Ela me contou que estava visitando a Marta.
- Não acredito. Por que você não me contou?
- Eu não queria te chatear. Não fica brava comigo.
- Não acredito. Marcos, você é meu irmão. Meu melhor amigo. Por que não me contou? Não tô te entendendo.
- Eu já disse, não queria te chatear.
- Mas chateou. Muito mais do que se tivesse contado logo. - eu falo segurando as lágrimas.
-Ludmilla, não desli...
Eu desligo o celular, não quero mais falar com ninguém. Vou voltar naquele campo e mostrar quem eu sou: um craque que não precisa de ninguém sentindo pena.
O jogo continua, eu consigo marcar cinco, sim, cinco gols. Nosso time ganha.
- Boa Ludmilla! - muitos colegas me comprimentam.
Eu agradeço e me despeço de todos. Estou sem cabeça pra falar com ninguém.
Eu volto pra casa e vou para o meu quarto.
BRUNNA NARRANDO:
Quando eu vejo Ludmilla, meu coração acelera, minhas mãos suam e minhas pernas tremem. Ela está tão lindo.
Ninguém pode perceber essa minha recaída, então falo que vim assistir ao treino e me sento junto com a mini plateia nas arquibancadas.
O jogo começa e fico chocada como Ludmilla está diferente.
Quando namorávamos ela era tão fominha, eu sempre a xingava por isso, mas hoje ela está passando muito a bola. Até demais, pois ela passa pra Marta e ela sempre erra o gol.
De repente, acontece uma coisa que não entendo direito, e Ludmilla e Marta começam a discutir.
- Nossa, a Ludmilla está super certa. Essa Marta parece que se acha. - fala uma moça ao meu lado.
Eu sem entender nada pergunto o que aconteceu. Ela me responde:
-Ludmilla sempre passa a bola para ela, mas ela teve a chance de jogar para Ludmilla e não passou. Chutou pro gol e errou. Uma idiota, né?
- Nossa, que estranho...
Dessa vez preciso admitir que Ludmilla está até certo em brigar com Marta, ela foi um pouco infantil. Mas é só um treino, então não precisa desse drama todo.
// Quebra de tempo //
O treino acabou, agora estamos no carro de Marta, voltando para sua casa.
- Que treino, hein! - ela me diz.
- Sim! Uma loucura! - eu rio.
Eu resolvo não tocar na "briga" com Ludmilla e ela também não.
Nós chegamos em casa, ela vai para o seu quarto tomar banho e eu vou na cozinha conversar com Nora.
LUDMILLA NARRANDO:
Agora são 21 horas. Depois de pensar muito eu resolvi ligar para Marcos. Ele me pediu mil desculpas. Eu disse que não tinha problema, a culpa não era dele e também me desculpei.
Eu perguntei o que podia fazer para agradar Bruna e ele me deu uma ideia maravilhosa.
Eu termino de fechar o último botão da minha camisa e vou em direção à garagem. Entro no meu carro e dou partida.
Em alguns minutos chego ao meu destino. Estou nervosa, mando uma mensagem para Marcos.
Eu desligo o celular e toco a campainha daquela casa.
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