Capítulo seis
Jeferson narrando
A noite se iniciou e eu tenho um baile de máscaras para ir. Não lembro bem quando foi a última vez que fui a uma festa, pois eu não gosto muito de música alta e prefiro ir para lugares calmos.
A diferença é que dessa vez vou para um baile e não sei o que posso esperar disso. Porém, eu tento pensar positivo para que o baile de máscaras não seja uma chatisse. Talvez eu só esteja fazendo tempestade em um copo de água.
Augusto comemorou quando eu liguei só para dizer que decidi ir e não comentei da ligação dele para minha mãe. Meus outros amigos vão estar no baile e talvez assim eu consiga me distrair um pouco, pois eu ainda não esqueci dos sonhos estranhos que tive. Não sei se são lembranças ou apenas umas coisas da minha cabeça.
O meu amigo, Augusto, não sabe socializar direito com pessoas que não conhece e isso o prejudica muito. Tudo começou na infância dele e o problema que eu tive foi quase igual o que ele passou na escola.
Uma curiosidade entre eu e ele é que nos conhecemos na infância.
Eu conheci o Augusto quando tinha 10 anos e ele sempre foi muito tímido com as pessoas que não conhecia. O meu primeiro amigo verdadeiro foi ele, nos conhecemos na escola e desde esse dia não deixamos mais de ser amigos.
Depois que eu me afastei daqueles meus antigos amigos na infância fiquei triste, bem solitário, mas os meus pais me ajudaram a não desanimar. Foi com eles que tive mais coragem para tentar fazer novos amigos e saber escolher as pessoas que valhiam a pena. Assim eu acabei conhecendo ele.
Augusto foi quem ficou do meu lado me ajudando, brincamos, ensinei ele a jogar de bola e a nossa amizade continuou. Eu não consigo lembrar de muita coisa que aconteceu antes dessa minha mudança na infância e só lembro mesmo do Augusto.
Quem eram os meus amigos falsos? Eu não sei mesmo.
Ele tem facilidade em fazer amizade com pessoas através de uma tela de celular. Por isso vive jogando e acho que assim ele se sente bem enquanto conversa com gente que nem conhece. Comigo e com os nossos outros amigos ele não tem dificuldade, pois já conhece todos nós.
A mãe dele foi para um restaurante e por isso pôde ir nos deixar no baile. Acho legal o jeito como ele trata a mãe e meu amigo é meio carente por não ter seu pai presente.
Eu já percebi isso e parece que ele sente um pouco de ciúmes do tal de Diego, o seu meio irmão, por o mesmo ter toda a atenção e ser mimado pelo pai deles. Essa situação deve ser complicada e não consigo me ver passando por algo parecido.
A mãe dele deixou a gente no salão de festas e deve ter ido para o restaurante. Faz um pouco de tempo que chegamos a esse lugar. Está linda a decoração no salão de festas, é um lugar enorme, tudo parece ter sido feito com muita atenção e pensado muito tempo antes de acontecer o baile. Eu posso dizer que isso me surpreendeu.
Não sou um cara festeiro, baladeiro e nem gosto de assistir a shows. Sou bem simples, calmo e sempre gostei do meu jeito de viver a vida. Não me aproveito dos meus pais para curtir e agir como um filhinho de papai não vai me ajudar em nada.
Algumas pessoas estão dançando,mas a maioria está apenas conversando ao som da música que está tocando. Eu preferi só ficar no meu canto, quieto ou com meus amigos, pois assim é melhor para mim. Até porque estou aqui por vontade própria e não quero me arrepender de ter decidido vir a esse baile.
Aqui só conheço meus amigos e ninguém mais. Estou comendo cupcake enquanto eu converso com ele,mas de repente o tal do Diego aparece e está querendo falar com o seu meio irmão, Augusto. Só de olhar para a cara dele sinto um pouco de raiva. Vejamos bem ele nunca brigou comigo certo? Afinal eu não sou de brigar e muito menos com pessoas como esse cara.
O motivo para mim ter raiva desse cara é por causa do jeito dele de ser. É só mais um filhinho de papai mimado e tem coragem de esfregar na cara do Augusto que ele tem sorte somente por ter os pais juntos. É isso mesmo. Diego implica com Augusto,porém isso é normal só que agora acho errado o Diego ficar se achando por ter pais que não estão separados.
Ele sabe bem que o pai deles é o mesmo, mas não faz ideia do que meu amigo sofreu no tempo da separação dos pais dele. Augusto era apenas uma criança de 4 anos quando seus pais se separaram e com pouquíssimo tempo sua mãe ficou sabendo que o seu ex marido estava casado com outra mulher.
Deixe eu lhes explicar melhor. Ninguém até então sabia, porém o pai do Augusto já traia a mãe dele bem antes da separação. Danilo, pai dele, já tinha uma outra mulher que era sua amante. Ele fingia ir trabalhar e na verdade sempre ia para casa da tal mulher. Dessa relação com a amante foi que nasceu Diego.O desgraçado ainda teve coragem de continuar a relação dele com a amante mesmo depois do nascimento do seu outro filho.
O final da história vocês já devem saber. O relacionamento da mãe do meu amigo com o pai dele estava meio ruim e eles logo se separaram causando assim mudanças na vida do Augusto. Eu sei de todas essas coisas porque ele mesmo me contou, pois sua mãe nunca quis esconder as coisas do filho e esperou ele crescer para contar.
Como a mãe soube da traição daquele seu ex marido? Essa história é ainda mais difícil. Os vizinhos deles eram fofoqueiros e infelizmente temos pessoas assim sempre perto de nós querendo ou não. Esses certos vizinhos parece que ficavam observando as saídas do senhor/desgraçado/pai chamado Danilo e quando o casal se separou logo os vizinhos dela resolveram conversar com ela e colocaram dúvidas em sua cabeça.
Eles começaram a fazê-la pensar que seu ex marido estivesse a traindo e não é que esses vizinhos estavam certos? Foi questão de tempo para a verdade aparecer e enfim ela descobriu. Um dia tia Glória, a mãe dele, estava no ponto de ônibus quando acabou avistando de longe o tal do Danilo, mas ele vinha andando com uma mulher.
A questão é que o casal estava de mãos dadas e apareceu um garotinho correndo na direção deles. Isso foi do outro lado da rua e quem conseguia ver toda a cena era quem estivesse nesse ponto de ônibus como a tia Glória.
O garotinho era um pouco maior que o Augusto, mas não sei a idade dele. O pai do meu amigo pegou o garoto e logo começou a fazer cócegas nele. Os dois sorriam muito e a mulher somente os observava. Logo ele gritou em alto e bom som, pois muitos ali escutaram. Danilo gritou feliz dizendo que amava muito o seu filho.
Imaginem como deve ter sido difícil para tia Glória observar essa cena. Ela deve ter sofrido muito. Nesse momento ela parece ter sentido que algo estava errado. Sentiu como se fosse algum pressentimento. Era como se ela pudesse sentir que o garoto era o filho do seu ex. Filho dele mesmo.
Foi questão de tempo para a verdade vir a tona e essa "fofoca" dos vizinhos logo se tornou verdade, pois havia mesmo tido a traição. O que ninguém esperava era que ele tivesse engravidado a amante. Isso foi uma surpresa para todos e mais um motivo para os vizinhos comentarem. Tia Glória foi muito sofredora e tenho pena dela porque passou por tanta coisa e continua firme.
Foi difícil para meu amigo receber essa notícia de que tinha um irmão e ainda pior foi dele saber que nunca mais veria os seus pais juntos novamente. Ele era uma criança apenas e não entendia as coisas direito. Esse foi um dos motivos para que ele logo se distanciasse das pessoas na escolinha e isso o prejudicou muito. Augusto preferiu sofrer sozinho nesse tempo.
O Diego tem tudo que o Augusto não tem e ainda mais o filhinho de papai é popular.Agora vocês sabem um pouco da parte da história da família Ferreira, porque esse é o sobrenome deles. Por isso eu não aprovo ver o Diego esfregar na cara do Augusto isso dele ter família e meu amigo não. Acho muito errado o filhinho de papai fazer isso logo com seu meio irmão. Eles deveriam ser unidos, mas até eu não iria conseguir estar bem perto desse cara.
Diego interrompe nossa conversa e diz que quer falar com seu meio irmão. Contra sua vontade ele decide ir, porém não ficam muito distantes de mim e consigo escutar a conversa deles.
— Sabe o que é, irmão? — ele diz sorrindo forçado —Eu prometi que iria te apresentar as minhas amigas e elas estão aqui.
— Eu estou bem com meus amigos — diz e eu percebo sua voz ficar meio tensa — Não preciso conhecer mais pessoas. Aliás o seu baile de máscaras está muito bom.
— Obrigado — ele dá tapinhas nas costas de Augusto — Quero muito que você faça novos amigos. Assim quem sabe perca esse medo de socializar. Pensa melhor ok? Eu vou estar te ajudando com isso e sem querer me gabar, mas minhas amigas são muito gatas e querem te conhecer.
— Tira a mão ok?— ele diz tirando a mão do Diego do seu ombro — Não tenho medo de socializar. De onde tirou isso?
— Eu te conheço, irmão — sorri e balança a cabeça — Agora vamos logo que eu preciso receber as pessoas no meu baile — ele enfatiza bem as últimas palavras — Eu sei que você precisa conhecer novas pessoas e esquecer os jogos eletrônicos. Pode trazer seu amigo nerd também.
Ele se refere a mim como se eu nem se quer importasse muito. Quando eu logo me aproximo deles bato a mão forte nas costas de Diego e faço isso de propósito. O filhinho de papai me olha meio assustado e observo ele cerrar o punho, porém não faz nada.Somente respira fundo e sai andando como se nada tivesse acontecido.
No caminho Diego cumprimenta algumas pessoas. Ele tem pose de líder. É como se pudesse liderar tudo e todos. Eu acho uma tremenda besteira só que todos parecem levar isso a sério.
Depois de andarmos por quase todo esse salão nos aproximamos de duas garotas. Elas são lindas mesmo e chamam atenção,mas principalmente a que está de vestido azul.
— Belas moças —Diego diz ao se aproximar delas— Esse é o Augusto, meu meio irmão, aquele ali é o Jeferson que é o amigo dele —aponta para mim e nem olha na minha cara — E essas são minhas amigas, Jade e Yasmin.
A garota de vestido azul é a Jade e a outra de vestido preto com dourado é a Yasmin. Jade logo fala com meu amigo e me exclui totalmente. Ela parece nem perceber minha existência e só olha para o Augusto. Acho que ele deve estar sem graça pelo jeito que essa garota o olha. Eu me seguro para não rir.
Passamos um momento em silêncio, mas a outra garota logo fala com a gente e sorri. Nos aproximamos delas. Augusto está meio tenso e logo beija a bochecha de Jade. Beijo a bochecha de Yasmin também e me afasto. Jade continua olhando para ele com uma cara boba e é engraçado. Gus, apelido dele, arrassando corações.
— Agora vou atender os meus convidados — Diego sai de perto da gente.
Silêncio novamente. Não sabemos o que dizer ou como iniciar um diálogo. Olho para Yasmin e ela está observando a gente. As máscaras delas parecem trazer um certo ar de mistério. Decido encarar Yasmin, pois é a única que não está hiptonizada.
O silêncio é quebrado e eu agradeço por isso. Yasmin pergunta se o gato mordeu a língua da gente e isso me faz sorrir. É essa garota parece ser legal. Dizem as pessoas que as primeiras impressões são as que ficam. O que penso delas é que Jade é uma menina delicada, bonitinha e chama atenção por onde passa por causa da sua beleza.
Yasmin parece ser mais solta como se não tivesse vergonha de nada e ainda acho ela muito bonita. O que ela diz a seguir é que finalmente conheceu o Augusto e ele resolve dizer alguma coisa. Jade sorri para a gente e não está mais hipnotizada.
Ele pergunta rapidamente se elas querem dançar e Jade logo puxa Yasmin pelo braço. Elas se distanciam um pouco e conversam baixinho. Imagino o que elas podem estar conversando para ter nos deixado aqui. Elas voltam e logo Jade aceita dançar com o Augusto.Eu não aguento e começo a sorrir olhando para eles enquanto dançam.
Começo a puxar conversa com a garota e pergunto a quanto tempo ela conhece o Diego e ela me responde que faz dois anos. Yasmin se solta um pouco ao falar comigo e conseguimos ter uma conversa legal. Até diz que achou meu amigo legal, mas eu sei que ela deve ter dito isso somente por gentileza ou por outra coisa. Eu digo logo a verdade que ele é tímido com as pessoas que não conhece e isso deve ter a surpreendido.
— Está gostando do baile? —pergunta e de repente alguém a empurra sem querer e ela se esbarra em mim. Eu a seguro, mas ela pega nas minhas mãos rapidamente.
Nos olhamos nesse momento e eu não sei o que acontece, mas sinto como se eu já tivesse visto esse olhar antes. Os seus olhos são a coisa mais linda que eu já vi. Não sei identificar essa cor direito. Parecem castanho esverdeados.
Os olhos dela me encaram, está confusa assim como eu e algo me diz que conheço mesmo seu olhar. Ela parece estar em um transe assim como eu e nos continuamos nos olhando.
Que sensação boa e estranha senti, mas ela rapidamente solta as minhas mãos e sai de seu transe. Eu balanço a cabeça e decido perguntar se ela quer dançar só que nós dois perguntamos isso juntos. Decidimos ir e eu percebo que ela não sabe dançar bem músicas lentas. Eu tento acompanhar o seu ritmo.
Nós dançamos olhando um no olho do outro e está sendo mágico tudo isso. Ela acaba confessando para mim que adora tudo o que é festa. Parece que só existe a gente dançando, mas logo a música para e somos obrigados a terminar a dança.
Depois de ficarmos parados mesmo sem dançarmos acabamos percebendo que só havia nós ali olhando um para o outro e sorrimos sem graça. Ela se afasta de mim, eu a sigo, se aproxima da mesa e pega um whisky e eu pego um refrigerante.
Yasmin sorri para mim e eu ainda encaro ela e os seus olhos.Ela me pede para falar de mim e eu digo a verdade sem mentiras, mas decido brincar um pouco para descontrair por causa do que senti ao pegar nas mãos dela.
Eu pergunto uma pergunta besta, fico somente me gabando por ser bonito e invento que tem várias garotas atrás de mim.
Eu a olho sorrindo esperando ela levar na brincadeira,mas não é o que acontece. Ela me olha com um olhar diferente e parece estar com raiva. Yasmin me chama de convencido, eu peço para ela ter calma e tento consertar a besteira que fiz.
Pego nos braços dela, mas ela se afasta com raiva e logo me diz que odeia pessoas convencidas como eu. Termina de beber o restante do whisky.
— Não se atreva a me seguir — diz com o olhar mortal e até me assustei um pouco. Sai andando com raiva sumindo por toda a multidão de pessoas.
Eu fico sozinho tentando entender o motivo para ela ter ficado com tanta raiva. Será que é só por odiar pessoas assim que se acham? Ou tem outro motivo? Passo muito tempo parado no meio das pessoas só pensando e se me olharem de longe podem pensar que eu bebi, estou tonto ou que estou bem longe. Meu corpo no baile de máscaras, mas os pensamentos estão na garota.
Não posso deixar de me culpar pelo que eu fiz e sinto que estraguei tudo. Estraguei o clima, a dança perfeita, nossa química e os poucos momentos que passei com ela nesse baile.
Que besteira minha brincar com algo só para descontrair. Eu podia ter ficado quieto e assim ainda estaria conversando com ela. Gostei de ter a conhecido e me senti bem com ela. Nossa dança foi como se fôssemos um casal que acabou de sair de um filme de conto de fadas. Foi mágico. Preciso conhecer melhor essa garota.
Passo a mão no rosto depois de um longo tempo. Tenho impressão de que deve ter acontecido bastante coisa nesse momento que fiquei no mundo da lua. Rapidamente eu tiro a máscara e suspiro. Quando olho para o lado vejo uma garota loira me olhando.
Assim que percebe que eu a peguei no flagra não se imtimida e pisca o olho para mim.Ela está sem a máscara e seu vestido é colado ao corpo. Sorrio para ela, mas algo me impede de me aproximar dela e decido ir procurar o Augusto.
Ando pela multidão de pessoas e não o encontro mais. Onde será que ele pode estar? Continuo andando até que acabo percebendo um casal que está se beijando.
Quando olho na direção deles vejo que é ninguém mais e ninguém menos que a Yasmin. A pouco eu que conversava com a garota e agora ja está com outro cara? Jeff, Jeff deve ter acontecido muita coisa no momento que você ficou parado feito um bobo.
Você pensando na garota enquanto ela não quis saber e foi curtir. Aqui é uma festa, pessoal está se divertindo, ficando, bebendo ou só paquerando. Por isso prefiro ficar em casa. Assim talvez não me decepcione com nada e nem corro risco de conhecer novas pessoas. Se eu tivesse ficado no meu canto também não correria o risco de ter a conhecido.
Ela está se beijando com um cara que eu nunca vi na vida. Eu suspiro com a cena e estou meio entediado. Decido voltar para onde estava antes e me aproximo da loira.
Eu a convido para dançar e ela aceita com um sorriso. Fomos para o meio dos casais e por incrível que pareça ficamos bem perto da Yasmin e do cara. Eu e ela começamos a dançar. Ela encosta a cabeça no meu ombro e ficamos bem próximos na dança.
As vezes sinto ela mexer um pouco a cabeça e parece estar cheirando o meu pescoço. Eu sorrio e a faço olhar para mim. Quando olho na direção da Yasmin vejo de novo ela beijando aquele cara e eu não sei o que sinto direito com essa cena.
Por impulso eu beijo a garota loira depois de ver eles se beijando. Tento aprofundar o nosso beijo, mas ela para e me empurra um pouco.Eu caio na real e finalmente percebo o que fiz. Por que beijei ela?
— O que pensa que está fazendo? — a loira grita irritada — Eu aceitei dançar e não foi para ficarmos. Se você tentar outra dessas gracinhas eu juro que te deixo aqui.
— Eu não sei o que aconteceu comigo — me desculpo ainda confuso — Você é bem bonita sabia? Talvez tenha sido sua beleza que mexeu comigo gata. Vamos dançar — eu termino de falar e que desculpa mais besta foi essa?
Meu jeito de falar não parecia nem eu e era como se tivessem me substituído por outro garoto. Minha atitude de beijar essa garota que nem conheço somente porque acabei vendo o beijo da Yasmin com esse cara. Por que agi assim? Se isso for ciúmes eu vou negar até a morte.
Posso estar exagerando, porém eu sentir ciúmes dessa garota que eu nem conheço é meio estranho. O momento que eu e ela dançamos ficou para trás, a dança como em um conto de fadas passou e fui eu que estraguei tudo. Continuo dançando com a garota e tento esquecer isso tudo que aconteceu. Agora me arrependo de ter vindo a esse baile, mas pelo menos eu sai de casa para me distrair um pouco.
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