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Capítulo doze

Triste a vida da personagem Analu e...se preparem para esse Capítulo. Antes de tudo deixar claro aqui:
Eu NÃO sou a favor do BULLYING E NEM APOIO SUICÍDIO. Esses temas estão no Livro, porque fazem parte da vida real. Analu vai crescer como personagem e muita coisa vai acontecer.
As pessoas que são sensíveis, ou que sofrem bullying... Sinto muito. E se sentirem incomodadas em algum Capítulo da Analu... Então podem pular o Capítulo. Sintam-se a vontade.

Analu narrando

  Eu não sou bonita. Sei disso. Eu não sou nada. Cheguei a essa conclusão a muito tempo. Digo com todas as palavras.

   Me chamo Analu. A esquisita, fracassada, garota suja ou melhor dizendo podem me chamar de Garibalda. Me chamam assim no internato e já me acostumei com esses apelidos. Todos me definem. Fazem parte de quem eu sou.

Vocês devem se perguntar o motivo para mim me apresentar assim ou podem estar me achando estranha. Ou eu escrevo para um público inexistente de pessoas. Acho que ninguém vai perder seu tempo lendo esse texto.

   Esse é o meu cantinho, meu refúgio, meu lugar onde me sinto a vontade para poder contar sobre minha vida. Eu não vou escrever coisas bonitas. Esse cantinho terá apenas histórias minhas.

   Se é para escrever sobre a minha vida já vou dizendo que não lerão nada legal. Para que vou mentir e começar a escrever uma história bonitinha?

   A vida real é uma droga. Muito pesado? Eu sei, mas contar mentiras sobre a vida é pior ainda.

   Ninguém irá me encontrar neste blog e a minha identidade continuará sendo um mistério.

    O meu texto de apresentação está bem escrito e decorativo. Se isso fosse para um trabalho de escola não pareceria tanto. Ai Meu Deus...até a minha apresentação é simples. Simples e sem graça.

    Suspiro, fecho os olhos, conto de um até dez mentalmente e coloco minha mão no teclado do computador. Abro meus olhos.

   É a quinta vez que leio esse texto e tenho vontade de apagar tudo, mas não posso. Desabafar aqui é a melhor opção.

— Coragem, Analu. V-você precisa fazer i-isso —falo gaguejando e aperto rápido o botão de publicar - Pronto. Está feito. Eu consegui.

   As letras na tela do computador ficam bem nítidas. Não posso mais excluir o que publiquei, porque se excluir vou perder a chance de deixar registrado minhas coisas no blog.

   É a primeira vez que tenho um blog e posso registrar toda a história da minha família. Meu pai, Rayane, minha mãe.

    Ah mamãe. Que injusta é a vida. Me tirou oportunidade de crescer na presença de uma figura materna. Minha mãe morreu no meu parto.

   Ela morreu sem chegar a me conhecer. Meu pai contou que ela teve uma gravidez difícil e precisou escolher entre abortar ou me ter. Ela preferiu ir até o fim da gravidez e deu a luz. Imagino não ter sido fácil essa decisão.

   Conseguem perceber? A gravidez foi algo ruim para mamãe, ela me amava antes do meu nascimento, preferiu dá à luz mesmo sabendo que corria risco de morrer, lutou pela nossa sobrevivência e foi guerreira. Porém, eu nasci. Fui um erro.

    Não estou fazendo drama. Estou sendo sincera. Meu pai amava muito a mamãe e sofreu com a morte dela. Rayane, a minha irmã mais velha, também sofreu bastante.

    Fiquei sabendo que mamãe acreditava em milagres. Queria um milagre para não morrer no dia do meu nascimento. Porém, morreu. Eu sobrevivi. Era só uma bebê indefesa.

   Cresci ouvindo que fui responsável pela morte dela. Meu pai sempre me culpou e quando está em casa nem olha direito na minha cara.

   Ele diz: "Você é uma vergonha para nossa família, Analu. Percebe como sempre faz tudo errado? Até para nascer foi um erro, porque matou sua mãe."

    Meus dias são horríveis em casa e ainda pior no internato. Se estão tristes por mim ou surpresos...sinto lhes informar que isso tudo é verdade.

   Sofro muito bullying e acabei me acostumando com a sofrência. Também faz parte de quem eu sou.

   São assuntos bem delicados de se tratar. Ainda pior quando você precisa lidar com tudo sozinha. Ane estuda comigo e sabe do bullying que sofro. A minha irmã prefere ficar com o seu grupinho e sempre foi assim.

   Ane é popular, bonita, tem uma voz linda para cantar. Ane costuma ser a preferida, ganha presentes caros, tem muitos amigos, sabe ser perfeita em tudo que faz. Merece toda a atenção e respeito.

   Lido com a pressão das pessoas, a raiva de mim mesma, com a vontade que tenho de acabar com essa vida...sim. Já pensei muito em suicídio.

  Não queiram nem saber como é estar na minha pele todo santo dia. Preciso ser forte enquanto sinto vontade de desistir.

Meu cabelo é ruivo natural. Odeio ter o cabelo assim. Sou sem graça como dizem os alunos. A única coisa que me motiva a ter esperança esse ano é um certo garoto.

    Conheci um garoto ontem e infelizmente não mandamos no coração. Acabei me apaixonando por ele.

   O garoto se chama Jeferson. Ele é muito lindo. Ontem nós dois nos conhecemos por acaso e eu não soube como reagir. A beleza dele, os olhos, a voz. Tudo parece perfeito. Jeferson foi super gente boa comigo. Me tratou bem e foi gentil.

   Consegui conversar com ele apesar de ter gaguejado. Preciso aprender a conversar direito. Fiquei sabendo que ele vai estudar no internato.

  Tenho zero chances de beijar o Jeferson. Minhas esperanças são que um dia irei mudar de visual, esfregarei na cara de todo mundo a minha beleza, terei a chance de ter uma reviravolta e poderei namorar com ele.

    Uma vida sofrida merece um final feliz. Namorar pode ser o começo da mudança. Ainda sou a invisível do colégio,mas não me impede de sonhar com um futuro ao lado desse garoto.


Jeferson narrando

  Eu estou deitado na minha cama e em minhas mãos tem o Globo terrestre. Adoro o Globo, porque meu sonho é viajar o mundo e com o Globo posso imaginar como é os países e como ia ser se um dia eu conhecesse cada um deles.

  O Globo está diante do teto, estou o girando, observando cada nome de país. É bom ficar em casa. Adoro dias de domingo também.

    De manhã decidi ir para praia de Ipanema. Não dormi direto e de novo tive insônia então eu levantei hoje de mau humor. Decidi meditar na praia e não deixar meu mau humor estragar o domingo.

     Na praia de Ipanema eu quase ia morrendo afogado, porque tive mais pensamentos estranhos e confusos. Passei por um momento nostálgico enquanto estava na água. Lembro bem da garota correndo descalça.

   Aquela mesma garota misteriosa dos meus sonhos. A garotinha correndo pela praia, desafiando um garotinho que vinha correndo atrás dela, o garotinho parecia ser eu.

    Os apelidos Hulk e Minnie que as crianças disseram. Tudo ainda está nos meus pensamentos. Depois ainda me encontrei com Analu, a garota de cabelo ruivo. Realmente a praia me fez ter dois momentos bem confusos.

    Fecho os olhos com força, tento me concentrar, respiro fundo e logo coloco o dedo no Globo. Quero saber para qual país preciso ir primeiro. Abro os olhos ansioso e me deparo com o resultado.

    Meu dedo está em cima de um país em específico daquele Globo. França, o país do amor. Jeff, Jeff por que a França? Será um sinal? Mas não pode significar nada.

   Débora, minha ex namorada,vivia sonhando em morar na França. Acho que continua sendo o sonho dela. Débora queria viajar comigo. Balanço a cabeça e decido não deixar isso me afetar. Débora é passado.

   Minha mãe, Verônica, entra no meu quarto. Eu a olho e paro de mexer o Globo. Minha mãe está com um olhar triste e bem séria. Fico preocupado com seu jeito. Ela não é assim.

— Jeferson, precisamos conversar agora — minha mãe diz séria e ela senta na cama ao meu lado. Eu me levanto na hora — Bom... filho...

   Eu percebo o nervosismo dela. Algo está errado. Sei que ela está assim desde a hora que conversou com meu pai. De manhã, antes de ir para praia, escutei sem querer a conversa dos meus pais.

   Eles conversavam sobre uma tal de Marlene, mãe de uma Yasmin e um tal de David. Eu não sei a quem eles se referiam. Quem era essa Yasmin?

— Está tudo bem mãe? Por que a senhora está assim? — pergunto preocupado e vejo ela sorrir um pouco disfarçando.

— Eu vim aqui para te dizer que hoje vamos receber umas visitas. Vai ser um jantar especial — ela sorri forçado — Vamos receber a visita de uma amiga minha. Uma amiga de longa data.

— Entendi mãe — eu me ajeito na cama meio desconfortável porque ouvi a conversa deles, ouvi sobre esse jantar de hoje, ouvi tudo e não é surpresa para mim.

— Filho... tenho um assunto meio delicado para gente conversar. E não sei como começar — confessa com outro sorriso forçado e dessa vez começo a ficar tenso com o rumo da conversa.

— Esse assunto tem a ver com o jantar? — eu tento tranquilizar ela e mostrar que não tem problema em me contar nada — Você e o pai estão estranhos desde a hora da merenda de manhã.

— Estamos? — pergunta fingindo surpresa e eu pego na sua mão a recofortando e ela suspira — Ah filho... desculpa. Desculpa por não ter te contado nada na hora. Não soube como falar disso com você. É meio complicado.

— Você não lembra quase nada da sua infância, né? — eu nego com a cabeça - Imaginei. Aconteceram umas coisas ruins na sua infância. Coisas que te fizeram ficar muito mal. Entende?

— Tem a ver com aqueles meus antigos amigos falsos? Eu nem se quer lembro deles — confessei e a vi ficar nervosa de novo.

— Você tinha uma amiguinha na escola. O nome dela era Yasmin —  minha mãe começa com uma voz acolhedora como se fosse uma psicóloga. O nome Yasmin me faz lembrar da garota do baile —  Ela era sua melhor amiga.Você sempre foi um menino tímido, quieto, não sabia socializar e Yasmin te ajudou. Te fez companhia. Eram amigos de verdade.

   Nessa hora penso nos sonhos com a garotinha misteriosa e com o borrão que tem no rosto dela. Ainda acho que a garotinha pode ser a amiga da Jade. A Yasmin do baile, amiga da Jade e do Diego, pode ser a garotinha dos sonhos.

   Porém, dona Verônica nunca a viu. Acho que está falando de uma outra menina com esse nome e não da garota do baile. Minha mãe continua me contando sobre esse tempo que nem se quer lembro.

— Eu tenho uma amiga, Marlene. Então Marlene é mãe da Yasmin. Ela tem mais três filhos. O David, o Albert, o Alex — faz a contagem nos dedos - Albert e Alex são os gêmeos. Você era amigo somente da Yasmin e do David. Formavam o trio inseparável. Por Marlene e eu sermos amigas então vocês três cresceram juntos. Já nós vivíamos uma na casa da outra as vezes e vocês sempre se viam. Essa amizade que tinham era linda. Amava ver os três juntos.

— Só que a sua amiga de infância tinha uma vida difícil.Eu costumava a chamar de Yas. Então Yas tinha muitos problemas com a sua mãe. A menina era uma criança e enfrentava muita coisa — abaixa o olhar para o chão e percebo a sua afeição pela garota — Sua própria mãe, Marlene, sempre foi cruel com a filha. Marlene nunca se deu bem com seus filhos, David e Yasmin, ela vivia brigando com os dois. A que mais sofria era a pobre da menina.

— O que aconteceu de ruim na sua infância foi a separação de vocês — revela de repente mudando o rumo do assunto. Logo tira o foco dos problemas da menina e foca em outra coisa — Yasmin acabou se afastando muito. Ela ficou bem estranha de repente e eu vi essa linda amizade acabar. Não entendi direito o motivo para isso, mas eu vi que tinha te afetado muito. Logo tentei te ajudar como podia. Seu pai e eu... nós te ajudamos a não guardar mágoas no coração e nem tristezas. Te ajudamos também a não ter raiva da sua amiga por ter se afastado de você.

— Espera mãe — pedi e me sinto meio confuso agora — Calma. É até muita informação — sorri apenas para descontrair — Não lembro de nada que aconteceu antes de eu conhecer o Augusto. Lembro dos meus antigos amigos falsos, mas nem sei quem eles eram. E agora não lembro nada dessa Yasmin e desse David. Muito menos dessa sua amiga, Marlene. Desculpa.

— Não precisa se desculpar filho. Não tem culpa de nada. Nem você tem culpa e nem ela — pisca o olho para mim me tranquilizando - Te ajudei a esquecer seus antigos amigos e acabei o fazendo se esquecer da amiguinha de infância e nunca quis que você se afastasse dela ou a esquecesse tanto assim. Pelo contrário. Eu, Verônica, era fã número um da amizade do trio.

— Seu pai e eu vimos sua tristeza ao ver Yasmin com novos amigos e te deixando de lado — conta algo que me deixa surpreso. Se ela era tão minha amiga assim por que começou a me excluir na infância e fez novos amigos tão rápido? Essa dúvida fica por um tempo - Então nós tentamos fazer você ser mais confiante, saber escolher amizades boas, pessoas do bem do seu lado. Com o tempo você foi deixando a tristeza de lado.Acabou fazendo amizade com o Augusto e esqueceu Yasmin completamente.

    Eu me levanto da cama pensativo e sem saber o que dizer. Descobri coisas importantes agora. Coisas que eu nem se quer lembro dessa minha infância. Será que Yasmin pode mesmo ser a garota do baile? Ou estou viajando?

— Hoje o jantar vai ser com essa família. A família da Marlene — ela me observa — E achei importante vim te contar tudo. Para ver se aí você lembra de algo. Eu quero só reunir nossas famílias de novo. Faz anos que não vou na casa dela. A gente nunca se afastou, mas nós tivemos que evitar fazer visitas. Por causa dos nossos filhos e eu evitei falar da menina e de David perto de você. A mente de criança deve ter apagado tudo e por isso vocês esqueceram. Não falo disso com Marlene, mas acho que Yas também não lembra de nada.

— Yas tem uma vida difícil filho —  minha mãe volta a falar com voz acolhedora como uma psicóloga - Marlene nunca mostrou ter amor, nunca teve carinho, nunca ajudou a filha. Eu sempre tive pena dessa menina. Ela merece ser feliz. Acho que vai ser um clima estranho no jantar... afinal os jovens presentes não se recordam mais do passado que tiveram juntos. Com certeza vai ter um clima estranho.

— Mãe, tá tudo bem. Posso tentar amenizar a situação. Não lembro deles, mas fazer de tudo para sair tudo perfeito. Não vou estragar o seu jantar com a sua amiga.

—  Eu não me preocupo com isso filho - sorri e se levanta vindo até mim —Me preocupo em relação a você e Yasmin. Nunca a culpei por ter se afastado. Ela sempre foi uma menina problemática e isso a afetava muito. Eu te peço que você tente conversar com ela ou tente se aproximar aos poucos. Não sei. Te peço para que tenha paciência com a personalidade forte dela...

— Não se preocupa, dona Verônica, vou me comportar — beijo a testa dela — Vou receber bem a família da Marlene e principalmente os filhos dela. Pode deixar comigo.

  Minha mãe me abraça e me agradece pela compreensão. Ela sai do meu quarto em seguida. Eu fico pensativo e pego de novo o Globo terrestre. Algo me diz que surpresas me esperam.

   Um clima nostálgico me atinge. Será mesmo que estou certo? A garota do baile é a menina misteriosa e também é minha amiga de infância?

Sendo assim então tudo é uma pessoa só e se for isso mesmo... então a garota misteriosa é bem conhecida. Então eu peguei nas mãos dela no passado. Todos os sonhos são lembranças. Acho que formei o quebra-cabeça. E assim eu desvendei o mistério.

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