Capítulo dezezzeis
Aqui nesse Capítulo vai ter muitas revelações sobre a personagem Analu. Ah, lembrando que aqui são os pensamentos da Analu e Não os Meus. O jeito que ela ver o mundo e seu jeito de pensar.
Podem comentar, tá gente? Haha adoro ver as pessoas interagindo.
Trechinho:
Mas você nunca ficará sozinha
Eu estarei com você do crepúsculo ao amanhecer
Eu estarei com você do crepúsculo ao amanhecer
Amor, eu estou bem aqui
(Dusk Till Dawn - Zayn ft Sia)
Analu narrando
(Uma semana depois...)
Eu sou uma leitora de romances.
Eu sou uma leitora de fanfics bem clichês.
As vezes eu adoro o clichê. Outras vezes eu detesto. Não me entendo.
As vezes o clichê cansa. Não é a realidade. Pelo menos para mim livro clichê demais fica repetitivo e sabemos que o clichê só acontece nos livros ou filmes. Triste.
Por favor, não me julguem por eu pensar assim.
Mil perdões, mil perdões.
Ops... se acostumem. Tenho uma mania irritante e não consigo me controlar. Peço perdão até demais.
Estudei em poucas escolas e no fim vim parar no internato.
Em cada novo ambiente escolar eu tinha um crush.
Isso aí. Sou fácil de me apaixonar e tive pelo menos um crush em cada escola que estudei.
Já até escrevi uma carta para um deles.
E entreguei a carta nas mãos desse meu crush da adolescência.
Tinha uns 14 anos quando fiz a maior besteira de toda minha vida.
Entreguei a bendita carta.
Era no final do ano e estávamos comemorando na escola mais um fim de ano escolar.O menino, o meu crush do passado e o babaca que me fez passar a maior vergonha na frente de todos, me olhou e riu de mim ao ler o que eu tinha escrito.
Ele riu de mim. O menino levantou o papel bem alto e chamou muita atenção.Todos ali olharam para ele. O mesmo disse:
"A esquisita me ama, gente. Eca. Que nojo, garota. Sai de perto de mim. Eu vou fazer picadinho desse papel. E anota uma coisa, esquisita, ninguém nunca vai te amar."
Senti os olhares deles sobre mim, senti vergonha, fiquei magoada, senti que estava sendo uma boba esse tempo todo.
Todos riram de mim em seguida, me vaiaram, me mandaram sair e ainda tive que aguentar babacas assobiando para mim na rua. Estava tarde da noite.
Sai da escola e passei por grupo de homens em uma rua vazia. Foi ali que me senti pior ao ver todos me olhando e alguns assobiando.
Cheguei em casa péssima. Meu pai estava assistindo tv, me olhou, e voltou a atenção para tv sem nem perguntar se eu estava bem. Minha irmã estava fazendo as unhas, me olhou, e também não fez questão de mim. Voltou a fazer as unhas.
"Ninguém nunca vai te amar."
Subi para o quarto e chorei. Gostava muito daquele idiota. Foi a minha primeira vergonha onde eu confessei gostar de um garoto.
Infelizmente não aprendi com meu erro e continuo gostando de alguns garotos. Babacas ou não, mas eu gosto. Odeio me apaixonar fácil.
Sou atrapalhada, sou um pouco curiosa até.
Ah, e tenho asma. É...infelizmente tenho asma e preciso ter bastante cuidado. Eu cuido de mim sozinha, porque meu pai não se preocupa em perguntar se estou bem. Piora quando tenho crise de asma, mas eu tento permanecer forte.
Sou carente de atenção, de amor, de conversas, de beijos, de carinho. Queria que o meu pai me amasse.
Sinceramente? Eu só queria mesmo ser amada por alguém.
Vejo vídeos de casais fofos e fico me imaginando sendo a menina do vídeo.
Ah, tenho mania de me apaixonar por personagens bad boys, vilões ou com o passado triste. Aqueles que quebram as regras nos livros.
Torço para casais opostos.
Torço para o bad boy ficar com a mocinha, por exemplo, para a tal mocinha ficar com o rebelde, para os opostos se atraírem sempre.
É... eu sou assim.
Escuto músicas no fone de ouvido e fico me imaginando no clipe.
Vejo declarações de amor e por um momento sinto inveja. Sim. Inveja.
Odeio sentir isso. É horrível. Queria mudar.
"Ninguém nunca vai te amar."
Volto a música do começo quando não sinto a mesma emoção boa em uma determinada parte da música.
Eu acredito em fadas.
Isso mesmo. Eu acredito sim na existência dos duendes, das fadas, dos gnomos e principalmente na existência das sereias.
Me acham estranha? Vocês ainda não viram nada... Eu sou muito estranha.
Só que eu amo esses pequenos seres da terra. Respeito muito os duendes e os gnomos, elementais da terra, amo as fadas. E eu quero muito ver uma fada um dia. Sei que são desconfiadas e tem medo do ser humano. Por isso não é fácil elas aparecerem para nós.
Estou cansando vocês com minhas besteiras? Estão me achando uma estranha? Estão me achando sem graça? Me desculpem.
Queria ser interessante. Sou muito desinteressante e ninguém liga para meus pensamentos bobos.
Já estou acostumada.
Sou uma pessoa muito ciumenta. Acreditem.
Não gosto que mexam nas minhas coisas, odeio mais ainda quando mexem sem pedir permissão, não gosto quando o meu pai me obriga a mudar coisas do lugar em meu quarto. Quero as coisas sempre do mesmo jeito. Odeio mudar minha cama de lugar, por exemplo. Tirar quadros de uma parede e colocar em outra. Enfim odeio mudanças.
Nunca fui apegada a meu pai, nem a minha irmã, nem minhas primas. Então não tenho ciúmes delas. Elas podem fazer amizade com quem quiserem, pois não vou impedir ou ser contra.
Ah, acho que um dia o meu futuro namorado vai se incomodar com meus ciúmes. E se um dia eu fizer amizade... meus amigos também vão me achar chata, porque eu não sei controlar meus ciúmes.
Ah amigos. Eu queria ter amigos.
Mas quem vai querer ser a minha amiga? No internato ninguém se importa comigo. Em casa é pior ainda.
Acho que um dia vai me dar uma coisa ruim, uma necessidade de sobrevivência...sei lá. Acho que um dia vou implorar para alguém ser minha amiga ou posso até chegar a pagar alguém para fingir ser minha amiga. Será que vou chegar a esse ponto? Ai meu Deus.
"Ninguém nunca vai te amar."
Sempre quis parar algum momento da minha vida sabe? Como é nas novelas.
Uma cena tensa, uma revelação bombástica que é revelada, um pedido de namoro, uma situação constrangedora.O que vem depois? As benditas propagandas. Queria que existisse algo para paramos o tempo e vim as propagandas.
Sabem meu maior sonho? Sonho em ser uma Escritora. Eu escrevo histórias inspiradas na minha vida.
E o que tem de bom na minha vida? Isso mesmo. Nada.
Por isso escrevo sobre mim, mas nunca posto. Quem que vai querer ler a história de uma menina feia, que todos riem dela,que todos a apelidam? Uma menina diferente das outras pessoas. Isso aí. Ninguém. Ninguém vai querer ler minha história de vida.
Ninguém se importa comigo.
Por isso eu invento histórias. Faço histórias lindas e posto tudo em um Aplicativo para leitura onde os escritores postam suas histórias e os leitores podem ler gratuito.
E foi assim que surgiu a história mais lida. O livro da Tatiana. Eu não imaginava que fossem me achar no app, mas postei mesmo assim. E então fui descoberta. Estou sem foto de perfil no aplicativo.
Nunca coloco fotos minhas em redes sociais.
Nunca quero me expor.
Nunca quero ser o centro de todas as atenções.
A história da Tatiana já está bem conhecida. Eu olho para o número de visualizações, votos e para o número de comentarios em cada capítulo. Sempre me surpreendo. Não esperava tanto.
Eu sou invisível nas redes sociais. Menos nesse aplicativo.
Aqui é onde vejo que todos me "conhecem". Me conhecem assim, né? Entre aspas, porque eles nem imaginam que a dona das histórias lindas é uma menina sem graça. É melhor assim.
Nunca vou me revelar. Prefiro ficar invisível sempre. Principalmente com o livro da Tatiana. Todos meus leitores são jovens e eles adoram a personagem Tati. Fico feliz por ter criado uma personagem tão boa.
541 K de leituras. 59,8 K de votos. 84 Capítulos.
O número de leituras cresce a cada dia. É demais para mim. Mais uma vitória cada vez que entro no app.
Quero permanecer invisível. Porém, o problema é que ganhei mais um leitor na história da Tatiana. Ops. Leitor não. Leitora.
E tomei um susto ontem quando vi o user da tal leitora. É o nome de uma das amigas da minha irmã. Lembram? Minha irmã Rayane. Ela é a popular da escola.
Minha nova leitora é ninguém mais e ninguém menos que a melhor amiga da minha irmã.
Estou encrencada.
Fuja para as montanhas, Analu.
Corra.
Não deixe ninguém te descobrir.
Ou finge um desmaio. Sei lá. Faça alguma coisa. Não fique parada e deixe as pessoas do internato descobrirem seus livros.
Emilly, melhor amiga de Rayane, comenta bastante no livro da Tati. Ela está no Capítulo 50 e adivinhem quando ela começou a ler o livro? Na semana passada? Não, não. Ela começou a ler o livro ontem. Ontem. Conseguiu ler 50 capítulos rapidinho. Emilly é uma leitora fiel.
Meu celular apita em cima da cama e paro de pensar e enfim me deixo guiar até o aparelho. Vejo na tela notificações novas do app de histórias. Abri o app me deparando com visualizações novas no livro da Tatiana.
Um tal de Marcos, como tem no user dele, acabou de ler meu livro e ainda votou. Ele deixou uns 15 comentários. Somente de elogios. Um deles me chamou atenção.
Dizia assim: "Acho que todo mundo devia ler isso aqui. Tá muito bom. Logo eu, preguiçoso e que nunca gostei de ler, estou aqui totalmente interessado num livro. Leiam. Cês não vão se arrepender."
Cês? É sério? Reviro os olhos rindo ao ler o nomes cês e não Vocês. Mas não importa. O que importa é que esse tal de Marcos nem sabe quem sou eu e nunca vai saber. Eu olho a foto dele de perfil e não. Eu nunca o vi. Ou vi e esqueci?
Tenho mania de esquecer quase todo mundo.
Eu não sei identificar os carros de cada professor, não sei quem são os alunos, não sei de nada que envolva fofoca entre as panelinhas que sempre tem nas escolas.
Se alguém vier me contar fofocas de algum aluno. Eu vou ficar boiando na conversa e não vou saber de nada. Sempre vou ser aquela que as meninas dirão: "É chato contar as coisas para você. Não sabe de nada."
Ah, como odeio aquele internato.
E todo mundo lá também me odeia ou me acham um extraterrestre.
"...Nunca vai te amar."
Eu conheço as pessoas de vista sabe? Conheço por nome também. Nunca pelas aparências físicas. Tipo, sei que tem um Natanael, mas nem se quer sei quem é o menino. Sei também de um tal de Marcos e adivinha? Também não faço ideia de como é esse menino.
Viu? Conheço só de vista. Sempre. Posso até saber se a pessoa for morena ou loira. Só que esqueço disso na maioria das vezes. E não faço a menor ideia de que sala é o Natanael e esse tal de Marcos.
Acreditava que tinha nascido para ler histórias de amor, mas nunca para viver uma.
E esse foi o meu pensamento até os 13 anos. Porém, agora acredito que uma Vida sofrida merece um final Feliz. E por isso acredito que um dia vou viver um Romance. Até melhor que os dos livros.
Eu nem tenho um relacionamento e nunca passei por um clichê. Nunca cruzei com um garoto no corredor a ponto de os dois ficarem bobos olhando um para o outro, nunca derrubei meus livros e o garoto dos meus sonhos veio me ajudar no meio do corredor do colégio, nunca tentei alcançar um livro para poder vim a típica cena clichê.
A garota tenta alcançar um livro em uma estante, um garoto lindo vem e a ajuda, eles se olham, trocam sorrisos e ficam naquele clima só aproveitando o momento.
Sabem esse típico clichê? Eu nunca vivi nada disso e nem cheguei perto de algo parecido.
A maioria das histórias de romance terminam com um final feliz. E a minha? Quando vai começar enfim a minha primeira história clichê? Quando vai chegar o momento tão aguardado?
Quando vou ter a minha chance de sentir borboletas no estômago, me sentir apaixonada, amar alguém? Esse dia pode estar chegando. Eu sinto isso. Afinal minha frase do ano é: "uma vida sofrida merece um final feliz." E vou fazer dessa frase a minha meta.
"...Nunca vai te amar."
Sabe quando as coisas dão certo e você duvida? Quando as coisas simplesmente acontecem de um jeito bem fácil? Você começa até a duvidar e pensa o porquê que de repente a sua vida ficou simples. E tem medo de um dia acordar e ver que foi tudo um sonho.
Quero viver isso. Quero Amar e ser Amada, quero me sentir feliz, quero encontrar a pessoa certa. E se o garoto certo for Jeferson? Eu sinto que pode ser ele. E eu estou mesmo gostando de Jeferson. Não esqueço mais o jeito fofo dele e educado.
Jeferson me notou, sabe que eu existo, me tratou bem. Ele fez toda a diferença. Os meninos do colégio não gostam de mim,me tratam mal, nunca me notaram como realmente sou. Sou uma atrapalhada, feia, a garota suja, a Garibalda do colégio.
Eles só vêem meus defeitos e ainda procuram todos os jeitos para me expor.
Jeferson não. Ele foi diferente. Ele viu como eu sou, viu quando uns garotos do colégio vieram mexer comigo na praia de Ipanema e o que ele fez? Ficou com vergonha de mim? Se afastou? Não.
Jeferson me ajudou e se preocupou ao perguntar se eles me chamavam de Garibalda e o motivo. Jeferson não é como os outros.
Foi o primeiro que mostrou cuidado e carinho por mim. Sou a invisível do colégio, ninguém lá me quer por perto, ninguém se interessa em se aproximar de mim e sentar do meu lado para conversar. Jeferson não é assim e é por isso que gosto dele.
Ou talvez alguém possa me amar.
Acho que posso sonhar um pouco. Não posso? Vou continuar esses meus sonhos e um dia sei que ele vai gostar de mim e vamos enfim poder namorar. Vou ser bonita, inteligente, uma poderosa se for possível.
Todos do colégio vão gostar de mim...mas se todos continuarem me excluindo não importa. Se Jeferson estar comigo, apaixonado por mim então isso já basta. Ser correspondida e mudar o visual já é o suficiente.
É pedir demais meu Deus? Posso sonhar, né? Não estou fazendo mal a ninguém. Só quero ser feliz. Sei que tenho um longo caminho pela frente.
Todos os dias eu penso em desistir, penso em voltar atrás, me sinto horrível quando olho no espelho.
Mas uma coisa me motiva para ter esperança esse ano, me motiva para não desistir, me motiva para suportar as humilhações, suportar as pessoas rindo de mim, suportar tudo de cabeça erguida e o que me motiva é somente ele. Jeferson.
Ele não é um babaca.
Por ele eu vou suportar tudo e vou continuar invisível. Então continuo a minha luta e faço isso não por mim, mas por Jeferson. Eu sei que vale a pena. Posso sonhar em paz. Ele é a pessoa certa.
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